Capítulo 20
Verdadeiros Finais
Narrado por Lily Evans.
- Eu estou realmente ficando muito cansada disso.
- Disso o que?
- De ficar aqui deitada com essa cara de enterro, fazendo nada, no último verão da Angelina aqui com a gente.
- Eu já disse que eu volto daqui um ano.
- Cala a boca, Angelina, você estragou meu momento.
ARGHT, você sabe o que são quatro meninas deitadas, uma do lado da outra, numa cama de casal, olhando para o teto, fazendo... Hm, nada?
Pois é, ultimamente eu andei sabendo o que é isso.
Eu queria TANTO dar um verão inesquecível pra Angel aqui na Inglaterra, que fizesse ela até chorar! O que eu sei que não vai acontecer nem se eu ressuscitar toda a família dela, mas o que vale é a intenção, gente. Eu vou sentir tanta saudade dela, eu vou querer tanto me mudar pra França, um país que eu já amo de paixão, e eu vou querer escrever carta pra ela todas as semanas, coisa que ela já disse que não vai fazer.
Legal, você, Angelina.
- Certo, eu tive uma idéia. – falou Marlene, se apoiando nos cotovelos.
- Ah, idéia de loira eu passo. – falou Angel, me fazendo rir enquanto as outras duas emburravam a cara.
- Ignorando esse comentário ridículo, e continuando. – falou Lene, jogando os cachos dela para trás com muita dignidade. – Lily, você poderia ligar pro seu irmão e ver se ele não quer nos levar para velejar.
Hey. Essa é uma boa idéia!
- Hey, essa é uma boa idéia! – eu já comentei alguma vez o quanto me dá medo à capacidade que a Angel tem de ler mentes? – Vai, Evans, liga para o seu irmão.
- Liga você. – eu disse. Porque tá todo mundo sendo legal com a Angel, então uma tem que ser a do contra, e pra variar, serei eu.
- Ah, Evans, anda logo. – falou Mimi, jogando meu celular trouxa em mim. Eu bufei (apesar de achar essa uma boa idéia) e comecei a discar o número do celular de Harry, que está na praia com os amigos surfistas maneiros radicais dele, eu acho.
Depois de alguns tu-tu-tu’s e das meninas me enchendo o saco, eu consegui ouvir:
- Fala, maninha. – aquela voz grossa do meu irmão, que faz a Marlene... Digo, as garotas de Hogwarts se derreterem tanto. E um monte de homem falando atrás dele. E o som de umas ondas se quebrando atrás dele. Até parece...
- Ah, oi Harry! Que o senhor tá fazendo? – eu disse, ao ver as meninas fazerem gestos de “vai logo!” pra mim, sorrindo.
- Ah, eu achei que ia surfar, mas desencanei. O mar tá meio flat, então nem dá. Mas ai a gente já tava aqui mesmo e ficamos num barzinho, jogando papo fora. Por quê? Aconteceu alguma coisa com a despedida de pimenta da Angel?
Até mesmo pelo telefone eu podia ver o sorriso irônico que ele usava no final da frase.
Ah, e quando dizem que o mar tá flat, quer dizer que o mar tá lisinho, sem ondas. Então nem adianta ir surfar, não vai pegar onde nenhuma. É bom ir surfar quando o mar tá swell, cheio, bom e com muitas ondas.
E provavelmente tubarões.
- É que a Lene deu a idéia de você levar a gente pra ir velejar no seu barco. E por favor, não diz ‘não’, mano, a Angel merece, né! – eu completei, no que eu ouvi uma risada dele do outro lado do telefone.
- Ah meu Deus, me dê uma boa razão pra levai vocês pra velejar. – ele disse, mas eu sabia que era só um joguinho, que ele concordaria.
- Bom, a Marlene te daria um beijão de cinema. – eu disse, no que Lene pareceu entender isso e fez uma careta realmente cômica, e Harry gargalhou gostosamente.
- Fala sério. – ele continuou rindo um pouco, e depois completou. –Arrumem uma mochila com umas mudas de roupas, porque eu vou preparar uma surpresa pra vocês, okay? Roupa pra um fim de semana. E fiquem prontas em meia hora, me esperem na frente do portão do prédio, entendeu? Mas se eu chegar e não tiver ninguém na frente, Evans, te prepara, porque eu não faço mais nenhum favor.
- Você sempre diz isso. – eu comentei, pra depois desligar o telefone. – O que eu não consigo quando vocês pedem, hein, suas peidos? – eu comentei para as meninas, que começaram a rir e se levantarem animadas.
Eu sabia, é só colocar um monte de cuecões nos nossos planos que elas ficam animadinhas.
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Eu AMO o verão.
Ficamos todas gatinhas e bronzeadas, e os garotos parecem ficar muito mais dispostos a ficarem sem camisa e mostrarem seus corpos sarados que eu adoro ver.
Eu estava com meu biquíni lilás. Uma blusinha branca grudada que mostrava a parte de cima dele, ia até a cima do umbigo. Uma bermudinha jeans curta, com dois bolsos atrás, um carregando meu i-Pod e outro carregando meu celular. Um boné da Hurley, roxo, óculos de sol quadrados e pretos, um chinelo branco e uma mochila preta nas costas, cheia de roupas e acessórios femininos e tudo o mais. Angelina estava usando um biquíni vermelho, por cima uma blusinha rosa bebê, uma saia jeans rodada e um chinelo vermelho. Nas costas uma mochila branca cheia também, os cabelos soltos e bagunçados, um óculos de sol meio arredondado e preto. A Lene estava com um biquíni branco, uma blusa verde com cima, uma bermudinha branca e bem mais curta que a minha, um chinelo verde clarinho, uns óculos Ray-Ban, uma mochila rosinha nas costas (mais cheia que todas juntas), os cabelos presos todo pra trás, os cachos grandes bagunçados. Mimi usava um biquíni azul, e um mini amarelo por cima, chinelo azul claro e óculos de sol marrom. Os cabelos soltos, super lisos como sempre, uma mochila preta nas costas.
Ufa. Realmente temos que parar de usar parágrafos enormes para nos descrever.
Estávamos sentadas no meio fio na frente do prédio onde eu morava com Petúnia. Ah, a Petúnia foi viajar. Sei lá com quem, eu acordei um dia e tinha um bilhete dela na geladeira, dizendo que ela ia viajar com umas amigas patricinhas dela. Mas foi mais legal, eu tive muita privacidade com as minhas amigas.
- ATÉ QUE ENFIM! – gritou Angel, se levantando, ao ver o Jeep preto de Harry parar na nossa frente. Harry estava dirigindo, uns óculos Ray-Ban preto enorme no rosto, os cabelo ruivo aloirados sendo jogados pelo vento, uma camisa branca e uma bermuda preta, com um chinelo branco. – Ai, gatão, assim você me mata. – ela disse, sentando-se no bando atrás de Harry. Ele riu, e disse um “oi” para a gente, no que todas respondemos em coro.
- E ai, quem que está lá na praia com você? – eu perguntei, me sentando no banco do passageiro. Lene se sentou no meio do banco de trás e Mimi do lado dela. Harry deu a partida ao ver que todas as meninas estavam dentro do carro.
- Bom, no bar comigo estão os seus novos amiguinhos do sexto ano que vocês fizeram no último dia de aula, aqueles que parecem boy band. – ele comentou, fazendo uma curva. Mimi deu um gritinho fino, e colocou a cabeça na parte da frente do carro, virada para Harry.
- JURA?! Os três gatos? – ela perguntou, sorrindo. Harry fez uma careta.
- Gatos? Fala sério, Minerva. – ele continuou. – Mas eu só os achei por lá, então não sei, acho que eles vão ter que ir embora. Eles são bem legais...
- Eu sei! – comentou Mimi, soltando um gemido que lembrava admiração, se jogando para o banco de trás.
- Vou falar isso pro Remus. – falou Angel, rindo.
- Pode falar, ele virou frouxo. E graças a isso vai ficar as férias todas longe de mim. – ela deu de ombros, no que nós três rimos.
Mas Harry não riu.
- Anh... Bom, na verdade é sobre isso que eu quero falar. – ele disse, parando o carro num sinal vermelho. – Hm, vocês sabem que no meu barco, cabem muito mais que cinco pessoas, né? – ele perguntou, virando-se para a gente. Nós concordamos com a cabeça. – E bem, essas mudas de roupas que eu pedi para vocês trazerem não é à toa. Nós vamos passar um dia velejando pelo litoral, até chegarmos na casa de praia, onde nós vamos passar o fim de semana.
- JURA?! – eu gritei, sorrindo, no que as meninas começaram a fazer a festa lá atrás e o pessoal dos carros parados a nossa volta começou a olhar para a gente. – Mesmo?! A mamãe e o papai te deram a chave?!
- Bom, não. – ele disse, mordendo levemente o lábio inferior. – Porque não é na nossa casa de praia. É na casa de praia do Potter.
O QUE?!
- O QUE?! – gritou uma Lily Evans muito brava mesmo.
- O QUE?! – gritaram uma Lene e uma Mimi surpresas e nervosas.
- O QUE?! – gritou uma Angel muito, mas muito animada.
- O QUE?! – gritou um Harry se fingindo de inocente.
- Eu não ACREDITO, Harry! – eu gritei, me afundando no banco do carro. – Depois de tudo o que ele fez comigo, de ter me traído com a menina que eu mais odeio no mundo, você quer que eu passe um fim de semana na casa dele?!
- Com ele. – ele completou, no que eu soltei um grito de raiva maior ainda. – Lily, você sabe o quanto eu te amo. E que eu sempre fiquei do seu lado pra tudo. É só que...
- Você não sabe o quanto a gente tem sofrido com essa história de vocês dois, Lil. – completou Lene, fazendo Harry a olhar surpreso. – Nós amamos você, mas nós também amamos James apesar de tudo. E ter que escolher entre vocês dois? É uma coisa simplesmente impossível.
- Sem um de vocês dois... – falou Angel, pensativa. – O nosso grupo não seria mais... Hm, o nosso grupo, sabe?
- E aliás, Lily. – falou Mimi, com uma voz realmente séria. – Mesmo que você não aceite essa nossa desculpa... Pensa mais uma vez que é o último verão da Angel aqui.
- Pelo amor a espada de Gryffindor, eu disse que volto daqui a um ano. – falou Angel pela milésima vez deste ano.
- Ela merece passar esse tempo com as pessoas mais importantes pra ela. – continuou Mimi, como se não tivesse ouvido o comentário da Angel. – Você é mesmo a melhor amiga dela, e nós somos as irmãs dela, mas e os Marotos? Eles também sempre estiveram do lado dela quando ela precisou, sabe? O James então nem se fala, cresceu com ela! Então eu acho sim, justo, os meninos ficarem com a gente nesse fim de semana.
