Capítulo 20: Alianças da Discó

Capítulo 20: Alianças da Discó



CAPÍTULO 20: ALIANÇAS DA DISCÓRDIA

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Ela abriu os olhos e percebeu a luz do início da manhã, que passava por uma pequena abertura da cortina, incidia sobre o lençol. Ainda um pouco tonta, olhou ao redor e viu que aquela não era sua cama, ou seja, não estava em seu quarto. Então, como num flash todas as lembranças da noite anterior invadiram sua mente.

Certo. Estavam na festa... Então de repente estavam na casa dele. E aí... Mais uma vez teve todo aquele clima... Ela teve coragem de se aproximar... De repente estavam agarrados, beijando-se como nunca havia acontecido antes.

“Minha culpa! Minha máxima culpa! Quem mandou me aproximar dele daquele jeito?”

Ela se virou no colchão, então percebeu que ele não estava ali. Apurou os ouvidos e não veio nenhum barulho do banheiro.

“Onde será que ele está?”

Sentou-se na cama passando a mão pelos cabelos bagunçados. Olhou para frente e viu a calça dele jogada sobre uma poltrona. Lembrou-se que a camisa e o terno haviam ficado no andar de baixo. E próximo à cama, no chão, estava seu lindo vestido de festa.

Não pôde segurar um sorriso que brotou em seus lábios devido às lembranças que agora surgiam diante de seus olhos. Corou. Nunca tinha feito amor daquela maneira... tão.. tão...

Tapou o rosto com as duas mãos e se deixou cair para trás. Nunca, antes, tinha feito amor de uma forma tão intensa e verdadeira.

Lembrou-se dele conduzindo-a pelas escadas e a levando para o quarto. Tão doce, tão suave... tão ávido ao mesmo tempo. Ele a trouxe para dentro do aposento e a beijou. Abraçava-a, como se tivesse medo de que ela fugisse dali a qualquer momento. Mas ela definitivamente, não sairia de perto dele por nada.

A moça afundou os dedos pelos cabelos dele enquanto os dedos ágeis do rapaz acariciavam a nuca delicada, fazendo-a ofegar. Após um tempo considerável em que saboreavam os lábios um do outro, ele desceu para o pescoço alvo e começou a beijar e mordiscar aqui acolá. Devagar foi levantando os cabelos dela e beijando a nuca. Ela sorria e respirava pesadamente. Estava tudo tão bom!

Sentiu os dedos dele posicionados sobre o zíper do seu vestido, então abriu lentamente os olhos e deparou-se com o olhar ansioso dele. Ah, aquele olhar! Ela sorriu marota e segurou a mão dele ajudando-o a despí-la, com um consentimento silencioso. Com o vestido já no chão, ela corou um pouco diante do olhar dele. Ah, aquele olhar!

Ela sentia que o homem à sua frente estava fazendo um grande esforço para não agarrá-la.

Respirando fundo, ela se aproximou. Mordendo o lábio inferior e olhando fixamente para o carpete. Sentiu os dedos dele acariciando seu rosto. Enchendo-se de coragem desabotoou a calça dele, o sentindo prender a respiração. Levantou os olhos e beijou-o.

Ela precisava dele.

Ele a desejava como nunca desejara mulher alguma. Ela sabia disso. O toque dele, como se ela fosse uma jóia rara. O olhar como se estivesse vendo o mar pela primeira vez. A expressão dele, como se estivesse diante da imagem de uma deusa.

Ele a conduziu para a cama lá a deitou. Beijavam-se enquanto se livravam das peças íntimas de roupa. Ela sentia o cheiro dele inebriando-a. As carícias dele fazendo com que seu corpo explodisse uma, duas vezes. Os lábios e mãos dele percorrendo seu corpo enquanto ela mesma tentava proporcionar o mesmo prazer que recebia. Dois tons de voz mesclando gemidos e sussurros desconexos.

Com um olhar que mostrava um misto de ansiedade, medo, expectativa, ele fez uma pergunta silenciosa. Perguntava se ela estava pronta... E ela estava. Nunca estivera tão pronta para receber alguém quanto naquele momento, com aqueles olhos de faróis conduzindo-a na penumbra do quarto. Seus olhos castanhos capturados por aqueles olhos incrivelmente verdes. Pares de olhos que se fecharam quando enfim, tornaram-se um só.

Gina nunca havia se sentido tão viva, ou tão completa antes. Com ninguém, em ocasião nenhuma. Era como se seu corpo tivesse nascido somente para aquele momento. Sentia a respiração quente dele em seu pescoço e não conseguia conter os sons que teimavam em escapar de seus lábios, junto com o movimento de seus corpos. Cravou as unhas nas costas largas de Harry quando sentiu novamente seu corpo desmanchar-se sob o dele. Em poucos segundos, ele deixou o corpo saciado pesar sobre o dela. E a abraçou rolando seu corpo para o lado.

Ficaram em silêncio, deixando as respirações voltarem ao ritmo natural. E ali, acabaram adormecendo.


Levantou-se ainda sentindo os resquícios das sensações maravilhosas da noite anterior, mas precisava se levantar e procurar por Harry. Mas ainda estava nua. Enrolou seu corpo no lençol e foi para o banheiro onde tomou uma ducha rápida. A água quente escorrendo por seu corpo levando embora o cansaço que inevitavelmente sentia no corpo.

Saiu do banheiro enrolada em uma toalha e viu que a parte de cima do pijama de seda preto de Harry estava em cima da poltrona. Pegou e vestiu a peça que lhe chegava até o meio das coxas. Conjurou um elástico e prendeu os cabelos em um rabo de cavalo improvisado.

Desceu as escadas devagar e ouviu sons vindo da cozinha. Pensou que poderia ser Dobby preparando o café, mas qual foi sua surpresa quando se aproximou e viu Harry de costas para a porta, mexendo algo no fogão. Ele estava somente com a calça do pijama preto de seda, o que permitia a Gina observar os músculos das costas dele se revelando cada movimento que ele fazia.

Ela sabia que eles precisavam conversar.

Como que sentindo a presença dela, Harry virou-se sorrindo e Gina percebeu que aquele era o sorriso mais lindo que já tinha recebido. Era como se a felicidade do mundo inteiro estivesse materializada naquele homem que a encarava maravilhado.

- Bom dia Rosa! – disse ele puxando uma cadeira para que ela pudesse sentar.

