Ataque no luar vermelho.
—Capitulo nove
Ataque no luar vermelho.
Luke parou o carro diante do portão de sua mansão e ficou encarando-o por um tempo. Sua mente estava distante. Parecia ainda ver Nilo, na sua frente, em cima daquela mesa.
Morto? Como podia estar morto? Havia deixado-o numa rua deserta. Havia...
Foi então que Luke começou a pensar. Será que ele sabia que iria morrer? Havia entregue a caixa para ele por isso? Confuso, Luke encostou a testa no volante, olhando fixamente para a logo marca brilhante da Ford, no centro da direção. Ficou assim mais um tempo, até encostar-se novamente no banco, pressionando a buzina.
O portão abriu-se. Sem esperar muito, Luke adentrou os terrenos da mansão. Estacionou o EcoSport em frente à porta e desceu. Encostou-se no carro e ficou olhando a fachada da mansão, com o semblante preocupado.
—No que pensa, Luke?—O Parker assustou-se com a voz que veio da escadaria. Correu o olhar até Marina, que estava sentada num dos degraus, debruçada sobre os joelhos, com um copo de água nas mãos.
—Marina...—Luke forçou um sorriso e foi até ela. Sentou-se ao seu lado, soltando um suspiro cansado.—Não é nada de mais...sabe...só estou cansado...
—Hum...muito trabalho?—Perguntou a jovem, balançando a água no copo, sem parecer ter a intenção de beber-la.
—Sim, sim...—Mentiu Luke, evitando seu olhar.—está tudo uma loucura...
Luke abaixou ainda mais o olhar, olhando para os cadarços de seu sapato. Havia saído da delegacia e ido direto para a empresa. Cancelou todos os compromissos e passou toda a tarde pensando. Pensava no que Nilo sabia para ser assassinado. Desanimado, soltou um suspiro prolongado, deixando os braços penderem molemente por cima dos joelhos.
—Hum?—Marina olhou o Parker por um tempo. Parecia mais cansado do que o habitual. Soltou um muxoxo e bebeu o resto da água, levantando-se logo depois.—Vamos entrar. Já está escurecendo.
Luke concordou com um movimento de cabeça, mas continuou sentado. Escutou os passos de Marina subindo às escadas e abrindo a porta. Quando escutou o som da porta fechando, enterrou a cabeça entre os joelhos.
—Porcaria...—Resmungou, batendo a testa nos joelhos.—maldito Abdula. Se não tivesse morrido, eu juro que te mataria por me meter nessa!
Luke apoiou as mãos nos joelhos e levantou-se. Subiu as escadas e empurrou à porta lentamente, fechando-a assim que passou. Foi até a cozinha, onde encontrou todos os outros já sentados à mesa.
—Finalmente o gran mestre chegou...—Brincou Lilá, erguendo-se de modo solene, levantando e erguendo um copo para Luke.—uma salva de palmas para o lord do absinto.
—Foda-se, Lilá...—Disse Luke, deixando-se cair sobre a cadeira, apoiando a testa nas mãos.—pare de me encher o saco uma vez pelo menos.
—Ui...—Riu Lilá, sentando-se novamente.—o que aconteceu? Foi mal comido?
Luke meramente mostrou-lhe o dedo médio. Todos encararam o Parker, estranhando sua atitude. Ashley olhou para Lilá que bebia o absinto no copo, calmamente e depois para Luke, que permanecia de cabeça baixa.
—Ahm...o que será que está passando na TV?—Perguntou Chapolim, pegando o controle, tentando amenizar a situação.
Ligou a TV. O ancora da BBC terminava de dar as noticias sobre esportes, mostrando os gols da partida do campeonato inglês.
—E agora vamos para as noticias de econo...—O ancora parou, pondo a mão no ouvido, sério.—esperem, esperem...estamos recebendo uma noticia urgente...
O ancora ficou algum tempo em silencio, com a mão no ouvido, parecendo escutar alguma coisa. Todos já haviam largado os garfos e copos, prestando a tenção na TV. Um minuto depois, a palavra “Breaking news” apareceu ao lado, em vermelho.