- E a gente pode fazer disso uma grande festa, porque segunda a Angelina vai embora. – completou Harry, dando a arrancada quando o sinal abriu. – E aliás, vai uma... Hm. Amiga minha. E você adora fazer amizades novas, não é mesmo?
Bom.
Não vai ser tão insuportável, não é mesmo? Quer dizer, não é que só vá vir o Potter pra lá. Vai ter o Sirius. E o Remus. E o Peter não vai, porque ele já foi pra Grécia com os pais. E isso vai ser legal, a gente pode mesmo fazer uma festa bem grande e chamar quem a gente quiser. Ou não chamar ninguém, uma festa só nossa. E os garotos vão ficar a maior parte do tempo no mar, é só eu ficar tomando sol na areia, quieta no meu canto. Assando. Mesmo que a combinação “inglesa e sol” não dê certo.
- Ah, tá bom, vai. – eu concordei, ainda meio emburrada. Eu quero sim que esse fim de semana seja perfeito pra Angel, mas é que eu não confio no Potter, sabe? Não depois daquilo.
- Você é a maior. – falou Harry, sorrindo, enquanto as meninas gritavam. – Aqui, chegamos. – ele disse, estacionando o carro numa calçada ao lado da praia.
Olhamos para o bar na nossa frente, e reconhecemos a covinha do Tom, os cabelos de John e o olhar de Henry de longe. E sentada junto a eles, tinha uma menina maravilhosa, parecia uma modelo australiana, os cabelos loiros queimados e os olhos azuis, a pele bem bronzeada, e um monte de sardas no rosto. Os quatro estavam se levantando, cumprimentando Harry com aquele jeito homem que os garotos fazem. E quando Harry foi cumprimentar a menina, os dois trocaram sorrisos cúmplices e Harry deu nela um selinho um pouco longo, e eu percebi que Lene virou a cara para o outro lado. Hm.
Nós chegamos perto deles, sorrindo.
- Que coincidência! – falou Mimi, sorrindo enquanto abraçava o John. John parecia estar gostando muito daquela coincidência, na verdade, mas eu vou contar isso pra Minerva só mais tarde.
- Nem me diga! – ele respondeu, vindo me abraçar. Depois que todo mundo abraçou todo mundo, a gente foi se sentar na mesa, com várias cadeiras espalhadas a volta, jogando papo fora. Até que chegaram três meninos, sorrindo marotos e olhando os corpos das meninas. E outras coisas.
Claro que eram nossos Marotos-Sem-o-Peter.
- Até que enfim! – gritou Harry se levantando, sorrindo simpático para eles. – Achei que vocês tinham desistido de ir com a gente, nossa!
- E deixar a minha casa pra você, até parece! – falou James, rindo.
Fazia três dias que a gente estava de férias, por isso a gente não está naquele período de “Morri de saudades de você!”. A gente ia passar esse fim de semana junto, mas depois, parece que é tempo para a família até o final das férias, então é bom a gente se aproveitar e tudo o mais. Mas sobre tudo, aproveitar a Angel.
Uh, o Sirius vai gostar disso.
- Oh, minha ruivinha gata, como que você está? – falou o próprio, indo me abraçar. Eu ri, sentindo ele me abraçar pela cintura e me erguer do chão.
- Bem. A gente tava lá no meu apartamento até hoje, acredita? – eu comentei, já no chão. Ele sussurrou “suas anti-sociais” e foi abraçar Angel, com um sorriso que chegava a estar tímido.
- Oi, estranho. – ela disse, com o mesmo sorriso que ele.
- Você anda esquecendo de mim. – ele falou, olhando ela nos olhos.
- E você está louco de pedra. – ela comentou rindo, para depois abraçar ele com força.
- RUIVINHA! – Remus me abraçou e me ergueu do chão de novo, rindo.
- Ai, Remmy, que SUSTO! – eu falei, sorrindo, mas ainda assim pondo a mão no peito. – Eu to tentando ouvir a conversa da Angel com o Sirius, seu atrapalhão!
- Ah, foi mal. – ele comentou, me pondo no chão e ouvindo a conversa dos dois também.
- Eu queria... Bom, você sabe. Que a gente esquecesse daquilo do Natal. – ela falou, dando um nós no cordão do biquíni dela, olhando nos olhos do Six.
- Eu sei. – ele concordou, sem sorrir nem tirar os olhos dos dela por um segundo. – Pra gente curtir... Bom. Esse seu fim de semana.
Ela não respondeu. Ficou olhando fundo nos olhos dele, indecifrável. Depois de uns três segundos assim, ela abaixou os olhos e disse:
- Eu não quero falar sobre isso.
- Claro, claro. – ele concordou, pra depois beijar a testa dela e ir abraçar a Mimi.
- Você acha que eles vão ficar nesse fim de semana? – eu perguntei pro Remus, no que ele soltou uma risada irônica.
- Definitivamente.
- Eu já acho que não. – eu comentei, olhando para Angel, que ria de algo que Potter estava lhe contando. – Eu acho que eles vão querer lembrar os velhos tempos, sabe? De quando eles eram amigos, antigamente.
- É, também pode ser. – ele concordou, dando de ombros.
- Vamos indo? – perguntou Harry, virando-se para todo mundo. Cada um com sua mochila nas costas, concordou. – Certo então. – ele virou-se para os três meninos do sexto ano, e começou a se despedir deles.
Ai eu ouvi a risada que a Mimi dá para meninos que flertam com ela, e me virei na hora pra ver quem era o desgraça.
Claro que era o John.
- E ai, eu te vejo daqui um mês ou você vai fazer uma viagem pela sua bela França? – ele perguntou, a sobrancelha arqueada, chegando mais perto dela. Olhei para Remus, e ele observava a cena pelo canto dos olhos, mas não parecia estar se importando de verdade.
Meninos.
- Pára de ouvir a conversa dos outros, menina. – falou Potter, do meu lado direito, olhando para Remus também.
Revirei os olhos. Ah, tava demorando pra esse babaca aparecer aqui.
- Olha, Potter, o que eu faço ou deixo de fazer não é da sua conta, tá certo? É só você ficar longe de mim.
- Você vai ficar na minha casa, um fim de semana inteiro. – ele sussurrou, para depois se virar para mim. – Não vai ter como você ficar longe de mim, ruivinha.
- Evans pra você, Potter. A gente não tem intimidade o suficiente pra se chamar por nomes.
- Mas já tivemos. – ele disse, chegando mais perto de mim. – Na verdade, a gente teve intimidade pra fazer coisas muito mais intimas que trocar apelidos.
Eu sugeri que ele fosse fazer algo que, de um certo ponto de vista, não é anatomicamente possível.
E depois dei as costas a ele e me dirigi ao embarcadouro. Logo abaixo deste estavam dois botes de borrachas; eram os botes que nos levariam até o barco de Harry, que se encontrava ancorado a uma curta distância, afastado da costa.
- Vamos? – eu nem esperei Angel me responder, e puxei-a pela mão, para depois nós duas nos sentarmos num dos botes, colocando o colete salva-vidas. Não aquele laranja enorme que te faz parecer um boneco inflável, mas um azul fininho, bem chique.
- Certo, o que foi isso? – perguntou Angel, ocupada demais com os fechos do colete para me olhar nos olhos. Eu, com minha super habilidade de trouxa que cresceu velejando, já tinha fechado meu colete.
- O seu amiguinho. Você não sabe o que ele fez. – eu disse, apoiando meu queixo na minha mão, o cotovelo no joelho. – Ele está... Bem... Dando em cima de mim.
Angel parou no meio caminho de fechar o ultimo fecho, e olhou para mim, com a boca aberta.
- Ele o que? – ela perguntou, arregalando os olhos.
Eu repassei toda a conversa para ela, e a cada palavra que eu falava, a boca da Angelina ia ficando maior. Teve uma hora que eu achei que ela ia lamber o fundo do bote, sério.
- Eu não acredito que ele pode ser tão... Canalha. – eu completei, no que ela concordou com a cabeça.
- Você o conhece. – ela disse, voltando a por o colete. – Ele vai começar a te torturar, como se te falasse “olha o que você perdeu, minha amiga”. É o típico James, e eu não me surpreenderia se ele começasse a te chamar pra sair no sexto ano.
Arregalei os olhos.
- Para com isso! – eu disse, rindo nervosa. – Ele não chegaria a esse ponto, eu... Acho.
Mas ai a gente parou de falar, porque as meninas se jogaram no nosso bote, cada uma colocando um colete, sendo que Minerva e Marlene pareciam estar extremamente bem entrosadas com a nova loira.
- Meninas nesse e meninos neste? – perguntou Harry. Eu concordei com a cabeça, e ele e os meninos foram para o outro bote, cada um com seu colete. Nos sentamos, da esquerda para a direita no meu bote, eu, Angel, Lene e Mimi e a menina nova. E no bote dos meninos, Harry, Sirius, Remus e James, eles um pouco mais apertados que a gente, já que cada um deles tem quase 1,80m e tudo mais.
- Estão prontos? – perguntou Harry em voz alta. – Se precisarem de alguma coisa em terra firme, esta é a última chance. Vamos ficar um tempinho na água.
Como ninguém se manifestou, Harry deu a partida no motor do bote dele, e eu dei a partida no nosso logo em seguida. E então começamos a nos dirigir ao local onde o veleiro de Harry, o Brave Gryffindor, estava ancorado no porto.
Na mesa hora eu soube que, apesar de uma certa companhia me desagradar, eu tinha tomado a decisão certa ao resolver vir. Ah, não que fosse assim tão agradável ver James fazendo meus amigos rirem feito loucos, porque fala sério, eu sou ciumenta.
Só que era legal sentir a água salgada batendo no meu cabelo e a brisa fresca da baía no meu rosto. Era gostoso sentir a água passando por baixo de nós e ver os patos, com suas fileiras de patinhos, saindo apressados do caminho do bote.
Além de eu me sentir o máximo pilotando o bote. Tipo, EU pilotava. Ponto final.
E então, quando finalmente chegamos ao barco de Harry, só de vê-lo ali parado, esperando por nós, todo reluzente e comprido, branquinho com acabamento de madeira e seu mastro alto e delgado, fez como que o fato de James Potter estar aqui tivesse até mesmo valido a pena.
Mas acontece que há muito a se fazer ao entrar em um barco a vela, antes de poder sair velejando. Então, ficamos correndo de um lado para o outro, fazendo o que Harry nos dizia para fazer. Pelo menos eu e as meninas ficamos. James, Sirius, e Remus estavam se divertindo nos vendo feito “baratas tontas”, como o próprio Remus sobressaltou. E examinando os detalhes vermelhos e dourados que estavam espalhados no barco. E James, que tinha uma certa experiência em velejar com Harry (uma vez os dois velejaram por quase uma semana sozinhos, no litoral), fazia o que bem entendia, apesar de algumas dessas coisas realmente parecerem contribuir para que o Brave Gryffindor pudesse zarpar.
