Capítulo 22: A vitória do Inev

Capítulo 22: A vitória do Inev



CAPÍTULO 22: A VITÓRIA DO INEVITÁVEL

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Rony entrou no quarto de Hermione devagar. Não queria acordá-la com um susto. Na verdade, não queria acordá-la... Ela estava dormindo tão gostoso... A respiração profunda e ritmada, o corpo meio inclinado para o lado esquerdo, a mão direita sobre a barriga enquanto a outra estava ao lado da cabeça, um meio sorriso brincando em seus lábios.

“Com o que será que ela tá sonhando?”

Ele sentou na borda da cama fazendo o colchão afundar um pouco. Ela pareceu ter sentido, pois se mexeu preguiçosamente virando a cabeça para o outro lado.

- Mione? – chamou baixinho. – Mione...

Ela se mexeu mais um pouco e abriu lentamente os olhos, piscando algumas vezes para se acostumar à claridade. Sorriu quando reconheceu o amigo.

Ele pensou que poderia passar todos os dias de sua vida acordando com aquele sorriso ao seu lado. Balançou a cabeça para afugentar estas idéias malucas.

- Bom dia, preguiçosa...

Ela esticou o corpo se espreguiçando.

- Preguiçosa não... – esfregou os olhos – Você não deveria estar dormindo? Ficamos até bem tarde jogando xadrez...

- É, fiquei até bem tarde ganhando de você.

Ela estirou a língua. Ele sorriu.

- Seu cabelo já voltou ao normal...

Ela se sentou na cama.

- Ai de você se não tivesse voltado!

Ele fez uma careta de desdém.

- Vamos, levante-se e se arrume... vamos sair.

- Pra onde?

- Surpresa.

Ela revirou os olhos.

- Vamos demorar por lá?

- Acho que sim... vamos sim... – disse ele fingindo estar pensativo.

- Então temos que ir à casa do Harry primeiro.

- Por quê?

- Tenho que avisar pra ele que o cargo de professor de DCAT é dele. Eu quase esqueci depois da confusão de ontem...

- Ok. Vamos á casa do Harry e logo depois partimos. Não quero me atrasar.

- Tudo bem... – disse Hermione desconfiada – Já desço pra tomar café.

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Duas horas mais tarde, Rony e Hermione aparataram em frente à casa de Harry. Rony tocou a campanhia e em poucos segundos um Dobby sorridente apareceu para atendê-los.

- Meus senhores amigos de meu senhor Harry Potter! Que bom revê-los! Senhor Weasley e senhorita Granger! Meu senhor Harry Potter ficará muito feliz de os senhores estarem aqui! Há quanto tempo não vejo os quatro juntos...

- Quatro? – perguntou Rony.

- Quem está aí Dobby? – dizia Harry enquanto descia as escadas – Rony?! – o moreno arregalou os olhos surpreso.

- Harry? – a voz de Gina veio de cima das escadas.

Ela desceu já vestida para o trabalho e com cabelos molhados. Dando de cara com um Rony em tons de vermelho e uma Hermione segurando a risada na sala de estar do noivo.

- Bom dia! – disse ela sorrindo. – O que tá acontecendo? – perguntou diante da expressão assustada de Harry e raivosa de Rony.

- Bom dia! – Respondeu Hermione – Desculpa vir tão cedo...

Mas não pôde concluir. Foi interrompida por Rony.

- O que você está fazendo aqui?

- Eu?! – respondeu Gina indignada – essa é a casa do meu noivo!

- Gina... – tentou Harry.

- Aposto que mamãe acha que a filhinha dela está em seu apartamento, descansando de uma noite agitada no hospital!!!!

- É. É exatamente isso que ela pensa! – respondeu encarando o olhar mortal dele.

- Gina... – tentou Harry mais uma vez.

- Vocês são noivos há apenas dois dias! Podiam esperar pelo casamento primeiro!

- Quantas das suas namoradas moraram com você mesmo? – perguntou Gina sarcástica.

- Sua irmã tem razão Rony – disse suavemente Hermione, recebendo um olhar mortal do amigo.

- Eu jamais pensei passar por um constrangimento destes... E a culpa é sua! – disse o ruivo apontando para Harry.

- Ei! Sua irmã é maior de idade e sabe exatamente o que faz! Eu não a forço a nada sabia? – disse ele se exaltando – Pôxa cara, eu pensei que você queria que a gente se acertasse...

- E queria! Mas é que jamais pensei em ter que encarar minha irmãzinha depois de ela dormir com meu melhor amigo!

- Acostume-se, depois que casarmos, Harry e eu dormiremos juntos todas as noites – sentenciou Gina – Francamente, como se dormir com alguém fosse algo escandalosamente desconhecido pra você.

- Ok, ok... – falou Hermione tentando acalmar os ânimos. Rony bufou – Não foi pra isso que viemos aqui... Viemos lhe dar uma boa notícia Harry.

Harry olhou para Gina que lhe sorriu.

- Falei com McGonagall ontem e... – disse a morena.

Os olhos verdes brilharam.

- O cargo de professor de DCAT é seu!!!!

- E você? – perguntou Harry meio abobalhado.

- Está olhando para a nova professora de transfiguração...

Num pulo, Harry chegou até onde Hermione estava parada e a abraçou fortemente.

- Obrigado Mione... – disse afastando-se para olhar a amiga.

- Quero ver se vai me agradecer depois de que se deparar com os alunos... – ela sorriu carinhosa.

Gina pulou no pescoço dele e o beijou.

- Estou tão feliz por você! – disse ela.

- E tem mais uma coisa – anunciou a morena – Ela também pediu que eu entregasse esse bilhete a vocês. Ela ficou muito feliz com a notícia do noivado.

Rony, que estava sorrindo diante da cena, de repente ficou sério.

- Tudo bem... Êêê!!! A felicidade está no ar, o recado foi dado... Agora vamos embora. – e resmungou – eu não preciso ficar aqui, diante desta cena...

- Pra onde vocês vão? – perguntou Gina sem se importar com os resmungos do irmão.

- Ele não quis me dizer. – disse Hermione cruzando os braços.

- Você vai levá-la para... – falou Gina com um sorriso matreiro.

- Shhhh. – cortou Rony mudando a expressão – Não estrague a surpresa.

- Você sabe pra onde ele tá me levando? – perguntou Hermione com a sobrancelha levantada.

- Quem você acha que ajudou ao Rony com a programação de férias? – respondeu Gina.

- Então todos armaram pra mim? – falou Hermione.

