Carona para a perdição



Cap. IV – Carona para a perdição


N/A – Hey, gente, I’m back! Desta vez também tem ponto de vista do Draco =D… enjoy (or not!)

A estrada estava relativamente calma. Aquele final de tarde não parecia tão agitado quanto costumava ser pelas ruas. Draco dirigia calmamente, ainda dando uma vista de olhos no seu visual, a caminho da casa de Gina. Quando os seus olhos, momentaneamente fixados no espelho, se voltaram para a estrada, Draco tomou um susto e freou.

Uma criança atravessando a estrada. Uma criança e ele olhando no espelho. Felizmente, freou a tempo de deixar a criança atravessar a estrada descansada. Suspirou e prometeu a si mesmo nunca mais se olhar no espelho enquanto dirigia.

A verdade é que não estava acostumado a dirigir. Raramente o fazia, e quando fazia, ou era por extrema necessidade ou por diversão. Carros deviam ser a única coisa trouxa que Draco realmente apreciava. Mas ainda assim evitava usá-los.

Já não se encontrava muito distante da casa dela. Deixou-se por momentos pensar no que havia acontecido na última semana. Sorriu por dentro só de lembrar como havia irritado a ruiva. Ele adorava provoca-la. Afinal, tinha de tirar algum partido extra por manter uma pessoa como a Weasley na sua empresa.

Poucos quilómetros depois, chegou na casa dela. Olhou de novo no espelho e saiu do carro. Sem saber bem porquê, encontrava-se invulgarmente ansioso. Ansioso de a ver. Mas jamais admitiria isso para si mesmo. A Weasley não passava de uma mulher desinteressante. E mesmo de vestido, ele recusava-se a pensar que ela poderia ser interessante.

Então finalmente tocou a campainha. Esperou alguns instantes e nada. Nenhum movimento, nenhuma voz. Apenas silêncio. Tocou de novo, já ouvindo uns passos provocados por salto alto. E logo a porta foi aberta.

Draco abriu a boca para reclamar com Gina, mas no mesmo instante todas as palavras se foram. Primeiramente, interrogou-se se estaria mesmo vendo bem. Aquela era a Weasley? Impossível, pensou ele. Ela estava deslumbrante dentro daquele vestido vermelho. Os seus olhos se encaminharam para os pés da ruiva. Sandálias pretas de salto fino. Aquilo lhe dava um ar bastante feminino. O seu olhar foi subindo pelas pernas perfeitas de Gina, passando demoradamente pelas curvas bem delineadas dela e prendendo-se no decote. Draco podia jurar que ela não era assim. Lembrava da vez em que a tinha visto de roupão. Havia tido uma visão bem alargada do decote da ruiva, mas naquela noite os seus seios estavam ainda mais salientes. Depois de instantes admirando aquele ponto da ruiva, Draco deixou-se maravilhar pela face dela. Absurdamente perfeita. Os cabelos com suaves cachos nas pontas adquiriam um penteado rebelde e ao mesmo tempo delicado. O batom, a sombra realçando os seus brilhantes olhos de chocolate e o pequeno sorriso no rosto. Podia ver também as maças do rosto levemente rosadas. Merlim, aquele olhar tímido ainda tornava a sua beleza mais irreal.

-Vamos? – ela perguntou suavemente – Não temos todo o tempo do mundo para você ficar aí me olhando.

Parecia que a sua expressão havia mudado de tímida para segura. Como poderia aquela mulher ter mudado assim tanto da noite para o dia? Sacudiu todos esses pensamentos. Afinal, ela continuava sendo uma Weasley. A Weasley que ele adorava provocar.

-Não fique se achando, Weasley! Tenho melhor coisa para admirar – respondeu Draco seco.

Ela apenas pegou na sua bolsa e sorriu. Ele poderia não querer admitir, mas ele tinha gostado da mudança. Poderia até dizer que ele tinha adorado.




No horizonte, o sol ia desaparecendo lentamente, deixando a escuridão ir penetrando os céus timidamente. Gina apenas conseguia olhar pela janela do carro, na tentativa de desviar o seu olhar do homem incrivelmente atraente que se encontrava a seu lado. Ele vestia um terno preto, com uma camisa igualmente negra e uma gravata verde. Irresistível. Mas ela não podia pensar nessas coisas, não com Malfoy.

Sentia o olhar dele, por vezes, desviar-se para si. Mas nenhum dos dois ainda se tinha atrevido a proferir qualquer palavra dentro do carro. A tensão inundava cada milímetro do ar que ambos respiravam. Nem para provocações os dois tinham aberto a boca.