- Bom dia – disse ela meio sem jeito.

- Dormiu bem? – ele trazia uma travessa com bacon e ovos.

- Humhum – respondeu ela sem encará-lo, um sorriso teimando em brotar de seus lábios. Afinal parecia impossível não se contagiar com a felicidade dele. – Onde está Dobby?

- De folga... – ele a olhou e sorriu – Está com fome? Porque eu estou!

- Estou sim – disse ela levantando os olhos para ele.

Comeram o café sem mais palavras. Embora o sorriso não morresse dos lábios dele o que fazia com que ela sorrisse também.

- Sabe, ainda é muito cedo. – disse ele quando já haviam acabado de comer – Eu acordei porque estava com fome e pensei que você podia dormir mais um pouco. Fomos dormir tarde hoje... e ainda são 8 da manhã... bom, você não gostaria de descansar mais um pouco?

- Sim... seria bom – respondeu ela um pouco incerta do que fazer.

Ele se levantou e ofereceu sua mão à ela, que a pegou.

- Venha, podemos dormir mais um pouco antes do dia começar de verdade.

Ela aceitou. Estava realmente cansada, e afinal, seu plantão só começaria às 14h. E lá no quarto eles poderiam conversar sobre tudo o que tinha acontecido.

- Meu pijama ficou muito bem em você – disse ele enquanto subiam as escadas.

- Er... que – disse Gina meio sem jeito – não havia outra coisa para eu vestir...

- Eu sei... mas que ficou lindo, ficou. – ele sorriu para ela.

Entraram no quarto e ele delicadamente a conduziu para a cama e fez com que ela se deitasse. Sentou ao lado dela e ficou admirando-a por um tempo. Então ele acariciou o rosto dela. Gina fechou os olhos, e quando os abriu, viu que Harry estava dando a volta na cama. Ele sentou-se do outro lado e ela pôde ver as costas dele enquanto retirava os óculos e os colocava na mesinha de cabeceira.

Ele se deitou e a trouxe para se acomodar em seu peito. Gina percebeu quando ele fechou os olhos. De repente um sentimento de revolta surgiu dentro dela. Tanta coisa tinha acontecido, tantas dúvidas na cabeça dela e ele simplesmente ia dormir?!

Gina sentou-se na cama bruscamente, fazendo com que Harry abrisse os olhos.

- Não está confortável meu bem? – perguntou ele confuso, pegando novamente os óculos.

- Não! Não estou! – respondeu ela brava.

- Se quiser eu posso...

- Escute aqui – disse ela apontando o dedo indicador para ele – Eu estava na minha... Estava quieta... Aí você veio com aquela conversa de novo, uma conversa que eu já não suportava mais! Aí você me traz aqui, me trata daquele jeito, faz com que um sentimento adormecido venha à tona e tudo o que tem a dizer é – ela engrossou a voz e imitou Harry – “Não está confortável meu bem”? Você não acha que devemos ao menos conversar?!

Harry somente olhava para ela com a respiração ofegante. Suspirou e disse:

- Você disse que eu fiz com que sentimentos adormecidos viessem à tona?

- Disse!

Harry esboçou um sorriso e levantou sob o olhar curioso de Gina. Ele pegou sua varinha, que estava sob a mesinha de cabeceira, foi até o guarda-roupa abriu uma porta e afastou alguns cabides, Gina pôde então, ver que ali havia um cofre embutido. Ele pronunciou algumas palavras e o cofre se abriu. Harry retirou alguma coisa de lá e sentou-se novamente na cama.

- Gina... Se eu consegui trazer á tona um sentimento adormecido, então, com certeza, o que eu tenho pra lhe dizer não é só “Não está confortável meu bem?”. – disse ele nervoso.

Ele abriu uma caixinha de veludo verde escuro, a qual havia sido retirada do cofre, e estendeu para ela.

Hesitante, ela estendeu a mão e pegou a caixinha. Então ela viu dois anéis belíssimos de ouro. Os dois eram adornados com letras em baixo relevo, ao que Gina reconheceu como sendo runas, mas somente um, o menor, tinha brilhantes encrustados.

- Harry... – disse ela encantada – são lindos...

- Foram dos meus pais – Gina levantou os olhos para ele – As alianças dos meus pais. Lupin me deu há algum tempo... E eu quero que fiquem com você...

- Comigo? – disse Gina assustada.

- Quer dizer... Uma... Quero que uma fique com você... E a outra... Comigo... na verdade, eu só queria perguntar isso daqui a algumas horas... Quando já estivéssemos totalmente descansados – ele respirou fundo – Gina... Casa comigo?

- Casar?!

- É, eu sei que pode parecer cedo... Que precisamos conversar mais, mas você mesma disse que o sentimento veio à tona novamente... Mas é lógico que não precisa me responder agora. Eu não quero que me responda agora... Leve as alianças com você e pense por favor...

- Mas, casar assim? Do nada!

- Não Gi... Do nada não... Eu não quero esperar mais, eu não agüento esperar mais. Preciso dividir minha vida com você, entende? Eu a amo. Demais.

Gina respirava ofegante olhando para o moreno à sua frente. Ele a amava. Isso era tão bom, seu coração se aquecia com as palavras dele. Sua alma exultava ao ter a certeza que correspondia ao sentimento dele. Mas não era tão simples... Era um casamento! Tinha que pensar melhor.

- Harry, eu... – disse ela se levantando – eu preciso ir... Eu...

Ele olhava para ela angustiado.

- Mas... – tentou ele.

- Eu... Eu tô confusa entende? – ela pegou seu vestido no chão – Eu nunca me senti desse jeito... Com outra pessoa, mas é... Estranho sentir isso tudo de novo.

Sem cerimônias, ela despiu a camisa do pijama para trocar de roupa. A visão do corpo dela fez Harry ofegar.

- Você é perfeita... – disse ele.

- Não sou não – disse ela com um pequeno sorriso e corando – você que me vê assim.

- Ao menos leve as alianças... Por favor – disse ele entregando a caixinha a ela.

Ela pegou o objeto e beijou a testa dele.

- Eu gostaria de aparatar... Se você permitisse. – disse ela tímida.

Ele sorriu e desfez o feitiço da noite anterior.

Ela acariciou o rosto dele e sumiu do quarto, deixando um Harry ansioso para trás.