- Nem olhe pra mim – Harry levantou as mãos – eu apenas dei algumas poucas dicas.

- É um complô! – disse Hermione fingindo indignação.

- Não meu bem – Rony se pronunciou solenemente – É uma operação de resgate.

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CRACK!

- Dá pra tirar essa venda dos meus olhos? – perguntou Hermione assim que sentiu seus pés tocarem novamente o chão.

- Espera só mais um pouquinho.

- Rony, o que você está fazendo?

- Não se mova!

Hermione ouviu a voz de Rony convocando um feitiço silenciador ao redor dela.

- Francamente Ronald! – esbravejou ela.

Ela simplesmente não entendia o motivo de tanto mistério. Seria tão mais simples se ele dissesse “Hermione, vamos a ‘tal lugar’. Prepare-se!”

Mas nãããããõ... Ele tinha que fazer todo aquele suspense e deixá-la em cólicas de curiosidade.

Hermione cruzou os braços e começou a bater o pé direito no chão. Sinal de que estava começando a perder a paciência.

- Vem. – ela ouviu a voz dele perto do seu ouvido e sentiu a mão forte conduzindo-a pelo braço – Vamos subir três degraus certo? Um. Dois. Três. Agora cinco passos pra frente e... Opa! – Rony a segurou quando Hermione deu um pequeno tropeção – Cuidado, tem mais um degrau.

Mesmo com a venda nos olhos, Hermione pôde visualizar sua tão querida paciência dar-lhe um tchauzinho empolgado e ir passear. A morena virou-se em direção da voz do amigo.

- Francamente Ronald! Será que você pode fazer o favor de me informar onde estamos? A brincadeira já cansou sabia? Odeio ficar sem saber o que estou fazendo!Eu exijo que você tire esta venda estúpida dos meus olhos e me permita enxergar!

- E desde quando eu desobedeço a uma ordem sua? – disse ele desamarrando a venda.

- Há! Há! Há! Muito engraçado! – ela já sem a venda apontava o dedo indicador para ele – De onde você tirou essa idéia idiota de...

- Surpresa... – disse ele sorrindo, e então a virou para que ela pudesse olhar para trás.

Então ela reconheceu onde estava... E as duas pessoas que sorriam para ela.

Hermione sorriu e correu para abraçá-los.

- Mamãe! Papai!

- Que saudades meu bem! – disse o Sr. Granger enquanto apertava a filha em seus braços.

- Também senti saudades...

- Vocês sabiam que eu vinha?

- Ronald combinou com a gente – anunciou a mãe da garota.

- Ah Ron... Brigada... – Hermione sorriu para o amigo.

- Não tem de quê – disse dando um sorriso inclinado.

- Pensamos que vocês vinham mais cedo...

- Oh, e nós vínhamos Sr. Granger – disse Rony – Mas tivemos que fazer uma visita antes.

- Estou preparando o almoço – disse a Sr.ª Granger – Fiquem à vontade...

- Eu ajudo mamãe...

- Não meu bem, pode ficar por aqui...

- Mamãe – Hermione levantou as sobrancelhas, divertida – Eu ajudo. – Ela se virou para o amigo – Ah, e, por favor, Ron... Tente não convencer meu pai a subir numa vassoura sim?

- Eu jamais tentaria isso – Rony tentou se defender, mas foi desmentido pelo riso do pai de Hermione.

As duas mulheres foram para a cozinha, deixando Ronald e o pai da morena sozinhos na sala.

- E então, como estão sendo as férias? – perguntou o senhor.

- Divertidas. – disse Rony vagamente.

- A Hermione continua geniosa?

- Digamos que essa é uma característica difícil de ser modificada... – ele sorriu.

O pai de Hermione gargalhou.

- Mas se bem, que você também é um pouco genioso...

- Oras, eu sou um Weasley! É genético...

Mais uma vez o pai de Hermione gargalhou.

- Meus parabéns Ronald!

Rony olhou para o senhor à sua frente com a expressão intrigada. Será que ele o estava parabenizando por agüentar Hermione durante dois meses?

- Pela nomeação – completou o Sr. Granger.

- Ah! – Rony sorriu – Obrigado.

- Eu li no Profeta Diário... Também soube do que o Harry fez... Ele foi muito corajoso. – ele pareceu pensar um pouco – Você acha que aquilo pode trazer algum problema para ele?

- Não. – Rony negou com uma careta – Ele foi honesto... Não há porque haver problema algum...

- Sinceramente, eu espero que o nome do seu pai seja seriamente considerado.

- Sinceramente... Eu acho que não será – disse Rony sério – Meu pai é muito pouco ortodoxo.

- Seu pai é sábio Ronald... Os sábios sempre são pouco ortodoxos.

- Tem razão Sr. Granger... Tem razão – disse Rony lembrando-se de Dumbledore.



Almoçaram em meio a uma conversa animada entre Rony e o pai de Hermione. Eles falavam de quadribol, enquanto as mulheres somente riam da empolgação dos dois. A convivência de Hermione com os Weasley aproximou bastante as duas famílias. Os ruivos conseguiram iniciar o pai da garota no mundo bruxo, e em troca, o Sr. Granger apresentou o universo trouxa para Arthur.

Após o almoço os quatro arrumaram a cozinha e depois se sentaram na sala de estar e Hermione e Rony ouviram, em meio a muitas risadas, as histórias da tia Juliet, irmã da Sr.ª Granger, que após a aposentadoria tinha decidido curtir a vida intensamente. Naquele momento a animada senhora estava em um cruzeiro pelo Caribe com seu namorado 20 anos mais novo que ela.

O sol já estava se avermelhando no horizonte, quando Rony disse que tinha de ir para casa.

- Mas já? – perguntaram os donos da casa.

Ele recebeu um olhar triste de Hermione.

- Podemos ficar mais um pouco?

- Você pode, na verdade eu venho te pegar amanhã.

- Eu perdi alguma coisa? – disse Hermione sem entender direito.

- Fique aqui com seus pais, durma com eles. – ele sorriu – Eu sei que você gostaria disso. Amanhã eu te busco.

- Ah, Ron... Brigada – ela sorriu.

- Agora eu tenho mesmo que ir. Até logo Sr. Granger... Sr.ª Granger...

- Eu te acompanho até um lugar para aparatar. – disse Hermione.

Eles caminharam por um tempo no bairro até encontrarem um beco deserto, onde Rony podia aparatar sem ser visto.

- Obrigada mesmo Rony! – disse Hermione se jogando nos braços dele – Que horas você vem amanhã.

