A volta de Sirius Black
Descanse
sua doce e cansada cabeça.
A noite está caindo
você veio para o fim da jornada.
Durma agora
e sonhe com aqueles que vieram antes.
Eles estão chamando
para o outro lado da distante terra.
Porque você chora?
O que são essas lágrimas em seu rosto?
Em breve você verá
que todos os seus medos irão passar.
Seguro em meus braços
você está apenas dormindo.
O que você pode ver
no horizonte?
Porque as gaivotas brancas nos chamam?
Do outro lado do mar
uma pálida lua se levanta.
Os navios vieram para te levar pra casa.
A aurora aparecerá
para o espelho prateado.
Uma luz sobre a água
todas as almas passarão.
Esperanças falham
no mundo da escuridão.
Pelas sombras caindo
de lembranças e tempo.
Não diga
"Nós viemos agora, para o fim"
Praias brancas nos chamam.
Você e eu nos encontraremos.
E você estará aqui, em meus braços
apenas dormindo.
O que você pode ver
no horizonte?
Porque as gaivotas brancas nos chamam?
Para o outro lado do mar?
Uma pálida lua se levanta.
Os navios vieram para te levar pra casa.
Então tudo voltará
para o espelho prateado.
Uma luz sobre a água.
Navios cinzentos passarão
rumo ao oeste.
(into the West- Trad. Talita Freitas)
Um flash de luz vermelha, um véu roçou suas costas, e tudo escureceu.Fora sugado na velocidade da luz, e demorou muito pouco para entender que ele, tivesse sucumbido.
Após alguns instantes ou horas, ele nem sabia mais, ao longe ele viu uma luz branca que ia aumentando de tamanho.Para sua surpresa eram um homem e uma mulher envoltos em luz.
-Sirius Black.- chamaram suavemente.
-Eu morri?- ele quis saber.
-Sim.- responderam.
-Mas eu não posso morrer agora, Harry precisa de mim.- ele disse desesperado olhando para todos os lados.
-Harry está sendo cuidado pelos amigos que ficaram, Almofadinhas.- disse o homem e se aproximou revelando a face de Tiago.
-Pontas, é você? Ele abraçou o homem e chorou.... como uma criança perdida.Chorou tudo o que ele havia guardado por anos em Askaban, e ao olhar para a mulher percebeu que era Lílian olhando com doçura para ele:
-Eu estou no céu?Quem foi o doido que me jogou aqui?- disse enxugando o rosto sem graça, pois o único que o havia visto chorar na vida fora Tiago, e ainda por ter sido desprezado por uma garota que ele amava. Fora só aquela vez, ele nunca mais chorou depois disso, nem mesmo na prisão.
-Viemos ajudá-lo a voltar para a escola, ficará lá por algum tempo.Você ainda tem assuntos pendentes.- disse Llian.
-Mas porque vou voltar para a escola?Vou ressuscitar? – quis saber Sirius.
-Não se volta da morte Sirius, você sabe.Você ficará em Hogwarts por um tempo, como um fantasma, até a sua inocência ser declarada. E como você já passou pelo Abismo, pois já teve que enfrentar seus medos e angustias em vida na prisão de Askaban, é uma forma de você poder se despedir, antes de continuar sua jornada, se você quiser.-Disse Tiago.
-E o que terei que fazer?Eu quero ir.- ele estava ansioso.
-Bom em primeiro lugar, ficar calmo, pois irá rever e conhecer pessoas importantes. Que o amam e que sempre vão amá-lo. E é por eles que você poderá voltar e se despedir, hoje é um dia especial.- disse Lílian.
-Que dia é esse?- ele quis saber.
-Dia das Bruxas.É o dia em que o véu entre os dois mundos fica mais fino e então é fácil para os que se foram retornar e se comunicar com os parentes.- falou Tiago.
-Vocês vão vir comigo? Harry iria querer vê-los também.
-Não, mas diga a meu filho que sempre estaremos com ele e que por mais difíceis que sejam as coisas, ele não deve se entregar. -Disse Lílian que ergueu as mãos e suas roupas ficaram como novas, limpas, seus cabelos estavam do jeito que ele os usara, quando estudante, um pouco comrpidos, com uma franja caída na testa.
Só o olhar mortiço que ele ganhara em Askaban, continuava.Era o olhar de quem se sentia culpado, por confiar em quem não devia e se não bastasse perder todos a quem amou, amargar anos preso injustamente.
