Uma estranha



UMA ESTRANHA



- A gente não deveria ter escutado – disse Hermione exasperada – Ele tinha razão em falar aquilo! Nós estávamos espionando!

- Mas Hermione, ele nem ficou chateado – disse Rony preguiçosamente.

Eles estavam sentados na poltrona perto da lareira, no salão comunal. O pequeno Paulo tinha seguido os outros da Grifinoria, o monitor chefe se ocupara de dar as instruções ao menino, e ficara muito bravo pela irresponsabilidade de Hermione e Rony. Agora eles estavam conversando sobre o que tinham escutado.

- Não, nem um pouco – disse Hermione sarcasticamente – Ele apenas nos olhou com raiva e nos chamou de espiões. Isso só demonstra que ele adorou que a gente estivesse atrás de uma armadura, olhando tudo que ele fazia em um corredor escuro. Ele na verdade queria mesmo que as pessoas ficassem atrás de armaduras escutando TUDO com muita atenção.

- Certo, ele ficou um pouquinho chateado – disse Rony relutante.

- Quem será aquele garoto ? - Perguntou Hermione se dirigindo ao Harry, que se encontrava olhando atento para o fogo da lareira. Estava lembrando da última vez que vira Sirius naquela mesma lareira. Algo lhe dizia que a morte de seu padrinho ia doer mais do que a morte de seus pais. Ele conhecia Sirius. Ele amava Sirius, como um pai e um grande amigo. E Voldemort tirara tudo aquilo que ele mais amava. E a vingança, pela primeira vez se tornara uma possibilidade. Até então ele só estivera salvando a vida de seus amigos e a sua própria. Mas, nesse jogo, perdera sua figura paterna. Nunca olharia uma lareira do mesmo jeito.

-Harry? Você está bem? Está se sentindo bem?- perguntou Hermione chegando perto de Harry.

-Talvez aquela torta de rim não fosse das melhores...entende, né? Os elfos ficam te escutando e acabam estragando a comida!-brincou Rony sem querer.

-Rony, pare de brincar...Harry?! -falou assustada Hermione.

- Eu estou bem...Acho que é o Rony que está meio verde...-falou Harry para desviar a atenção de si próprio.

Rony não parecia muito bem de verdade.

- É.., estou meio..um mal estar...acho que vou...hdggt!- Rony tapou a boca e saiu correndo até o banheiro do salão.

- Será que ele vai ficar bem?- perguntou Mione aflita

- Se botar tudo pra fora, vai.- disse sem muita emoção Harry.

- Você estava lembrando de Sirius, não é, Harry?-disse Hermione se sentando aos pés do amigo- Eu notei. Eu noto quando você está triste, de verdade. E não te vejo sorrir, de verdade, há muito tempo. Todos estão preocupados com você, preocupados e orgulhosos. Mas você não acredita. Você ainda acha que é o culpado?

-Culpado?-seus olhos estavam fixos em algum lugar em sua mente.- Não mais. Só Voldemort é culpado. Mas Ele vai morrer. Eu vou matá-lo.

- Não faça besteiras, vingança nem sempre dá certo...

- É só esperar esfriar.- Do nada, Harry desejou mudar depressa de assunto. Ainda não contara os detalhes importantes da profecia para eles. E nem iria contar tão cedo.- Quem é aquele, menino? Marvin Liabout? Nunca prestei atenção nele, e isso parece estranho, não?

- Bem... se você não quer mais falar nisso...O que você esperava? Conhecer todo mundo? Ele é do Sétimo ano e é da Sonserina..não olhamos com muita atenção a Sonserina. Não a casa em geral! E é estranho ter bons estudantes...

-Você nem o conhece, talvez ele só odeie o Malfoy, tanto quanto a gente. Não é impossível, acredite!

-Não...ele parecia estar desconfortável naquela situação, não parecia? E ele falou com uma certa....dignidade? amabilidade?

- É, ele era...simpático. Vamos dizer que ele e seus amiguinhos são o núcleo bom da Sonserina, e como gente de honra e caráter não me acham um lixo. Só isso.

- Nem Draco te acha um lixo, ele só te odeia.

- Sei...Será que ele vai mudar? O Draco? Agora que Seu pai e o resto dos comensais estão na cadeia? Ele tá meio pobre pelo que eu entendi...

- Espero que sim. Draco só é fruto de uma educação voltada para o mal...Ah não sei! Na verdade ele parece tão arrogante quanto antes!

- É, não acho que aquela conversa vá fazer alguma diferença....acho que ele me odeia ainda mais...-disse Harry cansado, olhando novamente pra a lareira

- Bom, as pessoas mudam. Algo me diz que Draco também é uma pessoa capaz de mudar.

- Algo me diz que não é o teu bom senso que te diz essas coisas!

- Oras, Harry! Por que ultimamente você e Rony estão tão...rudes e engraçadinhos? - perguntou Mione com ar de desprezo.- Não quero ser estraga prazeres, mas quase NADA tem graça ultimamente.