- Por volta das seis da tarde. E esteja pronta, tenho mais uma surpresa. – Hermione inclinou a cabeça inquisidora – Mas... Eu já vou adiantar o assunto.

- É bom! – ela respondeu risonha.

- Consegui marcar uma aula com minha ex-professora de tango. – a boca de Hermione se estendeu num sorriso – Amanhã, às sete da noite.

Ela se jogou novamente no pescoço dele.

- Obrigada! Obrigada! Obrigada!

Ele riu.

- Não tem de quê! Não tem de quê! Não tem de quê! – deu um beijo no topo da cabeça castanha – Até amanhã.

- Até.

Ele aparatou.

Hermione voltou contente para casa. Ela entrou e viu seus pais sentados de frente para a televisão. Ela sentou ao lado deles.

- Ele é um doce não é? – disse a Srª. Granger.

- É. – disse Hermione depois de um suspiro.

Então ela percebeu o olhar dos pais sobre si e emendou.

- Somente em alguns momentos. Ele sabe ser realmente irritante quando quer! – levantou-se para beber água na cozinha, deixando seus pais com ares risonhos.

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Ele havia acordado há pouco tempo, mas ainda estava deitado olhando para o teto. Detestava fazer as refeições sozinho... Ma seu estômago já estava dando manifestações de fome. Além disso, se não descesse em alguns minutos, com certeza Dafne viria arrastá-lo pelas orelhas.

Levantou-se preguiçosamente e esfregou os olhos. Esticou o corpo e foi ao banheiro fazer sua higiene pessoal. Desceu e comeu seu café devagar, lembrando do sorriso gigante que Hermione deu quando viu que estava na casa dos pais. Pegou-se imaginando o que ela estaria fazendo naquele momento. Certamente já tinha se levantado há muito tempo e devia estar conversando com os pais, colocando todo o assunto em dia. Talvez até nem tivesse muito assunto, pois Rony sabia que ela visitava os pais frequentemente. Diferente do que fazia com os amigos... Mas ele ia mudar essa situação.

De repente uma coruja negra adentrou sua cozinha e pousou delicadamente a sua frente lhe estendendo a patinha de forma prestativa. Rony colocou sua xícara sobe o tampo da mesa e desamarrou o pergaminho e depositou um pedaço de biscoito no bico da ave, esta piou em agradecimento e seguiu céu a fora.

O ruivo revirou os olhos quando viu o selo do Ministério. Abriu a carta e leu entediado.

Prezado Sr. Ronald Weasley,

O Ministério da Magia o convoca para uma reunião extraordinária com todos os Chefes de Departamento, a se realizar no dia de hoje às 17h00min.

É extremamente necessária a presença de todos os novos Chefes de Departamento.

Atenciosamente,

Rufus Scrimgeour
(Ministro da Magia em exercício)



Certamente deveria ser uma daquelas reuniões chatas que não queriam dizer nada. Então Ronald fez um planejamento mental: chegaria às 17h00min, ficaria até as 18h00min, daria uma desculpa esfarrapada e iria encontrar Hermione. Simples assim.

Levantou-se e pegou o Profeta Diário daquela manhã. Andava displicentemente para sala de estar enquanto passava os olhos pelas manchetes do jornal. Após alguns passos sentou-se onde ele sabia estar o sofá do aposento, mas antes que ele pudesse relaxar o corpo sentiu algo pulando com um miado agudo, causando-lhe tamanho susto que o fez desequilibrar e cair deitado no sofá.

- GATO ESTÚPIDO!

Rosnou ele para Bichento que agora estava de pé no carpete olhando para o moço com uma cara, que Rony classificou como sendo de poucos amigos.

- Que foi? Tá olhando o quê babaca? – disse Rony sentando-se.

Bichento apenas miou lhe mostrando os dentes.

- Pensa que eu tenho medo de você é? – Rony estreitou os olhos e inclinou-se um pouco para frente, como se fosse contar algum segredo – Pro seu governo, eu sou bem maior que você. Se eu te der um chute, tenho certeza que vai parar em Azkaban

O amasso sentou e continuou sustentando o olhar de Rony. Para o ruivo, aquele poderia ser interpretado como um olhar de desdém.

- Vai ficar me encarando é? Ah meu Merlin! – disse ele revirando os olhos – Era só o que faltava... eu ficar discutindo com um gato fedorento. E o pior é que eu nem posso te chutar. Se eu fizer isso, a Hermione me mata!

O animal inclinou a cabeça para o lado, logo que o nome de Hermione foi pronunciado.

- Tá sentindo falta da sua dona é? Pois é... eu também. Pelo menos uma coisa a gente tem em comum... gosta da mesma garota.

Ele se reclinou no encosto do sofá enquanto bichento caminhava lentamente em direção a ele. O amasso subiu no sofá e deitou-se ao lado do homem com a cabeça em seu colo.

- É Bichento... – continuou o ruivo fazendo carinho na cabeça do bicho – Ela é mandona, teimosa, irritadinha... mas é impossível não se encantar por ela né? – o gato ronronou – Ela é doce, linda, adorável, inteligente... com aquele sorriso que é capaz de iluminar o mundo... – Rony ria bobamente, Bichento olhava para ele com uma parte da língua para fora da boca que se mantinha fechada – Ela saiu daqui ontem e eu já estou morrendo de saudades dela... Agora me responde uma coisa Bichento, como é que eu vou fazer quando essas férias acabarem? Vai ficar tudo tão sem graça... Sabe o que seria perfeito? Se ele viesse morar comigo... É, eu até fazia o sacrifício de aturar você, gato lerdo... contanto que ela estivesse aqui, pra me contar como foi o dia dela e eu contar como foi o meu depois do trabalho... pra gente ver filmes juntos antes de dormir... fazer as refeições juntos... Como amigos é claro! – o emendou rapidamente sacudindo a cabeça e suspirando – Ok, ok... trégua terminada! Vou fazer uma coisa mais interessante que ficar aqui servindo de travesseiro pra você... vou pra internet. – disse ele levantando e fazendo Bichento pular para o tapete.

O animal ficou ali em pé, com o que Rony imaginou ser uma expressão de profundo descontentamento. Rony apenas estirou a língua para Bichento e caminhou para as escadas, mas antes de chegar ao primeiro degrau, Rony virou-se para o amasso, que continuava na mesma posição, e estendeu, ameaçadoramente, o dedo indicador para ele.

- Presta atenção numa coisa... se você contar pra alguém uma só palavra desta nossa conversa... é um gato morto!

