O Possuidor da Chave



--CAPÍTULO OITO—
O Possuidor da Chave


Já se passavam dias e reuniões secretas pareciam ocorrer diariamente em Sweit Gan Street Nº 25.

Harry desistira de se preocupar em falar sua decepcionante busca pelo, agora descoberto, colar, já que parecia que todos já receberam a notícia.

Agora, mais que nunca, todos os residentes pareciam estar aflitos com as novidades. A Sra. Weasley parecia estar ligeiramente mais cansado do que o normal, momentaneamente aparecia com enormes quantidades de pergaminhos enrolados e abraçados contra o peito, andando com eles com um olhar desconfiado e sério focando cada canto da casa ao passar.

Certa vez Hermione descia as escadas quando esbarrou com a Sra. Weasley. No mesmo instante ela apertou os pergaminhos contra o peito e desaparatou sem deixar vestígios. Hermione olhou para os lados sem entender o que acabara de ocorrer, Harry a observava a porta de sue quarto, também sem entender.

Em outra ocasião Rony caminhava apressado até a cozinha enquanto colocava o blazer marrom murmurando maldições por ter perdido o horário para ir ao trabalho.

Paralisou ao entrar na cozinha: Quase uma legião de pessoas de todos os tipos que se possa imaginar estavam espalhados por toda ela, conversando entre si, observando pergaminhos e examinando livros. Alguns poucos conhecidos, como Lupin, Olho-Tonto-Moody, Tonks e seu irmão mais velho, Gui.

Fez a besteira de deixar a valise cair, e, com os estrondo abafado todos pararam instantaneamente de falar e olharam para onde vinha o barulho, sua mãe apareceu ao seu lado dando-lhe um susto e logo em seguida o expulsou a ponta pés da cozinha e fechou a porte em seu rosto ignorando a suplica do filho por apenas um simples copo de leite.



Era sexta-feira, Harry, Rony, Hermione e Gina conversavam no quarto de Rony, relembrando ocasiões engraçadas dos tempos de Hogwarts quando uma sucessão de campainhas começaram a tocar a cada dez minutos.

Logo depois vinha o barulho de porta se abrindo e uma estranha impressão que as pessoas estavam cochichando no andar abaixo, depois o som abafado de porta se fechando e uma pausa até a campainha ser tocada novamente.

Os quatro trocaram olhares. Acharam estranho todo esse barulho, não poderia ser uma reunião da Ordem, pois sempre as pessoas aparatavam na cozinha sem preocupações.

-Acho que temos novas visitas hoje...-sussurrou Hermione levantando-se.

-O que quer dizer com isso?-perguntou Rony.

-Quero dizer Rony, que hoje, as pessoas que estão lá embaixo não são as de costume.-ela explicou abrindo uma resta na porta.-Acho que toda a Ordem está reunida.

-Ótimo, o jantar vai diminuir...-murmurou Rony fazendo bico.

-Não seja bobo Rony, com certeza não vieram para jantar.-disse Gina levantando-se e se encostando as costas de Hermione para olhar por cima de seu ombro.

-Vieram para que então?-perguntou Harry.

Gina e Hermione viraram os rostos para Harry como se o condenasse por perguntar algo tão evidente.

-O plano deve estar pronto, hoje será a primeira reunião de muitas.-falou Hermione voltando a observar o corredor vazio e escuro.

Passos rápidos começaram a soar do começo da escada, no térreo, Hermione e Gina se apressaram em voltar para suas posições iniciais sentadas na cama.

Gina sorriu de ansiedade enquanto esperava pela entrada de um dos membros da Ordem no quarto para chamá-los para irem até a cozinha.

Cada vez mais o barulho de botas grosseiras batendo nos degraus se aproximava. Finalmente a porta se abriu, uma mão negra tocava a porta...

-Srtas. Granger e Weasley?-disse uma voz tremula vinda de um homem baixo e gordo que usava pesadas roupas de pele e tinha um cabelo crespo e ralo cobrindo metade horizontal da cabeça. Suas sobrancelhas unidas franziram-se parecendo tentar captar as imagens a sua volta.-Srs. Potter e Weasley?

-Somos nós.-disse Hermione com determinação na voz.

-Faço parte da Ordem da Fênix. Estava trabalhando a favor dela nos Estados Unidas. Meu nome é Cole Steinberg.-disse o homem entrando no quarto sem permissão.

-O Senhor faz parte da Ordem?-perguntou Rony apontando com o indicador para o homem consideravelmente baixinho a sua frente.

Quase Gina soltava uma risada ao ver a diferença de altura entre Rony e o Sr. Steinberg, conteve-se a tempo ao ver um estranho facão instalado na sinta de coro do homem.

-Exatamente.

Rosnou Steinberg sem se intimidar.