Então, quando a vela de repente ganhou volume e começamos a nos movimentar, deslizando com rapidez por sobre as águas, sem nem sentir o sol quente ardendo na pele graças a brisa fresca do mar, ficou difícil me lembrar do que Potter tinha me feito num dia que me parecia muito passado e sem importância naquele momento. Todo mundo pareceu sentir o efeito de tudo aquilo, até mesmo a sempre sarcástica Angelina, que olhou bem dentro dos meus olhos e disse:
- Isso é que é vida, hein?
- É mesmo. – eu concordei rindo. Dez minutos depois, estávamos as quatro só de biquínis e os garotos sem camisa, nós afim de pegarmos uma cor do verão (mesmo que nós estejamos na UK, pois nos entupimos de bronzeador) e os meninos reclamando do calor absurdo que estava fazendo naquele verão.
- O que você acha, Angel? Vamos conseguir transformar você em uma marinheira francesa? – perguntou Harry, parado no timão, como vento jogando o cabelo dele para trás.
- Com certeza. – respondeu Angel, que estava deitada num local do chão do barco onde o sol batia forte, os olhos fechados, um leve sorriso. – Eu vou ter que convencer o meu pai a me comprar um barco. – ela completou, fazendo a gente rir, já que o tio Johnson era o tipo de bruxo que não gosta de ter um exagero de objetos trouxas no seu nome, sabe como é que é.
Alguém, não sei quem (provavelmente a sereia de praia do momento de Harry) tinha colocado um monte de coisas deliciosas dentro de duas cestas, incluindo bolinhos de caranguejo e salada de batata feita em casa que conseguia ser melhor que a do Red Hot and Blue. Quando a gente está rodeado pela água azul, sente um tipo de felicidade completa. Enquanto comíamos, todo mundo ficou comentando sobre as coisas que ocorreram no ano letivo, as fofocas do momento, até mesmo os meninos, que sabem que esse é o nosso estilo de conversa.
E claro que nós fingíamos que estudávamos numa escola normal, né, pra loira do Harry (que se chamava Michelle, aliás) não desconfiar... Que nós estudamos num castelo enorme e usamos as varinhas para fazer tudo. E foi fácil na verdade, era só ficar falando apenas das pessoas.
Até o momento que Michelle perguntou porque o barco de Harry se chamava Brave Gryffindor.
Sirius, ao ouvir a pergunta, gargalhou.
- É isso ai, cara. – disse ele a Harry. – Conte a ela o que Brave Gryffindor significa.
Harry lançou um olhar atravessado de brincadeira para Sirius e disse, todo envergonhado:
- Na verdade, não significa nada. Foi o nome que surgiu na minha cabeça quando meu pai e eu começamos a falar sobre comprar um barco. E acabou ficando.
Fala sério, essa foi a mentira mais estúpida que eu já ouvi.
- Parece nome de herói. – comentou Remus, com a boca cheia de bolinho de caranguejo, fazendo a maioria das pessoas ali naquele barco abafarem risadas. Lene deu um chute de brincadeira no pé dele, sorrindo.
- O herói é o Super Homem. – explicou.
- Ainda assim, é um nome ridículo para um barco.
Dessa vez foi mais difícil guardas as risadas, já que quem escolheu o nome foi... Hm, todos nós, na realidade. A gente, obviamente, fez uma homenagem ao nosso exemplo de vida e dono da nossa casa, Godric Gryffindor.
Der.
- A gente já tá chegando? – perguntou Mimi, um pouco afastada, olhado o oceano azul que nos cercava. A Mimi tem um pouco de medo do mar, sabe como é.
- Já sim. – respondeu Harry, enquanto fazia um leve cafuné nos cabelos de Michelle e olhava, seco, para Marlene, que se dirigia para o timão, perfeitamente angelical em um tanquíni branco como a neve, que fazia um contraste com a sua pele dourada. – Já sim. – ele repetiu, mas virando-se para Mimi e lhe sorrindo simpático. – Marlene, cuidado para não achar um iceberg por ai e nos meter nele, certo? – ele disse, virando-se para Lene novamente, mas agora sorrindo simpático.
- Por que você não me deixa em paz por um mísero segundo, hein, surfista? – ela perguntou, mas sorrindo desafiadora. Harry riu, inclinou-se para dar um selinho em Michelle, e depois se pos de pé para ir ajudar Lene com o timão, dando-lhe instruções.
- Um mais idiota que o outro. – comentou Angel, fazendo Mimi, que acabara de se sentar do nosso lado, concordar, enquanto pegava da cesta um saquinho de batatas fritas com molho barbecue.
- Por quê? – eu perguntei, franzindo o cenho e pegando uma mãozada de batatas. E melhor que batatas, só o Doritos, hehe.
- É óbvio que o Harry só trouxe a Barbie Surfista pra cá pra poder fazer um ciúmes desgraçado na nossa Barbie Malibu, Lil. – explicou Mimi, no que Angel fez que sim com a cabeça e deitou no chão do barco, sendo acompanhada pela loira.
Mas eu fiquei sentada, olhando os dois. Marlene estava rindo divertida, controlando o timão, e Harry estava bem atrás dela, os braços por cima dos ombros dela, fazendo com que as mãos dele ficassem por cima das mãos dela, fazendo pressão sobre os dedos dela e o timão, guiando o barco e dizendo instruções para ela, que ria de uma coisa ou outra. Aliás, sussurrava uma coisa ou outra. E ele, tão bronzeado e musculoso, fazia um par ótimo com ela, baixinha e delicadinha. E eles pareciam, apesar das briguinhas deles, estarem se entendendo.
Pera.
Marlene e Harry?
Eu sou a única que nunca viu isso de verdade?!
Olhei para Michelle. Ela era MESMO uma loira burra, que não estava nem ai pro Harry. Na verdade, ria muito escandalosamente das piadas que James Potter estava fazendo para ela. Sendo que ele olhava para a minha pessoa quando ela ria.
Ah, desgraçado.
- É, sei lá. – eu disse, tirando os olhos de Potter, quando ele piscou para mim. – É só que eu nunca imaginei, de verdade, a Lene como... Minha cunhada.
Angel e Mimi me olharam como se eu fosse louca e idiota.
- Lerdeza é seu nome do meio, hã? – comentou Angel, fazendo Mimi sussurrar “você a conhece”.
COMO ASSIM “VOCE A CONHECE”?!
Não gostei, não gostei MESMO.
PORRRRRA, MEO!
- LENE! – olhei para Harry, que não sabia se começava a rir ou se ficava mais e mais vermelho e gritava com ela. – Você tá LOUCA?!
- Ah, não começa, menino! – ela gritou, tirando as mãos do timão e saindo da frente dele. Para, hm, se postar ao lado dele e apontar um dedo na cara dele, ficando mais vermelha que ele. Ah meu Deus do céu, tava bom demais pra ser verdade. – Se você não ficasse dando tapas no meu braço, eu não ficaria nervosa, pra começo de conversa!
- Você tá louca?! Eu não te dei tapa nenhum! – ele gritou, arqueando as sobrancelhas e perdendo o pouco de ar de riso que ele tinha. Lene apenas bufou uma frase e virou-se para a gente, para começar a andar e se jogar do nosso lado.
- Tapas? – perguntou Mimi, com a boca cheia de batatas. – Eu duvido muito que Harry Evans tenha dado um tapa no seu braço fino, Lene. Harry está entre os caras mais cavalheiros da escola, esqueceu?
- Certo, não foi um tapa. – ela disse, revirando os olhos e fazendo um bico fofo com a boca, pra depois avançar no saquinho de batatas. – Ele ficava sussurrando com aquela voz rouca no meu ouvido, e ele fez um carinho na minha cintura, e ele ia chegando cada vez mais perto de mim, e eu estou só de biquíni...
- Chega, pelo amor às coisas banais. – eu disse, mas na realidade, eu parecia ser a única das quatro que queria que ela parasse. As outras pareciam estar perto de um orgasmo, ou eu sei lá.
- Não para, continua. – falou Angel no que Mimi concordou e Lene sorriu marota.
- Poxa, ele é meu irmão! – eu falei, mas as três resolveram ignorar completamente esse último comentário muito importante. E Lene começou a narrar tudo como se fosse muito agradável para uma garota de quinze anos saber o que o seu irmão gêmeo faz para deixar as suas melhores amigas loucas.
Fala sério...
[...]
- Você vai acabar matando algum golfinho. – ele chegou e postou-se atrás dela, numa posição estrategicamente nem muito longe nem muito perto, mas o suficientemente perigosa para que a voz dele chegasse ao ouvido dela. Com aquela presença inesperada tão próxima dela, Lene não pode deixar de arquear um pouco as sobrancelhas. Mas não se virou para ele, pelo contrário, apenas apertou o timão com mais força.
- Tá falando sério? – ela perguntou, sorrindo. – Tem golfinhos aqui?
- É, eu imaginei que você fosse falar isso. – ela podia sentir o sorriso que ele exibia nos lábios carnudos vermelhos dele nesse momento. – Vamos, eu vou te ensinar a pilotar isso aqui.
- Eu pensei que você não deixasse ninguém encostar nesse timão, capitão. – ela sussurrou, sentindo-o chegar mais perto. Seu corpo estava completamente encostado no dela, ela podia sentir que suas costas estavam apoiadas no tórax dele. Ele passou um braço dele de cada lado dos ombros da menina até seus dedos encontrarem os dela. Entrelaçou-os e fez uma leve curva com o timão.
- Existem exceções para tudo. – ele sussurrou, após encostar seus lábios no lóbulo dela. Afastou então o rosto dela, e completou, o tom de voz firme novamente: - Você deve ter a mão firme e leve para pilotar um barco, Marlene, senão você faz uma curva ou muito aberta, o que levaria a um naufrágio como o Tinanic, ou muito fechada, o que faria a hélice do barco bater na cabeça.
Lene riu um pouco sobre isso, e firmou mais as mãos por entre os dedos os rapaz. Lene podia ver o reflexo deles nas águas que estava extremamente perto do “casal de amigos”. Harry exibia um leve sorriso de canto de lábios, e seus cabelos quase que completamente loiros, com cachos e volumosos, estavam sendo bagunçados pela forte brisa marítima que batia neles. Seus olhos verde-azulados estavam ocultos pelas lentes de seus óculos Ray-Ban, seu abdômen, oculto por uma camisa branca sem mangas, que valorizavam seus enormes bíceps.