Esse olhar não sairia facilmente daqueles olhos azuis.Afinal, para ele nada foi muito fácil.
-Vou poder ajudar o Harry? E o Remo também?
-Sim, e mais pessoas que....- Tiago não terminou a frase, pois Sirius sentiu um puxão no umbigo como se acionassem um portal e a diferença desta viagem, era que ele sabia que alguém próximo a ele estava em perigo.
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Apesar dos problemas enfrentados a pouco Harry não pode deixar de se sentir seguro voando naqueles cavalos. Alex estava montada na sua frente e ele sentiu o corpo dela tremer, embaixo de sua mão, e ele a aconchegou mais próximo de si. Agradecia aos céus, pela ajuda do fantasma ou o que quer que fosse. (Voldemort agora quer mais gente para matar e atingi-lo. -E eu não vou deixá-lo pegar nenhum deles. (Harry pensava).
Tonks, Moody, Remo e Amanda voavam ao redor deles, para evitar qualquer ataque e Harry notou que a bruxa que carregava Gina estava falando numa língua estranha com a garota desmaiada e o cavalo devia ser bem treinado ou encantado, pois não havia rédeas.
Harry conhecia magia o suficiente para saber que a mulher estava fazendo encantamento sem varinha, e apesar dela ser uma estranha para ele, não sentiu que a irmã de seu melhor amigo corresse algum perigo. Ele já vira aquela mulher em sua visão e sabia que ela era do Bem.
Pousaram em frente ao castelo e Madame Pomfrey e a professora McGonaggal vinham descendo as escadarias, seguidas por Snape e Dumbledore; a mulher que os ajudara disse:
-Ela foi atingida por um feitiço estuporante, Papoula.Não há outros danos, eu verifiquei.Vai acordar daqui a pouco, um pouco desorientada.-disse à enfermeira, que rapidamente conjurou uma maca para levar Gina para a enfermaria.
-Eu estava indo resgatá-los, mas eu vejo que os amigos sempre chegam nas horas de necessidade.- disse o mago e a bruxa baixou o capuz e uma cascata de cabelos vermelhos caiu até a cintura dela e respondeu:
-Pobres daqueles que não podem contar com os amigos.- e fez uma reverência a Dumbledore que retribuiu.
Harry desmontou do cavalo e puxou Alex para perto e perguntou:
-Você está bem?
-Sim e você?- ela respondeu e passou a mão pelo rosto de Harry pra ver se ele estava bem, e depois se virou para os recém chegados:
-Tia Morgan, Tio Ian, porque não avisaram que viriam hoje? Este é o Harry.
-Porque a surpresa foi mais proveitosa, minha querida.- e a bruxa olhou para Harry, sorriu e estendeu a mão:
-Muito prazer em conhecê-lo Harry Potter.Sei, que é um excelente jogador de Quadribol.
Ele ao cumprimentar a bruxa sentiu uma energia boa, como se ela estivesse enviando ondas de paz, então o seu cansaço pela luta, seu medo de perder os amigos desapareceu e ele retribuiu o sorriso, e também porque ela olhava para seus olhos, não para sua cicatriz.
Ele achou que ela devia ser alguém importante, pois Snape olhava para ela de queixo caído e os aurores agradeciam o auxilio.E o bruxo, Harry só sabia que se chamava O’Hara e conhecia Moody.
-Quero que conheçam Ian O’Hara e Morgan O’Hara. São primos de Amanda e nossos aliados nesta guerra.Aliás, a senhora O’Hara é a nova Ministra da Magia.- disse Dumbledore, como se isso fosse uma informação qualquer.
Harry, Rony e Hermione começaram a entender de quem se tratava.,br>
-Ministra da Magia? Mas e o Fudge?- perguntou Rony, ficando vermelho.
-Vou assumir o Ministério provisoriamente, até o inquérito sobre Cornélio Fudge terminar. E como você colocou meu nome em votação, Dumbledore, eu não tinha como recusar, não é? Ela lançava a ele um olhar inquisidor.
-Vamos todos para dentro!- disse Dumbledore com os bigodes tremendo.
-Preciso cuidar dos cavalos, Dumbledore.- disse o bruxo rápido.
-Hagrid, vai cuidar deles, com prazer.- e Dumbledore lançou uma luz violeta para a porta da cabana de Hagrid, que se abriu com estrondo e o meio gigante veio rapidamente com Canino logo atrás:
-Estou aqui, diretor!O que aconteceu? E ao olhar para o bruxo recém chegado, ele disse:
-O’Hara, mas que diab....então olhou para a bruxa e fez uma reverência sem jeito:
-Senhora.Desculpe não a vi.