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Hermione se olhou no espelho do banheiro. Viu que estava com olheiras leves e sentia um pouco de enjôo e dor de cabeça. Com certeza graças ao vinho. Penteou os cabelos devagar e então foi para o quarto onde viu uma cabeleira ruiva sentada em sua cama.

- Gina?! – estranhou ela.

- Oi Mione... desculpa eu invadir assim... – o olhar dela estava aflito – Mas eu precisava falar com você... sem interrupções do meu irmão.

- O que houve? – perguntou ela sentando do lado da amiga.

- Eu... ai meu Deus... eu tô tão confusa – disse ela passando a mão na cabeça.

- Gina... Se acalma e me diz o que aconteceu – falou Hermione tentando transparecer calma.

- Eu dormi com o Harry. – disse ela num fôlego só.

Hermione demorou alguns segundos para processar a informação, afinal, estava de ressaca. Mas de repente seus olhos se arregalaram, compreendendo toda a situação.

- Dormir... dormir?!

- Não. Não dormir o tempo todo...

- Você e o Harry...?

- É.

- Mas...

- Ele me levou pra casa dele ontem... e aí... aconteceu.

Hermione fez uma cara de espanto e arqueou as sobrancelhas, como quem pergunta “e então?”.

Gina com uma expressão desamparada, suspirou e baixou os olhos.

- Como você se sentiu? – tentou a morena.

- Foi maravilhoso...

- Então... Vocês se acertaram? – disse Hermione abrindo um sorriso.

- Não necessariamente... quer dizer... Ai! Eu não sei! – Gina estendeu o objeto verde escuro para a amiga – Ele me deu isso.

Hermione pegou a caixinha e sua expressão tornou-se compreensiva. Abriu-a, deixando à mostra os dois anéis.

- São as alianças dos pais dele – disse a morena.

- É, ele falou – respondeu Gina – Ele me deu... na verdade, ele me deu a que pertencia à mãe dele.

- Ele te pediu em casamento...

Gina afirmou com a cabeça e seus olhos começaram a se encher de lágrimas.

- Gi... – disse Hermione cautelosa – O que você vai fazer?

- Eu não sei...

- O que você quer fazer?

- Eu tenho medo... medo porque eu não sei o que fazer. Ele não podia fazer isso comigo...

- Ele precisava fazer isso Gina...

- Eu tô tão confusa... eu me senti tão amada... foi tão bom! – ela sorriu em meio às lágrimas – Eu nunca me senti assim com ninguém... só quando eu tinha quinze anos... foi como voltar no tempo... mas, eu não sei! – tentava enxugar as lágrimas que teimavam em cair.

- Gina... – disse Hermione em tom paciente – Eu não posso te dizer o que fazer. Somente você sabe o que está disposta à enfrentar... mas eu quero te dar um conselho, aconteça o que acontecer, seja qual for sua decisão, pese todas as conseqüências. Tome muito cuidado para não se machucar mais do que já se machucou... e também, cuidado para não iludir o Harry.

Gina deitou a cabeça no colo da amiga e chorou. Hermione passava a mão nos cabelos da amiga, mas nada disse. Deixou que a ruiva desabafasse toda mágoa que guardava. Depois de algum tempo, a ruiva levantou e limpou as lágrimas.

- Eu preciso ir... tenho que trabalhar.

- Gina, você tem certeza que está em condições de trabalhar?

- Eu preciso, sou diretora daquele hospital. Eles precisam de mim. Só preciso passar no meu apartamento e trocar de roupa.

- Se você diz...

- Mione, eu posso te pedir mais um favor?

Hermione sorriu.

- Sabe – continuou Gina – Eu não posso ficar por aí, andando com essas alianças pra lá e pra cá... são muito valiosas. Será que você não poderia guardá-las pra mim? Só por hoje...

- Claro Gi... fica tranqüila.

- Obrigada amiga... – Gina se jogou nos braços da morena

- Não precisa agradecer... você quer comer alguma coisa antes de ir?

- Não, obrigada, eu tomei café... com o Harry – Gina esboçou um sorriso, que fez com que Hermione sorrisse também – À noite eu volto... e pego as alianças tá?

- Tá, vai sossegada.

Em poucos minutos, Gina desaparatou, deixando uma Hermione ansiosa e com fome para trás. Esta deixou as alianças em cima da cama e resolveu descer para tomar café... afinal, tudo indicava que Rony ainda não havia descido.

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Rony acordou com a luz do sol batendo em seu rosto. Já devia ser muito tarde, pois o quarto estava totalmente iluminado. Piscou os olhos para focalizar a visão, então sentiu uma pontada na cabeça. Devia ter lembrado que ressaca de vinho é uma das piores que existe. Sentou-se na cama com cuidado, para não movimentar muito a cabeça, apoiou os cotovelos nos joelhos e esfregou o rosto. Então um primeiro pensamento veio em sua mente: Hermione.

Ele se levantou afobado. O que Hermione estaria pensando dele? Ou melhor, será que ela lembrava do que havia acontecido ontem? Ele sabia que a amiga tinha amnésia alcoólica... Droga! Como tinha se deixado levar daquele jeito? Sentiu-se sujo... como se tivesse se aproveitado de uma garotinha indefesa...

Mas foi ela quem provocou... não foi?

Mas por mais que ela tivesse provocado, ele devia ter resistido!

Mas ele também estava bêbado... ou seja, sem muito controle sobre suas ações.

“Droga Ronald! Você é um estúpido!”

***FLASHBACK***

Eles estavam subindo as escadas enquanto beijavam-se desesperadamente. Tropeçavam aqui e acolá, mas felizmente não chegaram á ir ao chão.

Quando atingiram o último degrau, Rony empurrou Hermione em direção à parede e pressionou seu corpo contra o dela. Continuavam se beijando como se a vida deles dependesse disso. Ele deslizava as mãos pelo corpo dela, enquanto as dela desciam pelo peitoral definido dele.

Ele sentiu uma descarga elétrica passar pelo corpo quando percebeu que os dedos ágeis de Hermione tentavam abrir o botão da sua calça. Neste momento um único pensamento passou por sua cabeça.

“Estamos bêbados.”

Suavemente Rony retirou as mãos dela do cós de sua calça e tentou afastar seus lábios dos dela, mas não parecia que ela ia deixar que isso acontecesse, pois quanto mais ele se distanciava, mais ela avançava em sua direção.