E foi para o escritório, deixando um Bichento indiferente na sala de estar.

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Hermione tinha levantado cedo aquela manhã. Queria passar a maior parte do tempo possível junto de seus pais. Ela costumava visitá-los ao menos duas vezes por mês, afinal, era filha única e seus pais já não eram mais tão jovens, precisavam dela. Eles sabiam tudo sobre a vida “mágica” da filha, já que esta fazia questão de não esconder nada. Também já sabiam lidar com corujas e pó de flú, pois somente assim podiam se comunicar com a filha. Afinal, não se podia usar telefones em Hogwarts.

Neste momento, Hermione estava ajudando a mãe a preparar o almoço, sem uma palavra mágica. Isso estava exasperando ela, que nunca fora boa em trabalhos domésticos. Enquanto seu pai lia O Profeta Diário que chegara para Hermione naquela manhã..

- E como estão sendo as férias? – perguntou sua mãe sorrindo.

- Eu nunca pensei que umas férias na casa do Rony poderiam ser tão boas – respondeu Hermione – Tá, a gente briga... Mas, é normal sabe?

- Sim, eu sei... Estranho seria se vocês não brigassem.

Hermione riu.

- Bem... – disse desviando o assunto – Mudei de cargo em Hogwarts! Agora sou professora de transfiguração.

- Mas e a outra disciplina? – falou a Sr.ª Granger.

- Harry será o novo professor de Hogwarts!

- Oh querida! Que bom pra ele!

- Pois é... Estou tão feliz... Ele e a Gina vão se casar. Finalmente.

- E você meu bem? Quando vai nos dar uma notícia dessas?

- Ah, mamãe... Quando eu achar um noivo!

- Talvez você já tenha achado... Sabe, seu pai e eu sempre achamos que você seria uma Weasley um dia...

- Ah não mamãe! Você também não!

- Você já é praticamente da família...

- Mãe, a senhora pode não saber, mas o Rony é um galinha turrão.

- Todos os homens são galinhas até encontrarem a mulher certa. E você também é turrona... – Hermione revirou os olhos – Ora minha filha, nunca entendemos o porquê de vocês não terem ficado juntos

- Uma palavra: destino!

A conversa foi interrompida por um barulho de bicadas que vinha da janela. Era uma coruja marrom que logo Hermione identificou.

- Uma coruja? – assustou-se a Sr.ª Granger – Só você nos manda corujas!

- Essa é pra mim, mãe – disse a moça abrindo a janela e retirando um pedaço de pergaminho da patinha da ave.

- Sinceramente, não consigo entender o senso de orientação destes animais...

- Magia mamãe... Magia... – respondeu Hermione simplesmente.

Ela abriu o pergaminho e seu semblante mudou de um sorriso para o espanto. De repente veio à sua memória a cena na qual havia permitido a John lhe escrever.

- O que houve querida?

- Nada mãe...

- Se você diz...

Hermione foi até a janela e abriu o pergaminho.

Querida Hermione,

Perdoe-me por não ter escrito antes. Tive que fazer uma viagem às pressas para a América. Coisas do Ministério.

Quero vê-la de novo... Preciso vê-la de novo. Você pode achar estranho, mas penso em você todos os dias. Em seu lindo sorriso naquela noite maravilhosa. Será que poderíamos nos ver novamente? Aguardo ansioso uma resposta.

Luke lhe manda um abraço apertado.

Eu lhe mando um beijo carinhoso.

John.


Era uma carta do John Fontaine. Como pudera esquecer-se da noite em que saíram juntos... Em que se beijaram.

Hermione suspirou. E resolveu por fazer a coisa mais sensata.

- Mamãe, onde tem papel e caneta?

- Ao lado do telefone querida.

Ela pegou o papel e uma caneta azul e pensou um pouco.

Querido John,

Claro que está perdoado. Eu sei exatamente como são as coisas do Ministério.

Sim, podemos nos encontrar. Amanhã, à noite está bom?

Um beijo no Luke e outro em você.

Com carinho,

Hermione.

Ps: Não estranhe o material da carta. Estou na casa dos meus pais e eles não costumam usar pena e pergaminhos *risos*


Ela colocou a resposta na patinha da coruja que voou pela janela.

Sabia que aquilo era o certo a fazer. Tinha que superar aquela paixonite de adolescente pelo Rony. E nada melhor do que um homem sensato, maduro e que estava explicitamente interessado nela.

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Rony chegou ao Ministério dez minutos antes da reunião começar. Cumprimentou os colegas. Foi bajulado por alguns. Ignorado por outros. Era sempre assim, já tinha se acostumado com o comportamento estranho daquelas pessoas.

No horário combinado Scrimgeour entrou na sala de reuniões com seus assistentes. Rony buscou um lugar meio escondido, atrás de um bruxo que mais parecia um gigante, o novo chefe do Departamento de Pesquisa para Feitiço de Curas.

A reunião começou com uma daquelas falações chatas do ex-ministro ainda em exercício. Ele parabenizava os novos Chefes de Departamento e dizia da importância deles para o prosseguimento da vida tranqüila do mundo mágico. Falou rapidamente do papel de cada um dos Departamentos.

17h20min

Finalmente Scrimgeour havia terminado com a bajulação falava sobre os documentos necessários para a posse definitiva de cada novato nos Departamentos. Eram necessários alguns papéis para que a posse fosse confirmada.

17h32min

Outro assunto em pauta era a troca de nomes nos cargos internos de cada Departamento. Geralmente, cada Chefe novo trazia consigo nomes de confiança para seu mandato. Os assistentes parece que Scrimgeour havia cansado de falar, listavam as condições para que um novo funcionário fosse admitido.

Rony bocejou. Mas tinha que se manter informado. Parece que ouvia as vozes de Percy e Hermione em sua cabeça “Essas informações são importantes Rony!”. Ele riu. Mas voltou a atenção e ouviu quando disseram que não eram permitidos mais de dois parentes do próprio Chefe.

17h46min

Diplomacia. Cada um dos Chefes de Departamento tinha que manter contatos com os Chefes correspondentes em outros governos. E as instruções para que isso acontecesse da melhor forma possível estavam sendo entregues.

18h15min

Verbas. Rony ficou mais atento a este ponto, era necessário saber quanto do dinheiro do Ministério estaria disponível para campeonatos ou reformas de estádios.

18h33min

Assunto terminado, Rony tinha que arranjar qualquer desculpa e sair. Se aparatasse teria tempo de buscar Hermione. Mas definitivamente, ela não ia gostar de aparatar com ele no Estúdio de Dança...

