Do que são feitas as leis
Capítulo único.
Um par de olhos vermelhos brilhou contra a escuridão do tribunal. Era a única coisa visível ali.
Então alguém – um funcionário do Ministério muito nervoso – entrou na sala e acendeu meia dúzia de archotes, que mal serviram para iluminar um palmo adiante.
No entanto, foi suficiente para que o dono do par de olhos vermelhos pudesse enxergar o aposento em que se achava confinado.
Dirigiu um olhar de desprezo às correntes que prendiam seu braço na cadeira e tornou a olhar para o outro lado. Topou diretamente com o rosto do funcionário que acendera os archotes. O rapaz, que não devia ter mais de vinte e cinco anos, fez o sinal da cruz várias vezes e terminou de fazer seu serviço rapidamente, evitando deliberadamente olhar para o prisioneiro.
- Eu não vou te matar, sabe? – Disse Voldemort, entediado – Como quer que eu o faça, sem uma varinha? Eu sou poderoso, mas nem tanto.
Percy Weasley não respondeu. Saiu pela porta correndo. Voltou dez minutos depois trazendo pelo menos quinze funcionários atrás de si, todos igualmente nervosos.
Eles fizeram toda uma grande cena que parecia ter sido ensaiada várias vezes só para tomarem seus respectivos assentos.
Impaciente, Voldemort tamborilava os dedos finos no apoio da cadeira em que estava acorrentado.
- Vamos lá, pessoal. Se eu realmente tivesse opção não estaria aqui preso. Francamente, estou para morrer de tédio. Azkaban é realmente um saco, e a comida é horrível.
Os juízes se olharam constrangidos. Ninguém parecia querer tomar a iniciativa de começar o julgamento. Então uma voz feminina irritante soou mais atrás:
- Hem, hem - Pigarreou Dolores Umbridge – Nome, por favor?
- Como? – Caçoou a voz fria e zombeteira – Como vocês não sabem meu nome? Será que passaram tanto tempo com medo de pronunciá-lo que até se esqueceram?
- Nome, por favor – Repetiu uma outra voz entediada.
- Você, Ronald Weasley? - Tornou a caçoar – Depois de tantos anos como fiel escudeiro do Potter, achei que você mais do que ninguém saberia meu nome perfeitamente, ainda mais que o mencionou tantas vezes durante seu discurso no enterro dele.
- Ora, seu...
- Segure a língua, Weasley, ou tratarei de fazer com que você se arrependa.
Rony parou, mas seu rosto assumiu um tom vermelho-arroxeado. Voldemort riu e voltou o rosto pálido e ofídico para os juízes.
- E então, por que não escreve aí “Bruxo das Trevas Inominável”?
- Senhor, por favor, apenas diga o seu nome – implorou Fudge.
- Certo, certo, meu nome é Lord Voldemort. Quer que eu soletre?
- Seu nome verdadeiro, senhor. – repetiu Fudge – Se o senhor não colaborar, sua pena será aumentada.
- Ótimo, assim ficarei com setecentos e oitenta e quatro. – Respondeu, curvando os lábios finos num sorriso debochado. – Já lhes disse o meu nome.
- Você não pode se chamar “Voldemort” – Disse Rony, com um claro tom de desprezo na voz – Que tipo de pessoa daria um nome desse para o filho?
- Alguém com mais bom-senso do que a pessoa que lhe nomeou “Bilius” – respondeu Voldemort, e Rony tornou a corar. – Certo, já que insistem... Tom Marvolo Riddle.
- O quê?! – Perguntou Umbridge, abrindo a bocona frouxa de sapo.
- Meu nome. É “Tom Marvolo Riddle”. Além de feia você não é surda, é?
- Como você sabe? – Perguntou Rony de repente – Como você sabe que meu nome do meio é “Bilius”?
Voldemort revirou os olhos. Já que teria de mofar em Azkaban por bastante tempo até conseguir fugir, estava decidido a se divertir um pouco.
- Porque assim como Potter tinha acesso aos meus pensamentos e emoções, eu tinha acesso aos dele. Merlin, o número de vezes que ele sonhou com você e a Sangue-Ruim brigando... Mas nada, nada mesmo superou aquele natal em 95, debaixo do visgo... Francamente, alguém já pensou em ensinar ao Potter como beijar?
- E o que você sabe sobre isso? – Atacou Rony; suas orelhas quase irrompendo em chamas de tão vermelhas – Você não ama.
