Capítulo 01



- CAPÍTULO 01 -
A famosa “rivalidade”.


Itálico: Lily
Negrito: James



Olhei para frente. Lá estava, velha, gasta e empoeirada, a barreira que dividia as Plataformas 9 e 10. Corri mais rapidamente, enquanto empurrava o carrinho com mais velocidade.

Hey. Empurrar?

É ISSO! Olhei para Angel. Ela estava do meu lado e tinha seu famoso sorriso maroto. Hm, mau sinal. Mas depois eu penso nisso. Elaborei mais uma vez meu plano vitorioso e o pus em pratica: empurrei o carrinho contra a Barreira 9 e 10.

Ah, não me encham o saco. Não foi uma idéia TOTALMENTE ruim, porque eu sei que...
- Lily, você tem PROBLEMA?! - gritou Angel. Depois disso eu não vi mais nada, pois a gaiola cheia de titica de Athena, minha coruja, voou contra a minha cara.

Realmente divino.

- Elas morreram? - ouvi Lene perguntar isso em algum lugar pra fora da escuridão que me cercava. Acho que está tudo assim, tão escuro, porque a criatura BURRA aqui está de olhos fechados. Dã. Abri-os. Ah, agora sim. Não podia ver Lene, mas podia ver Angel que estava ao meu lado debaixo dos nossos malões, corujas e carrinhos. Entreolhamos-nos brevemente e começamos a gargalhar. Levantamos-nos e começamos a arrumar nossas coisas, rindo.

Ah, AGORA sim. Lene tinha uma feição de quem não nos conhecia, Mimi nos olhava rindo e Harry gargalhando.

Belo irmão o meu.

- Ah, meninas, deve ser um novo recorde. Esse ano umas 200 pessoas olharam para vocês. - falou Mimi nos olhando. Ah, nem começa.

- Muito bem, eu ganhei a corrida, você é minha escrava por um mês! - falei vitoriosa olhando para a morena ao meu lado.

- Você está tirando da minha cara, não é mesmo? Acho que ficou óbvio para todos que quem ganhou fui eu. - falou ela se achando toda. Lógico que não!

- Lógico que não! - eu falei.

- Vocês empataram. - falou Lene revirando os olhos.

- O que? - eu falei. Impossível.

- Impossível. - falou Angel. Olhei para ela, assustada. Cara, às vezes eu acho que ela lê pensamentos.

- As duas tiveram a ridícula idéia de jogar o carrinho na barreira para chegar antes das outra.

- TRAPACEIRA! - gritamos eu e Angel uma olhando para a outra.

Eita.

- Okay, vai, agora vamos atravessar isso logo que eu quero comer. - falou Harry enquanto ele atravessava a barreira. Logo em seguida Lene e Mimi atravessavam também. Eu e Angel os seguimos. Olhei para a frente após sentir a conhecida porém desconfortável sensação de atravessar um muro (bizaaaaarro).

O expresso de Hogwarts nos esperava!

- O expresso de Hogwarts nos esperava. - falou Angel. Olhei para ela assustada. Às vezes, tenho CERTEZA que ela lê pensamentos. Enquanto ela ia andando, comecei a pensar, ainda parada.

Quer dizer, eu sempre falei tudo para ela. Tudo. Até mesmo que eu já gostei do Potter no segundo ano (eca, eu sei). Então, se ela lê-se pensamentos, me falaria. Afinal, ela é minha melhor amiga! Quer dizer... Eu acho. E, aliás...

- LILY! VEM LOGO, SUA BALEIA ENCALHADA! - ouvi a voz das dita cuja gritar isso num dos bancos que tinha lá. Dirigi-me até lá. Mimi e Lene estavam lá também.

- Nós vamos comprar uns sanduíches, você quer? - perguntou Mimi.

- Não. - eu falei meio que aérea. - Eu... Vou entrar na cabine. Beijos.

Dirigi-me para a entrada do trem. Cumprimentei algumas pessoas e, ao chegar à porta que levava ao interior do trem, trombei com alguém e fui ao chão pela terceira vez hoje (a primeira vez foi quando Angel me empurrou para sair do carro logo. Catastrófico.)

- Foi mal. - eu comecei a falar, até perceber quem foi até o chão comigo. - Ah, é você? Então bem feito.