—Temos noticias que um grupo invadiu um dos shoppings de Londres...eles fecharam todas as saídas e mantem vários reféns do lado de dentro. A policia de Londres já chegou ao local. Vamos agora mostrar imagens exclusiva.
A imagem rapidamente mudou. Um homem jovem, vestido de terno, apareceu, em frente ao shopping. A policia havia isolado a área e uma multidão de pessoas acumulava-se ao redor. Luzes de sirenes iluminavam o local.
—Finningan. Estamos aqui, direto do shopping mais movimentado de Londres, onde um grupo mantém todos os compradores reféns.—Disse o repórter, com uma calma britânica.—O grupo ainda não fez contato e não se sabe qual suas exigências. A policia tenta negocias, mas ninguém responde.
Todos na mesa lançaram rápidos olhares uns para os outros, antes de voltarem a olhar a TV. A câmera mostrava ao redor, onde a multidão crescia ainda mais. Virou-se novamente para o shopping. Tudo parecia calmo...calmo até de mais...
—Vocês acham que...—Começou Marina, lançando olhares de soslaio para seus companheiros.
—Tem haver com a Valdoca?—Perguntou Luke, olhando fixamente para a TV.—pode apostar.
—Então...o que vamos fazer?—Perguntou Amanda, olhando para o grupo, erguendo uma sobrancelha.
Ficaram em silencio. Apenas o som das sirenes na TV era ouvido. Viraram-se para a TV novamente, onde a câmera mostrava todo o perímetro. Focou novamente o repórter, que estava virado para o shopping.
—Acho que...—Disse Pedro, olhando para a TV e para seus amigos depois.—devemos ir lá.
Todos concordaram com inseguros acenos de cabeça. Lentamente arrastaram as cadeiras e foram saindo da sala, sem tirar os olhos da TV no caminho. Luke ficou sentado, ainda olhando a TV em silencio.
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Quim andava pelos corredores de pedra, ladeado de dois aurores. Carregava uma serie de pergaminhos debaixo do braço. O seu semblante era sério. Desceram mais uma serie de escadas e pararam de frente à uma porta de ferro, com uma pequena portinhola gradeada, na parte de cima. Quim deu duas pancadas na porta com os nós dos dedos e logo alguém arrastou-a do lado de dentro.
Assim que o chefe dos aurores entrou na sala, quatro archotes ascenderam, iluminando o pequeno recinto, parecida com uma masmorra. Havia uma mesa de madeira no centro e duas cadeiras. Sentado numa das cadeiras, do outro lado da mesa, estava Arthur Crown.
—Oras, oras, oras...—Disse Arthur, com um sorriso irônico. Estava com o peito nu, queimado em alguns pontos. Haviam alguns machucados no rosto. Por prevenção, haviam-lhe amarrado as mãos atrás das costas.—o nosso pequeno menino prodígio voltou.
—Cale-se, Crown...—Disse Quim, sentando-se de frente para Arthur, colocando os pergaminhos em cima da mesa. Os aurores que o ladeavam dispensaram os guardas da sala e ficaram guardando a porta.—sabe que quanto mais zombar, pior sua situação.
—Minha situação já não é boa...—Arthur riu, ajeitando-se na cadeira.—A propósito...dá pra soltar essas cordas? Estão machucando meus pulsos.
—Você foi acusado de diversos crimes...—Quim ignorou o pedido do piromago, pegando um pergaminho deixando-o rolar até seu colo.—Uso indevido de animais mágicos. Uso indevido de magia elemental. Assassinato em massa de trouxas. Sabe que isso dá uns bons anos em Azkaban...
—Isso não me importa...
—Vamos ao que importa, Crown...—Quim afastou os pergaminhos e debruçou-se sobre a mesa, olhando diretamente para Arthur.—você sabe o que queremos...
—Sei?—Arthur recostou-se na cadeira, sorrindo.
—Não se faça de burro...—Quim arreganhou os dentes. Continuava ainda debruçado sobre a mesa.—sabe o que queremos. Diga-nos onde e quem é seu chefe, e prometemos te deixar livre.
