Surpresa Inesperada





[song]
[Quando o segundo Sol chegar
Para realinhar as órbitas dos planetas
Derrubando com uma sombra exemplar
O que os astrônomos achavam se tratar de um outro cometa...]


Aquele parecia ser o dia mais frio do ano. O céu estava nublado e ameaçava chover. Uma leve brisa muito fria circulava pelo local, dando a quem passa-se um leve arrepio de frio e um silêncio modorrento pairava sobre as pequenas casas do Largo Grimmauld. As ruas estavam desertas. A única pessoa que se via, era um adolescente debruçado sobre o peitoril de uma janela fechada no número 12.
Era um garoto magricela, de cabelos pretos, a aparência macilenta e meio doentia de alguém que cresceu muito em pouco tempo. O rosto estava pálido e muito triste. Tinha o olhar distante e cheio de lágrimas e parecia olhar ao longe encarando o nada. A notável aparência de Harry Potter deixava claro que, emocionalmente, o garoto não estava bem.
No todo, Harry estava muito despedaçado e triste. O garoto achava que sua vida estava se desmoronando e sua alegria pela vida, que durante os 6 anos anteriores haviam sido tão nítidas em cada momento que havia vivido, hoje já não tinham o menor significado para ele. Afinal, a Vida lhe dera razões para hoje estar triste. A 2 meses atrás, Harry havia presenciado o pior momento de sua Vida: a morte de Alvo Dumbledore.
Aquele momento de horror ainda visitava seus sonhos e a imagem de Dumbledore implorando a Snape que não o matasse ainda estava nítido em seu pensamento. As vezes parava no meio de seu caminho e relembrava aquela noite de horror, desde o momento em que entrara com o Diretor na caverna da Horcrux até o momento em que o corpo de Dumbledore rodopiou no ar e despencou da janela na torre de astronomia, o que no final resultava em lágrimas que escorriam silenciosamente pelo rosto do garoto. E ainda que no dia anterior tivesse completado 17 anos, sua alegria não era grande.


[..Não digo que não me surpreendi
Antes que eu visse, você disse
Eu não pude acreditar
Mas você pode ter certeza...]


Como era a vontade de Dumbledore, Harry ficou na casa dos tios até o seu décimo sétimo aniversário, quando o feitiço que o diretor havia lançado sobre ele e a casa dos Dursley tivesse terminado.
Para dificultar a vida do garoto, os tios, mesmo sabendo que havia algo errado, se é que poderia ser possível, com o sobrinho, não pouparam a chance de chateá-lo e de se mostrarem felizes que o tão esperado dia em que o garoto fosse embora estivesse tão próximo.


[...que seu telefone irá tocar
Em sua nova casa
Que a Vida agora trilha
Incluída nessa minha conversão...]



Harry, é claro, não deu muito importância a atitude dos tios e se perguntava por quê não estava feliz por estar finalmente indo embora para sempre daquela casa. Talvez porque não poderia morar com Sirius, ou porque não voltaria a Hogwarts, ou mesmo pela morte do diretor. O garoto ainda acordava no meio da noite, suando frio e começando a chorar, arrependido de todas as vezes em que se enfurecera com Dumbledore, principalmente no seu 5° ano e lhe doía dentro do coração saber que jamais poderia pedir perdão ao diretor por todo o seu mal comportamento.


[...Eu só queria te contar
Que eu fui lá fora, vi dois Sois, um dia...
E a Vida que ardia
Sem explicação...]