Ele usava uma calça longa, preta e jeans, cheia de bolsos. Um tênis esportivo preto e um casacão azul, tipo moletom. Nós nos levantamos. Um cara nem tão alto. Musculoso. Pele clara e olhos esverdeados. Óculos ovais muito conhecidos. E cabelos mais conhecidos ainda e bem despenteados.

Aos 15 anos, ele atingiu o auge de sua beleza.

Raios me partam, O QUE ESTOU PENSANDO?!


- Oras, ruivinha, assim você me magoa! - eu falei sorrindo. Deus, como ela está linda. Usava uma blusa branca e grudada, uma saia mini e rodada cor de rosa e um tênis tipo All Star rosa mais claro. Seus cabelos estavam lisos lhe dando um ar de Deusa, que é exatamente o que ela é.

- Saia da minha frente, Potter! - falou ela. Blá blá blá.

- Me de um bom motivo. - eu falei me aproximando dela. Ela nem percebeu isso. Deve ser porque ela fica bobinha perto de mim, coitada.


- Eu não vou lhe dar um bom motivo, vou lhe dar um ÓTIMO motivo! Se você não sair da minha frente AGORA eu vou lhe dar um soco que vai deformar toda essa sua carinha que você acha que é maravilhosa. - eu falei. Quem ele pensa que é? Acha que eu sou igual a essas que ele pega, coitado.

- Uou, certo, ruivinha. Aliás. - eu comecei. Essa eu não deixo passar. - Belas pernas.
Ela apenas revirou os olhos e seguiu reto pelo caminho que lhe abri. Deus, que garota!

Eu sai do trem e procurei por Sirius. Ele falou que ia comprar... Hm, o que ele vai comprar mesmo? Ah, não me importa. Ah, olhe o Remus ali... Lendo. Deus, chega a ser patético. Não que ler seja algo inútil, é ótimo. Esfria a cabeça e tal, mas... Ler o tempo todo já é um exagero. É de espantar que a cabeça dele seja do tamanho normal. Fui até ele e me sentei a seu lado.

- E ai, Remus, beleza?

- Tudo bem, cara, e com você? - falou ele guardando o livro e se virando para mim. Então ele sorriu: - Que vermelho é esse na sua bochecha, James? Já levou um tapa das Lily?

- Não, ainda não. - eu falei sorrindo. Droga. Passei a mão na minha bochecha. Será que a Ruivinha percebeu? - Deve ser a mordida que a Mellany me deu. Sabe, a Corvinal apaixonada por mim. E ai, cadê o Peter e o Sirius?

- O Peter está na lanchonete. - revirei os olhos. Séééério? - E Sirius sumiu, deve estar se agarrando com alguma vítima por ai.

- Não hoje, Remus John Lupin. Não hoje! - falou Sirius que apareceu do nada atrás do banco em que estávamos sentados. Ele pulou por cima do pobre banco e se sentou no meio de nós dois. - Comprei umas coisinhas para nós, Jamezito.

Fechei os olhos.

- JAMEZITO NÃO! - gritei.

Que saco, será que não dá para entender?

Não é Jammy, Jamezito, Jay, Jajá, Jamie, J, Jamezinho, ou coisas parecidas. É JAMES! Com “S” no fim. Droga.

- Ah, okay, okay. - falou Sirius revirando os olhos. Ele pegou uma mochila preta, abriu e me mostrou o interior. - O que você acha?

Olhei. Sorri abertamente, junto com o Sirius.

Só ele mesmo.

Bombas de Bosta, pó de mico, pó de furúnculo, Chicletes para grudar em cabelos, xampus (esse item em especial para adivinhe quem? Acertou quem disse Ranhoso!) e muitas outras porcarias.

- Que bom Sirius! - falei.

- Negativo. - falou Remus.

- É, não é bom, é ótimo! - falou Sirius para eu começar a gargalhar.

- E a primeira gargalhada escandalosa do ano é ouvida. - falou Remus revirando os olhos.

- Olhem. - começou Sirius. Nós três aproximamos as cabeças como quem planeja algo. Ou seja, como quem faz o que nós estamos fazendo. - O Ranhoso já chegou. Ele vai sentar sozinho em alguma cabine e...

- Vocês não vão fazer nada com o Snape. Não agora que eu sou monitora. - falou alguém. Olhamos para trás do banco. Oh, claro.