—Me deixar livre?—Arthur sorriu irônico, virando o rosto.—O ministério está muito desesperado para chegar a esse ponto. Acha que sou idiota? Vocês me libertam, me seguem e aí eu amanheço com a boca cheia de formiga no outro dia.
—Não é assim...
—É exatamente assim que acontece, Shacklebolt...—Arthur virou o rosto para Quim, sério.—acha que não sei? O ministério tem um programa de extermino, de inimigos ou queima de arquivo.
Quim afastou-se, secando o suor da têmpora. Não sabia mais o que fazer. Quando preparava-se para levantar, Arthur falou, num tom corriqueiro.
—Acha que aquela minha apresentação foi alguma coisa?—Sorriu debochado, afastando a cadeira um pouco para trás, apoiando os pés na mesa.—Sugiro que assista a TV hoje.
—O que quer dizer?—Perguntou Quim, o semblante franzido.
—E estragar a surpresa? Veja com seus próprios olhos, Shacklebolt...
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As ruas de Londres pareciam ter parado para ver o noticiário. PUB’s, lojas de departamentos ou nas próprias casas. Os ingleses estavam parados de frente à TV, esperando o desfecho daquele acontecimento.
Aproveitando disso, Pedro, Chapolim, Lilá e os outros, aparataram numa rua, dois quarteirões afastada do shopping. Apenas Luke não estava. Saíram na rua quase vazia, exceto por um grupo de homens bem vestidos, parados em frente à uma loja, diante dos aparelhos de TV.
—Olhem!Olhem!—Disse Lilá, sorrindo, olhando para o céu e correndo.—Olhem a lua!
—Não temos temp...
—Mas olhem!—Lilá insistiu, ainda sorrindo.
Todos olharam. O céu estava limpo, com poucas nuvens e estrelas. O que realmente chamava a atenção era a lua. Estava vermelha, completamente escarlate no céu.
—O que diabos é isso?—Perguntou Chap, parando de correr, olhando para a lua com a testa franzida.
—Não sei...mas coisa boa não é...—Disse Ashley, parando ao seu lado, tão sério quanto o ruivo.
—Um problema de cada vez, pessoal.—Pedro parou ao lado deles, olhando brevemente para a lua.
Concordaram com um aceno de cabeça, voltando à correr pelas ruas. Não foi muito difícil chegar até a multidão que aglomerava-se ao redor do Shopping. Espremeram-se entre as pessoas até chegar aos cavaletes da policia, que isolavam o lugar.
—Desculpem, não podem passar.—Informou um policial londrino, formalmente.
—Eu já imaginei isso...—Resmungou Marina, afastando-se da faixa de isolamento.—como vamos entrar.
—Vamos ter que dar um jeito...—Disse Lilá, esfregando as mãos.
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Uma figura vestida de negro, encapuzada, andava pelos corredores vazios do shopping. Haviam reunido todos os compradores numa das maiores lojas, mantendo-os presos. Deixou uma risada escapar, ao lembrar do gran finale planejado. Iriam saber. O mundo inteiro iria saber que Lord Voldemort retornou.
Entrou em um corredor, onde plaquinhas indicavam “W.C”. Assobiando, entrou no banheiro masculino. Era limpo, com varias pias, espelhos e boxes. Foi até o primeiro e empurrou a porta.
—Opa!—O comensal, constrangido, fechou a porta para o ruivo que estava sentado na privada.—Foi mal.
O comensal foi até o próximo Box. Parou com a mão no trinco. Tinha algo errado. Voltou ao Box do ruivo. Quando abriu a porta, sentiu uma forte pancada no rosto, caindo desacordado.
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—Bom trabalho...—Disse Amanda, descendo por uma entrada de ar.
—Não foi nada de mais...—Disse Chap, dando espaço para os outros descerem.
—Cof, cof!—Tossiu Ashley, descendo, com a mão sobre o nariz.—Por que não viemos aparatando?
—Deixa de frescura!—Disse Lilá, saindo logo depois.—Vai dizer quer assim não foi mais legal?