-Mandaram-me vir chamá-los.-continuou ele.-Temos coisas importantes a tratar hoje.

Eles não hesitaram em obedecer. Desceram a escada atrás do pequeno homem de pouco mais de um metro e trinta centímetros chamado Cole Steinberg.

Aos poucos que se aproximavam do final da escada o rumorejo de vozes começou a soar fraquinho, mas todos já tinham certeza que vinham da cozinha.

-Estão aqui.-anunciou Steinberg ao descer o último degrau.

Na sala estavam Tonks com um estranho penteado cor verde limão ao lado de Olho-Tonto que sorria frouxo para o quarteto. Logo atrás vinham Quim Shacklebolt que era estranhamente familiar com o Sr. Steinberg, e ao lado, um pouco atrás estava um bruxo de queixo quadrado e chapéu cor de palha que era estranhamente familiar para Harry.

Moody mancou alguns passos até Harry e começou a puxá-lo pelo braço até a cozinha.

-Não faça perguntas, apenas ouça e concorde.-disse ele com a voz rouca em um sussurro.

Depois o empurrou para dentro da cozinha e deu a mesma informação a Gina, Hermione e Rony que apareceram ao lado de Harry sem entender o que haviam escutado nem o que estavam vendo.

A cozinha estava incrivelmente maior. Parecia um auditório, havia mais ou menos cem cadeiras enfileiradas e viradas para só um lado, a primeira fila ficava a uma distancia que aparentava ter quatro metros até a parede. Todas as cadeiras pareciam estar ocupadas, os bruxos conversavam entre si, bastante sérios, alguns tinham pergaminhos nas mãos.

O Sr. Weasley apareceu ao lado de Gina sorrindo com o rosto espantando da filha mais nova.

-Podem se sentar ali.-disse ele indicando quatro cadeiras vazias na terceira fileira.

Os quatro andaram devagar até a fileira e se sentaram completamente duros e mudos.

Após uma pequena espera de dez minutos cansativos, o Sr. Weasley andou calmamente até o pequeno palco improvisado, sacou a varinha e levou-a até a garganta.

-Silêncio, por favor!-pediu fazendo as cadeiras tremerem levemente com a altura da voz.

Todos se calaram...O Sr.Weasley abaixou a varinha dando um sorriso simpático de obrigada.

-Bem, como todos sabem estamos aqui devido algumas descobertas feitas que envolvem, como deve ser óbvio, Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado.

Algumas pessoas murmuraram ou balançaram as cabeças positivamente.

-Hoje, iremos colocar na mesa, todas as cartas. O Plano já está pronto, iremos necessitar apenas da astúcia de um de nossos membros para dar cabo a ele.-continuou o Sr. Weasley balançando-se sobre os calcanhares.

-Então quer dizer que o Plano já começou?-perguntou um brutamontes encostado na parede aos fundos.

-Já, Mathin.-declarou o Sr. Weasley dando um sorriso de alegria.-Alastor Moody está nesse exato momento no Beco Diagonal.

***

Moody estava começando e ficar arrependido de concordar em fazer a primeira parte do Plano. Sua perna doía e o calor estava insuportável.

Só aceitara fazer essa besteira por ter relações antigas com Borgin. Estava começando a se achar velho para agir como antigamente, pressioná-lo contra a parede e forçá-lo a dizer o que queria ouvir. Mesmo assim, achava maravilhoso sentir o gostinho de maltratar alguém por um propósito maior.

Mas o que lhe incomodava mais naquela hora eram os olhares que os humanos lhe lançavam ao passarem por ele. Deveria ter aparatado no Beco, pensou ele.

Faltava pouco até chegar a Travessa do Tranco, não queria ser percebido, mas sua aparência não lhe ajudava nem um pouco. Ao entrar no Caldeirão Furado tentou arrumar mais um pouco o chapéu coco ridículo que usava, olhou para todos os lados como de costume, para observar algo de incomum, nada. Parecia-lhe estranho tanta normalidade, mesmo assim decidiu concluir a sua tarefa e tentar voltar com todas as respostas necessárias antes do combinado.

Continuou puxando sua perna dolorida enquanto se desviava dos bruxos e bruxas apressados que passavam ao seu redor em todas as direções, com certeza loucos para chegar em casa o mais rápido possível.

Finalmente conseguiu ver a loja imunda de Borgin e tentou apressar mais os passos. Assim que o vendedor o viu pareceu ter recebido um choque, correu para a porta a fim de fechá-la antes que Moody entrasse, este por sua vez, sacou a varinha e apontou brutalmente para a fechadura que derreteu em questão de segundos.