Mas com o passar de longos minutos, aquele silêncio tornou-se insuportável. Não era, de todo, normal os dois estarem num espaço tão pequeno e durante algum tempo sem as habituais discussões. Não que se pudesse chamar ao carro de Malfoy pequeno, mas nunca estivera com ele fechada em tão poucos metros quadrados.

-Gosta de chocolate, Weasley? – perguntou ele subitamente com voz suave.

-Porque pergunta?

-Curiosidade… gosta ou não? – insistiu Draco, concentrado na estrada.

-Adoro. Mas acho que isso não te interessa assim tanto.

-Tem uma caixa de chocolates aí por detrás dos bancos.

-Eu não quero – declarou Gina indiferente.

-Não finja que não quer… E me dê um também!

-Esqueça, Malfoy! Se você quer, pegue você!

-Weasley, eu estou dirigindo, agora não posso pegá-los. Mas, se você quiser que eu arrisque nossas vidas, eu sempre posso tentar…

-Não! – disse a ruiva, ao ver Malfoy se virar para trás – Tudo bem, eu pego um para você!

Ela morria de medo de carros. Já era bastante assustador viajar no carro do seu inimigo, com um pouco de velocidade a mais, mas permitir que ele cometesse loucuras ao volante com ela do lado era impensável. O melhor era ceder ao pedido dele.

Inclinou-se para trás para pegar a caixa. Enquanto isso, Draco lançou um olhar sobre as pernas dela que se encontravam um pouco destapadas no momento, devido ao seu movimento. Assim que a pegou, uma curva a fez desequilibrar-se e deixou a caixa escorregar para a parte detrás do banco de Malfoy. Quase tinha caído por cima dele. Droga!, pensou, Nunca mais entre no carro de Draco Malfoy, Virgínia! Nunca mais!

Agora a caixa estava ainda mais afastada. Inclinou-se para a pegar mas de novo uma curva a afastou.

-Será que dá para você parar com essas curvas? – perguntou, irritada.

-Weasley, não fui eu quem fez a estrada.

-Desisto dessa caixa! – declarou ela, voltando à sua posição inicial no carro - Está detrás do seu banco, eu não vou pegar.

-Pelo amor de Merlim, qual o problema? – perguntou Draco, aborrecido – Se eu pudesse, eu mesmo pegava, mas não posso!

Depois de pensar por momentos, decidiu pegar a caixa. Não estava com paciência para o ouvir e até que uns chocolates iriam cair bem no momento. Inclinou-se de novo para trás, segurando-se no banco de Draco. Este olhava-a de relance, admirando as curvas que ficavam ainda mais marcadas pela posição dela. Meu Merlim, tenho de parar com isto! Ela é apenas a Weasley, pensava enquanto se deparava com aquela visão inebriante.

Voltou os olhos para a estrada, sorrindo. Ela era realmente atraente. Mas Draco não se podia importar com isso. Ele tinha as mulheres atraentes que quisesse. Instantes depois, a ruiva voltou a virar-se para a frente, já com a caixa na mão. Ajeitou os cabelos com seus dedos e abriu a caixa.

-Tome – disse ela, estendendo um bombom a Draco.

-Me dê na boca. – pediu ele.

-O quê?

-Você não ouviu? Me dê o chocolate na boca! Eu agora não posso pegar.

-Como você é… ‘Tá bom, tome então! – disse Gina, aproximando a sua mão da boca dele.

O chocolate tocou nos lábios de Draco. Ele abriu a boca para permitir que a ruiva o colocasse, mas antes que ela pudesse retirar os seus dedos, ele a fechou.

-Aiii! Você me mordeu, seu idiota! – ela gritou, visivelmente furiosa.

-Foi sem querer.

-Foi sem querer uma ova! Você é muito idiota, Malfoy! Isso dói, sabia?

-Quer que eu faça como as mães fazem p’ros filhinhos pequenos e dê um beijinho para curar? – falou ele com voz falsamente meiga, gargalhando em seguida.

-O que eu queria mesmo era que você explodisse!

Ele olhou para a fúria que o rosto dela apresentava e riu ainda mais. Gina estava agarrando o dedo com a outra mão e chupando.

Draco teve de ouvir as reclamações da ruiva o resto do caminho. A noite caía graciosamente, enquanto o sol desaparecia. Longos quilómetros se passaram. Gina ainda permanecia no seu lugar, irritada. Eu odeio esse canalha!

Até que chegaram finalmente ao Hotel de Roger. O céu já permanecia totalmente escuro, o que permitia ver a fantástica iluminação noturna da cidade. O Hotel era enorme, também carregado de luz. À sua volta, um aglomerado de carros e gente inundava o recinto. Se não fosse por ser de Roger, Gina até podia se sentir animada. Mas, se pensasse melhor, ainda faltava a sua vingança. E isso era realmente animador.