A bruxa retribuiu o cumprimento e se aproximou dele lhe dando um abraço:
-Como vai meu amigo? Poderia nos fazer o favor de cuidar dos cavalos? Depois temos muito que conversar, você sabe sobre quem... e piscou para ele.
Hagrid ficou corado e olhou para Dumbledore que assentiu e saiu a toda para cuidar dos cavalos.
-Vem Canino! – e lá se foi cuidar dos novos animais.
Dumbledore olhou em volta e disse:
-Convido a todos para irem até o meu escritório.
E ofereceu o braço para a bruxa, e começou a entrar no castelo.Harry e os amigos os acompanharam.Estavam todos curiosos.
Os quadros na parede que sempre fingiam dormir estavam acordados e alguns corriam de uma moldura a outra, para olhar os visitantes. Dillys acenou alegremente para a mulher e recebeu um sorriso de volta.
Harry notou que o homem era um pouco mais alto do que Remo e bem forte e devia ter quase a mesma idade, parecia um daqueles guarda-costas de filmes de cinema.Tinha cabelos negros e compridos, presos em um rabo de cavalo, olhos cinzentos e sorria fácil. A bruxa devia ser pouco mais velha que Amanda, era ruiva e tinha olhos incrivelmente verdes.
Embora houvesse uma certa beleza naquela mulher, Harry notou que ela emanava, não havia outra palavra para descrever: poder. Não o poder corrompido, era mais do que isso.
-E você continua gostando de aparições de efeito, não Ian?Veja o Auror que você treinou Alastor.- começou Dumbledore, fingindo indignação.
-Foi o que eu disse a ele, Alvo.- rosnou Moody, mas Harry notou que o velho auror entortava a boca com o que parecia um sorriso.
-Não foi minha culpa, íamos chegar quietos.- tentou se justificar Ian.
-Se eu soubesse que o meu melhor aluno fosse gostar de fazer aparições em cavalos voadores, como o príncipe encantado dos trouxas, teria exigido mais nas provas finais.- disse Olho tonto com voz áspera.
-Olha aqui Moody, se eu não chegasse naquela hora.....- começou Ian, mas viu que Dumbledore e Olho tonto estavam rindo e percebeu que os velhos bruxos estavam gozando da cara dele. Então ele aprumou-se e olhou para Harry e disse:
-Seu escudo protetor ajudou a achá-los rápido, foi muito bom. - e Harry percebeu que mão do homem era grossa e cheia de calos, porém seu olhar era firme, decidido e franco.
-Obrigado pela ajuda.-o garoto respondeu, simpatizando com o bruxo.
-Este é Severo Snape, nosso professor de Poções.- continuou Dumbledore.
Os dois bruxos apertaram-se as mãos, e então Snape virou-se para cumprimentar a mulher.
Snape ficou surpreso com o olhar que a mulher deu a ele.Ela o encarou, olhava fundo em seus olhos; ela deu a impressão que queria ler os pensamentos dele, e embora ele soubesse fechar a mente, contra invasões indesejadas, ele não o fez.Após algum tempo ela sorriu e disse:
-Muito prazer, senhor Snape.- disse a bruxa.
-Por favor, senhora, Severo.- e ele teve a estranha sensação de já haver dito aquelas palavras, muito tempo atrás.Em qual época ele não sabia.
-Morgan, nós somos aliados.- ela disse sorrindo e ele se sentiu aquecido.
Dumbledore pediu que todos se acomodassem e ao agitar da varinha, uma mesa completa para chá surgiu, cheia de bolinhos e jarras de suco de abóbora.
De repente entraram pelas paredes Nick quase sem cabeça, acompanhado de Frei Gorducho, e mais um convidado.
Harry e seus amigos se não conhecessem fantasmas, teriam tido um ataque do coração naquela hora, pois o convidado era Sirius, e estava bem diferente da ultima vez que eles o viram no departamento de mistérios.Não tinha mais aquele jeito que intimidava, enquanto lutava.
Parecia mais moço, com o rosto barbeado, os cabelos mais curtos, com uma franja caindo na testa e suas vestes eram escuras, e transparentes. E ao flutuar próximo de Dumbledore, Harry quase não enxergou nada, pois, seus óculos estavam embaçados pelas lágrimas, que ele segurava para não cair.