18h34min.

Rony já se preparava para levantar quando Scrimgeour mais uma vez se levantou...

- Agora vamos ao último assunto de nossa pauta. Que tipo de advertência será dada a Harry Potter pelo papelão que fez ao Ministério da Magia...

- COMO É QUE É????? – Rony não conseguiu se controlar e caiu novamente sentado na cadeira.

- Acalme-se Weasley... – disse um homem baixo de cabelos muito negros que estava ao seu lado, o novo Chefe do Departamento de Informação.

- Alguém pode me explicar o porquê de Harry receber uma advertência? – continuou Rony sem se importar com o que o colega do lado havia dito.

- Ele fez o Ministério passar um vexame. – disse o novo Chefe do Departamento dos Aurores, Ewan McNawle, um homem alto de pele muito pálida e olhos cor de âmbar.

- Desculpe, mas eu não vi vexame algum... – respondeu Rony estreitando os olhos.

- Você jamais veria qualquer defeito no seu cunhadinho, Weasley – rebateu McNawle.

- Acredite, não há pessoa melhor para apontar os defeitos do Harry do que eu. – contrapôs rapidamente o ruivo.

- Acalmem-se senhores... – Scrimgeour tomou a palavra – Admitamos Weasley, seu amigo fez uma desfeita ao conselho do Ministério.

- E o que vocês queriam que ele fizesse? Que ele aceitasse o cargo, todas as homenagens falsas que viriam a seguir e não realizasse um bom mandato? – disse Rony ironicamente – Não, melhor! Ele poderia deixar para renunciar uma semana depois!

- Ele podia ter feito qualquer coisa! Mas não podia ter desmerecido o cargo daquele jeito! – cortou o “gigante” que estava na frente do ruivo.

- Como assim não podia?! Ele tem o direito de dar o rumo que quiser à vida dele! Ele quase se sacrificou para que o mundo bruxo tivesse paz! – Rony já havia se levantado. – Ele nunca quis ser ministro! E sempre soube que todo mundo aqui queria ferrá-lo! Além do mais, ele não desmereceu ninguém... só foi honesto consigo mesmo e com toda a comunidade bruxa!

- Vamos Weasley... – disse o novo Chefe do Departamento de Controle de Animais Mágicos, um homem baixinho, gordo e dentuço – Você pode ter se envolvido com duelos e esportes, mas não entende nada de política...

- Tem razão... Eu não entendo nada de política. Quer saber? Na verdade, eu entendo muito pouco de política. Só sei que ela é imoral e suja... Mas eu entendo de justiça!

- Talvez o fato de ele ter indicado o nome do seu pai tenha feito alguma diferença... – alfinetou McNawle.

As orelhas de Rony ficaram vermelhas e todos prenderam a respiração esperando sua reação. McNawle tinha passado dos limites, era o que alguns cochichavam, embora pensassem o mesmo que o auror.

Rony se aproximou do homem que o havia provocado, devagar. Seu maxilar tremendo, os olhos estreitos e as mãos cerradas. Scrimgeour correu para perto deles, a fim de evitar uma briga propriamente dita.

Mas Ron simplesmente apontou o dedo indicador para o auror e disse com uma voz capaz de congelar um picolé.

- Na verdade, eu acho que meu pai como Ministro seria capaz de trazer um pouco de nobreza, inteligência e dignidade para este cargo... Coisa que não vejo desde que me entendo por gente. Mas ao mesmo tempo eu rezo para que isso não aconteça. Meu pai é honrado demais pra se meter em um lugar tão sujo quanto a sala do Ministro da Magia. Mas eu ainda sonho com alguém que irá lavar toda a sujeira do Ministério. Seja essa pessoa meu pai, Harry ou qualquer bruxo sensato e digno.

Ele olhou ao redor e viu que todos o fitavam abismados.

- Não vamos levar estas últimas palavras em consideração Weasley – disse polidamente Scrimgeour – Você está nervoso.

Rony suspirou e disse tranquilamente:

- Com todo o respeito que eu dedico a um ex-Ministro da Magia... Rufus, vá à merda...

Um burburinho correu por toda a sala enquanto Ron se encaminhava para a porta de saída. Antes de atravessá-la ele virou-se.

- Na verdade, eu acho que talvez eu mereça uma advertência.


*******************************

19h40min.

Rony aparatou do lado de fora. Olhou para o céu noturno e viu que algumas nuvens estavam se formando, indicando que o dia seguinte com certeza seria de chuva. Culpa do verão muito quente. Abriu lentamente a porta e viu que tudo estava escuro. Certamente Dafne já estava em seu quarto assistindo às suas preciosas novelas. Ele retirou sua capa e a jogou sobre o sofá. Tinha que subir rapidamente e enviar uma coruja à Hermione explicando o que tinha acontecido para ele não ter ido buscá-la.

Bufou mais uma vez. Estava extremamente contrariado com o Ministério... Além do fato de eles sempre quererem ferrar o Harry, ainda tinham atrapalhado sua noite. Mas tinha certeza que a amiga entenderia os motivos dele. Por que aqueles abutres não podiam simplesmente deixar Harry em paz? Tinham que pegar no pé dele por qualquer coisa! Rony sabia que não podia simplesmente ter saído daquela reunião e deixado as hienas discutindo sobre a desgraça de seu melhor amigo. Sim, Hermione entenderia.

Ia subindo as escadas quando algo lhe chamou a atenção. A luz da TV vinha da sala de vídeo. Estranhou porque Dafne nunca aceitara ver seus programas na sala do patrão. Certo, Hermione jamais entenderia isso, mas é da natureza dos elfos serem submissos...

Ele se aproximou e percebeu que a TV estava ligada num canal trouxa que só apresentava programas sobre música*. Virou-se e teve um pequeno sobressalto. Ali, encolhida no sofá, estava Hermione em um sono tranqüilo. Ele parou e a ficou observando. Ela estava com uma calça preta de malha e uma camisa folgada, os cabelos presos em um rabo de cavalo já se desfazendo, no chão estava um par de sapatilhas flexíveis. Com certeza ela tinha se preparado para a aula de dança.

Ele tinha combinado uma coisa com Hermione e por culpa daquela reunião sem fundamento tinha-a deixado na mão. Mais uma vez ele amaldiçoou o pessoal do Ministério.

Respirou o perfume dela... Aquele perfume capaz de tirá-lo do sério, mas também de lhe trazer a mais sublime tranqüilidade.