Voldemort gargalhou alto e gostosamente, encarando o rapaz por debaixo do seu capuz escuro. Então sorriu; lágrimas de riso ainda escorrendo pelos olhos, e disse:
- Quem falou a você sobre amor?
- Ah é, esqueci! – Respondeu o ruivo, dando um tapinha na própria testa – Você tinha a Lestrange, não tinha?
O sorriso de Voldemort sumiu repentinamente de seu rosto. Sério pela primeira vez, ele desviou o olhar de Rony e encarou Fudge e Umbridge.
- Acho que minha vida amorosa não interessa a ninguém nesse tribunal. Pode dar prosseguimento, por favor?
Rony sorria triunfalmente.
- Hmm... Bem, OK. Nome dos pais?
Voldemort parou por um instante, como se pensasse.
- Mérope Gaunt e… Não sei. Não sei o nome do meu pai.
- Como não sabe? – Exclamou Umbridge – De onde vem seu sobrenome, então?
- Inventado.
- Não é, não! – gritou Rony – O Harry me contou! Seu pai é um trouxa!
- Trouxa? – perguntou um outro funcionário do Ministério, surpreso.
- É, trouxa. – Respondeu Voldemort, revirando os olhos – Você acabou com a minha moral. Satisfeito, Weasley?
- Não – Respondeu Rony, excitado – A mãe dele era quase um aborto. Se apaixonou pelo trouxa ricaço bonitão, deu uma poção do amor para ele e eles fugiram... Daí o trouxa bonitão descobriu e deu no pé, largando a mulher grávida desse aí – e apontou Voldemort com a cabeça.
De repente, palmas começaram a soar. Voldemort batia palmas lenta e tediosamente. Era notória
a irritação em seu rosto, agora.
- Parabéns, Weasley. Você daria um ótimo repentista. Novamente, acho que minha vida pessoal não vem ao caso. Podemos continuar?
- Err... OK. – Disse Percy Weasley – Data e local de nascimento?
- Little Hangleton, vinte e quatro de junho de 1994.
- Você não tem só seis anos! – Exclamou Rony do outro lado
- Eu sou um garotinho precoce – respondeu Voldemort, abrindo um sorriso sarcástico. Ia rir, mas parou ante o olhar reprovador da corte – Londres, 31 de dezembro de 1926...
- Mas você é velho mesmo, hein? – disse Rony, rindo. Voldemort ignorou o comentário.
- Anos em Hogwarts, N.I.E.M´s obtidos e Casa? – Prosseguiu Umbridge.
- De 1937 a 1944, vinte e três N.I.E.M´s e, considerando que eu sou o Herdeiro de Slytherin, creio que você pode deduzir a que casa pertenci.
- Você obteve vinte e três N.I.E.M.´s? – Perguntou Percy, franzindo a testa. – Eu obtive dezoito, e foram os maiores dos últimos cem anos.
Voldemort sorriu maliciosamente:
- Eu já lhe contei que tenho uma Ordem de Merlin, primeira classe?
Os juízes se entreolharam constrangidos. Fudge então recomeçou o interrogatório.
- Muito bem, Sr.Riddle, o senhor está sendo julgado por... por... – Ele folheou as páginas de pergaminho sobre sua mesa – Homicídio, atentado violento, ameaça, rapto de menores, falsificação de identidade, violação de domicílio, roubo, violação de túmulo, violação de domicílio, violação do Estatuto de Sigilo em Magia, indução ao crime, tráfico de objetos mágicos perigosos, tortura, apologia ao crime, ameaça a trouxas, ameaça de incêndio, ameaça de inundação, explosão, uso indevido de suas capacidades mágicas, preparo de poções ilegais, uso indevido de artefatos trouxas, uso das três Maldições Imperdoáveis contra seres humanos, fraude, motim de presos, falso testemunho, mandante de crime e... Atentado ao pudor?!
- É o que está escrito aí, não? – Resmungou Voldemort, entediado.
- Atentado ao pudor? – Perguntou Rony, exasperado – Que foi que você fez, tirou a roupa no meio da rua ou o quê?
- Não é da sua conta, Weasley – Respondeu Voldemort secamente.
- Atentado ao pudor... Atentado ao pudor - Murmurava Rony, incrédulo.
- Bem, senhor – recomeçou Fudge, cauteloso – Ainda temos a sua ficha na polícia trouxa.
- Ah, me poupe disso, Fudge. Você já recitou a constituição toda.
- É, mas a lei estabelece que...