—E com certeza menos higiênico...—Disse Ashley, ainda com a mão sobre o nariz.—Mon Dieu! O que vocês homens fazem no banheiro?
—Acho que não vai querer saber...—Disse Pedro, saindo da entrada de ar, sendo seguido por Marina.
—Não vamos perder tempo...—Resmungou Marina. Tinha um péssimo pressentimento.
—Sim, sim...mas antes...—Pedro pegou o comensal pela gola das vestes, colocando-o sobre a pia. Puxou a varinha, apontando para ele.—Enervate!
O comensal balançou a cabeça molemente, espreguiçando-se. Fez alguns barulhos, antes de falar, com a voz embargada.
—Nossa...eu tive um sonho estranho...sonhei que estava no ba...
Parou ao ver os seis estranhos ao seu redor. Ficou um instante em cheque, antes de tentar sair correndo.
—Petrificus totalus!—Bradou Ravenclaw, apontando a varinha para o comensal.
O corpo do comensal paralisou-se, escorregando da pia, caindo de cara no chão. Com o pé, Ashley colocou-o de barriga para cima e disse, irônica.
—Tsc, tsc, tsc...que feio. Tentando fugir?
—Eles nunca mudam...—Disse Lilá, fingindo decepção.
—Vamos ver o que nosso amiguinho tem a dizer...—Amanda tocou-lhe os braços e depois as pernas. Uma grossa camada de gelo formou-se, prendendo-o no chão.
—Finite incantatem.
O corpo do comensal soltou-se. Começou a debater-se, tentando livrar-se do gelo que o prendia.
—Calma amigo, calma...—Disse Pedro, pisando sobre seu peito.—só queremos umas respostas.
—Acham que vão me obrigar a falar?—Falou, com um tom de ironia na voz.—Nem que me matem.
—Acredite...—Lilá aproximou o rosto do dele, fazendo os caninos crescerem.—estamos dispostos à isso.
O comensal soltou um grunhido, misturando raiva e medo. Lilá afastou-se mais, ainda mantendo os caninos à mostra. Com um chute rápido, arrancou o capuz de seu rosto. Era branco, cor de leite. Cabelos loiros, espetados e olhos muito azuis. Tinha feições germânicas. Sua face estava contraído de ódio.
—Pode começar dizendo o que diabos vocês querem...—Começou Pedro, pisando com mais força no peito do outro.
—Preparando o retorno...—Sorriu maldosamente o comensal.
—Retorno de quem?—Perguntou Marina, encostada na pia, olhando o comensal.
—Vocês sabem...
—Pensei que ele já tivesse voltado...no dia do pilar.—Amanda olhou o comensal, com as sobrancelhas erguidas.
—Retornou a vida...hoje, ele vai voltar a mente do povo...—O comensal sorriu diabólico, o olhar quase sonhador.
—E o que pretende fazer?—Perguntou Chapolim, encostado num Box.
—E estragar a surpresa?
—Olha aqui, seu...
Marina foi interrompida. Quando ela aproximava-se para agredir o comensal, ele soltou uma das mãos da “algema” de gelo que lhe prendia e puxou rapidamente a varinha. Marina e os outros puxaram suas varinhas para se defender, mas o comensal apontou-a para seu próprio pescoço
—Encontro vocês todos no inferno.—Disse, com um sorriso maníaco.—Avada Kedrava!
Um brilho verde iluminou a sala. O corpo do comensal tombou para trás, de braços abertos, com o mesmo sorriso maníaco que tinha antes. Todos se entreolharam, espantados, quase que em choque.
—Cara...ele era doido...—Disse Chap, abaixando-se perto dele.
—O restante deve ser mais doido ainda...—Disse Pedro, preocupado, indo até a saída do banheiro.—não sei o que podem fazer com os reféns. Melhor irmos logo.
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—Vamos mamãe...—Dizia Stephanie, uma colher de sopa na mão, tentando alimentar Bellatrix.—você precisa comer alguma coisa.