O loiro saiu do carro e abriu a porta para Gina. Tão falso, este Malfoy! Fingindo-se cavalheiro… Humpft!, pensou enquanto saía do veiculo. E assim que ficou totalmente fora do carro, encontrou-se admirando-o pela segunda vez naquela noite. Um Porsche Carrera GT preto. Um carro deslumbrante e com certeza caríssimo. Mesmo ao estilo de Malfoy.

-É lindo, não é? – perguntou o loiro ao perceber o quanto ela olhava a viatura.

-Só de ser seu, já perde todo o valor!

-Vamos? – perguntou Draco, ignorando o comentário da ruiva e estendendo o braço para ela.

-Vamos. – respondeu, ignorando o braço de Malfoy e começando a caminhar em direção ao Hotel.

Draco seguiu-a um pouco atrás, visualizando agora a ruiva por outra perspectiva. Vista de trás ela era igualmente atraente. Talvez se não fosse uma Weasley ele se interessasse. Mas ela era, por isso estava fora de questão.

Os dois chegaram à porta do Hotel onde já se podia ouvir o barulho provocado pela festa, juntamente com música de fundo. Gina lançou um olhar sobre as pessoas que se encontravam na entrada à espera de encontrar Harry, ou quem sabe a surpresa de Malfoy. Mas nem sinal de um, nem de outro. Até que por entre essas pessoas apareceu um moreno de olhos intensamente verdes, vestindo um terno cinzento e camisa branca. Era Harry. E estava lindo.

-Harry! – ela chamou, fazendo-o olhar.

Ele assim que a viu, aproximou-se. O seu olhar primeiramente foi de espanto ao olha-la de alto a baixo. Parecia não estar acreditando no que os seus olhos viam. Ela estava deslumbrante com aquele novo visual.

-Gina… você está linda! Linda não, você está fenomenal!

-Oh, não exagere… - disse Gina, sorrindo – Pare de dizer besteiras e me beije!

Ele não respondeu, apenas obedeceu. Não era fácil viver tanto tempo sem a ter a seu lado. Tudo bem que a relação dos dois não estava no seu auge, mas ainda assim ele a amava. Permaneceram naquele beijo durante alguns momentos, até que Malfoy, que não parecia muito satisfeito com aquela situação, deu a conhecer a sua presença.

-Hum-hum… Er.. Weasley, eu estou esperando que você me leve até a minha acompanhante!

A ruiva separou-se dos lábios do moreno e olhou para Malfoy, sorridente.

-Oh, claro! Harry, importa-se de esperar lá dentro por mim?

-Mas…

-Harry!

-Tudo bem. – concordou ele, um pouco contrariado.

Harry e Draco se entreolharam com desagrado, até que o moreno desapareceu no meio das pessoas. Gina fez sinal a Malfoy para a seguir. Os dois foram também para dentro enquanto a ruiva procurava a mulher com quem combinara para ser a acompanhante dele. Mas, no meio de tanta gente, isso se tornava uma tarefa bastante difícil.

-Ver você e o Potter se engolindo me dá enjoos. – disse Draco no ouvido de Gina, fazendo-a arrepiar-se.

-Ciúmes? – perguntou sorrindo.

-Imagine se eu tinha ciúmes de você, Weasley! Apenas me enoja ver tanta coisa ruim junta.

Gina revirou os olhos, mostrando o seu desagrado. Continuou procurando incessantemente a surpresa dele, mas não conseguia encontrá-la. Até que finalmente a identificou pelos seus cabelos pretos e encaracolados.

-Espere aqui! – disse para Draco, afastando-se em direção à mulher.

-Wilma! – chamou a ruiva, fazendo a mulher virar-se.

-Gina! Estava com medo que já não viessem.

-Oh, querida, claro que não! O Malfoy nunca deixaria você aqui sozinha… - afirmou sorrindo, olhando de relance Draco que admirava duas mulheres loiras mais à frente.

Você vai ter o que merece!, pensou Gina, enquanto encaminhava Wilma ao encontro de Draco.

Wilma era uma das filhas de David McCalley, o dono de uma das agências de viagens mais conhecidas de toda Inglaterra. Sendo assim, essa agência mantinha um contrato com a Malfoy Corporation de modo a que recomendassem sempre os hotéis de Malfoy, recebendo assim uma comissão por cada cliente proveniente da agência.

-Malfoy, - chamou a ruiva, fazendo Draco virar-se para ela – Esta aqui é Wilma McCalley. Acho que vocês já se conhecem.

-Wilma McCalley? Filha de David McCalley?

-Essa mesma – a morena respondeu com um sorriso de orelha a orelha.

Nesse momento, Draco ficou estático, absorto em pensamentos, como se estivesse somando dois mais dois.