- Ah, eu não acredito. Você também é monitora, Mimi? - perguntou Sirius. Decepcionante.
- Como o Remus. - falou Sirius fazendo uma careta.

- É, decepção para nós, Pimentas, azar para vocês, Marotos. - falou Lene ao lado de Mimi sorrindo.

- Cadê a Angel? - perguntou Sirius. É... Velhos amigos não se separam.

- Saudades minhas, hã, Sirius? - falou alguém. Ou melhor, Angel. Ela abraçou Sirius por trás, pelo abdome dele. Ele olhou por cima do ombro para vê-la, sorrindo. Mas seu sorriso sumiu dando lugar a uma expressão pasma.

Mas não era para menos. Sua melhor amiginha sempre fora muito gata, mas esse ano está muito ao CUBO. A minha ruivinha me perdoe, mas, Merlim! Que corpo! Ela usava uma calça jeans azul escura e bem justa, lhe ressaltando suas curvas. Uma blusa azul com decote e um tênis esportivo azul também.

- Angel! - falou Sirius voltando a sorrir. Ele se virou para ela e a abraçou pela cintura, ficando de frente para ela. Ela envolveu o pescoço dele com os braços.

- Então? Saudades? - repetiu ela.

- Muita, é claro! Minhas primeiras férias sem você. - respondeu ele, como se fosse óbvio.

- Hã, me desculpem, mas já vai dar 11:00 horas. Vamos entrando? - falou Lene vendo, como eu, que o abraço deles dois estava muito... Hm... Suspeito.


Fechei meu livro.

Quer sabe? Elas estão demorando. E tem mais, esse livro está me entediando, e quando eu leio e fico entediada, eu durmo, e eu não gosto de dormir em viajem...
Levantei-me e sai da cabine.

Como em todos os anos anteriores, os corredores estavam lotados. Impossível passar. Mas eu me enfiei lá mesmo assim.

- SAIAM DA FRENTE QUE TEM UMA PIMENTA PASSANDO!

Bom, você que está lendo isso deve estar pensando que fui eu que gritei isso, mas heeey! Adivinhe? Não! Quem gritou isso foi um garoto que me lembrei agora, é das Corvinal, 7º ano. Sorri para ele, vendo que o caminho em minha frente se abriu.

- Obrigada, cara! - falei.

- Disponha Pequena! - falou ele sorrindo. Me meti no meio do caminho. É... Tem gente boa nesse mundo. CREDO, Lily, ele só te fez um favor! Vixi, que drama esse meu. Sério, eu sou uma das pessoas mais dramáticas que já vi na minha vida! Alias, eu....

- AAAAAAAAAH!

Bom Deus, será que hoje o Senhor tirou o dia pra me levar ao chão?! Ou será que o meu corpo tem cordas que me levam ao chão sempre que um diz ‘Amém’ nesse mundo?Levantei a cabeça para ver novamente quem caiu comigo.

Oh.

É só falar em drama que ela aparece.

- SALVE MELLANY! - gritei sorrindo.

- Fala ruivinha, tudo bem? - perguntou ela, tão animada quanto eu.

Mellany Chang. 5º ano, Corvinal. Muito intima nossa. Oriental, ela me apóia sempre, e olha que ela é apaixonadíssima pelo Potter (eca, eu sei.)

- Tudo sim, e com você? - perguntei depois que nós duas já estávamos devidamente arrumadas (leia-se ‘de pé’).

- Também... Você viu o James por ai? - perguntou ela sorrindo maliciosa. Ah... Acho que já sei de onde veio a mancha vermelha da bochecha do Potter.

- Não. Quer dizer, o vi saindo do trem. E você, viu as Pimentas?

- Aham, elas estão mais pra frente. - falou ela.

- Ah, elas que venham até mim então. - eu falei dando de ombros e ela deu uma risada de minha mega preocupação. Como é difícil ser eu.

Conversamos por mais uns... Sei lá, dez segundos? E ouvi a mega risada da Angel.

- Bom, vou indo. - disse. - Beijos.

- Agente se fala mais tarde então. - ela disse indo para trás. No que Mellany saiu do meu campo de visão, as três chegaram.

- Você não vai acreditar quem pediu Angel em namoro! - falou Lene gargalhando enquanto nós íamos a direção a nossa cabine (ou seja, eu tive que voltar todo o caminho que eu fiz atrás dessas ai).

- Quem? O Snape? - perguntei para elas começarem a rir mais.