- No que seria útil para a minha pessoa aprender a pilotar um barco? – ela perguntou, dando de ombros. Harry tirou uma das mãos de lá e depositou-a delicadamente em um dos lados da cintura da loira. – Eu sou uma bruxa. Minha mãe nunca, na minha vida, me compraria um barco.
- Pensei que na nossa Lua de Mel, nós poderíamos ir velejar até o Havaí, Lene. Eu não iria pilotar o tempo todo. – e ele completou aquela frase fatal com um carinho feito com as pontas dos dedos na cintura da menina, que sentiu a nuca arrepiar. Harry nunca havia sido tão carinhoso e sexy em relação à Marlene. Claro, ele as vezes lhe jogava aquele charme que Marlene tinha certeza absoluta, ela era a única menina a resistir sob ele fielmente. Mas nada como o que ele estava fazendo.
Aliás, não na frente de uma atual namorada.
Então Michelle apareceu a sua mente e ela sentiu vontade de matar Evans por ele ser tão babaca.
[/...]
- Ai eu fiz aquela cena lá e inventei a primeira coisa que passou na minha mente pra sair de perto dele. Que foram “tapas”. – ela completou, dando de ombros. – Vocês sabem como eu não funciono quando um cara completamente gracinha acaricia a minha cintura.
AI MEU DEUS.
- Você precisam realmente falar sobre o meu irmão no termo “gracinha” na minha frente? – eu perguntei, revirando os olhos e me jogando de costas no chão. Ah, eu sei uma coisa que fariam elas calarem a boca sobre Harry. – MICHELLE, VEM PRA CÁ!
Vendo Mimi sorrir divertida, Angel sorrindo marota e Lene estreitando os olhos, me virei para Michelle, que me olhava surpresa.
- Como? – ai meu Jesus, que loira burra.
- Fala sério, você não vai querer aturar esses idiotas o dia todo, não é mesmo? – os meninos abriram as bocas, inconformados, menos Potter, que sorriu divertido, é claro. – Vem, senta com a gente, vamos fofocas e manter esses burros de carga longe da gente. Antes que Harry tente te levar para uma “aula de como pilotar timão”, se é que você me entende.
O que eu sei que não é verdade. Que ela me entende, quer dizer. Porque as únicas pessoas que pareciam entender deixaram clara a compreensão deles. Angel e Mimi engasgaram com o suco que estavam bebendo, para começarem a rir; Lene arregalou os olhos e me deu um tapa no ombro, pra depois se jogar de costas no chão, sussurrando algo como “sua débil!”. E Harry? Ele, que estava bebendo sua cerveja, bem feliz, quase não se mexeu. Continuou olhando para o mar, e apenas sorriu um pouco, levando a lata à boca.
- Oh, claro. – falou Michelle, levantando-se e fazendo com que os meninos secassem aquele corpaço bronzeado dela, que estava coberto apenas por um biquíni verde limão. – Muito obrigada por me salvar, não agüentava mais ver os amigos de Harry dando em cima de mim.
- É tudo bem. – eu sussurrei, no que as meninas (menos Lene, que se contorcia de raiva no chão) concordassem com acenos de cabeça. – Mas diz ai, como você conheceu meu irmão? – eu completei, quando ela se sentou na minha frente.
- Na praia. – AH, JURA? – Eu estava lá tomando um sol com umas amigas, me preparando pra ir pegar onda, e ele chegou com toda... Bom, toda a presença que ele marca na praia, se é que você me entende.
E ela exibiu uma cara muito da marota, se você quer saber, o que me fez franzir meu cenho de um jeito que eu nunca fiz antes.
- Não, eu não sei o que você quis dizer. – eu comentei, no que ela revirou os olhos, mas ainda sorrindo. Angel e Mimi riram alto e chegaram perto de mim. – Você quer dizer a presença que ele tem como homem ou como surfista?
- É mais que óbvio, pequena Lily, que ela diz a presença que o seu irmãozinho tem como homem, e poxa vida, que homem! – falou Angel, fazendo com que as meninas concordassem. Até a Lene parou de gemer.
- Ah, pronto, vocês vão começar a gemer por ele de novo?! – eu perguntei, pegando outro saquinho de batatas. Mas ao em vez de barbecue, ketchup. Uma coisa que eu goste, obrigado.
- Não tem como não gemer pelo seu irmão, Lil. – comentou Mimi, fazendo com que as duas soltassem barulhos que pareciam satisfação, ou admiração, sei lá! – O que exatamente são aqueles bíceps, Deus!
As meninas soltaram risadas maliciosas, e Lene se levantou e sentou-se de frente para a gente, sorrindo angelicalmente.
- E aqueles cabelos, eles sempre foram tão loiros assim? – perguntou Lene, fingindo estar curiosa, mas indiferente. Porque todas nós sabemos o quanto a Lene AMA o tom de cabelos do Harry. Não tem como explicar, é um ruivo bem claro, mais pro loiro...
- Não, ele era ruivo feito eu antigamente. Mas ai ele começou a passar trinta horas por dia surfando e fazendo o que ele faz na praia, e o cabelo dele clareou pra caramba. E eu não faço a menos idéia do porque – eu comentei, acho que pela milésima vez na minha vida.
- Ah, é normal, o meu também clareou pra caramba. – falou Michelle, dando de ombros.
- O meu cabelo não clareia nem se eu fizer um transplante de cabeça. – falou Angel, fazendo a gente rir.
- E o meu não escurece, então a gente tá quite. – completou Mimi, no que a gente riu mais ainda.
- O meu... Bom, eu não tenho nem o que falar do meu cabelo, já me trouxe tanto problema. – eu comentei, no que as meninas concordaram e Michelle arqueou uma sobrancelha.
- Não sei o porque. Achei seu cabelo uma graça total, Lil. – ela comentou. – Isso sem falar que o seu tom de ruivo é lindo, são poucas as ruivas naturais que tem esse ruivo tão forte.
Olhei para ela realmente emocionada. Ela é provavelmente a única pessoa que me conheceu e achou de cara que meu ruivo era natural!
Ah, mentira. A “babá” do Potter também achou. Eu só gostei dela naquele dia.
Lembrar-me de espalhar pela escola toda que JAMES POTTER TEM UMA BABÁ [vide capítulo 13].
- Valeu, Elle! – eu disse, sorrindo com toda a simpatia que eu consegui reunir nos meus lábios. Ela sorriu de volta.
- É sério. Quando eu vi as suas fotos no quarto do Harry, eu achei o seu cabelo lindo. Mas eles estavam enormes, quase na cintura. – ela comentou.
- É, houve um pequeno incidente com meus cabelos esse anos... – eu comentei, franzindo a testa e fazendo as meninas sorrirem [vide capítulo 11]. – Mas você realmente não quer saber sobre isso.
- É, ela realmente não quer falar sobre isso. – falou Angel, abrindo um potão de sorvete. – Ela quer é nos falar qual é o desempenho sexual do senhor Harry Evans ali, e manda a ver, amiga.
AH MEU DEUS, EU NÃO MEREÇO.
Depois de um pote de sorvete de chocolate, mas dois saquinhos de batatas (só barbecue, arght), muitas risadas (delas), muitos gritos de nojo (meus) e muitos gemidos de admiração, além de claro todas as “maravilhosas” coisas que meu irmão sabe fazer com qualquer objeto que aparecer na frente dele quando ele estava com a boca ocupada demais para falar, nós chegamos à casa do Potter.
Eu acho que eu vou manter esse trauma até o ultimo dia da minha vida.
Vocês não têm a menor noção do que é ouvir suas melhores amigas ficarem gemendo pelo seu irmão. Aliás, você não tem a menor idéia do que é uma menina maravilhosa praticamente morrer pelas coisas que meu irmão faz com ela. É claro que se fosse outro cara, eu também ficaria toda animadinha, por que... Porra, as coisas são realmente muito boas.
MAS É O MEU IRMÃO. O CARA QUE NASCEU NO MESMO DIA QUE EU, PÔ.
É no mínimo nojento.
Mas a Angel (que parecia a mais animadinha) vai ver só. Quando eu começar a sair com o Kevin, o irmãozinho novinho dela, eu vou falar TUDO o que ele fizer comigo pra ela, e sobre tudo, o que EU vou fazer com ele. Ela quase fez um escândalo quando Michelle disse as posições que Harry já havia feito com ela.
Achei que ia vomitar, juro.
E alias, poxa, a gente acabou de conhecer a menina e ela já vai contando par gente o desempenho sexual do meu irmão assim, como se nós fossemos as melhores amigas dela? Ah, perdi o pouco de confiança que tinha nela.
Mas as meninas? Ah, elas pareciam amar essa liberdade que Michelle colocou nas intimidades do casal.
Até a Lene ria o tempo todo. E AGORA EU NÃO CONSIGO PARAR DE IMAGINAR ELA, ELLE E HARRY FAZENDO... AQUILO!
Nojo, nojo, nojo.
NOJO!
- Vamos, Lily Evans. – falou Harry, que estava no embarcadouro, num nível mais alto que eu, que ainda estava no bote. Olhei bem dentro do rosto dele, e fiquei lá, imaginando as coisas mais nojentas que se passava na minha cabeça...
- ARGHT! – sim, isso foi tudo o que eu disse. E eu subi para o embarcadouro sozinha, correndo até Sirius, mas ainda ouvindo as meninas gargalharem freneticamente dentro do bote e Harry perguntar “o que eu fiz?!”.
Ah, ele não tem a MENOR noção de que eu sei o que ele fez.
E agora eu estou abraçada a Sirius e fico me imaginando fazendo aquilo com ele.
Uh. Deixou de ser tão nojento agora, né, senhorita Evans?
- O que foi, minha gatinha sexy? – ele perguntou, passando um braço por cima dos meus ombros. Olhei dentro dos olhos dele, que estava franzidos e estreitos graças ao forte sol que fazia ali, e aproveitando que Potter prestava a maior atenção na nossa conversa, fiz aquela pergunta que eu sabia que mudaria a minha imagem para algumas pessoas:
- Sirius, você já imaginou a gente fazendo sexo?
Já viu, né. O Remus me olhou com uma sobrancelha arqueada, mas com aquele sorriso que todo homem dá quando essa palavra que começa com “s” sai da boca de uma menina. Sirius olhou pra mim tão intensamente, sorrindo TÃO surpreso, que foi difícil manter a minha expressão séria.
Agora, a cara que o POTTER fez?
Aquela me fez ganhar o dia, com todas as letras.
Ele quase quebrou o pescoço, tamanha a velocidade que ele virou-se para mim. Ficou parado, me olhando, como se eu fosse o ser mais estranho do mundo (o que eu não duvido que seja verdade). A boca dele estava quase se encostando ao chão, e os olhos estatelados, as sobrancelhas erguidas.
