Coragem, Amor e Amizade



Tudo bem que acordar cedo é uma coisa normal para Lílian Evans, mas não tão cedo quanto ela acordou nesse sábado de manhã. Eram cinco horas da manha, e a garota estava sentada na Sala Comunal, completamente vestida, encarando a lareira em que antes havia fogo, e agora mostrava um pequeno montinho de cinzas. Parecia quase nem piscar e seu olhar, apesar de fixo, estava muito longe. Ela não conseguia pensar em que fazer para impedir a catástrofe que com certeza ia ser esse dia.

Bem, talvez Malfoy não estivesse realmente dizendo a verdade... Hum, matar já é um exagero, mesmo para uma pessoa como ele... Não é?

Lílian ouviu um barulho, que para ela pareceu muito distante, mas continuou a encarar a lareira.

- Ai! Mas que mer... Líly? - A garota se virou assustada e viu um emaranhado de cabelos negros pulando em um pé só e uma cadeira caída ao seu lado. – O que está fazendo aqui essa hora?

- Nada... Não consegui dormir – disse ela voltando a encarar a lareira.

- Aham sei – disse Sirius caminhando, mancando, para perto da garota. Ele se largou na poltrona ao lado do sofá dela e recostou a cabeça no encosto.

- E você?

Sirius puxou a cabeça para frente depressa, como se tivesse ligeiramente adormecido de novo.

- Hum?... Ah... Na verdade não me lembro... – ele coçou a testa por um momento. – Ah, sim, vou ao banheiro...

Ele se levantou e começou a caminhar para o buraco do retrato, parecendo não perceber que, além de seu roupão estar do avesso, também estava apenas com a roupa de baixo.

- Mas Sirius, não tem um banheiro no dormitório dos meninos?

- Tem... Mas ele está... Hum... Com uns probleminhas... – disse ele olhando para o teto como se se lembrasse de algo. Murmurou alguma coisa como “o Pontas me paga” e saiu pelo buraco do retrato.

Lílian continuou ali sentada, voltando seus pensamentos em como não deixar os Marotos se separarem... A única solução pareceu ser apenas falar com eles, mas, como explicar o motivo?

O buraco do retrato se abriu novamente e Sirius voltou um tanto ofegante e vermelho.

- Hum... Encontrei a Professora Minerva... – disse ele, amarrando os laços do roupão para esconder o corpo.

- Sirius, será que eu posso falar com você? – perguntou Lílian.
- Claro minha ruivinha – disse ele sentando ao lado de Líly, e esboçando algo que parecia mais um bocejo do que um sorriso. – Mas não pode ser depois do café-da-manha?

- Não... É que... Eu não quero que Tiago ouça.

Sirius se sentou mais reto na poltrona.

- O que que foi? – perguntou ele parecendo preocupado.

- Olha, não me pergunte por que, eu não posso te dizer... Mas, você me promete que não deixará o Tiago andar sozinho por Hogsmead, nem por um segundo?

Sirius piscou atordoado, não entendendo o porquê da ruiva lhe pedir isso.

- Tudo bem, mas... Por quê? – Líly fechou a cara para ele. – Ta bom, eu sei que você não quer me dizer, mas... Eu realmente não entendo o motivo.

- Desculpe Sirius, mas eu não posso te dizer. Por favor, apenas prometa – disse a garota num tom de súplica.

- Ta, eu prometo – disse ele ainda um pouco confuso.

- Obrigada – disse ela se levantando e saindo pelo buraco do retrato.

Ela ficou na mesa da Grifinória até começar a encher o Salão Principal, e Helena descer para tomar café-da-manha.

- Líly, por que você saiu sem me acordar? – perguntou a garota se sentando ao lado da amiga.

- Eu acordei muito cedo, quis deixar você dormir... Estava sem sono – acrescentou ela à expressão de incredulidade de Helena.

Logo o falatório era geral no salão, e o pequeno grupinho de pessoas, prontos para partir para Hogsmead já se amontoava na porta.

Lílian, que não comera quase nada, observou os Marotos se juntarem ao pessoal. Malfoy ainda comia e conversava com seus amigos na mesa da Sonserina.