Bellatrix, fraca, apenas virava o rosto, soltando um gemido fraco. Stephanie mordeu o lábio inferior. Era difícil alimentar sua mãe. Havia dias em que ela não comia bem ou até não comia.
—Merlin...o que fizeram com a senhora, mamãe?—Perguntava, afastando-lhe alguns fios de cabelo sujos do rosto, acariciando-lhe a face.
Novamente Bellatrix apenas gemeu. Stephanie levantou-se, deixando o prato de sopa em cima da cama. Olhou brevemente para a mãe, antes de afastar-se. Não estava sendo fácil. Tinha que esconder Bellatrix de Voldemort e tratar ela. Parecia ter perdido a vontade de viver. Ainda perguntava-se o que haviam feito com ela. Não usava-se mais dementadores em Azkaban, então nada explicava aquela apatia.
Saiu daquele pequeno quarto e fechou a porta, tocando a maçaneta com a varinha. Escutou o “clic” da fechadura e virou-se.
—Ando me perguntando o que tanto faz nesse quarto...—Disse Tom, encostado na parede, os braços cruzados sobre o peito.
Stephanie virou-se num pulo, apontando a varinha para Tom. Ao ver quem era, soltou o ar, aliviada, lançando um olhar furioso para o comensal, logo depois.
—O que quer?—Perguntou, sem procurar esconder sua irritação.
—Lord Voldemort quer falar com você...—Disse Tom, ainda encostado na parede.
—O que ele quer?—Stephanie foi até o espelho, fingindo arrumar a franja. Na verdade observava Tom. Viu que seu olhar estava fixo na porta do quarto onde ela escondia Bellatrix.
—Ele não disse...apenas quer falar com você...
Virou-se e encarou o comensal. Deu de ombros e foi até a porta, parando ao lado dele.
—Tenha cuidado, Tomas...—Sussurrou, antes de empurrar a porta e sair.
Tom não respondeu. Ficou parado, em silencio, escutando os passos dela morrerem ao longe. Afastou-se da parede e foi até a porta, estendendo a mão para a maçaneta. Tocou-a. Esperou por segundos infindáveis que algo acontecesse.
—Pensa que pode me assustar com palavras?—Sorriu Tom, vitorioso.—Está enganada.
Girou a maçaneta lentamente. Antes que escutasse o “clic” da porta, pulou para o lado, colidindo com o armário.
—Maldita Lestrange!—Praguejou, levando a mão ao braço.
Uma pequena faca havia sido lançada da porta. Tom percebeu a tempo de saltar e não ser atingido em algum ponto vital. Porém, agora tinha certeza. Fosse o que fosse, para Lestrange colocar uma armadilha, devia ser algo muito importante.
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Stephanie andava a passos rápidos pelos corredores de pedra escavados na caverna. Era impressionante como se podia esconder facilmente as coisas dos outros. Toda aquela caverna deveria ser maior que muitos castelos já construídos, e mesmo assim nenhum trouxa ou outro bruxo havia encontrado-a.
Virou um corredor e logo saiu na “sala do trono” de Voldemort. Caminhou entre pilastras até chegar à poltrona onde o lord estava sentado. Parecia distraído, olhando para o teto como se observasse o luar. Parou ao seu lado, ajoelhando-se.
—Mandou chamar, milord?—Perguntou Stephanie, quase num sussurro.
—Sim...mandei...—Disse Voldemort, ainda parecendo distraído. Balançava em uma das mãos o cálice dourado.—onde estão os casulos?
—Estão aqui comigo...
—Dê-me...
Stephanie levantou-se e enfiou as mãos nos bolsos. Tirou de dentro deles cinco bolas do tamanho de bolas de gude, negras como a noite. Voltou a ajoelhar-se e estendeu até Voldemort. O lorde estendeu sua mão ossuda até as bolas negras e pegou-as. Olhou-as por um tempo, antes de, para a surpresa de Stephanie, larga-las no cálice de ouro.
—Alimentem-se, minhas crianças...—Disse Voldemort, sorrindo.—o banquete ainda está para começar.