- Eduardo Zabini. - falou Mimi.

- Não! - eu falei sorrindo para Angel. Agora ela se acha até o fim da sua vida. - E o que você falou?

- Que não, é claro! Namorar o meu “primo” sonserino está fora de cogitação.
- Oh não... -falou Mimi.

- O que? - falamos eu e Angel assustadas.

- O grande engarrafamento. - falou Mimi.


- O grande engarrafamento. - falou Remus.

- Que droga. - falou Sirius.

- Ah, vamos se enfiando, vai... - falei empurrando Peter, que estava na minha frente.

Passou-se um tempo e eu ouvi dois menininhos do primeiro ano conversando. Alias, os alunos do primeiro ano esse ano estão TÃO baixinhos!

- Uma tal de Lily Evans... - falou um dos tocos humanos.

- E ela é gostosa? - perguntou o outro.

- Muito, pelo que dizem. - respondeu-lhe.

Deus, essa ruivinha me esquenta! Ah, mas um dia eu ainda beijo ela!

- Hey, garotas. - falou Sirius lá na frente. - Dá pra andar logo?

Percebi que o tom de voz dele estava irritado e impaciente. Ah, aquele engarrafamento no interior do trem estressa qualquer um! Todo ano a mesma ladainha!

- Oh, claro! - falou a menininha que estava no grupo das nossa frente.

- Não, Melissa! - falou a amiga dela. - Assim vai demorar mais para achar uma cabine!

- Hello?! - falou ela. - É o Sirius Black!

Elas abriram espaço para nós.

- Obrigada, meninas, e nos vemos por ai. - falou Remus enquanto passávamos. Ele passou na frente de Sirius e ficou na frente do nosso grupo. Ah, valeu, lobinho.

- Hey! - gritou Sirius. - Por quê?


Arght. ODEIO lugares com muita gente assim, colada um nos outros, como é aqui. À não ser uma boate. Ou piscina. Olhei divertida para Angel que agora estava atrás de Mimi e não na frente do grupo, nos guiando.

- Porque você é a pessoa mais lerda que eu já conheci. - respondeu Mimi.

As outras sorriram enquanto eu revirei os olhos divertidos (estranho, eu sei. Mas eu tenho esse tique. Fala-me ‘Oi’, eu reviro os olhos. Me manda se ferrar, reviro os olhos. É frustrante.). Até que eu bati com tudo nas costas de Angel que estava na minha frente e essa deve ter batido nas costas das Mimi.

- Ai, Minerva Belosson! - eu gritei. Ai, meu nariz deve ter destroncado.

- Eu não posso fazer nada se o engarrafamento está pior esse ano! - falou a veela.

Ah, não, maior do que ele sempre é não!

- Quer saber? Dá licença, Angel. - sem esperar ela sair da minha frente, a empurrei pro lado e fingi que não ouvi o escândalo que ela fez porque quase caiu numa sonserina nojenta. - E digo mais! Sai da frente MIMI! - a empurrei pro lado também e tomei a frente das Pimentas (que novidade). Arrumei meu cabelo que ficou meio arrepiado devido à raiva (ele sempre arrepia quando eu estou ‘in stress’.) e comecei a andar enquanto gritava:

- Pimentas passando, licença!

A moral que nós temos é até assustadora. É só a palavra “Pimentas” pairar no ar que tudo e todos abrem alas. Sorri o ver que o caminho ficava livre e comecei a passar por ele e ser seguida pelas outras que falavam alto para eu ouvir “Ah, ótimo, agora ela se acha até o fim da vida dela”. Me acho mesmo. Ou melhor: eu me tenho certeza.


Depois de eu ter tomado a frente dos Marotos e conseguir abrir alas, seguimos tranquilamente.

- E então, Marotos. O que faremos esse ano para engarrafar o engarrafamento antes das Pimentas? - eu perguntei.

- Nada, senão receberão detenção. - falou Remus.

- E quem se importa? - falou Peter.

- Podemos levitar um e depois joga-lo no meio do povo. - falou Sirius animado, parecendo uma criancinha. Dã. Mas foi uma boa idéia!

- É, pode ser. - eu falei. - Faz as honras, Sissínho? - eu perguntei sorrindo malvado.

- Claro, Jammy. - falou ele conseguindo ser mais malvado que eu. Fechei minha cara de novo.