Aproximou-se devagar e inclinou-se para pegá-la no colo. Afinal, não podia deixá-la dormindo ali. Passou um braço sob os joelhos dela e o outro sob as costas, com toda a delicadeza que era capaz, o que não adiantou muita coisa, já que os olhos castanhos se abriram.

- Oi... – murmurou ela.

- Oi. – respondeu ele com um sorriso inclinado – Você devia ter me esperado lá...

- Você demorou... – disse ela ainda sonolenta.

- A reunião demorou mais do que devia...

- Tá tudo bem?

Ele balançou a cabeça afirmativamente.

- Pode me colocar no chão... Eu subo sozinha...

- De jeito nenhum. Eu tenho que me redimir de alguma forma

Ela deu uma risadinha.

- Então tá... – e se aconchegou mais ao peito dele.

Hermione sempre gostou dos abraços de Rony. Abraços que eram capazes tanto de ascendê-la por dentro, quanto de acalmá-la diante de uma turbulência. Era naqueles braços que buscava força para mais uma batalha. Naqueles braços podia deixar as lágrimas virem quando não suportava mais ter que segurá-las diante de todos. Abraços divertidos de quando faziam as pazes. Abraços angustiados de quando ela estava triste ou quando saiam do campo de batalha. O calor que aqueles braços compridos lhe transmitiam. Sentia-se tão confortável quando estava presa àquele peitoral largo. A respiração sob a camisa branca de botões. O som da risada gostosa dele. O cheiro dele.

Ele a conduziu para o quarto e deitou-a suavemente na cama. Sentou-se ao lado dela, que se acomodava preguiçosamente entre os travesseiros.

- Tem certeza que tá tudo bem? – insistiu ela com a voz suave – Estou vendo aquela ruguinha entre suas sobrancelhas...

- São só as maluquices do Ministério – disse ele com um sorrisinho – Nada com que se preocupar... – ele suspirou – Desculpa... Tê-la feito esperar.

- Shhh... Sem problemas – disse ela de olhos fechados

- Prometo marcar outro dia...

- Tá tudo bem viu? Eu entendo... – ela abriu os olhos e ficaram se fitando por um bom tempo. – Já reparou que é a segunda vez em menos de 48 horas que você fica me olhando enquanto estou “meio-dormindo”?

- Eu passaria minha vida inteira olhando pra você – disse ele sem perceber.

- Só olhando? – falou ela antes que pudesse se conter.

O estômago dele deu um sobressalto e sua respiração tornou-se pesada. Era um convite não era? Ela estava tão linda... E antes que ele pudesse pensar, seu corpo inclinou-se em direção aos lábios dela.

Te regalo mi cintura,
y mis labios para cuando quieras besar,


Os olhos dela se fecharam quando suas bocas encostaram-se em um beijo casto e delicado. As mãos dela tocaram o rosto dele quando percebeu que o beijo seria aprofundado. Nenhum pensamento racional pôde ser formulado naquele momento, pois todas as forças de Hermione estavam voltadas para o que estava acontecendo ali. Algo que há muito tempo ela desejava.

Ao sentir a aprovação de Hermione, Rony tornou o beijo mais intenso. Uma voz em sua mente dizia constantemente “você está beijando a Hermione!”, o que trazia uma onda de calor deliciosa ao seu peito. Ele a queria. Sim, ele a queria com cada gota de sangue que corria em suas veias. Cada célula de seu corpo gritava pelo corpo da mulher em seus braços.

te regalo mi locura,
y las pocas neuronas que quedan ya...


Quando deu por si, Hermione estava apoiada no cotovelo esquerdo como forma de diminuir o espaço entre ela e Rony. Ele estava com o braço esquerdo apoiado na cama enquanto o direito acariciava o pescoço dela de uma forma que a fazia sentir arrepios ao longo da espinha. De repente as mãos dele foram para as costas dela e num átimo, e sem que seus lábios se desgrudassem em um único instante, ela sentiu-se sendo levada para o colo dele. Não pôde deixar de pensar no quanto ele havia se tornado forte e decidido... O que a fez desejá-lo ainda mais.

Rony sentiu as mãos de Hermione em sua nuca e apertou sua cintura. Em um movimento rápido, ela passou a perna esquerda por ele, ficando assim sentada em seu colo de frente para ele com uma perna de cada lado.

Mis zapatos destenidos,
el diario en el que escribo,


Um pensamento veio à mente dele: quantas vezes já não tinham chegado a este ponto? Mas algo dizia que agora seria diferente. Ela estava plenamente consciente, o mesmo já não podia ser dito dele. Rony sentia-se completamente inebriado com o toque delicado dela, com os beijos dela, o perfume dela... Ele queria afundar os dedos nos cabelos dela, como a mesma estava fazendo, mas algo o impedia... Sem cerimônias, desfez o rabo de cavalo.

Hermione sentiu seus cabelos caírem em suas costas. Logo depois veio a sensação dos dedos de Rony passeando por eles. Ela o puxou para mais perto ainda e intensificou o beijo. Seu corpo todo tremia ao toque dele. Estava ficando sem forças, com uma sensação de moleza nos músculos. Então, lembrou-se que precisava respirar e lentamente afastou os lábios.

te doy hasta mis suspiros,
pero no te vayas más...


Ron sentiu Hermione se afastando dele e um frio percorreu sua espinha. Será que ela tinha se arrependido? Então sentiu o toque macio dela em seu peito. Ele abriu os olhos e seu coração acelerou. A visão de Hermione com a respiração pesada, os olhos fechados, os cabelos soltos sobre os ombros, os lábios vermelhos e levemente entreabertos era a cena mais sexy que ele já tivera o prazer de enxergar. Seu corpo inteiro reagiu àquilo... A sede pelo corpo dela aumentara significativamente. Ele precisava sentir o gosto da pele dela. Por isso dirigiu seus lábios ao pescoço alvo da moça.

Porque eres tú mi sol,
la fé con que vivo


Hermione abriu os olhos e lá estava ele, olhando para ela. Os fios ruivos bagunçados, os lábios levemente inchados, ofegante, os músculos do peito subindo e descendo, os braços ao redor dela, aqueles olhos magnificamente azuis. Sim, ele era a coisa mais gostosa que ela já vira em toda sua vida.

Os olhos dele ardiam. Eram como gelo em brasa e pediam por ela... Clamavam por ela. Então Hermione percebeu o poder que tinha sobre aquele homem... O estrago que causava nele. Ela exultou internamente por isso.

la potencia de mi voz,
los pies con que camino


Mas ela percebeu que seu corpo também ardia. Como se algo vital estivesse faltando dentro dela… Naquele momento ela soube. E como se Rony fosse um oásis, e ela estivesse no meio do deserto, ela se entregou a ele. Puxou-o para mais um beijo, que era capaz de lhe restituir a vida.