-Ah, não! Weasley, não me diga que…

-Malfoy, espero que se divirta com a Wilma, ele é uma ótima pessoa! – disse Gina sorridente, cortando a frase de Malfoy – Ela veio para acompanhar você.

Draco, nesse instante, sentiu uma fúria crescer dentro de si. Como poderia ter Gina feito uma coisa dessas? Wilma era das mulheres mais feias que ele conhecia. Os seus olhos pequenos, juntamente com um nariz comprido e lábios grandes demais a tornavam numa das mulheres mais repudiantes que já podia ter visto. E para além de tudo, Wilma era gorda. Bastante gorda! Draco duvidava que ela pesasse menos de cem quilos.

Iria recusar acompanha-la. Mas como? Ela era filha de um dos homens com quem ele negociava. Não podia magoá-la, caso contrario poderia estragar parte dos seus negócios.

-Wilma, me perdoe, mas eu não vou poder acompanhar você nesta festa! – declarou Draco, tentando soar calmo.

-Porquê? Ai, não, você não pode me deixar aqui! Porque todos os homens fogem de mim? Eu me sinto tão mal…

Porque você é horrível, feia e, para além de tudo, chata!, pensou Draco. Ela dava sinais de se desfazer em lágrimas a qualquer instante.

-Eu vou dizer ao meu pai para nunca mais me fazer vir a nenhuma festa! Eu odeio ser rejeitada…

Nessa altura, os olhos dela já deixavam cair livremente várias lágrimas, enquanto soluçava bem alto. Aquilo atraiu os olhares de várias pessoas que se encontravam à volta, o que assustou Draco. Ele não podia deixar que David soubesse que ele tinha estragado a “vida social” da sua filha. Só havia uma coisa a fazer: convencer Wilma a parar de chorar e acompanha-la na festa.

-Wilma, me desculpe, eu não a queria magoar. Tudo bem, eu deixo o que tinha para fazer para depois.

A mulher abriu um enorme sorriso – que ficava ainda mais enorme por esta possuir lábios gigantes – e, sem que ele percebesse de imediato, atirou-se nos braços dele para um abraço apertado. Draco ficou sem reação. Olhou em volta, procurando a maldita Weasley. Ela estava bem longe, um pouco isolada do resto das pessoas, beijando o desgraçado do Potter. O que ele mais queria era dar uma lição nela. Mas isso seria um caso para pensar depois.

O mais importante era separar-se dos braços da mulher que insistia em sufocá-lo com a sua gordura. Não que isso fosse dar muito resultado. Wilma era extremamente chata e provavelmente não o largaria o resto da noite. Mas talvez Roger fosse uma boa desculpa para ele se livrar dela por uns minutos.

Ao longe, Gina apreciava aquela cena, segurando o riso. Wilma era tão chata que seria capaz de tirar a paciência do jogador de xadrez mais paciente do mundo. Mas ela sabia que o que incomodava Malfoy era o seu aspecto físico. E sendo Wilma filha de quem era, Malfoy não tinha grandes hipóteses de escolha.

-Gina, vamos dançar? – perguntou Harry, interrompendo os pensamentos dela.

-Claro!

Os dois saíram do canto onde se encontravam em direção ao centro do salão, onde muita gente dançava. Naquele momento, uma música romântica tocava. Harry levou suas mãos delicadamente á cintura da ruiva e a chegou para bem junto do seu corpo.

Os dois dançaram durante algum tempo, até que Gina viu Draco dançando com Wilma um pouco mais afastado. Começou a rir baixinho para que Harry não percebesse. Wilma estava completamente agarrada a ele. Quanto a Draco, parecia ter saído da sala de cinema do pior filme de terror do século. Na sua cara estava estampado um pedido de socorro urgente. Ele precisava nitidamente de sair dali.

Instantes depois, os dois casais já estavam dançando bem perto um do outro. Draco viu Gina e aproximou-se mais um pouco, até chegar perto o suficiente para lhe falar.

-Weasley, às onze horas ao pé da recepção para falar com Roger!

No momento seguinte, Wilma e Draco foram se afastando, ainda dançando agarrados.

-Gina, não quer ir para um local mais… discreto? – perguntou Harry com um olhar malicioso.

A ruiva assentiu e ambos saíram do meio de toda aquela gente. O moreno a guiou por entre várias pessoas até chegarem a um lugar onde praticamente ninguém se encontrava. Uma enorme janela estava um pouco aberta, e uma porta dava passagem para uma varanda onde se encontravam várias cadeiras e uma mesa.

-Como você conhecia este lugar? – perguntou ela, surpreendida.

-Não conhecia… Apenas procurei por um lugar onde não houvesse ninguém.

