Graduado no amor
Capítulo 10
Graduado no amor
Até que enfim aquela semana havia passado. Ele nunca teve idéia de que sete dias seriam tão longos quando se estava longe daquela pessoa. E ainda faltava uma imensa viagem de trem até ele...
Espreguiçou-se na cama e então sentiu o cobertor ser arrancado de cima de si e dois pares de olhos verdes por de trás de lentes o olharem fixamente.
-Não acha que já dormiu demais?
-E você não acha que está sendo inconveniente?
-Não quando se está faltando meia hora para sairmos de casa... – Tiago falou sentando na cama onde Sirius ainda estava deitado.
-E você fala nessa calma? – Sirius perguntou levantando-se bruscamente da cama e indo até o banheiro do quarto do outro garoto.
-Não sou eu quem está atrasado... e eu não mandei você ler aquela carta umas quinhentas vezes, Sirius... – Tiago falou malicioso olhando para o envelope onde estava a carta de Remo. – Aliás... o que essa carta diz?
-Nem ouse infectá-la com suas patas...
-Então ela já está infectada porque quem tem patas aqui é você! – Tiago disse jogando um travesseiro na cara do moreno quando este voltou do banheiro.
-Ei!
-Ai...! – Tiago sorriu maliciosamente e então saiu do quarto antes que o outro garoto lhe desse uma surra.
Sirius andou até seu malão e então começou a catar suas coisas pelo quarto de Tiago. Como havia ficado ali apenas dois dias ele não tivera tempo de bagunçar muito, o que lhe deixava mais tranqüilo por saber que não se demoraria tanto naquela tarefa.
Tomou um banho rápido, vestiu-se e então sentou na cama para amarrar seus sapatos. Quando estava praticamente tudo pronto, ele avistou a carta em cima da mesinha ao lado da cama de Tiago. A carta do Remo. Ainda sentia a mesma alegria de quando vira a coruja de Remo pousar em sua frente e lhe estender a pata com a carta do lobisomem. Havia sonhado tanto com aquele momento que mal se conteve em abri-la e ler quantas vezes fosse possível... o que ele estava fazendo mais uma vez naquele momento.
Sirius
Como foi seu final de ano? O meu foi muito bom, apesar de não ter com quem conversar... espero que você e o Tiago estejam se divertindo muito, mas que não aprontem exageradamente, pois eu ainda quero visitar a Senhora Potter e não seria nada legal chegar lá sabendo que ela está brigada com o meu... é... namorado?
Sirius sorriu novamente ao ler a palavra “namorado”. Mesmo depois de ler tantas vezes ainda se surpreendia com aquela notícia...
Isso mesmo que você leu Sirius... como eu te disse antes de você viajar, eu queria ficar sozinho para pensar e foi o que eu fiz... e como eu estava muito ansioso para te dizer isso resolvi lhe escrever essa pequena carta.
Espero que você me perdoe depois de tudo isso... depois de ter fingido que não me importava com os seus sentimentos e depois de ter dito que você não havia feito nada de produtivo com aquelas lições, o que eu sei, com certeza, ser um engano, já que foram com elas que a Lily e o Tiago ficaram junto e foram com essas lições também que eu e você nos juntamos...
Estou te esperando ansiosamente para dizer tudo isso pessoalmente.
Com amor, Remo.
Sirius dobrou a carta novamente ainda com o mesmo sorriso de antes e então a guardou no bolso da calça ao mesmo tempo em que ouviu um grito vindo do andar debaixo daquela casa.
-Almofadinhas... você está atrasado! – Tiago berrou e então Sirius, após pegar seu malão, desceu até o encontro do amigo para, juntos, voltarem a Hogwarts e ele, Sirius, ao seu namorado.
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Saiu correndo pelos corredores sem se importar se aquilo era permitido ou não e muito menos se ele era um monitor e devia dar o exemplo aos alunos. Terminou de colocar suas luvas ainda enquanto corria e então de repente uma voz o fez gelar por dentro.
-Sr. Lupim, que estória é essa de ficar correndo pelos corredores, quando eu escolhi você para ser monitor eu pensei que você fosse diferente dos outros... e que não ficaria correndo pelos corredores... – Minerva disse com um tom decepcionado na voz enquanto andava até o garoto ofegante.
-Desculpe professora, mas é que eu preciso esperar os meus amigos – “e o meu namorado” – nos jardins. E... eu estou atrasado.
-Tudo bem... mas mesmo assim, vou ter que tirar dez pontos de sua casa por essa imprudência, já que você deve dar o exemplo Sr. Lupim! – Minerva falou, porém ao invés de receber indignação do seu aluno, recebeu um grande sorriso.