- Não. Eu sei disso. Por isso é natural tentar fazer com que o clima fique mais leve...

- Desse jeito vocês não vão conseguir nada! E o Rony? Ele está tão distante de mim...

-Hermione? Você que anda brigando com ele ultimamente... O que está acontecendo? Não é normal você brigar por nada com a gente...

Ao ouvir isso, Hermione mudou de assunto, mas dava para se ver as orelhas vermelhas atrás dos cabelos.

-Será que ele melhorou?

- Ainda não.- Harry se controlou e não riu.- MAS, voltando ao Marvin?.......



Grande maioria dos alunos já estava tomando café da manhã, quando Harry, Rony e Hermione entraram. Rony tinha tido uma péssima noite e só com ajuda de um feitiço finis enjous tinha conseguido dormir. Tinha acordado de mal-humor e com olheiras. Os ovos fritos estavam mais secos e salgados do que o comum, e o mingau estava empelotado. De alguma maneira, os elfos pareciam ter ouvido Hermione. Rony se contetou em beber suco de laranja. E Harry notava que a comida ruim deixava de alguma maneira a Hermione feliz.

- Cês tão sabendo?!- gritou Simas do outro lado da mesa- Vamos ter nossa primeira aula com aquela maravilha de professora depois do intervalo!
-Não vejo o que vocês vêm naquela professora, ela tem um nariz imenso, tão grande quanto o do Snape...-Parvati estava enciumada com tantos elogios, e Hermione, mesmo calada, também ficava aborrecida quando se tocava no assunto.

-Ora...nariz grande é um charme!...

Depois do café eles foram até a sala de feitiços, e assistiram à aula tediosa, ansiosamente, enquanto esperavam a hora do intervalo. E muito lentamente a hora foi chegando e os alunos da grifinoria se dirigiram até uma das masmorras da ala oeste. Todos estavam muito ansiosos pela aula. Quando finalmente entraram, se depararam com uma sala mal iluminada, onde as cadeiras estavam organizadas em círculo e bem no centro havia um banco estofado. Encima dele havia uma caixinha metálica. Havia uma luz pálida e cinza proveniente de algumas janelas.

- Como pode ser? Não sabia que as masmorras tinham janelas!?

Perguntou Parvati espiando uma das janelas.

- Não são janelas de verdade. É só um feitiço lumus vidracios.

- Se ela queria janelas por que escolheu esta masmorra fria?

Hermione deu de ombros e os alunos começaram a se sentar. Ninguém falou nada depois daquilo, a professora estava atrasada e todos estavam muito ansiosos. Harry observou mais a sala e percebeu que não havia muita coisa nela. Além das cadeiras e do banco, não havia escrivaninha, nem estantes, só um chapeleiro com vários e diferentes chapéus e gorros. Em uma das paredes havia uma lareira onde ardia um fogo cálido, mas azulado. Só isso. Mas, do nada, a professora entrou pela porta, e quando fez isso, uma brisa fria entrou com ela. A professora andou calada até o meio no circulo, pegou a caixa com uma das mãos, tirou sua capa e a estendeu sobre o banco, e se sentou. Os olhares da turma expressavam o mesmo sentimento. Ela tinha o mesmo dom de manter todos calados e atentos aos mínimos detalhes, que a professora Minerva tinha. Tinha um ar severo, e todos estavam um tanto assustados. Então ela falou. Cordialmente com um leve sorriso.

- Bom dia – e parecia que aos poucos ia ficando menos ríspida – Desculpem minha demora, não voltará a ocorrer. Meu nome é Amélia. E é dessa forma que quero que me chamem. Amélia, somente. Não quero que me chamem de senhora ou só de professora. Quero que lembrem de meu nome, assim como eu lembrarei os de vocês.- ouve uma leve pausa, onde ela olhou para cada um dos alunos com muita atenção.- Há aqui, nesta turma, jovens de grande valor, segundo Dumbledore. Pois, pois...- ela se levantou e começou a andar dentro do circulo, ninguém falava nada. – Tiveram poucos professores capacitados pelo que pude ver, Remo Lupin e Moody são as duas exceções. Grandes pessoas que estão lutando há anos pela nossa causa. Sem levar em conta os tristes acontecimentos do ano passado. Mas, eu tenho um método um pouco diferente do deles. Minhas aulas serão divididas em duas partes. Na primeira, daremos a teoria, e na segunda e mais longa, veremos tudo na prática. – ao dizer isso se sentou novamente e abriu a pequena caixinha e de lá tirou um pergaminho.- Aqui estão as notas dos seus N.O.M’s. A maioria está com médias excelentes. Mas quero chamar a atenção para duas pessoas. Hermione Granger - a professora olhou diretamente para Hermione, sem esperar que esta levantasse a mão, um pouco assustada. – e Parvati Patil. A primeira tem as melhores notas no colégio, e a segunda precisa, urgentemente, perder o medo de todo tipo de animal,ou inseto, fantástico ou não. – Parvati corou violentamente, estava muito envergonhada, e Hermione, ao contrario, estava radiante. A professora sem perceber os seus alunos, começou a retirar da caixa várias coisas: Um espelho, uma gaveta, uma gaiola encoberta por um pano negro, uma espada. Deixou tudo no chão e se sentou novamente com um sorriso maroto. – Por favor, antes de começarmos, eu gostaria muito de escutar as suas vozes. Cada um diz o seu nome e o que melhor sabe fazer na minha área. Entenderam? – A sala assentiu. – Muito bem. Você!