- Balbúrdia em estabelecimento público, porte ilegal de armas, vadiagem, atentado a bem público, tráfico de drogas, furto, extorsão, apropriação ilícita... Ora, vamos, poupe nosso tempo!
- Cara, você já traficou drogas? – Perguntou Rony mais uma vez, incrédulo.
- Sr.Riddle... – recomeçou Fudge
- Lorde das Trevas, Fudge. Lorde das Trevas. – Disse Voldemort, irritado
- Quem te nomeou Lorde, afinal? – Perguntou Rony
- Eu, Sr.Weasley. Eu me nomeei Lorde. E quem foi que nomeou você bobo da corte? – Rony corou - Prossiga, Fudge.
- Bem, o senhor está sendo julgado principalmente por homicídio. Aqui constam cento e treze homicídios relacionados diretamente com o senhor. O senhor confirma isso?
- Cento e treze? Cento e treze?! Foram vinte. Não é qualquer um que merece ser morto por mim; as pessoas acham que eu sou uma espécie de serial killer maluco... Ah... vinte e um. Esqueci o Potter. – E sorriu diretamente para Rony, cujas orelhas tornaram a avermelhar.
- E o senhor também está sendo condenado... Pelo uso das três Maldições Imperdoáveis.
- Duas. Eu sempre deixo a Cruciatus para Bella; ela simplesmente adora aquilo...
- É isso que eu chamo de amor fraterno – caçoou Rony.
- Consta aqui que você vem aplicando constantemente maldições Cruciatus principalmente contra um de seus servos – Pedro Pettigrew. Está certo?
- É, está. Rabicho precisa de estímulos, sabe...
- E Maldições Imperius contra Bellatrix Lestrange?! – indagou Fudge, franzindo a testa
Pela primeira vez, Voldemort corou ligeiramente.
- Hmmmmm... Já sei até que ordens ela recebe – Exclamou Rony, maldoso, e deu uma piscadela para Voldemort.
- Err... E o senhor foi acusado de utilizar feitiços proibidos, também.
- Nada disso – respondeu Voldemort, sacudindo negativamente a cabeça – Além das maldições imperdoáveis, eu não utilizei nenhum outro feitiço ilegal. Eu verifiquei a Constituição Mágica, e não há nada que diga que criar Horcruxes seja algo ilegal.
- E poções...?
- Nenhuma poção ilegal, tampouco. Snape preparava todas as poções de que eu precisava.
- Inclusive uma Poção da Indiferença? – Perguntou Fudge astutamente.
- Bem... – Começou Voldemort, corando novamente.
- Poção da Indiferença? - Exclamou Rony, abobado – Quem é que estava apaixonada por você?
- Weasley, não é só porque eu estou sem varinha que não posso prejudica-lo.
- Ah é? E o que você pode fazer?
- Para começar, eu poderia prejudicar seriamente uma parte da sua anatomia da qual certamente sua namoradinha Granger sentiria muita falta. – falou Voldemort triunfante.
Rony finalmente se calou.
- Bem, dando prosseguimento ao processo judicial, devemos agora chamar duas testemunhas; uma de defesa e outra de acusação. Quem devo mandar entrar primeiro?
- Acusação, por favor... – Disse Voldemort, sarcástico.
Ouviu-se um barulho do lado de fora, sussurros nervosos e então a porta se abriu. No portal havia uma jovem mulher que mexia as mãos nervosamente. Ostentava uma grande barriga grávida. Quando ela deu alguns passos para dentro da sala, Voldemort reconheceu imediatamente a cumprida juba de cabelos vermelhos de Gina Weasley.
- Mas o Potter não perde tempo mesmo, hein? – Caçoou Voldemort.
- Então... Senhora Ginevra Potter... A senhora foi chamada aqui sob espontânea vontade para prestar depoimento em acusação ao senhor Tom Marvolo Riddle?
- Sim.
- E quais são as suas acusações?
- Além de matar o meu marido, dois dos meus irmãos, destruir minha vida e me impedir de terminar o colégio?
- Sim, Sra.Potter. Já sabemos que eu não sou nenhum santo – Falou Voldemort entediado.
- Bem, ele... ELE ME SEDUZIU!
- O QUÊ?!! – Gritou Voldemort indignado.
- É isso mesmo! – Gritou Gina, alterando-se – Quando eu tinha apenas onze anos!
- Isso é um absurdo! – Bufou Voldemort
- Sr.Riddle, o senhor terá “aliciamento de menores” acrescido à sua ficha...