-Obrigado professora... porque eu sei que podem me tirar pontos, mas não podem me tirar a pessoa que eu amo... – ao dizer isso ele despediu-se da professora e seguiu seu caminho, porém, desta vez, caminhando.
Minerva olhou seu aluno caminhar em direção ao saguão de entrada com um meio sorriso do rosto. Era tão bom ver seus alunos felizes e amando, principalmente aquele monitor, já que sua vida era bastante turbulenta. Sentiria falta, muita falta da algazarra daqueles garotos...
Enquanto isso, Remo ainda continuava sua caminhada pelos jardins de Hogwarts, até que chegou em frente aos portões onde alguns alunos, que ele pode distinguir ser da corvinal – entre eles a Roxy – também esperavam os colegas chegarem da estação de trem.
Aconchegou-se mais dentro de sua capa tentando ficar mais quente, já que o dia havia amanhecido mais frio do que o normal, porém não estava adiantando muito. Ele estava quase começando acreditar que aquele frio era fruto do seu nervosismo que estava em excesso naquele momento.
Olhou em volta tentando se concentrar em outra coisa, mas era completamente difícil, já que Sirius estava ocupando toda a sua mente naquele instante. Sabia desde o começo que não seria fácil dizer tudo o que sentia ao Sirius, tanto que escrevera uma carta o prevenindo de suas conclusões para que quando ele chegasse novamente em Hogwarts, eles pudessem conversar mais abertamente sobre aquilo, sem constrangimentos. Mas quando olhava para aquele lindo sorriso e para aqueles brilhantes olhos não conseguia se controlar e muito menos ficar calmo.
-Remo? – o mencionado deu um pulo no lugar e então se virou para a dona daquela voz sorrindo aliviado.
-Oi!
-Eu te assustei? – Roxy perguntou vendo que o grifinório parecia assustado.
-Um pouco... eu estava um pouco pensativo... só isso. E você?
-Não... eu não estou assustada. – Roxy falou e então Remo riu. Pelo menos ele iria conseguir manter a amizade da garota, ele só temia que aquela amizade não terminasse de maneira trágica, já que a corvinal não sabia do seu recente envolvimento com o Sirius ainda.
-Só você para me fazer rir em uma hora dessas... quando eu estou tendo quase um ataque de frio aqui. – Remo falou olhando de relance para o portão de Hogwarts, o que não passara despercebido por Roxy, que notara que aquele ataque não era só de frio, mas de ansiedade.
-Está esperando o Sirius também? – Roxy perguntou tentando esconder a frustração.
-Também?
-Eu não esqueci o que você me pediu...
-Que bom... mas você não precisa fazer isso agora... ou melhor, se você não quiser fazer eu entendo...
-Não... se for para você ficar feliz... eu faço qualquer coisa Remo. – Roxy falou e então se aproximou do garoto lhe dando um abraço carinhoso, o que Remo estranhou, mas resolveu retribuir, afinal de contas queria manter a amizade dela.
-Obrigado... mas eu não quero que você faça nada por mim... digo, se isso for ferir você, entende?
-Claro... mas não se preocupe... isso não vai me ferir, afinal é a verdade, não é? – a jovem disse e então se afastou quando percebeu que um grupo bem conhecido se aproximava deles. – Te vejo depois...
-Ah... claro. – Remo disse sem entender, porém quando avistara o grupo caminhando em sua direção consegui entender o motivo da repentina saída de Roxy.
O grifinório sorriu abertamente e então caminhou na direção deles também, porém algo que ele não imaginava que aconteceria tão cedo aconteceu, surpreendendo todos os presentes da mesma forma, ou até mais do que o próprio Remo.
Sirius andou em sua direção também sorridente e então o abraçou fortemente e sem dizer nada o beijou de maneira saudosa e apaixonada. Remo, ainda desconcertado resolveu retribuir, afinal ele queria tanto aquele beijo quanto o que estava o beijando.
Ficaram abraçados por algum tempo até que se lembraram de que estava no meio do jardim de Hogwarts e na frente de muitos alunos que, com certeza, deveriam estar embasbacados com a novidade, com o novo casal de Hogwarts, que ainda por cima, eram dois lindos e famosos garotos.
-Tem uma pá aí? – Remo perguntou no ouvido de Sirius sentindo seu rosto esquentar.
-Hm?
-Eu quero sumir, Sirius...
-Só se você sumir comigo... mas pena que não podemos aparatar dentro de Hogwarts e que eu não tenho pá alguma comigo. - o moreno disse olhando em volta e principalmente para a garota que ele vira conversar antes com o seu namorado. Esta parecia estar confusa e com raiva.