Ele puxou uma cadeira e se sentou, segurando o braço de Gina e a puxando para junto de si.

-Senta aqui! – pediu meigamente, indicando o seu colo.

A ruiva sorriu e se sentou, de frente para ele. Os lábios dos dois não demoraram a unir-se, enquanto Harry deixava suas mãos escorregarem pelo corpo dela. O beijo começou a intensificar-se, incentivando Harry a furar pelo vestido de Gina, acariciando as suas belas coxas. Até que o vestido dela estava praticamente na sua cintura, mostrando a curta calcinha, também vermelha, que ela vestia.

Perto da janela, Draco observava tudo. Aquilo lhe dava vómitos. E também raiva. Não sabia bem de quê, mas sentia uma raiva imensa pelo que estava vendo. E quando viu a mão de Harry tocar, sem qualquer tipo de inibição, a calcinha de Gina, a sua raiva se intensificou.

Ouviram-se onze fortes badaladas soando no ar, provenientes de um enorme relógio. Eram exatamente onze horas da noite. Draco viu a ruiva levantar-se rapidamente do colo de Harry, para o desagrado desse. Escondeu-se por detrás de uma estátua e viu-a saindo em direção à festa.

Olhou de novo para o Potter. Estava com desilusão estampada no seu rosto, o que fez Draco sentir uma enorme satisfação. Porque não provocá-lo um pouco?, pensou malicioso.

-Ora, ora, quem está aqui! O magnifico Potter! – disse ele sarcástico.

-Malfoy… - constatou Harry ao levantar o seu olhar – O que você quer?

-Só vim ver mais de perto esse teu estado deplorável…

Harry imediatamente olhou para as suas calças. Era perfeitamente visível o modo como se encontrava animado, pela elevação do tecido. Imediatamente pegou no seu paletó e tapou aquela parte.

Draco começou rindo maliciosamente, abanando a cabeça negativamente.

-Pelo amor de Merlim, Potter! Ficar assim por causa de uma mulher tão desinteressante?

-Cala a boca! – vociferou Harry, furioso – Ela e bem melhor do que muitas que você algum dia teve.

-Vai sonhando, Potter! Já tive e tenho centenas de mulheres melhores do que aquela ruiva sem sal.

-Notou-se hoje! – disse Harry rindo – A sua mulher era visivelmente melhor que a minha. Mas isso se via à distância.

O sorriso de Draco rapidamente desapareceu do seu rosto, deixando-o inundar-se por uma enorme ira. Queria dar um soco na cara daquele moreno metido.

-Hoje foi um caso diferente. Eu não tive escolha!

-Qualquer das maneiras, você pode ter centenas de mulher, Malfoy, que nenhuma chegará aos calcanhares da Gina. Elas podem ser bonitas e elegantes, mas a minha namorada é linda, atraente, gostosa, super inteligente, educada e muitas outras coisas que nem vou dizer. E esta, Malfoy, você nunca terá!

-Como você pode ter tanta certeza? – perguntou Draco, franzindo a sobrancelha – Ela passa dias inteiros comigo.

-Porque eu sei que você nunca conseguiria conquistar uma mulher como ela – respondeu confiante – Ela é minha, Malfoy! Minha!

-Veremos então se ela é sua, Potter!

Draco saiu da varanda furioso. Sentia um ódio infindável por Potter, como jamais sentira por alguém. Os seus passos eram duros e ruidosos, em direção à recepção do Hotel. Só por você me ter desafiado, ela será minha, Potter! Toda minha!, pensava enquanto caminhava.

Assim que chegou ao seu destino, viu Roger falar animadamente com Gina enquanto esta deixava transparecer uma expressão profundamente irritada. Por momentos, examinou-a. Gina tinha umas belas pernas, uma cintura perfeita e seios muito bem formados. Era uma mulher magnífica, apesar de ainda ser uma Weasley. Mas se fosse preciso ele se envolver com ela, mesmo sendo da família que era, só para a tirar do Potter, ele faria. Depois de provar ao seu inimigo que era capaz de tudo, inclusive de lhe tirar a namorada, ele deixava-a e caso resolvido.

-Draco! – exclamou Roger, ao olhar na direção do loiro. [N/A – Eles conhecem-se à bastante tempo, por isso tratam-se pelo primeiro nome]

-Roger, tudo bem? – disse ele apertando a mão do outro – Desculpem pela demora.

-Não tem problema nenhum! Eu estava aqui falando com a Virgínia. Uma mulher muito agradável, se quer saber. – disse sorrindo atrevidamente para a ruiva, que desviou o olhar.

-Vamos logo ao que interessa, sim? – disse Gina – O que há de tão importante para falarmos?