Aproveitando a “dianteira”, ela se juntou ao grupo de pessoas arrastando Helena junto, no momento em que Filch conferia mais uma vez as autorizações e liberava o pessoal. A cada minuto, Lílian olhava por cima do ombro para conferir se Malfoy estava por perto.

- Lílian, o que você tanto olha? – perguntou Helena que já estava começando a se irritar com o gesto contínuo da amiga.

- Nada – disse a garota virando-se novamente para frente.

- Ah, e você está olhando para trás sem parar porque seu pescoço pegou tique? – perguntou Helena cruzando os braços.

- Não... – disse Líly sem prestar atenção ao que a amiga perguntara – Olha Helena, eu te encontro mais tarde na Dedosdemel ta?

- Peraí, aonde você vai? – perguntou a garota sem receber resposta, enquanto Lílian se afastava.

Durante um bom tempo, Lílian seguiu os Marotos, e ela já estava começando a ficar cansada, já que ela ainda não vira Malfoy, e os garotos não paravam de andar nem por um instante.

Ela os viu entrar no Três Vassouras, e entrou junto. Quando os viu sentar em uma mesa, ela decidiu abandonar seu plano, pois parecia que Sirius realmente não ia quebrar a promessa.

Mal a porta fechou e Lílian não conseguia mais falar.

- Se você quer o Potter vivo ainda, venha comigo – disse Malfoy guardando a varinha depressa.

Lílian fugiria para dentro do Três Vassouras, para pedir ajuda aos Marotos, mas sabia que se não fisesse isso, Tiago não teria chance. Obedientemente, ela caminhou com ele. Eles começaram a se dirigir para a Casa dos Gritos, mas em vez de atravessarem a cerca de arame farpado e continuar pelo caminho até a entrada da Casa, apenas se esconderam no meio de algumas árvores.
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A sinetinha na porta do Três Vassouras tilintou quando a mesma foi aberta. Os Marotos olharam para ver quem era, e viram Conner e uma garota Sonserina entrarem no aposento, conversando animadamente. Eles se sentaram ao lado da mesa em que os Marotos estavam, e Conner continuou falando, parecendo não perceber a presença de Tiago e os outros na mesa ao lado.

-... Então eu só vi Malfoy pegar a Evans e sair com ela até a Casa dos Gritos – disse
Conner.

- Vocês ouviram!? – exclamou Tiago num sussurro. – Eu vou ver o que está acontecendo!

- Não Tiago! – disse Sirius segurando o braço do amigo quando ele se levantou. – Pode ser uma armadilha! – Ele se lembrou da conversa com Lílian mais cedo.

- Armadilha para quem? Só se for para a Lílian! Eu tenho que ver o que está acontecendo!

Ele se desvencilhou de Sirius e saiu apressado do Três Vassouras. Um grupo de garotas Lufanistas entrou no Três Vassouras no momento em que Tiago saiu. Sirius e Remo, Pedro não tinha permissão para ir a Hogsmead, saíram para seguir Tiago, mas foram atrasados pelo bando de garotas que insistiam em cumprimentar Sirius.

Conseguindo se livrar do bando de garotas, o resto dos Marotos conseguiu sair um pouco atrasados do bar, e, correndo, foram atrás de Tiago.

Conner se virou para trás, olhando os três saírem.

- Como uns patinhos – disse ele rindo.
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Não se passou nem um minuto, e Lílian ouviu alguém se aproximar. Malfoy a empurrou contra uma árvore e conjurou cordas com uma rapidez incrível, e no segundo seguinte, Tiago apareceu na clareira da cerca da Casa dos Gritos. Líly tentou gritar, mas o feitiço de Malfoy ainda fazia um forte efeito, e a garota continuava muda.

Malfoy sorriu maleficamente para a garota, e, virando-se, cobriu a cabeça com um capuz preto que até agora Lílian não notara.

Assim como ele, um grupo de “encapuzados” saiu de todas as direções, cercando Tiago. O garoto logo empunhou a varinha, e ficou olhando à volta.

- Onde está a Lílian!? – perguntou ele corajosamente, encarando cada um deles, os quais empunhavam suas varinhas.