Em meio aos beijos e toques, Rony sentiu que Hermione desabotoava sua camisa, então ele sentiu-se à vontade para puxar a blusa dela para cima. Enquanto a despia, sentia o sabor da pele dela. Era doce como chocolate quente (embora ele soubesse que não tinha gosto de chocolate)...

eres tú, amor, mis ganas de reír,
el adiós que no sabré decir,


Ele a deitou na cama e contemplou a pele de porcelana. Sorriu ao perceber que ela corava, como da outra vez

Hermione sentiu o rosto esquentar ao reparar no olhar dele sobre seu corpo, como se quisesse reconhecer cada pedaço dele. Ela fechou os olhos e levou à mão para o botão da calça dele, o desabotoou, depois o trouxe para seus lábios e enquanto se beijavam, ajudou-o a terminar de se despir.

porque nunca podré vivir..
sin tí...


Não eram mais aqueles beijos desesperados de há pouco. Agora, passavam a beijar-se de maneira mais suave, porém não menos profunda. Rony sentia um rastro de fogo espalhar-se por onde os dedos de Hermione o tocavam. E desceu os lábios pelo corpo dela, lembrando-se de um conselho que seus irmãos haviam lhe dado há muito tempo: devia proporcionar a ela o máximo de prazer. E ele o faria.

Hermione sentia-se enlouquecer com a maciez dos lábios de Rony dançando sobre sua pele... Os cabelos ruivos roçando seu corpo. Depois, sentiu que ele novamente tomava sua boca enquanto as mãos grandes deslizavam indo parar exatamente onde ela queria ser tocada.

Si algún día decidieras,
alejarte nuevamente de aquí…


Definitivamente o garotinho inseguro havia dado lugar a um homem que sabia exatamente o que fazer e como fazer. Enquanto proporcionava a ela sensações estonteante, ele a beijava nos lábios, e com a outra mão, acariciava o rosto dela.

A moça abriu os olhos quando ele abandonou seus lábios e novamente os fechou quando ele beijou o lóbulo de sua orelha..

cerraría cada puerta
para que nunca pudieras salir…


Recordações brotavam em sua mente. Tudo havia mudado... Eles mudaram tanto... Mas seus corpos não. Eles falavam a mesma língua e se entendiam perfeitamente. Era como se toda a vida deles se convergisse para este momento. Um momento pleno entre os dois.

- Brilha pra mim... – sussurrou ele com a voz rouca em seu ouvido.

Ela apertou os braços ao redor dele. Não acreditava no quanto ele podia ser tão surpreendente.

Te regalo mis silencios
te regalo mi nariz,


- Brilha Estrela... Brilha pra mim.... – repetiu ele no mesmo tom, que a fez sentir-se mais extasiada.

Ela apertou os olhos, sentia um calor imenso crescer dentro dela. A sensação cada vez mais forte. Mais intensa... e então a explosão de uma supernova** tomou conta de seu corpo. Os braços firmes ao redor das costas dele amoleceram.

yo te doy hasta mis huesos,
pero quédate aquí…


- Ron... – foi o único som que ela conseguiu proferir.

- Mione... – disse ele ofegante – Eu te...

Mas ela não o deixou continuar e o arrebatou em um beijo intenso que fez as consciências de ambos serem completamente subjugadas pela paixão do momento.

Porque eres tú mi sol,
la fé con que vivo,


- Vem... – murmurou ela.

Ela o estava chamado, e ele foi. E sentiu-se extasiado com o calor aconchegante do corpo dela.. incapaz de proferir uma frase coesa, só tinha consciência do universo que era aquele quarto, com eles dois se entregando de maneira tão plena um ao outro.

la potencia de mi voz,
los pies con que camino,


Os corpos unidos seguindo o mesmo ritmo. As peles em brasas durante o que pareceram eras de plenitude. E então novamente, ele sentiu o corpo dela se derreter sob o seu. Agora, ele sabia que podia deixar-se levar.

Mais... Hermione queria que Rony estivesse tão satisfeito quanto ela. Acariciava-o e beijava-o. Seus corpos tremendo. Suas bocas sedentas. Sons desconexos. Suas mãos explorando um terreno há muito desejado. Até que ela o sentiu vibrar e deixar o corpo pesar sobre si.

eres tú, amor, mis ganas de reír,
el adiós que no sabré decir,


Ficaram imóveis tentando regularizar a respiração ofegante. Ele apoiou o rosto na curva do pescoço dela que sentia o hálito quente dele em sua pele. Hermione levou uma mão ao cabelo dele e começou a deslizar a mão por ali.

porque nunca podré vivir..
sin tí...


Ela fechou os olhos tentando colocar os pensamentos no lugar... Talvez fosse melhor não ter feito isso.

Lembrou-se das cartas trocadas na manhã anterior. Das palavras que recebeu e das que enviou... John esperava algo dela... e ela havia dado esperanças. E eles iam sair na noite seguinte... E o Rony...

Ela simplesmente não podia marcar um encontro com John, depois transar com Rony! Mais uma na vida dele. Imediatamente congelou seus movimentos. Sentiu-se suja.

- Mione?

Rony havia sentido a mudança no corpo dela e afastou-se para olhá-la nos olhos.. Ele não gostou do que viu.

- Estrela, o que aconteceu...

Hermione empurrou o corpo dele de cima do seu devagar e sentou-se com o olhar perdido. Rony sentou-se também sem entender o que estava acontecendo.

- Nós não podíamos... – sussurrou ela – Não agora...

Hermione levantou-se, enrolada no lençol, apanhou suas roupas do chão e correu para o banheiro, sob o olhar abobalhado de Rony.

Ele sentou-se na cama e ficou ali, sem saber o que pensar. Ouviu quando o chuveiro foi ligado. Tentava refletir sobre o que estava acontecendo... Então uma verdade dolorosa caiu sobre ele: ela havia se arrependido.

Levantou-se num pulo. Quando se aproximou da porta para abri-la, Hermione já o tinha feito e deram de cara um com o outro. Ela, já vestida, o encarou com aquele olhar que Rony odiava. Olhar de quem estava perdida.

- Mione... Fala comigo!

Ela olhou pra baixo e tapou o rosto com as mãos.

- Se veste Rony!