- É JAAAAAAAMES!-gritei parando. Sirius gargalhou do meu lado, pegou a varinha, apontou para um toquinho menor que aqueles que falavam do meu raio de sol e murmurou:

- Vingardium Leviosa!

O menininho levitou. Várias meninas gritaram assustadas outros garotos começaram a gargalhar do menino, que agora gritava “MANHÊ!”. Sirius fez um movimento rápido com a varinha que fez com que o pivetinho voasse e caísse no meio de um grupo de meninas que vinham no sentido contrário que nós. Ninguém mais, ninguém menos que nossas amadas... Pimentas.


Além das cordas do meu corpo junto ao chão, magnetismo de objetos a minha cara. Okay. Primeiro era a gaiola de Athena (e por sinal, cheia de titica) e agora... Hey, o que voou contra nós? Levantei-me do bolo de pessoas que caíram com a colisão e Angel também. Oh, que coisa mais meiga! Foi um pivete! Vê se pode?! Olhei para frente.

TINHA QUE SER.

Um caminho (que com certeza foi o caminho que o moleque infeliz voou antes de colidir em nós) levava a ninguém menos que os Marotos.


- POTTER E BLACK! - gritou ela. Ai. Fiz uma careta.

- Anh… Ruivinha, meu raio de sol… Eu senti muito falta de sua voz nessas férias, mas... Dos seus gritos não. - eu falei. Ela sorriu sacana e falou.

- Meus gritos te incomodam? Que peeena.

- Relaxo! - gritou alguém. Ou melhooor de novo: Angel! Olhei para ela e ao em vez de ver seu rostinho lindo, vi um jato vermelho. Vindo em minha direção! AAAH!


Às vezes eu amo TANTO a Angel! Olhei para ela sorrindo. Ela ainda tinha a varinha apontada para Potter e um leve sorriso nos lábios.

- Obrigada. - eu falei.

- Disponha. - ela respondeu sorrindo e baixando a varinha.

O Potter (que havia batido numa porta de cabine) agora voltava e ficou do lado de Sirius, com uma feição surpresa.

- Eu esperava isso da Lily, mas de você, Angel? - falou ele. Eu também.

- A varinha escorregou da minha mão, Jammy. - falou ela.


- É JAAAAAAAMES! - gritei automaticamente.

- Ai que horror, Jay! Por que você não deixa logo eu lhe chamar pelos meus carinhosos e criativos apelidos? - perguntou ela fingindo indignação.

- Porque eu odeio apelidos! - falei. - É James, Angelina, James! Não é...

- Okay, eu já sei o seu discurso de cor e salteado. - falou ela. Ham.

- Eu só perdôo se me der um abraço. - falei sorrindo.

- E quem disse que eu quero o seu perdão, James? - respondeu ela, mas mesmo assim vindo até mim.

- Ah, sua má. - eu falei.

- Má? Eu? - perguntou ela. Nós sorrimos e Angel veio ao meu encontro, me abraçar. Hehe. Parece que roubei seu melhor homem, ruivinha amada.


- Sua traidora! - eu gritei. Sabia que essa amizade dela com o Potter era... Idiotice ou eu sei lá. - Mas vocês vão ver, isso vai ter volta! - continuei. - Como é difícil ser eu...

Então meu Raio de Sol pegou Lene e Mimi pelos pulsos e as enfiou no meio do engarrafamento, fazendo que eu as perdesse de vista. Vai entender... A dramática de sempre... Mas eu amo esse drama!

- Não se preocupe, ela deve estar na TPM. - falou Angel para nós dar-mos risadas. - Ela está meio que super de cara comigo hoje sendo que eu não fiz nada!

É, imagino o seu nada. A mesma Angel de sempre. Eu e essa criatura sempre fomos amigos. Desde crianças, ou ela ia lá em casa, ou eu na casa dela. Mas amizade antiga e verdadeira mesmo é dela e de Sirius. Desde os sete anos os dois se conhecem e ainda enfrentando a inimizade dos Johnson e dos Black. Olhei para eles que conversavam abraçados e rindo. Deviam estar com muitas saudades um do outro, pois Angel passou as férias na casa do amor da minha vida e Sirius na minha. Hm... Mas eu estou achando esse abraço deles muito suspeito... Ela está sorrindo mais abertamente para ele. Ele está estudando ela mais atentamente. Tipo, não é aquele estudo que ele fazia antes, como o que a minha mãe faz em mim quando eu volto de Hogwarts. É um estudo mais... Interessado! Será que...?