-O que vocês estão olhando? – Tiago disse aos berros quando percebeu que seus amigos estavam em maus lençóis. – Nunca viram um casal se beijando? Por que não vão fazer o mesmo? – o moreno falou arrancando risadinhas de alguns, mas produzindo o efeito esperado.
Os alunos começaram a entrar dentro do castelo e rumarem para suas casas. Alguns ainda olhavam chocados, mas quando viam o olhar irritado de Tiago decidiam andar mais rápido e não olhar mais.
Quando restaram apenas Tiago e Lílian e o mais novo casal – Pedro resolvera falar com Roxy antes, ao perceber que ela havia ficado furiosa – o primeiro olhou para Remo e Sirius com fúria no olhar.
-Não podiam esperar para se beijarem depois? E porque não me disseram que estavam juntos?
-Por que você acha que eu fiquei lendo aquela carta umas quinhentas vezes? – Sirius perguntou não notando que o Remo – ainda abraçado ao namorado – o olhava de maneira espantada.
-Pensei que era por causa da carta ser do Remo, não por ter algo importante nela...
-Que tal vocês pararem de discutir? – Lílian perguntou se intrometendo no pequeno interlúdio de Sirius e Tiago.
-Por que?
-Porque finalmente esses dois se acertaram... o que, convenhamos, não foi muito fácil.
-Concordo plenamente com você! – Tiago disse abraçando a namorada e dando uma piscadela ao mais novo casal, que se beijaram novamente.
-Oh céus... são mais grudentos do que nós! – Tiago resmungou arrastando uma ruiva alegre pelos jardins.
Quando estavam completamente sozinhos, Sirius se afastou do “amigo” o olhando nos olhos. Tinha tanta coisa para falar, perguntar, mas parecia que nada mais importava... que tudo havia se resolvido sem palavras, apenas com gestos...
-Está pensando no que?
-Em você...
-Estou falando sério...
-E eu também Remo... você não sabe o quanto eu fiquei feliz em ver àquela carta... pensei que você não me perdoaria...
-Eu também pensei nisso... mas depois de pensar muito eu cheguei a conclusão de que o que valeu mesmo foi a intenção (), que você fez tudo aquilo, porque realmente me amava... sei que você falou tudo isso para mim, mas era difícil para eu acreditar... simplesmente porque eu achava impossível a nossa amizade se aprofundar mais... por isso que custou para eu entender isso... mas não pense que eu estou totalmente satisfeito.
-Como é?
-Está faltando uma coisa Black... para realmente ficar completo... – Remo disse soltando o namorado e o arrastando em direção ao salgueiro lutador.
Sirius permaneceu calado durante todo o trajeto, enquanto Remo o conduzia para dentro da casa dos gritos.
Ao chegarem no local, Remo acendeu a fogueira empoeirada e então sentou no sofá reconstituído por Sirius, e este o seguiu, sentando do seu lado.
-Posso saber agora o que está faltando?
-Olha... sei que pode parecer brega... mas quando eu dei as aulas ao Tiago, tinha mais uma lição ainda depois da 5. E eu queria que você a realizasse agora...
-Como é? Que lição é essa? – Sirius perguntou sorrindo. Aquele pedido havia o pegado de surpresa. Até ontem Remo e ele brigavam por causa daquelas lições, e agora ele queria que Sirius fizesse mais uma lição. Ele só podia estar sonhando...
-Ela se chama: Lição Final, Pedindo o amado em namoro... tudo bem, pode dizer que isso é idiota, enfim, pode rir da minha cara... mas... você ainda não completou as lições, Sirius.
Sirius levantou-se do sofá e então se ajoelhou na frente de Remo, que fizera força para não rir na cara do Sirius. Porém, este parecia submerso em seu mundo, não sorria e estava sério, uma seriedade que Remo nunca havia visto antes.
-Remo... eu não vou fazer isso apenas porque você me pediu, ou porque é a última lição... mas porque eu realmente quero você para mim, apenas para mim. Eu amo você de todas as formas possíveis e nada e nem ninguém vai fazer eu mudar de idéia. Aceita ser meu namorado? – Sirius perguntou beijando a mão de Remo em seguida, este franziu o cenho.
-Você caprichou sabia?
-Mesmo?
-Hum hum...
-Então por que você não me diz sua resposta?
-Por que eu prefiro mostrá-la... – Remo disse puxando o moreno para cima de si e capturando seus lábios para outro beijo ardente, desta vez sem platéia.