-Oh, o Draco e eu estamos pensando em fazer um negócio. Já tínhamos falado há algum tempo, mas é claro que para assinar ele precisa que você leia e veja se está tudo certo.

-Que negócio?

-Vou comprar um Hotel em Nova York. – respondeu Draco - Um lugar em que eu nunca investi antes, mas acho bastante produtivo.

-Em Nova York? – perguntou, surpresa – Mas isso implica muitas outras coisas, você sabe…

-Claro! Mas antes dê uma olhada aqui nesta escritura.

Draco passou alguns papéis para as mãos de Gina, que esta logo começou a ler atentamente. Depois de ler os pontos mais importantes, devolveu-os ainda pensativa.

-Bem, do que pude ver aqui, parece estar bom. Mas eu preciso analisar com mais calma e, claro, ver as plantas do hotel para verificar se coincide, entre outras coisas.

-Sim, depois você faz tudo isso. – respondeu Roger com um sorriso – Agora, quer-me acompanhar para uma dança?

-Eu… er, bem… Eu… não posso!

-Não pode? Porquê, Virgínia?

-Bem… é que…

-Eu prometi a ela que dançávamos juntos depois desta conversa – interrompeu Draco, fazendo Roger olha-lo com um misto de surpresa e desagrado.

-Tudo bem. Então fica para outra altura.

Roger saiu um pouco desiludido, dirigindo-se às incontáveis pessoas que dançavam animadamente na festa, enquanto outras apenas desfrutavam das inúmeras bebidas disponíveis. A ruiva saiu logo depois, deixando Malfoy sozinho. Foi em direção ao bar e pediu uma bebida forte.

-Aqui está, Srta.

Bebeu tudo de um só gole. Rapidamente pediu outra igual e bebeu do mesmo modo. Até que Harry a avistou e se dirigiu a ela.

-Gina, você ‘tá aqui e nem diz nada? – perguntou ele, fazendo Gina virar-se.

-Harry, desculpe! Eu cheguei mesmo agora aqui…

-Hm… tudo bem. Vamos dançar mais um pouco? Daqui a pouco tenho de ir!

-Você não vai voltar comigo para Londres? – perguntou desanimada.

-Não, não posso. Desculpe, Gina!

-Tudo bem… - respondeu sem convicção.

Os dois caminharam até ao centro da festa, onde todos dançavam. Gina começava vendo algumas coisas meias desfocadas. A verdade era que não estava habituada a beber. E o pouco que tinha bebido era suficientemente forte para causar aquele efeito.

As pessoas começaram se tornando mais desfocadas, até que a ruiva tropeçou em algo. Não se apercebeu rapidamente do que estava acontecendo, até que caiu no chão e ouviu um barulho estranho.

Nesse instante, grande parte das pessoas que estavam na festa pararam, olhando Gina. Até Malfoy que tentava livrar-se novamente de Wilma parou para ver o que estava acontecendo.

Gina estava no chão, com a parte de trás do vestido completamente rasgada. Havia se prendido numa parte do cinto de Harry, o que fez o tecido romper com violência. A parte de baixo da sua lingerie vermelha ficou totalmente à mostra, fazendo algumas pessoas tapar a boca de surpresa. Outras começaram rindo incessantemente. E a ruiva apenas tentava colocar-se de novo de pé, mas ainda sentia seus ossos doloridos da queda. Viram-se alguns flashes na sua direção. Harry rapidamente a ajudou e a cobriu com o seu paletó.

-Eu quero ir para casa, Harry! – pediu a ruiva choramingando – Que humilhação, eu quero sair daqui!

-Eu não posso te levar…

-Eu levo, pode deixar! – disse uma voz por detrás dos dois.

-Malfoy, jamais confiaria a minha namorada a você! – disse Harry, faiscando ódio pelas suas íris verdes.

-Ela veio comigo, não sei qual o problema de ir também.

Harry olhou para Gina, surpreso.

-Você veio com ele? – perguntou Harry, indignado – Porque você não me disse?

-Não veio ao assunto. Achei que não fosse importante – declarou ainda cabisbaixa – Mas eu vou com ele, Harry. Nada de mal vai acontecer.

Depois de alguma hesitação, o moreno acabou por concordar. Os dois despediram-se com um beijo demorado, o que intensificou ainda mais a raiva de Draco. Logo de seguida, Gina separou-se e acompanhou Draco até ao carro.

O dia poderia ter sido perfeito. Mas não, tinha de ter algo para o estragar. Porque sempre acontecia alguma coisa? Passara uma das maiores vergonhas da sua vida! Ficar com a calcinha à mostra em frente de todo o mundo era das piores coisas que podia ter acontecido.