- Hei James, venha logo! - falou Sirius me despertando de meus pensamentos divinos.

- Ow, okay. Você vai ficar um pouco com a gente, não é mesmo, Angel?

- Oh, não, James, senão a Pequenina me mata! - falou ela sorrindo.

- Ih... Você não pode chamar a Lily de pequenina, Angel. Você é do tamanho dela! - falou Remus.
Ah, agora ela começa com aquele papo furado.

- Negativo. - falou ela. Viu? - Ela tem UM metro e CINQUENTA E CINCO centímetros. Eu tenho UM metro, CINQUENTA E CINCO centímetros e QUATRO milímetros. - ela começou a se exibir toda. Ah, certo, grande droga.

- Bom, eu estou indo, Marotos. - falou Angel. - Bye Bye.

Ela foi embora.

- Eu vou procurar a moça das guloseimas, okay. - falou Peter sumindo também.

- Eu vou pra cabine dos monitores. - falou Remus.

- Eu vou procurar o Ranhoso. - falou Sirius.

Hey... E eu?

Bando de traidores.


Angel traidora. Vai lá, conversa com os Marotos e agora volta para a cabine como se nada tivesse acontecido.

- Cadê a Mimi? - perguntou ela se sentando.

- Cabine dos monitores. - falou Lene ao perceber que eu não estava a fim de responder. Angel também percebeu e franziu o cenho olhando para mim. O que?

- Lily, você está bem? - perguntou ela. AHHH!

- Por quê? Tem algum bicho na minha cara, né? - falei pondo a mão na minha encantadora face e a apalpando, como quem procura algo.

- Não, sua maníaca desesperada! Você está até parecendo a Lene. Por falar nisso... O que foi, Lê? Você está quieta. - falou Angel. Odeio admitir, mas concordo com Angel. Olhei para a Lene. Ela estava de costas para a parede das janela da cabine, com as pernas dobradas (em cima do banco) e com um livro apoiado nas pernas. Aparentemente, ela não nos ouviu.

- Lene? - chamei. Nada.

- Leneeee? - cantarolei novamente. A loira apenas virou a página do livro.

- LENE! - Ah, até que enfim! Depois de Angel ter dado um grito histérico e desesperado [que mais me lembrou a voz de uma gralha (quer dizer, será que gralha tem voz?) e com certeza eu vou esfregar isso na cara dela mais tarde], a Lene simplesmente deu um pulinho do banco como eu.

- Ah, que foi? Vocês cansam a minha beleza, credo! - falou ela arrumado os cachos dourados. Patricinha.

- É que você está tão quieta hoje... - falei. Marlene McKinnon quieta pode ser sinal de pré-ataque de pelanca.

- Ah. - falou ela sorrindo. - É que eu est...

- Nossa, que tédio que foi essa reunião. - falou Mimi interrompendo Lene (ela, é claro, fechou a cara.) - Oh, te atrapalhei, Lê? Desculpa, vai, continua.

Mimi se sentou enquanto Lene sorria e pegava ar para recomeçar a falar.

- Bom, como eu estava falando... Eu estava lendo esse livro e pensei...

- MANINHA! O GIDEÃO ESTÁ TE PROCURANDO! - Nossa, esse gritou mais que eu! Olhei para a porta para ver quem era a criatura e... Ah, só podia ser o Harry. Só ele pra... O GIDEÃO?!

- ME PROCURANDO?! - gritei e percebi que estava de pé. Oh Deus. Deus, Deus, Deus! O que será que ele quer?

- É. E disse que se você não for atrás dele, ele vem atrás de você. - ele prosseguiu e, fingindo não ver meu estado lastimável, se jogou no banco, em minha frente. Cacilda, o que ele quer? Será que... Ow, droga. O Harry se jogou na minha frente... Então, conseqüentemente, do lado de Lene. E agora ao ver que a loira olhou para o meu irmão com a maior expressão de nojo, vi que o barraco diário dos dois ia começar. Ai, ai. Ter uma de suas melhores amigas patricinha que odeia maloqueiros e ter um irmão maloqueiro que odeia patricinha é fogo. Como é difícil ser eu, Merlim.