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Bebeu outro gole de seu suco com vontade. Apesar de estar um pouco atrasado para a primeira aula daquele dia, ele não parecia muito apressado, pelo contrário, queria aproveitar o máximo cada momento, nem que fosse apenas um café da manhã.
Olhou em volta do salão e para a porta do mesmo, mas nenhum sinal de Remo. Ou ele ainda estava dormindo, ou ele já havia ido para a aula. Mas aquilo não lhe deixava nenhum pouco intrigado, porque sabia que ele agora era seu... apenas seu.
Sorveu outro gole do seu suco, porém quase se afogara quando viu quem se aproximava de si.
-Precisa aprender ter certas qualidades daqui para frente, se você quiser ficar com o Remo.
-Veio me dar os parabéns, ou se certificar de que aquele beijo não foi ilusão?
-Nem uma coisa, nem outra. Se Remo não tivesse me pedido, eu não teria vindo olhar para a sua cara, Black.
-Que bom, porque eu digo o mesmo de você. Mas o que o Remo pediu? Para dizer desculpa é que não foi... – Sirius perguntou intrigado.
-Dizer que aquele beijo foi um equivoco e que eu vou desistir dele... acho que era isso... mas... não se preocupe... eu não vou fazer nada disso...
-Eu sei... só não sei por que o Remo ainda acredita em você... talvez ele sinta compaixão por você...
Roxy sorriu desdenhosa e então se aproximou do moreno, abaixando-se até ficar na mesma altura que ele.
-Pode apostar que essa sua felicidade não vai durar para sempre, Sirius Black... você pode ter ganhado hoje, mas não vai sempre ganhar...
-O amor não se ganha, Ryan, ele se conquista. – Sirius disse sorrindo da mesma forma.
-É o que nós veremos... – a loira falou e então depois de beber um gole do suco de Sirius saiu do salão. Este a acompanhou sair do local com raiva nos olhos. Aquela garota estava disposta a fazer de tudo para arruinar o relacionamento dele... mas... o amor que ele e o Remo tinha era indestrutível, o que Roxy descobriria mais cedo ou mais tarde.
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Saiu do salão furiosa. O que aquele moreno pensava que era? O dono do Remo? Mas ele não sabia o que o esperava... ela não havia desistido, não se abalaria tão facilmente... disso todos deveriam ter certeza.
Andou olhando para o chão, evitando olhar para alguns dos seus colegas que passavam por ela, porém aquilo fora um erro tremendo, já que acabara tropeçando em alguém sem querer.
-Ai... vê por onde anda estrupício... Pedro? –Roxy disse quando notou quem havia esbarrado nela.
-Obrigado pelo elogio... acho até que eu mereço.
-Não pense que eu vou dizer ao contrário, porque eu não vou...
-Tive esperanças que você pudesse me dar uma chance depois de saber que não teria uma com o Remo.
-Eu ainda tenho uma chance com o Remo, ele não morreu... ele está, apenas, aproveitando a vida de uma maneira totalmente errada, Pedro...
-Se você acha que amar é errado...
-Para de falar de amor! – Roxy falou elevando a voz e atraindo a atenção de alguns que passavam por eles. – O que você sabe sobre isso, o que você sabe sobre mim? Eu amo o Remo, muito mais do que o Sirius...
-Eu também amei você...
-Ainda bem que você disse – amei – porque eu não estou disposta a ficar ouvindo você dizer isso... e porque você não me esquece hein?
-É isso que eu vou fazer, mas antes eu quero saber... – Pedro falou andando para mais perto da jovem loira que recuava a cada passo que Pedro dava, porém ao encostar-se à parede fria do corredor, ela soube que não tinha escapatória. - ... se você chegou a gostar, nem que fosse um pouquinho, de mim.
Roxy, apesar de surpresa com a pergunta, decidiu manter-se neutra, sem demonstrar sentimento nenhum. O que ela poderia responder...? Diria a verdade? Diria que chegou a sentir alguma atração por ele, diria que os beijos dele estavam começando a lhe provocar arrepios...? É óbvio que não. Apesar de ela saber e, de certa forma, admitir aquilo, ela não diria, apenas porque tinha o seu orgulho e não se deixaria levar por ele, além do que ela ainda tinha uma batalha para lutar contra o Sirius. Não iria desistir do seu objetivo, muito menos para ficar com o Pedro. Ela estava pouco se importando se a felicidade dela estava com o garoto a sua frente...
-Você tem certeza de que quer escutar a resposta?
-Se eu perguntei...
-Eu.sinto.nojo.de.você. – Roxy disse desviando seu olhar do dele.
-E por que você não me diz isso nos olhos...?