Entrou no carro com o loiro. Ele não disse nada. Estava estranhamente silencioso. O carro começou andando e ele continuou tão calado quanto antes. Conhecendo-o como conhecia, podia jurar que ele iria gritar a plenos pulmões por ela ter convidado Wilma para o acompanhar. Mas não, ele apenas se manteve em silêncio.

-Você esqueceu de devolver o casaco ao Potter – comentou Draco ocasionalmente.

-Nem tinha notado. – respondeu indiferente.

Mais alguns minutos de silêncio inundaram o ambiente estranho que pairava dentro do carro. Gina encostou o rosto no banco, olhando um pouco para Malfoy.

-Você não bebeu, não é? – perguntou a ruiva, com medo que ele cometesse alguma besteira ao volante.

-Não. Graças à companhia que me arranjou, eu tive de ficar sóbrio para não cometer coisas indesejadas!

-Você está querendo dizer que poderia ter ido para a cama com a Wilma caso estivesse bêbedo? – perguntou Gina rindo da situação.

-Muito engraçada, Weasley! Só aviso uma coisa: se prepare porque eu vou vingar-me!

Gina riu demoradamente, ainda com o rosto encostado no banco.

-Por mim, pode começar já.

-Tem certeza?

-Absoluta!

Draco freou de repente, fazendo Gina quase saltar do seu banco. Ela o olhou completamente assustada, tanto pela freada brusca, como por não saber o que ele iria fazer.

-Você tem medo de andar de carro, ‘né? – perguntou com um sorriso malicioso – Então se prepare para gritar, Weasley!

Ela o olhou horrorizada, mas antes que percebesse o real significado das palavras que ele dissera, Draco arrancou a toda a velocidade em direção a uma descida acentuada.

-NÃO! MALFOY, PARA JÁ ESTE CARRO! PÁRA! – gritava a ruiva desesperada, segurando-se onde conseguia.

Mas ele continuou, até que chegou a descida. Gina começou a gritar com toda a sua força, fechando os olhos para não ver as coisas terríveis que poderiam acontecer. Ele apenas riu e continuou, até que a descida acabou e logo de seguida se encontrava uma subida. Draco continuou com a mesma velocidade, até que quase no fundo da rua, travou bruscamente. O carro virou todo para um dos lados, fazendo Gina gritar ainda mais.

E finalmente parou. Ela tentava normalizar a respiração, enquanto o seu coração palpitava freneticamente. Até que reparou que estava quase em cima de Malfoy. Merlim, eu não mereço isto!. pensou, tentando voltar ao seu lugar. Mas ele a segurou pelo braço.

-Onde pensa que vai? A minha vingança ainda não acabou.

-Malfoy, você me fez tomar o susto da minha vida! Não acha isso suficiente?

-Não – respondeu calmamente – Eu tive de estar com aquela mulher horrível durante imenso tempo. Agora você vai ter de me compensar…

-Compensar como?

Ele olhou fixamente para ela, abrindo um sorriso maroto em seu rosto. Puxou-a para mais perto de si e aproximou lentamente os seus lábios dos dela.

-Assim! – disse Draco, quase tocando nos lábios de Gina.

Mas nesse momento ela desviou. Voltou para o seu lugar, confusa com tudo aquilo. Porém, não foi isso que fez Draco desistir.

-Não fuja, Weasley! – sussurrou no ouvido dela, inclinando-se para beijá-la.

Mas novamente ela se afastou, encostando-se agora no vidro do carro. Ele continuou sorrindo, enquanto aproximava decididamente o seu rosto do da ruiva.

Não faça isso, Malfoy! Não faça isso pelo amor de Merlim!, pensava Gina desesperada.

Mas ele continuou se aproximando, estando praticamente em cima do banco ocupado por Gina. Os seus braços pousaram no vidro, perto dos cabelos dela, enquanto suas pernas tentavam desesperadamente arranjar espaço para encaixarem com as da ruiva.

-Você… Você não pode fazer isso, Malfoy! Eu tenho namorado! – disse Gina, tentando afasta-lo.

Porém, todos os esforços eram em vão. O corpo de Draco estava agora totalmente encostado ao dela, fazendo-a inundar-se por um arrepio estranho, mas ao mesmo tempo… bom! E ela não queria achar aquilo bom. Só podia estar louca.

-O Potter não está aqui… Ele não vai ficar sabendo.

Dizendo isto, Draco finalmente uniu os seus lábios aos de Gina, fazendo-a arrepiar-se ainda mais.

Gina perdeu toda a capacidade de formular pensamentos dotados de razão na sua mente. E para confirmar a loucura que estava fazendo, entreabriu a boca, dando livre passagem à língua de Draco. O beijo, a princípio calmo, tornou-se desesperado. As mãos de Gina subiram até ao pescoço dele, segurando firmemente pedaços dos seus cabelos loiros. Por sua vez, as mãos dele percorriam cada curva do corpo dela, passando desde os seios até as pernas cobertas pelo vestido.