Era uma cara que me dizia com todas as palavras “você nunca fez sexo comigo e agora fala de sexo na maior cara dura, com o meu melhor amigo, na MINHA FRENTE?!”.
É, querido, é isso ai. Mexeu comigo? Vai ter que agüentar as conseqüências.
- B... Bom. – Sirius ia responder “sim”, eu tenho CERTEZA ABSOLUTA. Mas ele olhou para James, que fazia uma cara de bravo para ele, e mudou a expressão “animada” para “ah, claro, a realidade”. – Claro que não, Lil, você é minha amiga.
- Hm, que pena. Você é o único menino que eu tinha em mente para perder a virgindade.
OKAY. AGORA SIM, EU TIVE, TIVE QUE RIR. E VOCÊ TAMBÉM RIRIA, OKAY, PORQUE JAMES TRISTAN POTTER VIROU-SE PARA A MINHA PESSOA E COMEÇOU A FALAR, COM A CARA MAIS ENGRAÇADA QUE EU JÁ VI:
-Se isso é uma tentativa de ciúmes, Evans, pode esquecer... Por que... Por que... ARGHT. – e saiu andando de perto de mim.
EU TIVE QUE RIR, MESMO, MESMO, MESMO, MESMO.
E virei-me para Sirius, ainda rindo, e disse, ao ver a cara marota se apoderando dele novamente.
- Nem pense nisso, amigão.
Ele fez um “ah” bem triste e Remus caiu na gargalhada, junto de mim.
- ANDA LOGO, SEU MANÉ! – gritou Angel pela, sei lá, quinta vez? É que a cena tava meio engraçada...
A gente tinha alugado um carro, pra poder ir pra casa do Potter. Era um Jeep também, mais feio que o do Harry, e mais mal cuidado também. Mas obviamente não ia caber NOVE adolescentes num carro desses, pelo menos normalmente. Então, hm.
O Harry ta sentado no banco do motorista, no passageiro ta o Potter. No banco de trás, no banco da janela da esquerda, tava o Remus, e no banco da janela da direita estava o Sirius. E no meio dos dois, a Michelle.
Agora, sentada na janela mesmo (no vidro, na porta) do banco do motorista, com as pernas por cima do Harry, estava a Marlene. Na janela do Potter, estava a Minerva, na janela do Remus estava a Angelina e eu estava bem feliz na janela do Sirius, que fazia massagem nos meus pés.
Sirius ficava com a cabeça meio abaixada, tentando olhar nos meus olhos e rir enquanto eu falava as coisas mais sinistras para ele.
- ... e CARA, eu não sei O QUE A LENE FEZ, mas o Harry parou na hora. – eu completei, dando um tapa no teto do carro. Pelo lado de fora. Dã. Sirius deu mais uma risada.
- Eu já disse o que eu acho. Que Harry é caidinho de amores por Marlene. – eu fiz um “psiu!” para ele e apontei para Michelle com o queixo. Ele abaixou a voz e chegou um pouco perto, ficando com a cara quase que enterrada na minha barriga. Quer dizer, se ele tentar olhar um pouquinho mais pra cima, ele vai ficar com a cara enterrada nos meus peitos.
Há-há-há.
- Ela é mais burra que todas as loiras que eu já conheci. – eu dei uma risada escandalosa, que fez todo mundo parar o que estava fazendo e me olhar.
– Ah, desculpa.
- É, é. Vamos? – perguntou Harry, sorrindo.
- VAMOS. – eu gritei, rindo, no que todos sorriram e concordaram gritando. – SOLTA O SOM, DJ!
Ah Deus, esqueci que o DJ é o cachorro do Potter.
Que sorriu e colocou o outro CD que viu na frente.
E ADIVINHEM QUE MÚSICA COMEÇOU A TOCAR?!
- I never meat the things I said to make you cry, can I say I’m sorry? It’s hard to forget! And yes, I regret of all these mistakes!
Ah, que puta sorte eu não estar olhando para o Potter nesse momento. Porque fala sério, essa música não ajuda em bosta nenhuma a situação que a gente ta, mesmo que ela seja a minha favorita.
- I don’t know why you’re leaving me but I know you must have your reasons! There’s tears on your eyes, I watch as you cry, but it’s getting late!
- VOCÊS, MENINAS! – gritou Sirius, que batucava com as mãos grandes na minha coxa, e começou a doer.
- WAS I INVADING IN ON YOUR SECRETS?! – cantamos o mais alto que pudemos, rindo. Menos a Elle, que parecia NÃO CONHECER TOO CLOSE FOR COMFORT. Coitadinha. – WAS I TOO CLOSE FOR COMFORT, YOU’RE PUSHING ME OUT, WHILE I’M WANTING IN?! WHAT WAS I JUUUUST ABOOOUT TO DISCOVER! WHEN I GOT TO CLOSE FOR COMFORT, DRIVING YOU HOOOOOOOME…
- GUESS I’LL NEVER KNOW! – gritou Lene sozinha, essa que já estava com uma latinha de cerveja na mão. Ah, pois é, ela consegue beber mais que todos os Marotos juntos. Ela só não bebe mais que o Harry, que ganha até do papai na bebedeira.
- SUA LOUCA! Já ta bebendo, Lene?! – gritou Mimi, gargalhando. Lene deu um longo gole na cerveja e riu, com um bigode de espuma sob o lábio superior.
- Não se preocupa, não vou exagerar. – ela disse, mas no outro momento aceitou a garrafa que Harry (que já estava na terceira garrafa de vodka) oferecia, sorrindo, para ela.
- All these time you’ve been telling me lies! – cantou Angel, batendo fortemente no teto do carro, fazendo os meninos gritarem, desaprovando. Mas ela nem ligou, claro. – Hidden in begs that are under your eyes!
- VELHO, CALEM A BOCA! – gritou Remus, mesmo rindo, enquanto Angel continuava a música, porem gritando.
- BUT IF YOU TURN IT BACK ON ME NOW... – cantou Mimi, pondo uma mãe dramaticamente sobre o peito.
- WHEN I NEED YOU MOST, BUT YOU CHOOSE TO LET ME... – começou Lene, para depois dar um longo gole de cerveja.
- DOWN, DOWN, DOOOOOOOOOOWN! – cantamos juntas, batendo no teto do carro no mesmo ritmo, e ignorando as vaias que os meninos (em especial Harry, que gritava algo como “VAI AMASSAR O CARRO, SUAS POTRANCAS!”).
- WON’T YOU THINK ABOUT WHAT YOU’RE ABOUT TO DO TO ME? AND BACK DOOOOOOOOOOOOOOOOOWN! – gritou Sirius, sorrindo e abraçando Michelle, que não sabia se aproveitava o fato de um cara super lindo e musculoso e de olhos tão azuis estar se jogando nela, ou se ela olhava para Harry. Mas ela resolveu ignorar a segunda opção, já que Harry estava ocupado demais dirigindo, bebendo e conversando com Marlene, ao mesmo tempo.
Tudo Ao Mesmo Tempo Agora.
Leiam esse livro, ele é bom demais da conta, velho.
- Jay, muda de música, Too Close For Comfort é deprimente! – falou Mimi olhando para a janela. James falou alguma coisa que quase fez Minerva cair do carro de tanto que ela riu, e no outro momento começou a tocar uma música que fez nós quatro berrarmos.
- PLEASE, PLEASE, LINDSAY, PLEEEEEASE!
E tentando ignorar Lene, que fazia uma interpretação dramática da música e arrancava risadas de todos do carro, eu senti meu celular vibrando no meu bolso.
Aliás, só agora eu lembrei que tem um celular no meu bolso. E claro, um iPod. Fiz uma posição obscena para conseguir pegar o celular, que fez Sirius gritar “UHUL!”, já que ele também se enfartava de bebida. Dei uma risada e vi no visor do meu celular a foto parada e nada mágica da Manoela, vulgo B.
Eu já disse uma vez que NÃO É “Bê”, é “Bi”.
DESPAUSA!
- EAAAAASY, GIRL! I THINK WE’RE ALONE NOOW! LET’S GET THE MOTION IN THE OCEAN… SO TURN OFF YOUR PHONE NOW! - ela gritou a ultima parte apontando pra mim, rindo.
- CALA A BOCA, LENE! – gritou Angel, mas ela gargalhava horrores não apenas das interpretações da McKinnon, como das cócegas que o Remus fazia na barriga dela.
Esses meninos devem estar tentando fazer a gente cair do carro só pra esfregarem na nossa cara que ele tinha razão e a gente não, certeza. É que quando a gente falou que a gente ia sentada na janela, eles fizeram O escândalo, falando que a gente ia morrer, e a gente só mandou eles calarem a boca.
Só agora que eu lembrei que o meu celular ainda estava tocando (a música é demais de legal, é um cover de “Wannabe” das Spice Girls feito pela Zebrahead).
- ALÔU! – eu gritei, tirando o meu cabelo do meu rosto e colocando o celular na minha orelha. Sirius viu que eu estava no meu celular e enfiou a cabeça pra fora da janela, quase me fazendo cair. E não ia ser legal, já que o Harry ama andar à trezentos quilômetros por hora, então eu ia me arrastar até a morte.
- ALÔÔÔU! TO LIGANDO PRA SABER COMO VOCÊ ESTÁ! NA VERDADE EU LIGUEEEEI SÓ PRA LHE... – começou Remus, mas Michelle deu um tapinha leve na cara dele e disse “homem, te controla”. OLHA, ela ta entrando no clima do grupo!
- SUA LOUCA, SAIA DE CIMA DESSE CARRO AGORA MESMO! – falou B., e foi tão alto que acho que até o Sirius conseguiu ouvir, mesmo com a cantoria e bebedeira que ocorria dentro daquele Jeep.
Opa.
- Menina, como que você sabe que eu to em cima de um carro? – eu perguntei com o cenho franzido.
- Porque eu estou no Fusca atrás do seu Jeep, seu aborto! – ela disse, e eu quase senti meu pescoço dar uma volta de 360° quando eu me virei pra trás e vi um Fusca amarelo atrás do nosso carro, e foi uma cena TÃO engraçada, porque a B. estava lá no banco do passageiro, e tinha um cara dirigindo e mais três pessoas no banco de trás...
- OI B.! – eu gritei, fazendo oi com uma mão, mas ai eu quase cai de novo e o Sirius teve que me segurar pela cintura. – Velho, desde quando você sabe o que é um Fusca?
- Menina, pelo amor as cuecas de Merlim, só saia de cima desse carro! – ela gritou, e eu tive que rir, porque a voz dela tava engraçada.
- Não dá, tem muita gente dentro e não cabe. Eu vou desligar antes que você comece a me irritar mais, TCHAU B.! – e desliguei o celular, pra depois fazer a mesma posição obscena e colocar ele no meu bolso.