Na noite do seu aniversário, Harry estava sentado em sua cama, se perguntando para onde iria no dia seguinte. Pois era claro que os Dursley não o admitiriam mais em sua casa. O garoto já tinha a mala pronta com todas as suas roupas e seus objetos de escola, pronto para partir no dia seguinte. Já ia se deitar quando a porta se abriu e a cara feia e gorda do tio surgiu diante dele.
– Visita pra você garoto! – disse ele com a cara de buldogue.
Harry levantou-se e desceu as escadas se perguntando quem poderia estar ali, na rua dos Alfeneiros, indo visitar justo ele. Pensou em levar a varinha, caso fosse uma armadilha, mas pensou que se tivesse problemas com o ministério, não teria mais Dumbledore para livrá-lo a cara. Quando chegou ao pé da escada e entrou no hall levou um grande susto.
– E aí, beleza Harry?
– Tonks? Lupin? – Harry estava boquiaberto.
– Sim! Viemos buscá-lo. Sabemos que hoje termina a sua estadia aqui nesta casa. – disse Lupin, rindo da surpresa de Harry. O antigo professor, mesmo tendo seus problemas, parecia um pouco mais rejuvenescido e por incrível que pareça, bem animado. – Bom, não temos tempo a perder. Vamos embora?
– Certo, apenas deixe-me ir buscar minhas coisas lá em cima. – respondeu Harry já subindo as escadas.
– Vou ajudar com a bagagem. – disse Tonks indo atrás de Harry.
Pouco tempo depois já estavam de volta, a mala de Harry flutuando no ar. Logo em seguida, por educação, Harry se despediu dos tios, que não estavam nada contentes, pois achavam que Harry iria ficar na rua, e saiu com Tonks e Lupin.
– Bom, Harry, eu acho que você já sabe aparatar não? – perguntou Lupin.
– Sim, mas não tirei minha licença ainda.
– Então segure meu braço.
Harry agarrou o braço do ex professor, pois sabia que a aparatar não era uma viagem muito confortável. Logo em seguida sentiu o braço do bruxo torcer e fugir-lhe, e redobrou o seu aperto; no momento seguinte tudo escureceu; teve a impressão de estar sendo fortemente puxado em todas as direções, não estava conseguindo respirar, tiras de ferro envolviam seu peito, comprimindo-o; suas órbitas estavam sendo empurradas para o fundo da cabeça; seus tímpanos entravam crânio a dentro; até que...
Toda aquela agonia cessara e ele estava diante do Largo Grimmauld ao lado de Lupin e Tonks.
– Chegamos Harry! – sorriu Tonks.
– Eu sei que é um pouco desagradável no inicio, as primeiras aparatações, mas depois você se acostuma! Bom, vamos? – falou Lupin.
– Certo. – Harry ainda estava meio nostálgico.
Caminharam passando pela pequena praça ladrilhada e pararam diante de uma sólida parede. A um tempo atrás, Harry não teria sabido o que fazer, mas depois de ter descoberto o segredo, não tinha mais tanta convicção. Lupin olhou de relance para Tonks e esta se encaminhou para a parede, quanto Lupin se posicionava de costas para ambos, a varinha discretamente em mãos, pronto para qualquer tipo de ataque.
A porta do número 12 se materializou diante deles, assustando Harry que estava absorto em seus pensamentos. O garoto foi o primeiro a entrar na casa, seguido de Tonks e em seguida Lupin. A hall de entrada da casa estava muito escuro e o garoto saiu tropeçando nos próprios pés.
– Estou morrendo de fome, você não Harry? – perguntou Tonks – Vá para a cozinha com o Remo que eu só vou guardar suas malas e já vou também.
– Certo. – disse Harry tateando no escuro em busca da porta da cozinha, torcendo para não esbarrar no quadro da senhora Black.
Por fim, conseguiu achar a porta da cozinha, que facilmente se abriu. Mal o garoto havia entrado cozinha adentro, com Lupin a suas costas, Harry viu um risco de fogo se acender a sua frente que
iluminou todo o aposento, e a Canção “Parabéns pra Você” se iniciou.
A Sra. e o Sr. Weasley, Rony, Gina, Fred, Jorge, Gui, Carlinhos, Hermione, Fleur e agora Lupin e
Tonks se juntaram em um coro, cantando parabéns para Harry, ao redor de uma mesa, com um majestoso e imenso bolo de chocolate, muitos doces e cerveja amanteigada. O garoto ficou ali, parado, vendo todos sorrindo e cantando para ele, e ficou sem reação. Sua ficha demorou um pouco a cair e o garoto demorou um pouco para lembrar que era seu aniversário.
– Harry, Querido! – a sra. Weasley vinha abraçá-lo. – Feliz Aniversário.
– Parabéns,Harry! – disseram o sr. Weasley, Fred, Jorge, Gui e Carlinhos, cada um apertando mão do garoto.
– Oh, Arry! Parrabenss! Ficquei muy felize de verr você! – disse sorridente Fleur, beijando e bochecha do garoto, deixando Gina com uma cara séria e enojada.
– O-obrigado Fleur, também fico feliz em vê-la! – falou Harry pela primeira vez, se recuperando do susto!
– Oi Harry! Que bom te ver, feliz aniversário! – sorriu Hermione, abraçando-o.
– Olá Harry! Parabéns cara! – cumprimentou-o Rony.
– É muito bom ver vocês! Não sabem a falta que me fazem!
– E de mim, você não sentiu falta? – perguntou Gina, com um sorriso maroto, já sabendo a resposta.
– Olá meu amor! Que saudades! – Harry a abraçou pela cintura, enquanto a garota o abraçava pelo pescoço, e se engataram em um curto beijo, até Harry se lembrar de um pequeno detalhe – Gina, seus pais...
– Não se preocupe, já conversei com eles. Papai não gostou muito da idéia, assim como Carlinhos, mas no fim acabaram aprovando. Mas mamãe, está adorando a idéia de te ter como genro. – Gina não conseguiu conter o riso, e largou-se em mais um beijo no namorado.