- Saudades da sua ex-namoradinha Potter? – perguntou Malfoy rindo.

- Malfoy, seu covarde! Me enfrente sozinho se é homem! Não chame seus namorados para te ajudar, fracote! – Um feitiço atingiu Tiago por trás, que caiu no chão, arfando.

- Não, não, não... Muito atrevido para meu gosto Potter.

- Acabou de aprender essa palavra? – perguntou Tiago levantando a cabeça do chão coberto de neve.

- “Crucio!” – exclamou um dos homens encapuzado. Tiago foi tomado por uma dor terrível, mas percebeu que o Comensal media sua força, pois ele conseguiu não gritar e a dor não era tanta; era só um aviso.

- Potter, Potter... Por que veio aqui por alguém que não te ama? – perguntou Malfoy quando o Comensal ergueu a varinha e o feitiço acabou.

- É por que... Malfoy... – tentou dizer Tiago, arfando - Eu sei que... Que é tudo mentira... Pois uma pessoa suja, como você... A amea...

Tiago mal conseguiu terminar de falar e sentiu a dor novamente, dessa vez lançada por Malfoy.

- Anos e anos e você não aprende a controlar a língua – disse Malfoy levantando a varinha. – Parabéns Lílian! - gritou Malfoy para que Líly, amarrada a alguns metros, pudesse ouvir. – Você conseguiu matar Potter!

- Líly! – gritou Tiago olhando a volta, para as árvores, e tentando ficar de pé. – Líly, não venha para cá! Fique ai...!

- Não se preocupe Potter – disse Malfoy rindo. – Ela não pode.

- O que você fez com ela? – perguntou ele entre os dentes, já de pé.

- Oh nada de muito mal – disse ele sorrindo cinicamente. – Devia mais se preocupar com o que vai acontecer com você... Não se preocupe Evans! – gritou ele de volta. – Isso é só um aviso... Vou te dar mais uma chance! – Ele apontou a varinha novamente para Tiago. – “Cruci...”

- “Carpe Retractum!” – A varinha de Malfoy voou para trás e caiu nas mãos de Sirius. –
Que covardia Malfoy! Seis contra um?

- Não pense em equilibrar a luta Black – disse Malfoy com um sorriso cínico no canto dos lábios. – Mesmo com você e o Lupin, ainda seremos mais.

- Não Malfoy, você esqueceu de contar a sua burrice, sem contar o baixo nível de QI de Crabbe e Goyle, que com certeza estão se escondendo em baixo desses capuzes – continuou Sirius ficando ao lado de Tiago, seguido por Remo, os três empunhando a varinha. Dois encapuzados se entreolharam.

- Quanto atrevimento Black! – disse Malfoy. – Puxou isso da sua família?

- “Densaugeo!” – Malfoy foi pego tão desprevenido que precisou pensar um pouco para perceber que sua orelha direita estava crescendo descontroladamente, o que fez os
Marotos gargalharem.

- Ora seu... Peguem-nos! – Malfoy começou a despejar um jorro de azarações; metade dos Comensais fugiu, e os que sobraram pareceram gostar muito da idéia e os seguiram.
– Isso não fica assim! – gritou Malfoy correndo atrás deles, ao mesmo tempo em que lançava feitiços nos Marotos que continuavam a se proteger, revidar e rir. – E espero que tenha aprendido a lição Evans!

Tiago parou de lançar feitiços, e saiu correndo por entre as árvores.

- A Lílian está por aqui! – disse ele, no que os outros começaram a procurar.

Líly observava tudo amarrada, e muito assustada. Os Marotos estavam procurando na direção oposta, e era muito pouco provável que a achassem ali. Sorte a varinha dela estar no bolso de trás da jeans. Com grande dificuldade, ela segurou a parte da frente da varinha, e a apontou para as cordas que a prendiam. Como era perita em feitiços não-verbais, mentalizou “diffindo!”, e suas cordas se romperam. Ela começou a se desprender, e logo já estava solta. Novamente mentalizou outro feitiço “Finite Incantatem!” e sua voz voltou ao normal.