- Mas não era eu! – Gritou Voldemort, nervoso – Quer dizer... Era eu, mas meu outro eu, digo...
- Você me aliciou! – Gritou Gina, soluçando
- Oras, vê se te enxerga!
- Ele me seduziu com palavras bonitas, voz macia; disse que era meu amigo, que se importava comigo...!
- Há! E você, claro, acreditou! A garota é burra e eu que tenho que pagar por isso?
- Imagine, senhores juízes ... – falava Gina com a voz falsamente embargada e atuando como num teatro – o que uma pobre garotinha de apenas onze anos, recém-chegada na escola, solitária, dominada por uma paixão infantil pelo melhor amigo do irmão; uma garotinha com vestes de segunda-mão, bobinha e sem graça... Encontra consolo nas páginas de um diário estranho, um diário que responde a todas as suas perguntas, um diário que a trás conforto... Ele começa a manipula-la, levando a pobre menininha boba a cometer atos hediondos... Então você ganha um amigo de verdade, conforme ele vai sugando sua energia vital e ganhando vida e um corpo...
Gina então olhou ao redor para os juízes, quase como se esperasse aplausos. Estavam todos com lágrimas nos olhos, emocionados, e Gina parecia muito orgulhosa de sua performance.
Voldemort, no entanto, apenas sorria.
- Eu era mesmo bonito, não era? – Ele perguntou, usando de seu tom de voz mais grave e sedutor.
- Hem, hem - A voz de Dolores Umbridge soou – Acho que por hoje já chega, Sra.Potter. Esteja certa de que seu testemunho será valido. Entretanto... Receio que seja a hora de chamarmos a testemunha de defesa.
- Mal posso esperar... – Retrucou Voldemort sarcasticamente.
Gina, no entanto, não saiu do tribunal, mas puxou uma cadeira e sentou ao lado do irmão, com quem iniciou uma acalorada discussão sussurrada.
E então as portas tornaram a se abrir, e por elas passou uma outra mulher, dessa vez morena, de ar altivo e orgulhoso e obviamente, sem a grande barriga de grávida. Estava com uma espécie de algemas nos pés que a impedia de fugir, e vestida com as vestes cinzentas e esfarrapadas de Azkaban.
- Bellatrix Lestrange, você...
- Poupe-me dessa ladainha, Fudge. Não estou fazendo nada além da minha obrigação.
- Err... Tudo bem.
- Bem, eu não tenho o que dizer. Apenas quero prestar meu lamento à prisão do Maior Bruxo de Todos os Tempos.
- E você não vai prestar seu depoimento? – Perguntou Umbridge, confusa.
- Apenas se o Mestre estiver aqui para aprovar.
- Bem, tenho uma surprezinha para você, Bellatrix – Disse Rony secamente. – Ele está atrás de você.
Bellatrix, que mal havia olhado para a sala, de repente virou-se para o outro lado e deparou-se com seu Mestre sorrindo maliciosamente, oculto pelas sombras do canto mais afastado do tribunal.
E imediatamente os olhos de Bellatrix encheram-se de um brilho maníaco, e ela atirou-se aos pés de seu Mestre, beijando avidamente a barra de suas vestes.
- Mestre... Mestre... Mestre, eu lamento tanto...
- Chega, Bella – murmurou Voldemort entre os dentes.
- Mestre, desculpe, eu tentei, eu tentei...
E de repente, inesperadamente, Bellatrix jogou-se dos braços de seu Mestre, soluçando descontroladamente em seu ombro. Voldemort, acorrentado, não podia fazer nada além de praguejar e mandar que ela o libertasse do abraço sufocante.
- Sra.Lestrange... – Começou Fudge, extremamente constrangido.
- Agora já sabemos para quem ele estava preparando aquela poção da indiferença, não? – Murmurou Rony no ouvido do ex-ministro, que se atrapalhou ainda mais e deixou cair um punhado de pergaminhos de sua mesa.
- Bem, Sra.Lestrange, se a senhora não tiver nada relevante para nos falar...
- Tenho, sim! – fungou Bellatrix, finalmente soltando Voldemort que já começara a ficar roxo – Creio que o Lorde das Trevas não cometeu sequer metade dos atos de que foi acusado.
- O quê? Como assim?
- Tecnicamente, ele só cometeu alguns homicídios. Todos os outros crimes foram executados por seus servos, os Comensais da Morte.
- É, mas isso ainda dá prisão perpétua. – Zombou Rony.