- C-C-C-COME HOME WITH ME NOOOOOW! M-M-M-MUST BE A DREAMEEEER! I WANA GET WITH YOOOOU! YEAH, YOU KNOW I DO! – cantou Angel, que dava um oi exagerado com uma mão pra B., que só mostrou uma banana pra ela. – Porque que a B. ta estressada? E por que que ela ta aqui?
- Ah, eu resolvi fazer uma festa hoje de noite, sabe. Pra quem é amigo da Angel ter uma oportunidade pra se despedir e pá. – falou James, e na hora ele recebeu um pedala meio fortinho do Remus.
- Era pra ser uma surpresa, seu débil! – ele gritou, parecendo bravo e divertido.
- Ah é. – ele disse, para depois levar uma chuva de pedalas seu amigos Marotos. – Hey, hey, foi sem querer, okay? Todo mundo erra, até o senhor Potter Perfeito aqui... – ele completou, arqueando as sobrancelhas e os meninos apenas aumentaram a força nos tapas.
Que patético.
- Chegamos! – disse Harry, que diminuía a velocidade e fazia uma curva para estacionar o carro.
- Ah não Harry, pode por na garagem, pera. – falou James, ainda se desvencilhando dos amigos. Ele esperou Harry dirigir até a frente do enorme portão branco que estava na nossa frente, desceu e fez alguma coisa com a varinha. – Meninas, desçam, é melhor. – ele completou, e na hora nós começamos a descer com a ajuda dos meninos.
Ah, minha pernas. Por um momento achei que, você sabe, eu estava psicologicamente aleijada.
Potter fez algo estranho com a varinha, meio que enfiou ela como se fosse uma chave num buraco que havia no meio do portão. Daquele buraco, o portão começou a se rachar de cima a baixo, e logo ele abria em duas portas e dava passagem pra ao carro de Harry (de onde vinha uma alta cantoria masculina de “I’M NOT SURE WHAT’S HAPPENING TO ME!”).
- MANOELA, VAI ENTRAR?! – ele gritou para o Fusca que estava parado perto da casa. B. colocou a cabeça pra fora da janela e gritou:
- Não, a gente vai ficar na casa de um tio do Gatuso!- ela gritou, e só agora eu percebi que quem estava dirigindo era o Gatuso, e que as pessoas no banco de trás eram o Eduardo Ballack, Alice Dietrich e Francielle Gatuso, todos com trajes de praia. – Isso depois de dar uma passada na praia, tchau! – ela completou, e Gatuso acelerou o carro e eles sumiram de vista.
- A praia é aqui perto, Jay? – perguntou Lene, que andava que cabeça baixa, os olhos franzidos graças ao forte sol que batia na gente, arrumando os cabelos que se jogavam na sua cara.
- É sim, aqui atrás. – ele respondeu, apontando para um dos quatro lados do muro que cercava a casa. Aliás, velho do céu, que casa maravilhosa. É enorme, em cores claras. As paredes, tanto dos muros quanto da casa, eram brancas, e o telhado era marrom escuro. Tem dois andares, com várias janelas geométricas umas as outras, em cores beges. A porta era grande e marrom, com um grande “P” em floreio no centro da maçaneta. A garagem ficava logo ao lado da casa, após um caminho longo que vinha dos portões, e tinha um amplo espaço com gramado, uma piscina grande e uma churrasqueira ali perto do quiosque, que tinha várias redes. Era aconchegante, bem família.
- É linda, James. – falou Mimi, para Lene concordar e eu virar a cara, mesmo que eu quisesse muito concordar também. Angel nem comentou nada porque ela já veio aqui várias vezes, e isso provavelmente dava para ela uma liberdade maior, já que ela corria até a porta da casa e enfiava a varinha dela na “fechadura”, como James havia feito com a dele no portão.
- HAHA, eu te DISSE que sua mãe me pos na lista de permissões de segurança! – ela disse, rindo de James, que imitou ela falando com uma voz fina e começou a entrar na casa.
- Olha, mamãe deixou uma carta. – ele falou lá de dentro, e logo após todos nós termos pegado nossos pertences do carro de Harry, entramos no hall da casa. Havia um enorme espelho na parede que estava logo na frente de quem entrava, que cobre a parede inteira. Na parede ao lado, uma mesa baixa de vidro com alguns porta-retratos com fotos que não se movimentavam. Evitei olhar para as fotos, e fiquei encarando os lírios brancos que estava na outra mesa do hall, e ao lado dos lírios, uma carta que James pegou e começou a abrir sem cerimônia. Ele a leu em voz alta, sorrindo divertido.
“Queridíssimos Marotos e Pimentas;
Estou tão feliz que queiram fazer isso pela Angelina! É apenas outra prova do quanto vocês se amam e são ligados uns aos outros. E Angel, saiba que você merece tudo o que seus amigos estão fazendo por você, portanto sinta-se abraçada por mim.
Eu e Tristan sentimos muito por não passar esse fim de semana com vocês, mesmo que seja isso que vocês queiram. É que as coisas aqui no Ministério estão começando a pegar fogo, então resolvemos passar as férias em Londres mesmo. Mas qualquer, qualquer coisa que for preciso, instalamos um telefone nas casas, portanto é só ligar; o número está anotado na geladeira, num papel.
Vocês têm quatro quartos para dividirem no segundo andar; todos os quartos da casa, menos o nosso, que é simplesmente intocável. O quarto de James e os outros três quartos de hóspedes. Há dois banheiros disponíveis no segundo andar (um no quarto do James e outro no corredor). O meu e de Tristan é, obviamente, proibido. Há também um banheiro na sala, a geladeira está com comida o suficiente para um fim de semana, mas tem dinheiro guardado no seu quarto, querido, se faltar alimento (o que eu não duvido, com você e Sirius ai), é só se virar, coisa que vocês sabem bem fazer.
É isso. Divirtam-se, mas não ultrapassem os limites. Muito. E não deixem nenhum estranho entrar em nossa casa, vocês sabem bem a razão.
James, seu pai manda um grito sincero de “MANDE ELE NÃO QUEIMAR A CASA!”. Nós te amamos, querido.
E Angel, mais uma vez, sinta-se abraçada pelos seus padrinhos que tanto te amam. Sentiremos saudades, sua insensível!
Beijos e carinho;
Tia Sara e tio Tristan.
PS: James, James, estamos apenas esperando o resultado dos seus “exames” chegarem.”
- Bom, beleza. – ele continuou, sorrindo e se dirigindo a nós. – Quem dorme com quem?
- Bom, nós temos quatro quartos. – eu falei, olhando para Angel. Eu é que não vou ficar decidindo “quem dorme com quem” com James Potter, não mesmo. – Acho que é melhor Potter, Sirius e Remus dormirem no quarto do Potter, Harry e Michelle dormirem em outro. E sei lá, nós nos dividimos em duas duplas e cada dupla fica com um quarto. – eu falei essa última parte me referindo as Pimentas.
- Por mim, tudo bem. – falou Sirius, e todos concordaram.
- Vamos tirar “dois ou um” para fazer as duplas, vai. – falou Mimi, e nós quatro fizemos uma rodinha e falamos ao mesmo tempo “dois ou um!”, e mostramos que números escolhemos.
Eu e Angel tiramos o número dois, e as outras duas tiraram o número um. Nos olhamos cúmplices.
- Ah, James, pode avisar pro tio Tristan que a casa vai pegar fogo sim. – falou Harry, para todos começarmos a nos dirigir, rindo, para a sala.
Era uma sala grande e espaçosa. Um enorme lustre de cristal com velas nas pontas se encontrava no meio dela. Havia uma TV grande encostada na parede, no centro da sala. Na frente da TV havia um grande sofá, de seis lugares, bege, com almofadas em tons marrom, branco e dourado. De cada lado do sofá havia uma poltrona marrom, com uma aparência confortável, e no centro de tudo isso, entre a TV e os sofás, um enorme tapete branco, com mais almofadas iguais a do sofá espalhadas. Havia um barzinho num canto da sala, com um balcão que dividia o interior do bar com as cadeiras que estava na frente do balcão. Várias taças e outros tipos de copos estavam guardados dentro de um armário que se encontrava ao lado do bar. Havia na sala também, um criado mudo com um telefone sem fio, um armário com discos e CDs que deviam pertencer ao casal Potter, e em várias mesinhas longas e baixas, que se espalhavam encostadas nas paredes, porta retratos com mais fotos que não se movimentavam. Obviamente, avisaram para os tios Potter que uma trouxa viria junta, portanto eles fizeram um feitiço que fez as fotos pararem de se movimentarem. E a gente vem tentando fazer de tudo pra Michelle não perceber o que nós realmente somos. Era engraçado ver o James e a Angel escondendo as varinhas para poder abrir as portas.
Havia também uma portinha num canto da sala, que eu reconheci ser o banheiro. Outro portal largo levava para a sala de janta, e outro para a cozinha, e uma escada surgia próximo deles, que dava para o andar superior.
- Vamos subir. – disse James, e todos obedecemos. A escada era larga, portanto subimos nós quatro ombro a ombro, conversando e comentando como essa casa era linda e clássica, até que a escada levou a um enorme corredor. Nesse corredor, havia sete portas, seis em cada parede e uma no final do corredor. Três dessas portas eram exatamente iguais; brancas e largas, com maçanetas em dourado brilhante. Outra porta era azul, com uma placa de madeira trabalhada, e nessa estava escrito “James Potter”, e um pomo de ouro ao lado. Outra porta era marrom, e havia um tipo de pequeno quadro pendurado no centro da porta, com um desenho de um banheiro, e era a coisa mais fofa do mundo. Outra porta ainda, era branca e mais ampla, e havia uma placa de metal, onde estava escrito “Biblioteca”. E a porta no final do corredor era de madeira, com detalhes em vidro, e estava escrito em floreios um “S” e um “T” no vidro.
- Eu, Sirius e Remus ficamos nessa da porta azul. – falou James, apontando para a segunda porta do lado esquerdo do corredor. – Harry e Michelle, você ficam naquela – ele apontou para a ultima do lado esquerdo. – do lado do meu quarto. Mimi e Lene, você ficam nessa aqui. – ele apontou para a primeira porta à direita. – E Angel e Lily, na última. – ele completou, apontando para a porta do meio do lado direito, a porta que estava ao lado da biblioteca.
E claro, a porta que estava à frente do quarto de James.
Cada um se encaminhou para seu respectivo quarto, os Marotos fazendo uma baderna e dando risada. Eu e Angel entramos no nosso quarto e fechamos a porta.