Borgin cambaleou para trás sentindo seu sangue fluir por suas veias e seu coração bater com força em seu pomo-de-adão. Olhou assustado para o olho azul de Olho-Tonto-Moody que acabara de ser descoberto e que olhava para todas as direções, ficando branco e depois voltando a encará-lo. Sempre tivera a sensação de que ele podia ver até seus pensamentos, e por isso, sempre conseguia o que queria.

-Tentando se esconder Borgin?-a voz firme, porém tremula de um velho corajoso rompeu o silêncio da loja quando Moody entrou fazendo o sininho cantarolar alegremente.
-N-Não, Sr.Moody.-disse Borgin com a maior cara-de-pau que seu medo poderia produzir.

***

-Moody está velho para esse tipo de coisa!-gritou um homem albino as costas de Harry.

-Ele vai matar o homem!-disse um estranho homem com um tapa olho.

Estava uma completa bagunça no pequeno auditório. Sr. Weasley havia tentando dizer para o seu publico o que Moody estava fazendo na Travessa do Tranco, mas, infelizmente as pessoas não concordaram muito bem com a idéia.

-Ele é experiente Sr. Brait.-disse uma voz feminina conhecida.

Os bruxos que discutiam se calaram, Hermione olhou para a porta e uma senhora desgastada pelo tempo, mas com uma aparência firme que tinha a dois anos atrás. Minerva McGonagall acabara de entrar acompanhada de...

-Lupin.-sussurrou Hermione.

Não era o mesmo homem de algumas semanas atrás. Seu rosto parecia desfigurado, uma de suas mãos estava enfaixada e parecia mancar da perna esquerda. Tonks segurava sua mão boa em um gesto de carinho amoroso enquanto esperava McGonagall dizer mais alguma coisa.

-O que houve com ele?-perguntou Gina em um sussurro para Hermione que balançou a cabeça em resposta.

-Senhores, temos noticias não muito agradáveis para lhes dar.-disse McGonagall indicando a primeira fileira de cadeiras onde havia uma cadeira vazia na ponta para Lupin se sentar.

-Houve mais uma morte de um Comensal da Morte há três dias atrás.-continuou ela.

-Quem foi o desgraçado?-perguntou um velhote brandindo com a bengala.

-Severo Snape.-declarou McGonagall friamente.
O barulho recomeçou.
-Palas informações que recebi,-recomeçou ela com a voz mais alto fazendo evidente esforço para falar.-parece que Snape tentou ser mais esperto que Vocês-Sabem-Quem lhe roubando algo de extrema importância. Foi assassinado fugindo.

-Covarde.-murmurou o velhote.

-E o que ele estava tentando roubar?-perguntou Hermione já sabendo a resposta ignorando o aviso de Moody no começo da reunião.

-A chave, Srta.Granger.-disse McGonagall dando um sorriso sério, porém amigável para sua ex-aluna.

O barulho aumentou ainda mais em rumorejos de indignação. Aparentemente, todos haviam entendido o recado. Todo esse tempo, a chave estava com Voldemort.

***

-FALE HOMEM!-berrou Moody enquanto segurava firme a varinha em direção de Borgin que pendia de cabeça para baixo no ar chorando de medo.

O maior medo de Moody naquela hora era de ter o desprazer de ver um homem daquele tamanho se mijar de medo. Havia se prevenido antes de começar suas investidas de tortura, descera todas as persianas do local para impedir a visão de quem passava para o interior da loja, assim estava seguro com relação a denuncias de sua pequena tortura.

-Por favor, senhor, não me mate!-gemia Borgin vermelho e soado.

-Conte o que eu quero e pronto!-disse Moody um tanto calmo de mais.

-O Senhor não entendeu! Se contar irei morrer!

-Deixe de ser ignorante! Vai morrer de qualquer jeito!

-Ai meu Pai!

-Não adianta chamar por Deus que ele não via me impedir!-disse Moody.-Fale!-berrou sacudindo a varinha e fazendo Borgin ser sacudido junto com ela.

-Está bem, está bem!-gemeu Borgin.

-Finalmente, pensei que passaríamos uma eternidade nesse enrolamento!-murmurou Moody.-Como era a pessoa?

-Eu não a vi. Talvez um homem, mas seu cabelo era longo e loiro, bem loiro!-gemeu Borgin encolhendo-se.

-Como estava vestido?

-Com uma capa preta, o rosto era coberto por um gorro.

-Então como você viu o cabelo dele criatura?-perguntou Moody perdendo a paciência sacudindo a varinha.

-Caiu uma mecha! Caiu uma mecha!-gemeu Borgin com a voz tremula e roca.

-E a voz? Como era a voz?

-Era grave, e tremula também!

Com um baque surdo, Borgin caiu no chão e lá ficou, tremendo dos pés a cabeça como uma criança medrosa.

Moody já tinha certeza de que a chave estava com Lord Voldemort. Um comensal da Morte havia a roubado, e ele se chamava Lucio Malfoy.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.