Rony segurou os ombros de Hermione impedindo que ela caminhasse para ele, separando seus lábios com um estalo. Ele se afastou um pouco e olhou para a amiga que gemia em protesto.

- Hermione... escuta... – disse ele ofegante.

- Hummm... agora não Ron...

E ele teve que se segurar para não agarrá-la de novo.

- Hermione... tem muito wisky de fogo, hidromel e vinho misturados na sua corrente sangüínea... eu sou mais forte para bebida que você... Droga! Talvez seja melhor não tomarmos uma decisão dessas agora...

O que ele viu depois dessas palavras o teria feito sorrir se não fosse a situação... “Estranha” que estava vivendo. De repente foi como se um balde de água gelada caísse na cabeça de Hermione, como se toda a consciência dela tivesse reaparecido de uma só vez. Ela arregalou os olhos e deu três passos para trás.

- Você tem razão... – disse ela passando a mão pelos cabelos – Onde eu tava com a cabeça... ai que vergonha – murmurou mais para si mesma.

Ela girou no próprio eixo e ficou olhando para os lados, como se procurasse um lugar para ir. Rony se aproximou e segurou os ombros dela, mas imediatamente ela virou para ele e se afastou assustada.

- Hermione – disse ele cauteloso – Você vai pro seu quarto que eu vou pro meu tá?

Ela balançou a cabeça concordando e entrou no quarto como um foguete. Fechou a porta atrás de si e encostou-se nela. Escorregou até o chão e afundou os dedos nos cabelos cheios. Lágrimas saindo de seus olhos castanhos.

“O que foi que eu fiz?”

Levantou-se e trancou a porta com a chave depois caminhou para o banheiro... precisava tomar um banho e dormir.

“Bendito momento de lucidez Rony...”

Rony ficou parado, olhando para a porta do quarto da amiga. Depois virou-se devagar e entrou no seu. Sentou na cama e afundou as mãos nos cabelos e suspirou. Ainda podia sentir o calor dos dedos dela sobre sua pele, os lábios em sua boca... levantou-se e olhou-se no espelho. Pôde ver o desejo refletido em seu próprio corpo.

Então esse era o efeito que hermione ainda tinha sobre ele...

Caminhou rapidamente em direção à porta e saiu para o corredor. Onde ele estava com a cabeça de ter parado tudo? Ele a queria... sabia o quanto a queria. Foi até a porta do quarto da amiga e percebeu que estava fechada. Encostou a cabeça nela, ainda segurando a maçaneta. Era simples, bastava um “alohomora” e pronto. Mas não... era melhor não. Voltou para seu quarto e correu para o banheiro. Precisava de uma ducha bem gelada.

“Maldito momento de lucidez Rony!”

***FIM DE FLASHBACK***

Ele fez sua higiene pessoal com um único pensamento: tinha que conversar com Hermione. Precisavam resolver tudo.

Talvez ela ainda estivesse no quarto. E para lá, ele foi.

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Hermione comia seu café tranquilamente. Quer dizer, não tão tranquilamente assim. Sentia um frio no estômago toda vez que imaginava encontrar Rony. De princípio não tinha idéia do que fazer, mas logo depois decidiu não tocar no assunto. Se fingir de esquecida. Já tinha feito isso uma vez e havia funcionado muito bem.

Ouviu passos apressados e fortes na escada e sentiu sua circulação sanguínea parar, mas todo o nervosismo deu lugar a uma louca curiosidade quando viu Rony passar pela porta da cozinha.

Ele estava vermelho. Na verdade, vermelho era pouco. Ele estava da cor do vermelho mais vivo que ele já vira. Sua expressão era de raiva e a respiração profunda e pesada.

- Então... quando se muda para a Bulgária? – perguntou ele entre os dentes.

- O quê? – disse Hermione confusa.

- Eu perguntei quando a senhorita vai de vez para a Bulgária. – o tom de voz dele era irônico.

- Do que você está falando?

- É INCRÍVEL A SUA CAPACIDADE DE ME MANTER DISTANTE DE SUA VIDA! – bradou ele.

Ela se levantou sentindo o sangue ferver em suas veias.

- Você poderia me explicar o porquê destas palavras sem sentido!

Rony engrossou mais a voz e falou:

- Hermioni-ni eu precisso de focê.. aceite meu petito... fenha comigo...

- Você ouviu minha conversa com o Vítor? – o tom dela havia se tornado perigoso.

- Não sei por que ainda não foi com ele, já que aceitou um presente tão valioso! – e jogou a caixinha de veludo verde escuro para Hermione que a apanhou no ar.

- VOCÊ ANDOU BISBILHOTANDO MEU QUARTO?! – ela se aproximou dele com o dedo indicador levantado – COMO VOCÊ OUSA?!

- Por quanto tempo mais ainda ia esconder isso dos seus amigos... porque se você ficou com as alianças, ISSO QUER DIZER QUE VOCÊ VAI ACEITAR!

- EU NÃO ESTOU ESCONDENDO NADA DE NINGUÉM! E VOCÊ É O MAIOR TRASGO QUE EU CONHEÇO! EU NÃO LHE DEI O DIREITO DE MEXER NAS MINHAS COISAS!

- VOCÊ NÃO TEM VERGONHA? HÁ QUANTO TEMPO VEM DANDO ESPERANÇAS PRO SEU AMADO VÍTOR? CUIDADO HERMIONE, PODE SER QUE UM DIA ELE SE CANSE DOS SEUS JOGUINHOS!

- Você esta dizendo que... – disse Hermione já com lágrimas nos olhos – VOCÊ É UM IMBECIL DA MAIOR ESPÉCIE! E EU QUE PENSEI QUE VOCÊ TINHA MUDADO, MAS NÃO! TÁ ENRAIZADO NA SUA PELE! SEU... SEU... IDIOTA!!! EU TE ODEIO RONALD WEASLEY!

E ela subiu as escadas correndo. Rony só ouviu o barulho da porta do quarto dela batendo.

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Draco estava andando distraidamente pelo hospital, quando viu alguém que lhe interessava.

- O que veio fazer aqui “raio de sol”?

Luna ouviu a voz arrastada de Draco às suas costas. Ela, que caminhava tranquilamente pelo corredor do hospital, virou-se e o encarou com seu ar sonhador.

- Vim visitar uma funcionária da revista que acabou de dar à luz.