Pouco depois, Harry se juntou a família Weasley, Hermione, Lupin, Tonks e Fleur para comer o bolo de chocolate, comer doces e tomar cerveja amanteigada. Conversavam todos sobre coisas animadas, falaram de como estava sendo o inicio das férias, mas não mencionaram Dumbledore ou os acontecimentos em Hogwarts. Isso irritou um pouco Harry. O garoto não entendia como podiam estar ali comemorando, tomando cerveja amanteigada, comendo doces e bolo, fingindo estar tudo bem, quando na verdade não estava. Mas, não deixou que a tristeza o dominasse, pelo menos por um momento, afinal, todos ali tinham preparado para ele aquela festa surpresa com tanto carinho, que ele achou que não seria justo interromper tudo para voltarem a dura e triste realidade que os cercava por todas partes. Resolveu por fim, que ao menos por aquele momento, iria fugir da realidade e fingir que estava tudo bem.
Por fim, quando já estava passando da meia noite e estavam todos sonolentos e cansados, a sra. Weasley acertava com o sr. Weasley e Lupin a distribuição do pessoal. Por fim ficou decidido que Harry ficaria no Largo Grimmauld, junto com Rony, Hermione, Gina, Lupin e Tonks. O sr. Weasley voltaria para A Toca, com a esposa, o restante dos filhos e Fleur, já que o sr. Weasley e Gui iriam trabalhar no dia seguinte, a sra. Weasley e Fleur iriam ao Beco Diagonal ver o vestido para o casamento de Fleur com Gui, e Carlinhos iria voltar para Romênia no dia seguinte (Carlinhos havia vindo para o velório de Dumbledore).
Meia hora depois, os Weasley e Fleur já tinham ido embora, e Harry, Hermione, Gina e Rony já se preparavam para ir dormir. Estavam todos em suas camas, quando Lupin e Tonks vieram ao quarto para dar boa noite. Harry Sabia que Hermione, Rony e Gina, estavam querendo conversar sobre como Harry se sentia a respeito de Dumbledore, mas o garoto não estava afim de falar sobre isso, então fingiu-se cansado e virou-se para um lado e fechou os olhos, fingindo dormir.
Os amigos, perceberam que ele não estava afim de conversar, então não investiram. Um tempo depois já estavam todos dormindo, menos Harry. O garoto virou-se na cama, sem sono, deitou-se de costas e encarou o teto. Como não conseguiu dormir, resolveu descer até a cozinha para tomar um copo de água.
Desceu as escadas silenciosamente, assim como saiu do quarto. Entrou cozinha dentro, que estava bem escura, o que fez o garoto tatear as cegas a procura da mesa. Agarrou o odre de água e despejou um pouco em um copo. Bebeu rápido e pousou o copo sobre a mesa. Ainda sem sono, resolveu sentar-se a mesa para pensar.
– O que faz acordado tão tarde Harry?
– Estou sem sono. Não estava conseguindo dormir, resolvi descer para beber água e acabei ficando por aqui mesmo. – respondeu ele a Lupin, recém chegado.
– Entendo – disse Lupin sério – Acho que você deve estar pensando que ficamos todos loucos, não?
– Por que eu pensaria isso?
– Talvez porque fizemos esta festa para você, e tentamos mostrar rostos felizes, mesmo estando passando por um momento tão triste como...
– A morte de Dumbledore – completou Harry.
– É... Eu falei com Molly que talvez você não gostasse da idéia de uma festa surpresa, mas ela disse que talvez pudesse te animar, então, por um breve momento tentamos esquecer o que aconteceu e...
– Tudo bem. Não precisa explicar.
Então, um breve silêncio pairou sobre a cozinha. Harry não sabia o que falar, e estava muito pensativo sobre que decisão tomar. Sua cabeça já não pensava mais como antes.
– Harry – disse Lupin quebrando o silêncio – O que você pensa em fazer agora? Você vai voltar para Hogwarts?
– Não sei.
– Harry, você tem que voltar! Não pode perder seu ultimo ano. Falta tão pouco pra você se formar... E além do mais, acho que era isso que... Era isso que Dumbledore e seus pais iam querer, você não acha?
– É, você tem razão – Harry cabisbaixo – Acho que... Dumbledore ficaria feliz se eu fosse para Hogwarts. Mas não era bem isso que eu pensava em fazer...
– E o que você em fazer?
– Eu... Bem, eu quero continuar a investigar o passado de Voldemort, até descobrir mais sobre as Horcrux. E também quero saber mais sobre meus pais.
– Bom, por esse ponto vista até que fica melhor. Harry, entenda uma coisa, essa batalha final entre você e Lord Voldemort é inevitável. E seja lá aonde você estiver ela vai acontecer, e mesmo que Hogwarts não seja tão segura quando era antes, acho mesmo que você deveria voltar, afinal, quanto mais você aprender é melhor e Você está quase se formando, em breve será um auror, o que vai com certeza te ajudar mais na frente.
– É, você tem razão. A minha batalha contra o Voldemort vai ter que chegar, mais cedo ou mais tarde. E como diz a profecia, só um de nós vai sobreviver.
– Além do mais, até certo ponto de vista, eu posso ajudá-lo, sabe, posso te ajudar sobre os seus pais. O que você quer saber sobre eles?
– Tudo! Quero saber como se conheceram, quanto tempo ficaram juntos, quando se mudaram para a casa em Godric’s Hollow e como e por quê morreram.
– Certo Harry. A história de seus pais, não é algo que eu posse lhe contar em um noite, já que você quer saber nos mínimos detalhes. Mas devo lhe avisar de que não sei toda a história, porque você sabe que por causa de minha maldição eu não pude estar o tempo todo com seu pai e sua mãe. Mas farei o possível para lhe contar tudo.
–Tudo bem. Afinal, algumas coisas terei que pesquisar, assim como eu pretendo pesquisar sobre o passado de Voldemort.
– Bom, eu não quero lhe adiantar nada, mas conversei com a Minerva, e parece que ela quer que eu volte a dar aulas em Hogwarts, como professor de Defesa contra as Artes das Trevas.
– Sério? Que bom! Gostei de tê-lo como professor, acho que foi o ano em que mais aprendi.
– Que bom! Então, está decido. Eu espero poder esclarecer as suas dúvidas e vou ajudá-lo no que puder, certo?
– Obrigado, Lupin.
– Não tem que agradecer, Harry. Só em ver que você não vai desistir, eu, assim como tenho certeza que seus pais e Dumbledore, ficaríamos muito orgulhosos.