-Oi, Harry, fico feliz em vê-lo.Você estava lutando bem, fiquei orgulhoso.- sorriram um ao outro.
Remo tinha o rosto transtornado e não sabia se ria ou chorava.Não conseguia acreditar no que via.
-E aí Remo, a minha entrada foi boa não? Pena que não deu tempo de parar o coração da Bellatrix.- e deu aquela risada canina e Remo o acompanhou na risada.
Então ele olhou para Amanda e seus olhos se surpreenderam:
-Oi Mandy.Nos encontramos novamente-ele disse rouco, visivelmente surpreso.
-Oi Sirius.- ela respondeu se controlando para não chorar, mas uma lágrima furtiva, teimou em escorrer pelo canto do olho.
Ele continuou a cumprimentar os presentes com acenos de cabeça, quando olhou para Alex que estava ao lado de Harry, e deve ter pensado que ela e Amanda eram parentas, pois disse:
-Nossa, ela lembra você, quando a gente se conheceu Mandy. Mas os olhos são.... diferentes, são bem azuis, e sorriu para a menina que tinha as faces molhadas de lágrimas, que insistiam em cair.
-O perigo passou e menina bonita não chora!- ele disse galante e arrancou um pequeno sorriso de Alex.
Ele se aproximou e ficou cara a cara com Nick, e as pessoas puderam comprovar como os dois eram parecidos:
- Olá eu ainda não te conheço, mas você me lembra alguém.Meu nome é Sirius Black.
O garoto limpou a garganta e respondeu:
-Eu sou Nicolas... Black.- disse o garoto com a voz embargada e fazendo esforço para soar firme.
-Black? Então é meu parente?- ele perguntou e olhou para Remo e Dumbledore, pedindo confirmação.
-Ele é seu filho Sirius.- disse o velho mago firme.
-Eu... tenho... um... filho? – Sirius disse cautelosamente e olhou rapidamente para Amanda que assentiu positivamente; ela se aproximou pegando Alex pela mão e colocando-a na frente dele e ao lado de Nick.
-Eles são gêmeos Sirius.- disse Amanda com a voz baixa, para não tremer.
Sirius olhou bem para os rostos dos garotos, reconhecendo alguns traços da família que ele não vira antes: olhos bem azuis emoldurados por cabelos bem negros, o olhar de desafio, que muitos chamavam de arrogância e ele chamava de charme natural, a revolta por morrer cedo,começou a surgir em seu íntimo, porém lembrou-se das palavras de Lílian que agora faziam sentido pra ele, então bem devagar aquele sorriso maroto formou-se em seu rosto:
-Remo você é testemunha. Lembra? Eu disse ao Tiago, que ele podia estar casando antes, mas que EU iria ter mais filhos que ele. Está vendo aí de cima,Pontas? 2 a 1 pra mim. Eu venci.- e deu sonoras gargalhadas.
Amanda estava agradecida, por novamente poder ver aquele que foi o seu primeiro amor, e que ninguém sabia como, conseguiu voltar do mundo dos mortos, para fazer aquilo que o transformava no melhor de todos quando estava vivo: Ajudar os amigos!
F I M
N>AUTORA: Sempre me entristeceu o fato de nosso querido Almofadinhas, não ter tido uma família que o amasse e que continuasse o seu legado(Ser lindo e gente boa).
Sei que JK não vai ressuscitá-lo. Então criei esta estória para preencher um pouquinho este vazio que ela deixou na série Harry Potter. (JK má, JK má... hehehe)
Espero que tenham gostado dessa minha primeira fic, onde apresento alguns novos personagens, e tento dar continuidade ao sangue dos Black.
Perdoem se ela ficou piegas, mas sou uma romântica incorrigível e eu amo o jeito do Sirius.
Bom, também sou apaixonada por um certo lobisomen, mas isso é outra estória.
Muito obrigada a Madison Black, que me apresentou o mundo das fanfics.Valeu prima, te adoro!
Tenho que agradecer a todos que escrevem fanfiction, pois sem eles esperar pelo próximo livro seria um tédio, e isso faz aumentar o carinho por Harry Potter e amigos. Um obrigado a todos que leram e comentaram esta fic.
E um obrigado especial para aqueles que mantém sites e publicam as nossas estórias, vocês são os verdadeiros heróis!
Beijos e, quem sabe... até a próxima!
Andrômeda Black
Set/2004
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