Ele passou a conduzí-la pelos corredores brancos do St. Mungus.

- Hummm. Toda atenção aos funcionários... é por isso que todos lhe amam. – disse ele zombeteiro.

- Isso te incomoda?

- Talvez.

- Por quê?

- Talvez eu queira ser o único...

Luna riu baixinho.

Eles entraram na sala privativa dos médicos, que estava vazia.

- Está mesmo certo disso? – perguntou ela.

- Não. Não tenho certeza de nada... – ele a encarou – Você é uma Lovegood...

- Eu sei – disse ela fechando o cenho – Eu sei disso Draco Malfoy.

- Black – disse ele encostando-a em uma parede e beijando o pescoço alvo – Agora eu assino Draco Black... – ele subia os lábios – Você sabe disso como ninguém. Quantas vezes escreveu sobre mim no seu Pasquim?

- Mais do que você merece... – disse ela tentando resistir às investidas do moreno.

Mais foi interrompida pelos lábios de Draco nos seus. Ele a beijava com uma urgência tão doce que ela não foi capaz de resistir. Abraçou-o permitindo aprofundar aquele momento.

Separaram-se para respirar. Quando ela abriu os olhos deparou-se com o azul acinzentado do olhar dele sobre si.

- Podemos fazer alguma coisa hoje á noite – disse ele – Eu largo meu plantão às 23h30min.

- Não acha que é muito tarde para um jantar?

- E quem falou em jantar? Eu quero visitá-la...

- Você nem sabe onde eu moro.

- É só você me dizer.

Ele a encarou com um pequeno sorriso. Ela olhava para ele. Então Draco percebeu que Luna estava abrindo sua mente para ele. Por legimiência, ele apreendeu o endereço dela.

- Obrigado meu bem. – disse ele e mais uma vez a puxou para um beijo.

De repente a porta da sala se abriu dando entrada para Gina que não conseguiu segurar a exclamação, fazendo com que os dois, bastante vermelhos, se separassem.

- Oh! Meu Deus... – disse ele atarantada – Eu não queria interromper... eu...

- Eu já estava indo embora – disse Luna bastante envergonhada – Tchau Gina... tchau Draco. – e rapidamente desapareceu pela porta.

- Oh meu Deus... eu não podia imaginar... – tentou falar Gina – Ah Draco, desculpe... – mas de repente ela sorriu – Mas... Quem diria hã?

Ele sorriu meio sem jeito. O que fez Gina gargalhar.

- Estou tão orgulhosa de você Draco!

- Vamos Ginevra... veja o lado bom, ela é puro sangue! Papai ficaria orgulhoso de mim... – Gina revirou os olhos – E, francamente! Pra quem já namorou uma Weasley... sentir-se atraído por uma Lovegood não é nada de mais.

- Draco... – disse Gina – você é inacreditável! – disse Gina com um sorrisinho cansado.

- Eu sei... – disse ele zombeteiro – Vamos, o que o Potter fez agora?

- Hã?

- Você não está bem, e sempre que você está assim, a culpa é do Potter.

- Eu tô bem. Só um pouco confusa, meio perdida sabe? Eu acho que preciso de aconselhamento... – disse ela sorrindo.

- Gina, você já sabe exatamente do que precisa, basta colocar em prática. Mas fique à vontade, é sempre bom ouvir conselhos, saber algo mais...

- Seus? – ela sorriu.

- De jeito nenhum! – disse ele como se essa fosse a idéia mais absurda do mundo – Eu não sou um exemplo a ser seguido! Agora precisamos trabalhar Drª. Weasley.

- Eu vou já... Pode ir na frente Dr. Malfoy...

- Black! Quantas vezes eu tenho que dizer: agora eu assino Draco Black! – disse ele balançando a cabeça e caminhando para a porta.

- Draco... – chamou ela, ele virou para encará-la – Boa sorte com a Luna.

Ele revirou os olhos e saiu, deixando Gina rindo da cara dele.

*******************************

Já era noite e Rony estava sentado à mesa de jantar, brincando com a comida em seu prato. Estava sozinho. Hermione havia permanecido dentro do quarto durante todo o resto do dia.

Mas ele não estava nem aí para isso... ora! A culpa era toda dela. Na verdade, ela devia estar era com vergonha dele. Lógico! Aceitar as alianças daquele búlgaro troglodita e logo depois... bom, logo depois se agarrar com o melhor amigo daquele jeito...

“É isso. Ela não tem mais cara de aparecer na minha frente de novo”

De repente o ruivo ouviu um barulho vindo da lareira, levantou-se e foi até a sala, onde viu sua irmã limpando a fuligem da roupa.

- Boa noite meu irmão queri...

- Noite! – respondeu ele mal humorado.

- Ihhhh... Não me diz que vocês brigaram de novo!

- O quê?

- Você e a Mione, brigaram de novo...

- Como você sabe?

- Elementar meu caro Ron... sempre que você fica assim, com essa ruga específica na testa... – disse ele apontando para uma linha na testa do irmão – É porque brigou com a Mione. Cadê ela?

- Tá no quarto. Ficou lá o dia todo.

- O que aconteceu agora?

- Sua amiga vai casar. Não sabia?

- O quê?!

- Ontem eu ouvi o idiota do Vítor Krum fazendo um pedido a ela. E hoje vi um par de alianças sobre a cama dela...

- Ron... – disse Gina segurando o riso.

- Isso quer dizer, no mínimo, que ela está muito interessada na proposta...

- Ron...

- E ainda teve a coragem de...

- Ron...

- Como ela pôde fazer aquilo comigo?

- Ron...

- Eu fiquei perturbado...

- RON!

- O que foi? – exasperou-se ele.

- Aquelas alianças são minhas...

- Heim? – foi como se um balaço o tivesse atingido.

- Quer dizer... são do Harry.

- Do que é que você está falando?

- O Harry me pediu em casamento – ele quis interromper, mas ela não permitiu – Ontem ele me levou na casa dele e... bem – ela corou furiosamente – ele conseguiu... er... bom... nós... digamos que acordei na cama dele hoje. – ela falou de repente.

- Vocês...? – perguntou ele com expressão de nojo.

- É Ron! A gente...

- Poupe-me dos detalhes sórdidos! – disse fazendo uma careta.

- Tá. O importante é que ele me pediu em casamento e eu fiquei perturbada, então vim pedir colo pra Mione e acabei deixando as alianças com ela até eu voltar do trabalho!