Ele tinha paredes rosa claro. Havia duas camas de casal, uma do lado da outra (porem bem afastadas). O jogo de cama estava cheiroso e parecia recém posto; era lilás e rosa, com vários travesseiros em cada cama. Um carpete fofo e branco cobria todo o chão. Havia um armário branco que ia ate o teto do quarto, uma mesinha baixa onde podíamos colocar coisas pequenas, um espelho na parede no meio das camas, largo o suficiente para ver nós duas uma ao lado da outra refletidas.
- Você sempre fica aqui nesse quarto quando vem pra cá? – eu perguntei pra Angel, enquanto ela jogava sua mochila no chão e se jogava numa cama. Ela fez uma careta com a boca.
- Não, eu sempre fico no quarto do James. Aqui ficam as priminhas chatas dele, a Thaís e a Márcia.
- Hm. – eu fiz, e joguei minha mochila ao lado da dela. Me joguei na minha cama e fiquei a observar o teto. – Angel?
- Hm?
- Você vai estar muito francesa quando você voltar? – eu perguntei, sem me atrever a olhar para ela. – Tipo assim, toda fina e educada e bonitona, e metida e tal?
- Bom, esse é o objetivo dessa viagem, mas eu duvido que isso vai acontecer. – ela respondeu, se deitando de lado para mim e se apoiando no cotovelo.
- Por quê? – eu perguntei. Ela deu de ombros.
- Sei lá. Eu só duvido.
- Meninas, lanche na cozinha, vambora. – falou Mimi, abrindo nossa porta e saindo logo em seguida.
- Graças a Buda, eu estou morrendo de fome. – falou Angel se levantando. Ela jogou os chinelos pra longe, os óculos de sol também, e fez um coque com o cabelo com o próprio cabelo. – Vamos, Evans, animo!
- Arght. – eu disse, me levantando. Joguei meu chinelo e meus óculos longe e soltei meu cabelo, já que eu o prendi em alguma momento que não me recordo.
Fala sério, “graças a Buda”, Angel? Credo, nosso nível de pérolas esta cada dia mais decadente.
Hm, será que Buda usa sutiãs? Porque bem, eu vi umas fotos dele espalhadas pelo mundo e... Bom, fala sério, os peitos dele não são menores que o meu.
&&&
- Let me hear you say “hey, hey, hey”! – cantou Angel, enquanto fuçava o armário da cozinha.
- HEY, HEY, HEY! – gritamos todos, cada um fuçando uma parta de um armário.
- Alright! Now let me hear you say “hey, hey, ho”!
- HEY, HEY, HOOOOOOO!
- I hate it when a guy doesn’t get the door, even thought I told him yesterday and the day before! – cantou Mimi, balançando a cabeça e olhando profundamente para uma lata de doce de leite.
- I hate it when a guy doesn’t get the tab, and I have to pull my money out and that looks bad, yeah! – continuou Lene soltando o cabelo e com a cara metida na geladeira.
- Where are the hopes, where are the dreams, my Cinderella story scene! When do you think they’ll finally see! – eu cantei, sentada num banquinho atrás do balcão. Lene aumentou o volume no som e apontou para Sirius, que fez uma careta, mas logo após sorriu. Pegou uma colher e apontou para a sua própria boca, como se fosse um microfone.
- That you’re NOT, NOT, NOT gonna get any better, and you WON’T, WON’T, WON’T, you won’t get rid of me never! Like it or not, even thought she’s a lot like me! We’re not the same!
- And YEAH, YEAH, YEAH, I’m a lot to handle! You don’t know trouble, but I’m a hell of scandal! – cantou Angel, após pegar uma faca e fazer dupla com Sirius, que sorria para a parceira. – Me in a scene, I’m a drama queen! I’m the best damn thing that you’re eyes have ever seen!
- Alright, alright! Yeah! – eu cantei, distraída, enquanto jogava um pote de chocolate em pó para Remus, que apenas balançava a cabeça no ritmo da música.
- I hate it when a guy doesn’t understand why a certain time of month I don’t want to hold his hand! – cantou Lene, abrindo puma gaveta e tirando de lá uma colher grande.
- I hate it when they go out, when we stay in, and they come home smelling like their ex-girlfriend! – eu cantei, abrindo o pote de chocolate em pó e apoiando ele no balcão.
- But I found my hopes, I found my dreams, my Cinderella story scene. Now everybody’s gonna see! – gritou Harry, fazendo umas poses de gay que me fez rir.
- That you’re NOT, NOT, NOT gonna get any better, and you WON’T, WON’T, WON’T, you won’t get rid of me never! Like it or not, even thought she’s a lot like me! We’re not the same! And YEAH, YEAH, YEAH, I’m a lot to handle! You don’t know trouble, but I’m a hell of scandal! Me in a scene, I’m a drama queen! I’m the best damn thing that you’re eyes have ever seen!
- GIVE ME AN A! – gritou Mimi, jogando os braços pra cima.
- Always give me what I want!
- GIVE ME A V!
- Be very, very good to me!
- R!
- Are you gonna treat me right? – nessa parte eu enrolei puma ponta do meu cabelo num dedo, fazendo puma pose de menina pidona. E, hm, o Potter me olhou de cima a baixo agora.
- I!
- I can put up a fight!
- Give me an L! – cantou Mimi, pulando levemente.
- Let me hear you scream loud!
- Let me hear you scream loud! One, two, three FOUR! – cantou James, mas nesse momento Remus apertou o botão de pausa.
- Eu estou com muita, MUITA fome, caras. – ele disse, enquanto nós gritávamos “AH SEU MAL AMADO, APERTA PLAY!”.
- Ta, vai. Me passa o chocolate. – falou Mimi, e Remus obedeceu na hora. Ela jogou o pó dentro de uma vasilha. – Agora me manda um leite aí. – ela completou, e eu fui correndo até a geladeira e dei o leite pra ela.
- Mimi, que você vai fazer? – perguntou Lene, se sentando no balcão, ao lado da Mimi.
- Bolo de chocolate. – ela respondeu, e a cozinha se encheu de “HUUUUUUUM!”. – Mas tem um detalhe.
- Você não sabe fazer? – perguntou Angel. Mimi fez que sim com a cabeça, e a cozinha se encheu de “AAAAAAAAAAAAAAAH!”. – Eu sei fazer, manda aqui.
- Ah, é, nós esquecemos que você agora é uma francesa e sabe cozinhar. – falou Lene arqueando as sobrancelhas e se apoiando no balcão branco.
- Calem a boca, seus mal amados. – ela disse, procurando umas coisas na geladeira.
- Tudo bem, nós fazemos a comida, montamos a cesta e vamos pra praia, certo? – falou James, e todos concordamos. – E depois?
- A gente vai pra alguma festa. – falou Sirius, e Angel gritou “UHUL!”. – Tem muita festa por aqui, James?
- Não. – ele respondeu, dando de ombros. Todos nós reviramos os olhos, e sentamos no chão, derrotados. – O que costuma ter muito em praias são raves, galera, mas não ta na época de raves não.
- Então o que a gente faz? – perguntou Mimi, coçando a cabeça.
- Hey, galera. – eu disse, ficando de pé. Ai, ai, lá vai eu, a Super Lily, salvar o dia. – E daí que não tem festas ou raves ou qualquer outra coisa louca dessa? Dane-se, o que tem de melhor nesse mundo do que ficar perto das pessoas que nós mais amamos? Só de a gente ter a companhia um do outro ta bom demais, já! A gente vai encher a cesta de picnic com besteiras, sentar na areia da praia, fazer uma fogueira e pronto, ta ai uma noite boa!
Eles olhavam para mim como se eu fosse... Bem, uma Super Heroína mesmo.
Coitados.
- Você me emocionou, Lil. – disse Angel, fingindo limpar uma lágrima. Bestona.
- É, mas além de besteiras, a gente vai por vodka na cesta de picnic. – disse Sirius, dando de ombros. Ah merda, eu tento criar um momento bonito e amável, e ai brota o Sirius na cena falando sobre álcool, SEMPRE ASSIM.
&&&
AH CARA, EU AMO QUANDO O SIRIUS TRAS ÁLCOOL PRAS NOSSAS REUNIÕES!
Ta todo mundo, todo mundo mesmo, SUUUUUUUUUUUPER bêbado. Nossa, a Marlene CARA! Ela não para de dançar e pular e beber! O Harry então nem se fala, bebe mais que todos nós, e vocês bem sabem isso, mas eu já disse, ele bebe demais mas NÃO FICA BÊBADO. Olha que injusto! O Sirius e o Potter estão fazendo um tipo de dança indígena envolta da fogueira ENORME que a gente fez (a gente saiu correndo a praia toda atrás de madeira pra por nela, e o idiota do Remus, que ta trêbado, ficava colocando areia em cima do fogo), e a Angel a Mimi e a Elle estão no mar. De NOITE.
E eu estou deitada na areia, vendo as estrelas.
Cara, não tem lugar melhor para ver estrelas que na praia. E ainda bem de noitão, sabe, tipo três da manhã (que é o horário de agora). As estrelas brilham pra caramba, porque tem pouca iluminação ali e tal. E os seus amigos ficam cantando uma música super estranha e ficam rindo horrores, e bebendo vodka. O Sirius queria trazer wisky de fogo também, mas a gente não podia, porque a Michelle é trouxa é tudo mais. Então, pra compensar (palavras dele) ele trouxe toneladas de vodka (juro que não faço a menor idéia de onde ele conseguir tanta garrafa!).
- LILY EVANS, VENHA PARA O MAR AGORA! – gritou Angelina, com-ple-ta-men-te bêbada. Eu não a culpo. Poxa, deve ser horrível ter que mudar de cidade, mesmo que a pessoa seja fria como a Angel. Ela bebeu um MONTE de vodka com o Sirius (que, como eu disse, está tratando ela como ele tratava ela quando eles tinham dez anos, como uma irmãzinha), e não vomitou até agora.
- PRA SER COMIDA POR UM TUBARÃO?! NEM A PAU! – eu gritei, rindo. Me sentei na areia e fiquei olhando para Angel, que agora tentava correr até onde eu estava. Ela tropeçou na água e caiu de cara na areia, e a Elle e a Mimi caíram no mar de tanto rirem.
- ANGEL VOCÊ TA BEM?! – gritou Sirius, ainda dançando e pulando. A Angel se debatia na água, tentando levantar, e estava coberta de lama e algumas algas no cabelo.
- To bem, to bem. – ela disse, e no outro momento Sirius começou a rir também.
- E ai, ruiva. – disse Potter, se sentando do meu lado. Ele exibia um sorriso todo cafajeste, e a luz que a fogueira projetava só deixava ela ainda mais bonito.
- Potter, eu não quero falar com você... – eu comecei, mas ele me impediu.
- Cala a boca, eu só quero deixar claro um negócio. – ele disse, me dando uma cotovelada. – E é que eu quero que você se prepare pra esse ano, porque você vai ter que me agüentar.