Stephanie levantou-se para retirar-se. Rapidamente lançou um olhar para a taça. O liquido vermelho e grosso que antes enchia até a borda, agora estava na metade e as esferas negras pareciam ter crescido o dobro de seu tamanho.
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Ernest Duch estava encostado numa das janelas da loja. Observava todo o movimento do lado de fora. Riu. Como os trouxas são idiotas. Não queriam negociar com eles. Não tinham o menor interesse de libertar aqueles trouxas dali. Era uma completa perda de tempo.
Virou o olhar para dentro da loja. Aqueles trouxas que estavam ali. Será que ainda tinham alguma esperança? Será que o desespero estava tomando conta deles? Ernest deliciava-se pensando no pânico deles.
—Duch...—Ferdinand Garner, outro comensal, aproximou-se, com a varinha em mãos.—está na hora.
Ernest concordou com um aceno de cabeça e dirigiu-se até uma das extremidades da loja. Os trouxas olhavam para o movimento daqueles homens de negro, murmurando temerosos sobre o que eles iriam fazer.
—Atenção trouxas!—Uma voz soou alta, do centro da loja.—Reúnam-se todos no centro da loja! Se não obedecerem serão mortos!
Varias exclamações de medo soaram da multidão apavorada. Rapidamente, com medo de serem mortos, encaminharam-se até onde um outro comensal estava, exatamente no centro da loja. Ernest deixou outra risada escapar. Tolos. Acreditavam mesmo que iriam sair vivos obedecendo-os?
Quando todos os trouxas estavam no centro da loja, agrupados e espremidos uns contra os outros, escutou-se um assobio alto. Era o sinal. Todos os comensais, dispostos ao redor dos trouxas, ergueram as varinhas. Uma luz vermelha emanou da ponta delas e logo depois feixe de luz vermelha partiu de cada uma, começando a desenhar um circulo no chão, ao redor dos trouxas.
Quanto terminou de forçar o circulo, os feixes vermelhos começaram a desenhar símbolos dentro dele. Assim que o circulo estava totalmente preenchido por símbolos estranhos, as luzes cessaram. Um comensal adiantou-se e abaixou-se. Estendeu a mão até o chão para tocar no circulo, mas foi atirado para trás por um tigre de fogo.
—É melhor pararem por aí.—Disse Pedro, á frente dos outros, o punho erguido na altura do peito.
Todos viraram-se para o grupo que havia acabo de chegar. O tigre já havia desaparecido e o comensal atacado levantava-se com dificuldade, parecendo estar ferido e queimado em algumas partes.
—Para o bem de vocês, desaparecem e digam ao seu mestrinho que estamos esperando para chutar aquele traseiro magro dele!—Disse Lilá, adiantando-se, apontando o dedo indicador para os comensais.
—Como ousa?!—Um comensal arreganhou os dentes para Lilá que apenas sorriu sarcástica.
O comensal saiu da formação e partiu na direção de Lilá. A garota apenas continuava sorrindo. Quando o comensal estava bem próximo, a garota puxou algo de dentro do bolso. Num movimento rápido, ergueu a mão. O comensal foi atirado para trás, flutuando alguns metros, antes de atingir um cabide com roupas, derrubando tudo.
Todos os comensais olharam para o corpo do amigo, soterrado pelas roupas. Até os trouxas ficaram em silencio, estarrecidos. Após algum tempo, os comensais viraram-se para o grupo, parecendo furiosos.
—E eu pensava que vir ao shopping não era divertido...—Disse Amanda, posicionando-se.
—Ah! Tudo pode ficar mais emocionante se você tem comensais da morte por perto...—Disse Chapolim, sorrindo, fazendo uma das espadas douradas aparecerem.
—Por isso que eu adoro o tio Voldão...—Sorriu Ash, puxando uma fina espada e posicionando-a em frente ao corpo.
—Em nome dos velhos tempos?—Perguntou Pedro, olhando para os comensais, com o punho direito ainda erguido.
—Velhos tempos?!—Disse Lilá, sorrindo maligna.—Eu diria em nome de uma boa matança de figurantes!!
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