Draco começou descendo os seus lábios até ao pescoço da ruiva, enquanto as suas mãos subiam discretamente o vestido dela até à cintura. E foi aí que a consciência voltou inesperadamente ao cérebro de Gina. Ela estava beijando Malfoy! O homem mais desprezível da face da Terra. Ela não podia, Harry não merecia isso.

-Malfoy, pára, por favor! – pediu ela, revirando os olhos pelo prazer que sentia quando a língua dele tocava levemente no seu decote.

-Você quer mesmo que eu pare? – perguntou entre alguns beijos.

-Eu… quero! Eu exijo que você pare agora!

Ele olhou-a por breves segundos, passando as suas mãos por dentro do vestido dela, tocando levemente a sua barriga.

-Então me faça parar, Weasley! Se você realmente quer, faça com que eu pare!

Continua…




N/B: Nossa senhora, um dia ela mata um de curiosidade! Ahuahauha!
Me deu uma pena do Draco nesse cap... primeiro o coitado fica bobo com a Gina, depois ele encontra “O encontro” dele, tadinho! Sinceramente? To com pena de todo mundo! A Gina pagou um super mico, o Harry tadinho... sem comentários! Ahuahauhauh! Muito engraçada a parte do Malfoy com ele. Mas no final? Quem é o Harry mesmo? Esqueci que ele existe!! Só dava pra ficar aqui torcendo: “Draco agarra logo a Gina!”.
Cassie to boba, ta um ótimo cap, dá pra imaginar as mil coisas que vem pela frente!!! E assim que passarem as provas e você tiver livre, continua pelo amor de Deus!
*morrendo de curiosidade!*

N/A – Em primeiro de tudo, queria agradecer à Carol por me ajudar (e muito!) com o português do brasil^^

E estou pronta para os crucios de novo. Ou quem sabe até avadas.. XD Eu já SEI! Não podia ter parado o capítulo aqui, mas pensem positivamente: pelo menos eu não acabei antes de eles se beijarem XD Agora o que vai acontecer, é so esperar para ver, porque eu não vou abrir a minha boca!

Bem, agora a parte triste da N/A… não esperem atualização nas próximas 3 semanas. Semana que vem, 5 provas globais, na seguinte mais 3 e na ultima semana de aulas 2 testes. Se eu atualizar, vai ser milagre. Mas depois eu vou ter todo o tempo do mundo para me dedicar a esta fic e até a outros projetos de fics que já tenho em mente. E acreditem que ter ideias para fics me perseguindo na cabeça e não poder escrever é horrível demais.

N/A2 – Pára tudo! Eu quero falar sobre uma coisa que vocês precisam d ler XD
Bom, eu como viciada em fóruns que sou me pus pensando… HH tem fórum… S/M (Sirius/Marlene, não sei se conhecem) tem fórum… DG também tem um mas eu n suporto a cor do fórum, me da dores de cabeça e eu não consigo olhar para ele. Então a minha cabeça doida pensou: Porque não criar um fórum DG? Sim, mas para isso eu precisaria de saber se vocês, DG’s como eu, gostavam ou não, se apoiam ou até mesmo se querem ajudar na construção. É só dizer se apoiam no coment^^ E quem quiser ajudar, me adicione no msn ou mande email. Pronto, é só. Eu e a Carol já temos falado sobre isso mas eu preciso da vossa opinião. Claro que esse projeto vai ter de esperar um pouco até eu ter mais ajuda e tempo livre para me dedicar a ele.

Respondendo aos comentários:

Não, eu não vou responder individualmente… Me perdoem, mas eu não posso mesmo. São muitos e eu estou completamente sem tempo. Ontem deitei as 5 da manha para escrever este capitulo TODO… E dêem graças à greve de funcionários que fizeram na minha escola. Caso contrário, só teriam este capitulo daqui a 3 semanas^^

Bem, eu adorei TODOS os comentários, todos mesmo. Tou adorando saber que tem tanta gente gostando da minha fic. Isso me deixa feliz e com ainda mais vontade de não parar de escrever! Para as pessoas que disseram que estava perfeita e até que era das melhores que tinham lido, eu só tenho a dizer que fico completamente babada com esses comentários XD Qualquer um ficaria, ne? Para aqueles que me pediram para eu ver uma fic e eu ainda não o fiz, me perdoem, eu tentarei ir o mais rápido que eu puder. E para todos um gigante obrigada por comentarem… Isso me deixa super mega hiper feliz! Beijos para todos e continuem comentando (e votando!)=D

P.S. - Já repararam como eu sou péssima em titulos? -.-

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