-Porque eu não quero...! – Roxy disse, porém antes do Pedro discordar mais uma vez e dela dizer outros insultos, eles perceberam que alguém se aproximava deles.
-Algum problema Pedro? – Lílian perguntou preocupada quando viu o olhar tristonho do amigo.
-Ah. Só faltava você para completar a rodinha das coisas sem graça de Hogwarts.
-Hm... pensei que nesse grupo você fosse a única...
-Olha... sua...
-...Sangue-ruim? Pode dizer... nada vindo de você deve ser descente... – a ruiva disse de maneira vitoriosa, enquanto que Roxy se livrava de Pedro e caminhava até ela.
-Cuidado... Evans... se eu fosse você não me provocaria... você não sabe do que sou capaz, ou melhor, você não sabe do que eu sei. Portanto, acho melhor você não se meter no meu caminho, ou vai ser muito, mas muito pior para você! – a loira falou sem emoção e então após dar uma última olhada na ruiva e no Pedro saíra deixando Lílian intrigada com aquelas palavras.
-O que ela quis dizer com isso, você sabe Pedro? – o garoto balançou a cabeça negativamente, tentando evitar o olhar da ruiva, já que ele não conseguia mentir muito bem.
-Obrigado por me defender, Lily, mas acho melhor você não fazer mais...
-Por quê? Você acha mesmo que ela estava falando sério?
-Nunca se sabe do que aquela garota é capaz... – Pedro disse temeroso.
-Que cara de enterro é essa? – Remo perguntou quando ele e Tiago alcançaram os dois no meio do corredor.
-N-nada...
-Qual é amor... a gente viu a Ryan saindo daqui... o que ela aprontou? – Tiago perguntou andando até a namorada e segurando sua mão.
-Nada... o de sempre... na verdade ela brigou com o Pedro...
-Você não desistiu ainda? – Remo perguntou incitando o grupo a andar.
-Não é fácil esquecer de quem a gente gosta...
-Concordo... mas acho que você ainda vai encontrar alguém que te mereça... alguém melhor que ela... – Remo disse.
O caminho para o salão principal seguiu com distração, enquanto Tiago contava algumas coisas sobre as férias deles e como Sirius estava desesperado para enviar uma carta ao Remo, este se sentia satisfeito cada vez que ouvia aquilo, que Sirius era louco por ele.
Chegaram na mesa da grifinória encontrando Sirius ainda tomando o café e lendo o profeta diário. Este quando percebeu seus amigos chegarem sorriu.
-Que animação é esta? – Sirius perguntou quando eles se sentaram em volta dele.
-Eu estava contando a eles sobre o nosso pequeno passeio pelo beco diagonal...
-...aposto que foi a parte em que eu ia mandar a carta para o Remo, né Tiago? – este sorriu amarelo e então começou a servir-se de suco. – Por que você não conta a parte em que ficou delirando com os anéis de noivado?
-Noivado? – Remo perguntou e então percebeu que tanto Tiago quanto Lílian usavam alianças douradas na mão direita. – Quando vai ser o casamento?
-Depois que a gente se formar... ! – Tiago respondeu alegre e então Lílian engasgou com o achocolatado que tomava.
-Eu não vou ter tempo de arrumar tanta coisa em seis meses... é pouco tempo Tiago...
-Vai desistir? – Sirius perguntou ironicamente.
-É obvio que não... – Tiago disse furioso. – Você estando lá é o que importa... – Tiago disse beijando a noiva enquanto Sirius e Remo se olhavam sorridentes.
-Viu... – Sirius disse apenas para o namorado ouvir. -... as suas lições resultaram até em casamento...
-Mas se não tivesse amor... nada disso aconteceria... – Remo falou se aproximando mais do moreno.
-Concordo... e amor... é o que nós temos de sobra... – Sirius completou dando um selinho no namorado, que resolveu aprofundar mais o beijo, já que o salão não estava tão cheio, pois alguns alunos já se dirigiam para as suas salas de aula.
Depois de algum tempo, Remo se separou do moreno, notando que Lílian, Tiago e Pedro andavam em direção à porta do salão e então olhou novamente para Sirius.
-Vamos para a aula?
-Ahn... por que a gente não fica aqui...? – Sirius disse abraçando mais o grifinório.
-Por que você ainda não se formou, faltam seis meses para isso...
-E quem disse que eu não me formei...
-Como?
-Eu não me graduei no amor, professor Remo? – Sirius perguntou e então os dois riram, levantando-se logo em seguida para irem para suas salas de mãos dadas, a prova concreta e o principal certificado daquele curso do amor.
FIM
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