- Garoto, você já pensou em ser mais educado e em parar com essa mania ridícula de ficar se jogando nos bancos? - perguntou ela. Ih, acho que sei a resposta para isso...

- Não. - falou ele sorrindo cinicamente. - E você? Já pensou em ser menos... Rosa e fresca?
Eu realmente fiquei com vontade de rir, porque a cara que a Lene fez foi muito engraçada. Ela abriu a boca de modo indignado, se levantou e colocou as mãos na cintura. Eu, que acabei por me sentar ao ver que o barraco ia ser grande, dei uma risadinha ao ver Lene pondo o dedo na cara dele.

- Escuta aqui, seu moleque delinqüente... - começou ela; ele se levantou.

- Escuta aqui, você, sua Micro-Perua! - falou ele a olhando nos olhos.
Ow, droga.

Todo o ano, tanto na ida quanto na volta à Hogwarts, várias e vária pessoas ficam entrando e saindo da nossa cabine (chega a ser um saco. Mas é tão bom ver conhecidos!). E esse ano não está sendo nem um pouquinho diferente. Quer dizer... Agora que eu vi quem entrou, está um pouco diferente sim. Por que em nenhum dos anos passados entraram dois gostosos sangrando e correndo, ofegantes e com expressões bravas e OH MEU DEUS O QUE EU PENSEI?! JAMES POTTER NÃO É GOSTOSO! GIDEÃO É ( e como! Uuui.) MAS O POTTER NÃÃÃO! Calma. Deve ter sido... Uma voz. Uma voz do além. Não fui eu que pensei “DOIS garotos”, foi a voooz.

Bom, como a VOZ acabou de narrar, James Potter e Gideão Prewett entraram na nossa cabine. E eles devem ter apostado uma corrida, pois estavam suados e ofegantes. E o Potter tinha um corte acima da sobrancelha. E... É sangue na lateral do rosto do Gideão?

- Anh... Prewett, tem sangue no seu rosto. - eu falei simplesmente. Ele olhou para mim e tentou sorrir.

- É... Foi só um arranhão. - ele disse simples. Arranhão? ARRANHÃO?!

--Bom... Eu ainda acho que é fundo, e se eu acho, é por que ele É fundo! - eu disse me levantando. Já mencionei hoje que eu amo a minha teimosia? Eu aaaamo ela! - Venha que eu vou cuidar disso.

Eu peguei nossa malinha de primeiros socorros (Madame Pomfrey nos dera uma ano passado, falando que para pisar naquela enfermaria, deveríamos estar morrendo) e peguei a mão do Gideão. O puxei para fora da cabine.

É... Nós dois sozinhos.


- E eu?! - gritei indignado, ao ver que Lily saia da cabine quase que correndo. Poxa, o meu corte é mais fundo do que o desse caipira!

Me joguei com tudo no banco em que Lily estava segundos antes.

- Ah, Jay, não fica assim! - falou Lily. Jay não, Angel. Ah, fiquei com um desanimo até de gritar “É JAMES!” como sempre.

Mimi pegou sua varinha, chegou perto de mim e disse:

- Oculos Reparo!

Bom... Ele ficou normal.


Aqui, essa está vazia. - eu falei abrindo a porta da cabine.

Eu e ele entramos lá. Ele se sentava enquanto eu fechava a porta da cabine. Liguei a luz e olhei para ele. Ele, por sua vez, olhava para a janela com uma expressão pensativa.

- Bom... - falei me sentando ao lado dele. Ele olhou para mim. - Se arder você me avisa, okay?

Ele murmurou “OK” e disse sorrindo:

- Espero que seja um pouco mesmo, Evans. - eu sorri. Nossa, é tão estranho... Ele me chamar de Evans e eu chamar ele de Prewett (na verdade eu nunca gostei desse sobrenome. É tão... cafona!) Quer dizer, antes eram só apelidos!

- Ah! - exclamei do nada, o assustando um pouco. - Harry me disse que você estava me procurando, o que foi?

- Ah... É... Tipo... Eu quero ter uma conversa com você.

Arqueei as sobrancelhas, encorajando-o a falar.

- É que... Bom, depois que nós dois terminamos o namoro, não falamos mais um com o outro, e eu achei isso muito chato e acho que você também acha isso, então que tal sermos pelo menos amigos?