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Nota do Autor: Olá amigos leitores! ^^ Como estão? E aí gostaram do primeiro capítulo? Eu diria que foi + ou -... mas até que nada mal para um primeiro contato, vocês não acham?
O próximo capitulo será ainda melhor, mas quem não ler o capitulo 1, não vai entender o capitulo 2. Sabem, estou cheio de idéias e planos. As vezes estou escrevendo e de repente mudo de idéia e refaço muitas coisas. Por favor, não notem se em algumas partes há falta de descrição, é que eu acho desnecessário descrever uma coisa que os leitores já sabem, como por exemplo o quarto onde Harry dorme no Largo Grimmauld, ou sobre o que falavam a mesa de aniversário.
Bom, vocês devem também estar se perguntando “por quê” eu coloquei a música da Cássia Eller como [song]. É que no momento em que eu narrava como Harry se sentia, esta música tocou no rádio e eu achei que combinava com o que estava acontecendo. Em meio a tristeza de Harry, surge uma fagulha de esperança, e uma perspectiva de vida nova.
Bom, eu espero que continuem lendo a minha fic e agradeço a quem comentar, pois a opinião de vocês é muito importante, pois talvez haja erros que eu deva concertar, e eu também aceito críticas e sugestões. Em breve estarei divulgando e-mail de contato para vocês. Mas por enquanto é só.

Grande Abraço,

Thiago Oliveira.

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