- Então...

- É Ron. Você brigou com ela por besteira. – disse Gina como quem explica algo a uma criança de 3 anos.

Ele não disse nada, apenas sentou-se passando a mão pelos cabelos.

- Eu vou ver a Mione tá? – disse ela.

Ela subiu as escadas e bateu na porta do quarto de Hermione.

De repente a ruiva ouviu um estalo. Era a porta se abrindo.

- Mione? – Perguntou ela entrando no quarto.

- Seu irmão é um idiota! Um...

- Trasgo – completou a ruiva.

- Sem sentimento algum!

Hermione estava sentada na cama com os olhos vermelhos.

- Eu sei... – disse Gina sentando-se ao lado da amiga – às vezes ele demonstra a delicadeza de um cabrito...

- Entrou no meu quarto... sim, porque ele mesmo disse que esse seria meu quarto enquanto eu estivesse aqui. Me acusou! Disse coisas horríveis, nem deixou espaço para eu explicar o que estava acontecendo...

- Você sabe como o Rony é quando se trata de Vítor Krum...

- É. Sei. Ele se transforma num débil mental!

- Inseguro, receoso...

De repente Hermione limpou as lágrimas e encarou a amiga.

- Bom, mas não foi pra me ouvir falar mal daquele trasgo que você veio aqui né?

Gina sorriu tristemente.

- E então? – perguntou Hermione – Já sabe o que vai fazer?

- É – suspirou – Eu sei sim. E preciso ir logo... Pode ser que mude de idéia a qualquer momento.

- Gi... – Hermione fungou – Saiba que eu vou estar do seu lado sempre... Desde que você esteja feliz.

- Brigada – Gina abraçou a morena – São essas demonstrações de carinho que não me deixam fraquejar...

- Agora vai. Resolve logo essa situação que já se estendeu tempo demais.

- E você e o Ron...?

- Eu não quero ouvir o nome dele! Não quero olhar pra ele hoje! Ou sou capaz de...

- Perdoá-lo? – perguntou Gina matreira. Hermione bufou – Acho que vocês precisam conversar... Tchau amiga.

- Tchau... Seja feliz – disse Hermione sorrindo.

***************************

Ron ouviu barulho nas escadas e quando virou-se para olhar, viu Gina descendo rapidamente com a “bendita” caixinha de veludo verde escuro nas mãos.

Gina se aproximou dele e entregou o objeto para que ele o analisasse.

- É... realmente, eu conheço essa caixinha... – disse ele concentrado – Como eu pude não reconhecer as alianças dos pais do Harry?

Gina fez uma cara de “é obvio!”, mas apenas disse:

- Acho que agora é a hora de você limpar sua barra com a Mione...

- É, eu acho que é... – entregou o objeto para a irmã - E Você? O que você vai fazer? – perguntou ele com um tom de voz suave.

- Ai... – disse ela sentando-se ao lado do irmão – Eu ainda tô um pouco confusa... mas sei exatamente o que devo fazer. Estranho né? – ela suspirou – Ron... você vai ficar sempre do meu lado né?

- Eu vou sempre te apoiar, desde que você esteja bem... – ela se jogou nos braços do ruivo que apenas sussurrou – Não importa qual a decisão que você tome, eu só quero que você seja feliz.

- Obrigada meu irmão... Hermione disse a mesma coisa que você... – ela se afastou do irmão – É que eu nunca tinha me sentido tão perdida sabe? Foi tudo tão rápido. Estávamos no ministério e depois já estávamos no quarto dele...

- Gina... por favor – disse ele fazendo uma careta e se levantando.

- Você não vai querer saber se seu melhor amigo foi gentil com sua irmãzinha? – disse Gina provocativa.

- Eu não quero... eu não preciso saber disso... ECA! – ele sacudia a cabeça – Eu não quero ficar pensando nisso tá? – disse ele tentando sorrir.

Ela deu um sorriso maroto. Adorava deixar Rony sem-graça.

- Você tem certeza? Sabe, eu confio muito em você e o Harry também...

- Gina, meu bem... eu te amo e você sabe disso... mas por favor... é hora de você ir embora. Tchau! – disse ele divertido enquanto apontava para a lareira.

- Tem razão... você ainda precisa se desculpar com a Mione...

Ela exultou quando viu a pele do ruivo atingir um tom esverdeado. Ele sempre ficava assim quando tinha que se desculpar por uma besteira que tinha feito. Principalmente se a besteira era com Hermione.

- Boa sorte Gatinho... – disse ela com a voz arrastada e com um risinho.

- Pra você também Rosa... – disse ele se vingando.

Gina ficou corada de repente e disse um rápido “tchau” desaparecendo em chamas verdes.

Rony olhou para o andar de cima. Gina tinha razão, ele precisava se desculpar com sua melhor amiga. Subiu lentamente as escadas e ficou um tempo diante da porta do quarto de Hermione, que estava entreaberta. Empurrou-a delicadamente e viu Hermione sentada na cama com um travesseiro no colo. Ele gelou. Ela estava com a cabeça baixa.

- Er... – ele pigarreou – Mione? – disse baixinho.

Ela apenas levantou o olhar para ele. Rony viu que ela havia chorado muito, pois seus lindos olhos cor de chocolate estavam vermelhos e inchados. Ele teve que se controlar para não abraçá-la e aconchegá-la ao seu peito. Rony sempre ficava desamparado ao vê-la nesse estado.

“Por que ela não muda?”

- Eu acho que a gente precisa...

Mas ele não pôde concluir a frase, pois Hermione se levantou em um pulo e atingiu Rony com um forte “travesseirada” no peito. Ele segurou o travesseiro e olhou espantado para ela, e sua expressão furiosa, que se aproximava perigosamente com o dedo indicador levantado.

- VOCÊ É UM...

- Trasgo. – interrompeu ele.

- EXATAMENTE! É ISSO QUE VOCÊ É! UM TRASGO INSENSÍVEL! NÃO TINHA O DIREITO...

- De entrar no seu quarto e mexer nas suas coisas.

- PODIA AO MENOS...

- É. Eu devia ter deixado você se explicar.

- MAS NÃO! – disse ela com um sorriso irônico e abrindo os braços - FOI LOGO...

- Tirando conclusões precipitadas e te acusando de uma forma imbecil. E eu sei que preciso me desculpar por isso.