- Ah, que ótimo. – eu sussurrei, irônica. – E você acha que eu vou me preparar pra agüentar você?
Ele deu de ombros.
- Foi só uma dica. – ele disse, para depois me dar um selinho e se levantar.
CACHORRO.
- CACHORRO! – eu gritei, para depois tacar um monte de areia nele, que riu e recomeçou a dançar em volta da fogueira.
- Quer que eu bata nele? – perguntou Remus, que estava sentado e comendo bolo de chocolate.
- Não, eu quero que você vá até a Mimi e de o maior beijão nela. – eu disse, sorrindo. Ele sorriu mais ainda e se levantou, sussurrando “ta bom”. Correu até ela, mas quando entrou no mar, também tropeçou na água, e caiu de barriga, ao lado da Angel (que ainda estava sentada). A Angelina deitou na água de tanto rir, mas ele se levantou e correu até a Mimi, que nadava. Fez ela ficar de pé e deu o maior beijão nela.
MEU DEUS, EU TAVA BRINCANDO!
Mas tudo bem, saldo positivo!
- É, você tem moral. – disse Harry, rindo. Eu ri também e bebi mais vodka.
- Então eu quero que você dê o fora na Barbie Surfista e dê um beijo na Lene. – eu disse, sorrindo marota. Harry olhou para mim, sério.
- Na frente da Michelle? – ele perguntou, se levantando. Eu sorri animada ao ver que ele ia me obedecer (ELE IA ME OBEDECER!) e fiz que sim com a cabeça, animada. Ele foi andando calmamente até a Marlene (quando ele passou por Angel, ela fez de tudo para derrubar ele também, mas ele não caiu) e puxou a Lene para perto dele.
Eu podia ver daqui o quanto os olhos dela se arregalaram quando ele a abraçou pela cintura. Ele fez um tipo de carinho na nuca dela e deu um selinho na loira, que abraçou o pescoço dele. Ao ver quer ela queria ser beijada, ele aprofundou bastante o beijo, inclinando ela pra trás.
Michelle, que estava do lado dela, apenas deu de ombros e correu até Sirius, para depois agarra-lo.
- LILY, JAMES, ALGUM DE VOCÊS ME AGARRAM TAMBÉM?! EU NUNCA FIQUEI SOBRANDO! – gritou Angel, ainda sentada na água. Nós dois rimos, e eu bebi mais vodka.
Esse ano... Não sei. Não tem como explicar o que eu senti. Eu namorei um cara que eu costumava odiar, esse cara me chifrou e eu voltei a odiar ele. Ano que vem vai ser uma merda com ele. Minha melhor amiga vai mudar de país, e eu to com uma enorme vontade de chorar por isso. Meu melhor amigo ainda é um cachorro que pega qualquer uma (ele ta passando a mão na bunda da Elle!), mas ele transou com a minha melhor amiga e parece ter gostado muito. O Remus e a Mimi estão se beijando super bonitinhos no meio do mar, e eu espero que, depois dessa vez, eles se resolvam. Harry e Lene, que sempre juraram odiar cada individuo da espécie do outro, estão se beijando mais e mais no meio de um monte de algas.
E ano que vem? Como será que vai ser?
Vai ter o Campeonato de Quadribol Escolar, que a gente representa a Inglaterra. Então Hogwarts (que talvez vá sediar o evento) vai ficar cheia de alunos de outras escolas, completamente diferentes da gente, com outras culturas, outras linguagens, outras belezas; ou seja, talvez se a Angel ficar no time que represente a França, ela apareça ano que vem. Sexto ano é cheio de intervalos, então a gente vai ter que aproveitar e descansar, porque no sétimo ano tem NIEM’S, sem descanso. Vai chegar os resultados dos NOM’S, e eu estou morrendo de medo (certeza que levei bomba em Transfiguração), mas eu sei que vai dar tudo certo.
Sempre deu, afinal.
- LILY, VOCE ESTÁ CHORANDO?!
- NÃO, ENTROU AREIA NO MEU OLHO.
E vai continuar dando, mesmo sem a Angel perto de mim.
- ENTÃO TÁ!
ARGTH, AQUELA INSENSÍVEL!
&&&
- Mas você vai voltar? – eu perguntei pela terceira vez.
Eu odeio chorar. Odeio me sentir vulnerável, odeio saber que eu estou fraca, odeio ficar vermelha e cheia de catarro. Odeio, odeio, odeio. Mas o que eu mais odeio é me sentir inútil. Querer fazer uma coisa parar, querer impedir alguma coisa de acontecer, mas saber que está fora de seu alcance, sabe?
A Angel vai mudar. Não tem nada que eu possa fazer pra mudar isso.
Angelina Clark Richardsson Johnson. Porra, como esse nome fez parta da minha vida.
- Vou, Lily. – ela disse, revirando os olhos e dando um apertão na minha bochecha. – É só um ano.
- Muito tempo! – eu disse, batendo o pé.
Angelina bufou, lentamente. Ela usava óculos de sol preto, enorme. Uma blusa vermelha sangue, de alça, apertada, um cachecol da Grifinória, uma calça jeans azul escura e um par de All Star branco.
- Não é não. – ela disse, colocando a bolsa preta sob o braço. - É rápido, vocês vão ver. Eu tenho que ir.
- Não tem não! – disse Lene, choramingando.
- Angel, você pode morar lá em casa... – disse Mimi, uma lágrima caindo de seus olhos.
- Não posso não. – ela disse. – Minerva, a sua família é toda da França. Nas férias do meio do ano você vai pra lá, leva as meninas.
- Você não vem pra cá no meio do ano?! – eu perguntei desesperada.
- Não, porque ela é uma mentirosa. – disse Sirius, bufando enraivecido.
Angel olhou para ele, indecifrável. Depois se sentou no colo dele (do meu lado) e cantou no ouvido dele, bem baixinho:
- Well hey hey baby it’s never too late, pretty soon you won't remember a thing. And I'll be as distant as stars…
Sirius não deixou ela continuar, porque abraçou ela super forte, e começou a sussurrar um monte de coisas no ouvido da Angel, que sorria. Eu só entendia umas partes, como “toma cuidado, não fale com estranhos”, “eu vou sentir saudades de você mais que todos os outros juntos”, “eu te amo mais que chocolate, minha baixinha”, “não esquece de mim”, “Sirius, você ta me machucando”.
É, eu ouvi boa parte, HAHA.
Coisa feia, dona Evans.
- Gente, eu vou voltar. – ela disse sorrindo, e se levantou para dar um abraço em cada um.
AH, A DESPEDIDA. Eu vou morrer.
- James, por favor, não faça nenhuma besteira. – ela disse, parecendo uma mãe deixando seus filhos no primeiro dia de aula, enquanto beijava a testa de cada um de nós. – Remus, tome cuidado com seu coelho mal comportado. Minerva, diga para sua madrinha que ela deveria namorar, se não vai acabar ficando mais velha antes da hora. Falem para o Peter parar de comer, ele vai acabar tendo um enfarte. Sirius, você tem que bater o recorde de batidas em um jogo de quadribol até eu voltar. Harry, dê um ponta pé na Michelle, que garota chata! Marlene, não de um ponta pé no Harry, ele é um surfista legal. Lily...
Ela olhou bem pra minha cara, sorrindo. Depois bateu bem forte, duas vezes, no meu ombro.
- Vê se cresce.
Então ela saiu correndo para fora da casa, enquanto eu caia no chão de tanto chorar.
Não, ela não derrubou nenhuma lágrima. Por quê?
Porque ela é uma maldita Johnson insensível.
*************************************
POR FAVOR, LEIAM TODA A N/A.
É isso ai.
Eu nem acredito. Caramba, eu realmente nem acredito! Mesmo quando eu penso “a mxp acabou”, eu não consigo entender! Eu SEMPRE escrevi a mxp, eu sempre digitava no MSN pras minhas amigas “ó, atualizei a mxp”, e agora eu não vou mais poder falar isso, porque a mxp, a minha queridinha, o meu xuxuzinho, o meu amorzão, acabou. Acabou mesmo, final, the end, el grand finalle. Me deixa triste sim, mas eu me sinto feliz! Poxa, eu consegui acabar uma fic!
A mxp me ensinou tanto! Eu vou ficar com saudades dos comentários manés das pessoas manes que eu tanto amo, dos comentários engraçados das minhas amigas, das N/A enormes que eu fazia, das homenagens de aniversários, mas sobre tudo, eu vou morrer de saudades da Angel. Sim, ela saiu mesmo. E não, ela não vai aparecer nenhuma cena na continuação da mxp.
PORQUE SIM! VAI TER UMA CONTINUAÇÃO! AE!
Eu já digitei todo o prólogo faz uns dois meses, já. Eu já tenho o prólogo até da continuação da continuação, que é a ultima da trilogia (ui). Eu não vou contar nada da terceira fic, mas eu vou falar da segunda sim, no final, então leiam isso aqui até o final, sim?
Eu quero agradecer a todas aquelas pessoas que lêem a fic, mas principalmente, à todas as pessoas que lêem a fic desde o primeiro capítulo. Alias, principalmente para aquelas pessoas que leram a ANTIGA mxp. NOSSA, VOCES SE LEMBRAM DAQUELA MERDA?! Ainda bem que eu reescrevi, HAHA :)
Eu to tão feliz! Sabe, pode ser que a mxp não tenha sido AQUEEEEEEEELE sucesso, tipo “Lily eu te amo é difícil de entender?” ou “Oh Star”, mas mesmo assim! Foram bastante comentários, bastante visitas, e não teve UMA VEZ que a média de notas saiu de cinco, então... Para mim, na minha cabeça, foi o maior sucesso que eu poderia conseguir. E daqui alguns anos, se eu conseguir realizar meu sonho de publicar meu livro, eu vou agradecer profundamente para essa fic, que foi meu primeiro contato direto com o Harry Potter, que me ensinou a amar mais e mais os Marotos e que me fez conhecer pessoas tão maravilhosas como vocês.
Muito obrigada a cada floreio’s girl que está lendo isso aqui agora, você ajudou muito! E saiba que dentro de cada uma de nós, tem uma Marota, que vai nos ajudar e nos possuir nos momentos em que mais precisarmos de coragem para enfrentar as coisas.
E só mais uma coisa: SIRIUS BLACK É O CARA. Ponto final.
The End.
Tchau Tchau.
PS: não, não podia faltar meu amado PS aqui. Só pra avisar que tem um próximo capitulo nessa fic, que é a prévia da continuação, que aliás, tem um nome, que é... ABORRECÊNCIA!
PS2: VÃO EMBORA, PORRA!
Aninha Horn, antiga Aninha Goober, antiga Aninha Black, antiga Aninha Evans Potter, eterna TMW. (brega, eu sei)
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