Nossa. Ele simplesmente tem um fôlego MUITO bom (bota bom nisso. Hehe), pois ele falou tudo correndo. Juro que fiquei tonta. Daí a ficha caiu e eu disse:

- Amigos? - eu repeti.

- É.

Oh, Deus. Amigos, sei.

- Pode ser. - eu disse indiferente. Peguei a malinha. - Tá pronto. Tchau, Prewett.


***

Eu voltei para a cabine umas duas horas depois que sai (cumprimentar algumas pessoas e tal). Ele foi para uma cabine dos Lufas.

Olhei envolta de tufo, após me sentar.

Mimi estava sentada num canto lendo, ao lado da janela. Ou pelo menos tentando ler. Ah, me deu uma vontade de falar que amo ela! Ela muitas vezes já ultrapassou a Angel como minha melhor amiga (Leu esse pensamento, Angelina? Hehe). Do lado dela estavam duas pessoas: Sirius sentado no banco e Angel no colo dele, gargalhando. Muito suspeitos eles, e sei que não sou a única a pensar nisso. Ele acariciava a cintura dela e ela o rosto dele. Hmmm... Do lado deles estava o Pedrinho que havia chegado mais tarde, comendo sapos de chocolate (nota mental: lembrar de falar pro Pedrinho que peguei dois sapos de choco dele.). E do lado dele estava Remus, que também tentava ler. Na frente dele estava Lene e do lado dela estava Harry. Os dois discutiam, mas ninguém parecia ligar. Do lado dele estava o Potter e do lado deste, finalmente, eu (não pensem que eu sentei do lado dele por que quis!). Nem preciso dizer do que nós... “conversávamos”.


Você sabia que você é linda? - perguntei. É, eu não desisto mesmo!

- Tenho certeza. - ela disse indiferente.

- Depois EU que sou o arrogante! - eu disse sorrindo e me aproximando mais dela.

- Ah, Potter, não me venha com suas cantadas baratas, okay? - ela me falou. Han.

- Ah, não me diga que você não gosta de minhas cantadas, Lil`s. - eu disse.


- Claro... que não! - eu disse sorrindo para ele. Eu não sei o que está me dando ultimamente. Será que aquela praga da Angel está me afetando só agora/ Quer dizer, ela me praguejou no segundo ano! (A praga foi que eu seria bêbada sem beber. Seria legal. Uma vida sem ressaca!) - Ve se não enche o saco, Potter.
- James pra você, Lily.

- Evans pra você, James.

Ah, e daí? É só um nome!

Ele sorriu mais ainda (como ele consegue?!), passou a mão nos cabelos (COMO ELE CONSEGUE?!) e deitou no meu colo.

Ah, e daí? Eu deitava no colo da Petúnia quando tinha seis anos (eeeeeca!).


***

Abri meus olhos. Senti uma coisa quente nos meus cabelos. Eita.

Bom, temos duas novidades no momento de agora:

- A primeira viagem que eu durmo (eu nunca dormi em viagem! Quer dizer... só uma vez, mas... Quando está na barriga da mãe conta?).

- Lily Evans estava acariciando meus cabelos. E eu não levei um soco ou algo pior! Yes! Go, James, Go!

Me levantei do colo dela, sorrindo, e me sentei direito.

- Perdão, Lil.

- Sem problemas. - ela falou sorrindo docemente. Uff, coisa meiga!

Hmm... Ela ainda me leva a loucura!


Olhei em volta da cabine. Todos dormiam E o mais estranho era Sirius e Angel: um dependurado no outro. Soltei uma risada, vendo a cena, até sentir que James me olhava. Olhei para ele também.

- Que foi? - eu perguntei. Ele sorriu mais ainda e do nada...


Dei um beijo na bochecha dela.

- Você é linda. - disse. Mais um beijo. - maravilhosa. - outro beijo. - Divina. - Outro.

Ficamos assim por um bom tempo, até ela falar, já com a bochecha vermelha e rindo (RINDO!):
- Para, James! Assim você me deixa mais mimada do que já sou...


Me afastei dela, sorrindo de orelha a orelha. Vendo que se ficasse ali mais um segundo a agarraria, dei um ultimo beijo estalado nela e disse:

- Te amo!

Sai da cabine.


Olhei admirada para ele e sorri mais ainda.
Ë, Lily... Talvez ele não seja tão ruim assim...

Tomara que a Angel não tenha lido ESSE pensamento.

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