Ela respirava pesadamente. Ele mantinha o olhar fixo no chão.

- VOCÊ PENSA QUE É ASSIM? “DESCULPA MIONE” E TÁ TUDO RESOLVIDO? NÃO! PORQUE ESSA NÃO É A PRIMEIRA VEZ QUE...

- Eu te magôo desse jeito.

- QUER PARAR DE USAR LEGIMIÊNCIA COMIGO?!!!!!!

- Eu não tô usando legimiência... é que é tudo tão...

- ÓBVIO! – dessa vez foi ela quem interrompeu – VOCÊ JÁ REPAROU QUE SEMPRE PEDE DESCULPAS PELAS MESMAS COISAS? – ela empurrava o dedo indicador esquerdo no peito dele – JÁ PENSOU EM ME DEIXAR FALAR DE VEZ EM QUANDO? EM PERGUNTAR AO INVÉS DE ACUSAR?

- JÁ! JÁ SIM! MAS É QUE ÀS VEZES EU FICO FORA DE MIM! – disse ele virando-se de costas para ela – Digamos que eu sou um pouco...

- POSSESSIVO! – disse ela com as mãos na cintura.

- TÃO POSSESSIVO QUANTO VOCÊ É ÀS VEZES! – ele tornou a fitá-la.

- Eu não sou possessiva – disse ela dando de ombros – Apenas tenho o gênio forte.

- Nós dois temos. É que como você é uma garota... – ele sorriu – Consegue disfarçar mais... Desculpa?

- Então você devia ter aulas comigo – disse ela mais calma.

- Fica pelas aulas de vôo – brincou ele.

- Eu não sabia que você ia cobrar por isso.

- E não ia. Mas sabe como é... as circunstâncias mudam.

Ela não conseguiu segurar um sorriso.

- Me desculpa? Só mais essa vez – disse ele abraçando ela.

- Ai Ron... – disse ela retribuindo o abraço – Você é um...

- Trasgo possessivo.

- Eu ia dizer um tonto. – disse ela sorrindo. – Você quer saber o que o Vítor queria comigo?

Ele se afastou e suspirou.

- Não sei se quero...

- Ele queria que eu fosse dar aulas em Durmstrang, por isso me entregou umas fichas de inscrição para professores – interrompeu ela.

Os olhos de Rony ficaram do tamanho de pires.

- Você...?

- Não Ron. Eu não vou deixar Hogwarts.

Ele deu um suspiro de alívio.

- Se é difícil de te encontrar você estando em território britânico... imagina se você for pra Bulgária?

- Eu não deixaria meus alunos... McGonagall, minha família... meus amigos...

- Nem eu deixaria que você deixasse... Tô perdoado?

- E tem outro jeito? – disse ela caminhando para a porta – Não consigo ficar muito tempo com raiva de você.

- Isso é bom... Ei! Aonde você vai?

- Comer alguma coisa! – disse ela como se fosse a coisa mais óbvia do mundo – Fiquei sem comer o dia todo...

- É. Eu também.

Hermione fez uma cara de descrença, ao que ele respondeu:

- Fiquei sim!

- Certo. Então vem logo, senão a Dafne azara a gente. – respondeu ela divertida.

- Na verdade, ela vai azarar você, que foi a responsável por deixar o patrão dela nesse estado.

- Rony... – disse Hermione já fora do quarto – Cala a boca e vem.

Internamente, inconscientemente, os dois agradeciam por toda aquela confusão. Na verdade, ela servira como uma forma de não tocarem no assunto da noite anterior. Assim, podiam continuar a viver tranquilamente... Mas sem se tocar muito.

*************************

Harry Potter chegou em casa cansado e jogou-se no sofá. Não sabia que seu discurso ia ter tamanha repercussão. Na verdade ele tinha idéia de que seria assim, mas já tinha que dar explicações menos de 24 horas depois de suas palavras?

Assim que Gina saiu de sua casa, ele recebeu uma coruja convocando-o para uma reunião extraordinária. A pauta era composta de duas perguntas: “Por que a recusa do cargo?” e “Por que o nome de Arthur Weasley?”.

Depois de muitas explicações ele foi liberado. Mas uma coisa era certa, ele estava desempregado. Afinal, o Departamento dos Aurores tinha um novo chefe, que aceitara muito bem a indicação. O que restava a Harry agora era aceitar o convite de McGonagall e voltar à Hogwarts.

Um sorriso se formou nos lábios dele.

Seria perfeito voltar à sua antiga escola... Ao seu lar. Se ele conseguisse ser professor em Hogwarts, sua vida estaria quase perfeita. Para ter a plena felicidade, bastaria apenas que uma certa ruiva aceitasse seu pedido.

Ela mesma não tinha dito que “sentimentos adormecidos foram despertados”?

Harry sentia que a noite anterior fora um momento especial. Para os dois. Ele sentia que Gina queria tanto quanto ele...

- Meu senhor?

A voz de Dobby o arrebatou de seus pensamentos.

- Sim Dobby...

- O jantar logo estará servido.

- Certo... Dobby?

- Sim.

- Não recebi nenhuma coruja enquanto estive fora? – perguntou com esperança na voz – Alguma visita?

- Claro. – Harry prendeu a respiração – A senhorita Weasley veio aqui e pediu para deixar algo em seu quarto. Fiz mal?

Mas Harry não ouviu a última pergunta do elfo. Levantou-se de um salto e subiu as escadas de dois em dois degraus. Seu coração batia acelerado no peito e a respiração estava entrecortada.

Ele parou em frente à porta do seu quarto e respirou fundo. Esperava encontrar um bilhete onde estaria marcado um encontro para conversarem. Girou a maçaneta e abriu a porta.

O quarto estava escuro, somente as luzes que vinham da janela permitiam uma penumbra que chegava a ser melancólica. Acendeu as luzes e piscou para se acostumar com a claridade.

Seus olhos pousaram sobre a cama. Havia um objeto lá.

Ele correu sem desviar a atenção do pequeno objeto que ele conhecia muito bem. Era a caixinha de veludo verde. Estava sobre a cama. Sem nenhum bilhete. Sem nada. Ele abriu a caixa e lá estavam as duas alianças... Harry suspirou.

Triste.

“Ela recusou... Ela recusou... Está acabado...”

Cansado.