Simas que estava mais próximo dela começou.

- Meu nome é Simas Finningan. bem...eu acho que sou bom, com o bicho papão. É o que eu mais gosto de fazer...- a professora escreveu alguma coisa em um pergaminho branco (com um olhar analítico, e discreto)

- E eu sou Parvati Patil. Não gosto de bichos ou insetos e não me importo em nada com esta matéria inútil...!- Mas então a professora lançou um olhar afiado e enraivecido para Parvati.

- Isso menina, é problema seu, e SE a senhorita não quiser mudar este problema, pode sair agora desta sala, pois não tenho tempo de ensinar minha arte à idiotas covardes! Mas se quiser aprender a se defender do mal, peço que se mantenha calada enquanto eu for professora e se limite a aprender! E, então senhorita Parvati? O que você escolhe?

Parvati estava em estado de choque, assustada e chateada ao mesmo tempo. Todos estavam muito impressionados com sua ousadia e com o que a professora dissera. Não parecia antes, uma professora que deixasse a turma falar o que quisesse, muito menos agora.

- Eu fico, Professora, desculpe...

- Amélia. Está bem, eu desculpo.- e havia um tom cínico em sua voz que não agrada em nada ao Harry.- Próximo.

- Sou Neville Longbottom...Não sou bom em muita coisa...feitiços, alguns feitiços, acho...- A professora olhou Neville de cima a baixo e disse em voz alta.

- É bom, nenhum de vocês, esquecerem que arte contra as forças das trevas não é só um joguinho de feitiços exatos. É necessário imensa coragem. E você Neville, já tem muita coragem. Eu pretendo aperfeiçoar todos vocês.

- A senhora...- O olhar de reprimenda da professora fez Neville parar – Você. Você acha? Que sou corajoso?

- Sim. Enfrentar Lorde Voldemort, ou se preferem Aquele –que- irá -morrer -um- dia. _ Todos riram quando ela disse isso.- é um ato de pura coragem.

- Brigado...Amélia?

- ORAS, não é tão difícil me chamar assim?!! Não sou tão mais velha que todos vocês! Sou?

Harry começou a pensar nisso, Ela parecia ser muito jovem mesmo. Deveria ter uns 20, 21 anos. Mas se não houvessem mencionado, ele não teria notado.
- Bem, eu sou Dino Thomas. Meus pais são trouxas....E sou muito bom com o feitiço estupefaça. O Harry nos ajudou bastante ano passado....

Harry gelou quando Dino disse isso, e lançou um olhar aflito de Hermione para Rony.

- Quero dizer...Ele nos deu umas dicas...você sabe..É...tenho16anoseadoro estamateria.- Disse Dino muito rápido.

- Certo Dino, não se preocupe, eu soube das aulas do Potter por outra pessoa.

Harry não gostou da maneira que ela disse isso. POTTER?

-Eu sou Lilá. E não sou muito boa em coisas perigosas, eu acho que isso é...bem é perigoso, mas, eu sou boa me defendendo e com bicho papão...

Harry viu a professora dando um suspiro de derrota e desilusão.

- Eu sou Rony Wesley, e o que eu mais gosto de fazer é...pensar em coisas rápidas e práticas para fazer- Hermione tossiu forte nessa parte- quero dizer em feitiços em geral, acho, mas sou bom em xadrez..se isso conta, é claro...

- Conta, inteligência para sair de uma situação perigosa....super necessário.

- E eu sou Harry Potter. O que eu mais gosto de fazer é - o que ele mais gostava de fazer? Nunca levara essa matéria como uma diversão...mas havia uma coisa que ele gostava, ele gostava de ser bom nessa matéria, pois sempre precisara.- eu gosto de tudo, acredite.

- Um velho professor meu, disse que você conjura um patrono maravilhoso...o que você acha disso?

- É..adoro fazer patronos, mas eu os faço quando preciso.. e bem...
- Nunca se quer precisar de um patrono...muito bem Harry Potter, estou orgulhosa de Tê-lo, e todos que lutaram com você é claro, como meu aluno. Mas você pelo que dizem tem muita força de vontade. Maravilhoso.

Harry sorriu encabulado. E enquanto Hermione falava que era boa em tudo mais era muito fraca mentalmente com certos feitiços, ele pensava que Amélia era uma pessoa em que se podia confiar, mesmo as vezes parecendo que não gostava dele.



....(Continua no próximo episódio!)

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