Ele, sem saber o que fazer, correu pra cama e pegou um lençol e se cobriu. Ela simplesmente caminhou para fora do quarto. Ele a seguiu até a sala, onde ela se sentou no sofá e afundou as mãos nos cabelos.

- Hermione...

- A gente não podia! – disse ela de repente.

- Por que não?

- Eu tô saindo com o John...

- É isso então? Você tá gostando daquele cara? – um misto de raiva e desespero soaram na voz de Rony.

- A gente vai se encontrar amanhã... e... – de repente ela ficou entre furiosa e temerosa – Ah, Ronald! Você não quer que de uma hora pra outra eu esqueça que... Ah, deixa pra lá!

- Não! – disse ele demonstrando raiva – Não vamos deixar nada pra lá desta vez! Não de novo! – ele a encarou segurando-a pelos ombros – Você tá gostando daquele cara? Tá apaixonada por ele? Fala pra mim... por favor...

- Me deixa! – disse ela com os olhos marejados e se soltando dele – Me deixa... – ela foi até a estante e pegou sua varinha – Me deixa tá?

- Não Hermione, espera!

E num átimo, ela havia aparatado.

Rony sentou-se no sofá com o olhar perdido. Hermione o havia deixado sem saber o que pensar, o que fazer... onde procurar.

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*Vulgo MTv
**Supernova: acho que vocês sabem né? Uma estrela que acabou de nascer... devido a uma explosão.

OLÁ MEUS AMORES!!!!!

Estou envergonhada... Prometi postar antes e não cumpri. Desculpem sim? Mas tive muito, muito trabalho mesmo!!! Eu não tive férias de uma das faculdades (o calendário está atrasado), então já viu né?

Bom, mas constrangimentos à parte: O que acharam do capítulo?????
Sinceramente: Eu amei!!! Kkkkkk Tava louca pra esses dois saírem do 0x0. Como da outra vez, tentei fazer uma coisa romântica e delicada. Espero ter conseguido ^.^

Espero que vocês realmente gostem!!!

Massssss... O que será que vai acontecer? Heim? Heim? Heim? *olhar maroto*

A música do capítulo se chama "Tu" e é da Shakira... eu adoro!!!!


Ah, desculpem aqueles que se ofenderam com o palavrão do Rony... eu mesma não gosto de falar palavrões... Mas admitam, é a cara dele dizer uma coisa desaforada dessas... E bem que o Scrimgeour mereceu... convenhamos!

Bom, recebi comentários de pessoas que não entenderam bem porque a Mione e o Rony mandaram o Lupin pro espaço e o que ele tem a ver com Hermione... será que é com ela? Aguardem cenas dos próximos capítulos.... 0=)

Também comentaram sobre o machismo do Malfoy… meu povo… Relevem! Estamos falando do Draco… ele não pode virar um cara totalmente do bem... Mas se bem que em certas organizações é desse jeito que as notícias se espalham. Fofoca existe e é muito poderosa! Rsrsrs

A L.Käffer sugeriu uma comunidade no orkut pra fic... mas não sei... ela já está acabando... O que vocês acham? =]

E obrigada por terem colocado “Férias de Verão” na fic ***!!!Leiam estas fics!!!*** fiquei muito feliz... Adoro todos vocês!!!

E também aqui está o link certo do orkut: http://www.orkut.com/Profile.aspx?uid=12219372102736562391

Eu adoraria poder comentar cada comentário... acontece que são 37 páginas de word... e não dá mesmo, se não eu só postaria daqui a dois dias... e como não quero deixar vocês esperando mais tempo...

Para tentar compensar, deixo o nome de cada um que comentou com um MUITO OBRIGADA E MUITOS BEIJOS!!!

Ah, eu coloquei em ordem alfabética... caso alguém queira achar seu nome rsrsrsrs

E no fim tem alguns comentários no fim... de pessoas que me perguntaram algo ou que eu realmente precisava dizer algo. Espero que os demais me perdoem XD


**Ruiva Potter**; Gina Potter*; *kaira*; Agatha Malfoy; Ald Black; Amanda; Morais; Amanda Regina Magatti; ana carol; Ana ju; Andréa Salles; Andréa Salles; andressa domingues; Ann Ross; Ara Potter; Ariele Caroline; Audrey Raphaella; Bárbara Mattos; Bell *.*; Bruna Poli; Bruno Rodrigues dos Reis; Camila Zavolski; Carol CardilliRaíra Shacklebolt; Carol Marvila; Carol xD; Carol_hg; Catia Bell; Charlotte Ravenclaw; Cicy Potter; Dani_Potter; Daniela Ferron; Débora goebel; deya-amy_loka; Dibiela; Dy Nolte; Emilly Carvalho; Expert2001; Fabiola; fernanda delgado tonini; Fernanda Martins de Carvalho; Gina M Black; Gina W.Potter; Guida Potter; Hermione Silva; Izaura; Jeann Potter; José Henrique Rodrigues de Souza; Jujubalândia; Karol Malfoy; Kekinha Malfoy; L.Käfer; Lady in Red; Lari =]; Larissiiinha; Letícia M. Klein; Lica Martins; LiLi N.; Lisandra; Lívia Sardo; LUISÂO; Lulu Bender; lunny lupin; Luu :}; Marina Lestrange; MaRy MaLfOy; Mayara Potter; Mila Feitosa; Millenaa; nathalia falasz somenzari; Nathalia Granger Weasley; Nick; Nina Black; Olívia Mirisola; P.P; Patoloko; Patrcia helena; Patricia Cristina; Sally Owens; Sâmya Carvalho;; Srta.Granger; Srtáh Míííhh; Stefanie; Sueniaaraujo; Tammie; Tata Lima; Tattyy Potter; Vick_Potter; Vitória Regina; wellington dias burgos.

Ann Ross: eu realmente usei Ginevra e Virgínia????? Que furo! É claro que ela se chama Ginevra (também acho esdrúxulo, mas adoro!). Vou corrigir.

Thata Radcliffe: Natalense que nem eu!!!! Fiquei tão feliz! Nunca tinha encotrado um conterrâneo por aqui! Fico feliz que genta minha terra esteja gostando das minhas maluquices!

Flávia – psY: sobre o que você escreve????

Mari Granger: Podemos pensar sim, na possibilidade de escrever juntas! Amadureçamos a idéia ^.^

Michelle Granger: Autorizadíssima! Também te adicionei no msn...
Fernanda Martins Carvalho: Não... não faço Letras. Faço Psicologia e Ciências da Religião.


Beijos a todos e até a próxima!!!!

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Comentários (1)

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