Tinha prometido a si mesmo que aquela seria sua última tentativa.

Retirou os óculos e passou a mão nos cabelos rebeldes deixando uma lágrima escorrer.

- Acabou... – deixou escapar num sussurro.

- Hem-hem...

Harry virou-se rapidamente.

Num canto do quarto, estava Gina.

Ela estava sentada na poltrona onde suas roupas estiveram jogadas na manhã anterior, mas agora ela caminhava em direção dele. Harry, que tentava, desajeitadamente, colocar seus óculos novamente. Enquanto ela se sentava de frente para ele.

- Eu acho que devo uma explicação...

Mas Harry não queria ouvir. Sabia exatamente o que ela ia falar. Os argumentos que ia utilizar. Ia esfregar no rosto dele o quanto a havia magoado e ele nada podia dizer, pois sabia que era verdade.

- Eu não acho justo... Esse pedido sabe? – continuou ela.

A última tentativa dele. Frustrada. Ele lutava para não deixar mais lágrimas caírem. Não podia mais deixá-la vê-lo chorar. Mas ela continuava a falar.

- Desse jeito. Um pedido de casamento feito dessa forma... – ela respirou fundo e sorriu.

Harry sabia que ela tinha o direito de se vingar, pelo que ele tinha feito. Mas sorrir dele? Não seria cruel demais? Mas se bem que ele fora muito cruel no passado...

- Eu tenho certeza que papai e mamãe ficariam muito chateados...

Harry encarou-a para tentar compreender o que ela estava falando.

- Você é como um filho pra eles e... Você sabe, eu sou a caçula... A única menina... Eles ficariam furiosos se você não fosse pedir minha mão para eles.

- Mas...? – ele estava confuso.

Gina respirou fundo e disse:

- Sabe, eu não acho justo você colocar uma aliança no meu dedo sem pedir minha mão a eles, e na frente de toda a família... Francamente Harry! São Molly e a Arthur Weasley... São os Weasley!

- Então...

- É melhor marcarmos uma reunião... Um almoço, sei lá! Mas o pedido tem que ser feito com todo mundo junto.

Ele soltou a respiração, fechou os olhos e sorriu.

- Isso quer dizer que... Você – ele olhou-a nos olhos e segurou as mãos dela – Você aceita?

- Ah Harry... – ela disse com um sorrisinho – Eu não posso mais fugir do que eu sinto. Do que você me faz sentir... Sempre fez.

Ele a puxou para um beijo apaixonado.

Seu coração prestes a explodir de tanta felicidade. O grande amor de sua vida finalmente se concretizando. Sem batalhas a travar, sem nada a espreitá-los.

Gina deixou-se levar. Sem medo algum de se machucar novamente. Pois com Harry ela estava em paz, como nunca estivera com ninguém.

Finalmente estavam completos.

***************************

Primeiramente:

FELIZ ANO NOVO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

QUE 2007 VENHA RECHEADO DE COISAS MARAVILHOSAS PARA TODOS: FICS CRIATIVAS, HARRY POTTER E A ORDEM DA FÊNIX (o filme) E PRINCIPALMENTE: HARRY POTTER E AS INSÍGNIAS DA MORTE (ou seja lá qual for a tradução que Deatly Hallows venha a ter ^.^)

Pois é... desculpem a demora, mas fim de ano é fogo! Bom, eu tentei fazer uma NC... o que vocês acharam? Sabe, eu tentei ser bem discreta porque a fic está como classificação livre e o site não deixa eu mudar este status... Mas estou aceitando sugestões ^.^

Acredito que a fic terá mais uns quatro capítulos... qualquer mudança todos serão avisados! ^.^

Ah, também queria dizer: MUITO OBRIGADA A TODOS!!!!!

Por causa de vocês 2006 foi um ano mais alegre pra mim XD

É sim... saber que as pessoas poderiam gostar das minhas “divagações”, receber os comentários de vocês... é realmente muito bom!

Siiiiim, tenho uma dúvida: alguém sabe o nome dos pais da Hermione? Por favor, se souberem podem me dizer? ^.^

Infelizmente, no primeiro capítulo do ano, não poderei comentar cada comentário... é que se eu fizer isso vai demorar mais pra postar. Vocês entendem né? Só tenho a agradecer, pois minha fic ficou nas mais lidas novamente (em terceiro lugar!!!!! =D). Quero enviar milhões de beijos para:

Pontas_Potter; Lica Martins; Raiza; Kacau_Hpmaluk; Jujubalândia; Gina W.Potter; Tammie; Natinha Weasley; Priscila Louredo; Leo Potter
Srtª Lara; LiLi N.; Marina Lestrange; Bernardo; Deya-Amy_Loka; Mayana Sodré; Carol Cardilli; Humildemente Ju; Amanda Regina Magatti; Dibiela; L.Käfer; Olívia Mirisola; Sally Owens; Bruno Rodrigues dos Reis; Charlotte Ravenclaw; Tata Lima; Lorys Granger; Flavinha Snape Kal; Kaira; Ara Potter; Lunny Lupin; Lamarck; Brunis Malfoy; Ginny; Stefanie; Pontas_Potter; Letícia M. Klein; Patoloko; Ana Carol; MoOnNy CaTtY; LUISÂO; Patricia Cristina; Nalini; Mila Feitosa; Expert2001; Carol Marvila; Lily Black; Nandinha Granger; Ramon_Potter; Lica Martins; Giovanni P.W.B.D; Lind Black; Nary; Kekinha Malfoy; Nathalia Falasz Somenzari; Nick; Audrey Raphaella; Thaty; Bru Bru; Juliana Rachelle; Dani_Potter; Jessika; Lisa Evans; Raah Black; Bruna Perazolo; Ginny_Potter; Amanda Morais; ;Emi_mione; Carlinha; Srtª Granger; Fabiz; Mayara Potter; Tammie; Kakau; Patricia Cristina Nalini; Karol Malfoy; Danielle Weasley Potter...

Enfim, a todos que lêem esta fic.

Obrigada pelos comentários, pela paciência, pela empolgação, pelo incentivo...

Lady Eldar.

Ps: Vou aprender tango!!!!! Estou empolgadíssima! Começarei as aulas esta semana... mas podem ficar tranqüilos, o tempo pra fic está reservado rsrsrsrs


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Comentários (1)

  • Lana Silva

    Lindoooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo *------------*

    2011-10-02
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