- Isso depende do seu ponto de vista. Veja bem, há uma antiga cláusula na Constituição que estabelece que o bruxo que morrer duelando, ou seja, estando plenamente de posse de suas capacidades mágicas, e aceitado o desafio formalmente perante uma testemunha, não será considerado assassinado; e o bruxo que o matar receberá uma pena leve. Acontece que todos os aurores, quando se formam, fazem o seguinte juramento...
- ...Hei de perecer altivo e lutando, caso o desafio me seja posto à frente, e não abaixarei a cabeça perante o perigo, utilizando-me de minhas habilidades mágicas para proteger e salvar os que de mim precisarem. É, o juramento é esse. – Disse Rony, surpreso. Então franziu a testa e falou novamente – Mas nem todos os mortos eram aurores.
- Mas os membros da Ordem da Fênix são nada menos que duelistas profissionais. Estão todos sob o mesmo juramento dos aurores. – Respondeu Bellatrix astutamente.
Voldemort olhava abobado para a Comensal, sem saber o que dizer. Os juízes todos se entreolharam, nervosos. Fudge folheou furiosamente o seu monte de papel, mas não parecia achar nada de relevante.
- Muito bem. E o assassinato dos Riddle e dos Potter?
- Nunca foi provado nada contra mim envolvendo o assassinato dos Riddle. Morfino Gaunt foi condenado por ele. E os Potter já foram vingados quando Harry destruiu seis sétimos da minha alma – respondeu Voldemort, feliz.
- Mas você foi condenado também por incitação ao crime; liderou um grupo de bruxos perigosíssimos! – Disse Rony, desesperado.
- ...todos de posse de suas perfeitas capacidades mentais. Quero dizer, quase todos – completou, dirigindo um olhar orgulhoso a Bellatrix.
- Espere aí... E todas aquelas ameaças? Gigantes destruindo casas, dementadores à solta, motim de presos...
- Gigantes fazem o que querem. Nem mesmo eu seria capaz de enfeitiça-los. Idem quanto aos dementadores. E o motim de presos... Culpa direta da fuga dos dementadores.
- Mas isso não é possível! – Exclamou Fudge nervosamente e passando a mão nos cabelos. – E o Estatuto de Sigilo em Magia?
- Nunca fiz um único feitiço em frente a um trouxa. Nenhum.
- Tráfico de objetos mágicos perigosos...
- Um ovo de dragão quando eu tinha quinze anos e veneno letal aos dezenove. O crime já expirou.
- Resumindo, o cara é inocente? – Exclamou Rony, indignado – Isso é ridículo!
- Correção, Sr.Weasley. Isso não é ridículo. Isso são as leis. – Voldemort sorriu tranqüilamente, no que foi imitado por Bellatrix.
- A maldição Imperius...
- Nunca prestei queixa – Respondeu Bellatrix imediatamente.
- Bem... Isso é realmente... Inesperado... – gaguejou Fudge. – receio que... Bem... Considerando essa cláusula medieval na constituição sobre duelos... O Avada Kedavra continua sendo ilegal, mesmo sob as citadas condições. Acho que... Acho que sua pena se resume a quatro anos.
- QUATRO ANOS?! – Gritou Rony, levantando-se da cadeira num salto – Esse monstro vai receber uma pena de quatro anos?!
- É – respondeu Fudge, quase chorando – Parece que os crimes foram todos revogados e alguns outros já expiraram.
- Certo, certo... E quanto a atentado ao pudor? – Arriscou Rony, desesperado.
- A pena sobe para seis anos. Veja bem, Azkaban é um lugar realmente terrível, então a menos que os crimes sejam realmente hediondos, dificilmente alguém recebe uma pena de prisão perpétua... E a pena pode ser reduzida para três anos se houver bom comportamento...
- Muito obrigado, Fudge. Devo dizer que estou muitíssimo satisfeito com minha pena. De setecentos e vinte e oito anos para apenas seis...
Os juízes se entreolharam, confusos e desesperados. Voldemort apenas sorriu.
- Quer um conselho, Fudge? Contrate mais sonserinos para trabalharem no seu tribunal.
E dizendo isso, Voldemort saiu acompanhado de dois guardas confusos até sua cela em Azkaban.
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EU VOU MATAR A BELLATRIZ
2013-01-21'0' Caraaaca! 6 anos... O cara mata mais de cem pessoas (a maioria indiretamente, mas mesmo assim...) e pega só 6 anos de prisão?!! Tá parecendo o brasil!
2012-03-20