- TIAGO! – ela saiu correndo do meio das árvores. O Maroto saiu também ao ouvi-la e a abraçou.

- Líly! Você está bem? Está machucada? – perguntou ele ainda a abraçando.

- Não... Estava apenas amarrada e sem voz... Eu fiquei com tanto medo, que ele te fizesse algo, que te machucasse...

Tiago pareceu perceber que Lílian se dera conta do que acabara de dizer, e segurou seus braços bem no momento em que ela fizera menção de fugir.

- Lílian... Malfoy te ameaçou para você romper comigo? – perguntou ele encarando a garota. Líly tentava se soltar... Não podia dizer mais nada, não depois do que acontecera. Nunca mais falaria com Tiago, não podia correr o risco de novo. – Lílian, me responda! Malfoy ameaçou você? Ele ameaçou me machucar caso você não se separasse?

- Tiago me solta! – gritou ela tentando se desvencilhar, mas sete anos de Quadribol contribuíram para a força de Tiago, e ele não a deixava ir.

- Líly, por favor... Me diz... Ele ameaçou me machucar? Ele ameaçou me matar?

- Ah... – Lílian exclamou, chorando. Ela parara de se debater, e agora chorava.

Por que tinha que ser tão duro? Por que Malfoy simplesmente não a deixava em paz?
Tiago soltou seus braços, e a abraçou novamente, e a garota ficou chorando em seu ombro.

- Líly... Se for isso que aconteceu... Por que não me disse antes? Nunca que eu iria deixar você concordar com a ameaça... Imagina, só porque Malfoy me ameaçou de uma coisa que eu tenho certeza, ele é covarde demais para fazer, você não precisa se afastar de mim...

Sirius e Remo se entreolharam, não sabiam o que fazer...

- Ele pode ser covarde – disse Lílian se afastando com os olhos um pouco vermelhos, ainda assim sem encarar Tiago -, mas os Comensais não são. Você viu o que eles acabaram de fazer.

- Lílian, por favor... O risco é todo por minha conta! Vamos continuar juntos! De quem ele virá atrás sou eu, não você...

- Exatamente – disse ela, agora o encarando. – Como eu me sentiria se fosse culpada por sua morte? Como eu me sentiria se perdesse você?

Ela baixou a cabeça novamente. Tiago não sabia o que dizer, o que fazer... Também não sabia se era por entender como Lílian se sentia, ou porque, depois de todos esses meses, sofrendo, achando que ela o traíra com Conner, que ela nunca o amara, era tudo mentira... Ela realmente o amava, e só quis protegê-lo.

- Falemos com Dumbledore então... Sobre Malfoy...

- Não podemos provar – disse Líly.

- E nem precisão – disse Sirius. – Eu e o Remo estamos de testemunha. E duvido muito que Dumbledore vá duvidar.

- Por favor... – tentou novamente Tiago. – Pense nisso...

Ele aproximou o rosto de Lílian. Deu um beijo em sua bochecha, pegando o canto dos lábios da garota. Lílian se esquivou dele e saiu correndo, de volta para o castelo, mas com a firme idéia de que voltar com Tiago, era uma possibilidade que ela queria muito agarrar.
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N/A: Eeeee!!! O cap saiu mais rápido do q eu esperava xD! Q bom né?
Bem, agora vcs já tão mais felizes, já q o Ti descobriu tudo né? xD
Ah, esse cap. foi mtu lgl escrever... principalmente qdu Tiago se depara com os Comensais, pq ai mostra a coragem dele, a amizade de Sirius e Remo, q se juntam para ajudar o amigo, e o amor de Líly por Tiago, pois ela fica preocupada q ele pudesse se machucar. Por isso o nome do cap :)

Fernanda Caroline: :D Obrigada! Q bom q esta gostando! :* Espero q tenha gosta desse aki! Ta mtu lgl né? (modesta...magina!)

Mari =* Evans (L)³ Potter: Ieii!\o\|o|/o/ q bom q ta gostando!! Esse cap ficou mtu bom, espero q goste mais ainda desse.

Espero que tenham gostado!

Bjus
Bia Evans

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