A Monitoria
Sentaram em seus respectivos lugares na mesa da Grifinória, e esperaram a seleção dos alunos começar. Após alguns minutos de conversas e brincadeiras nas mesas, a Profª Macgonagall apareceu diante das enormes portas do salão Principal, trazendo uma fila de alunos visivelmente nervosos.
- Nossa, lembram quando foi com a gente? - comentou Neville.
- Era tudo tão... Maravilhoso! E pensar que é nosso último ano aqui... - suspirou Hermione, pensando no fato de estar vivendo seu último ano como estudante de Hogwarts.
- Eu ainda tenho mais um! Mas vai ser extremamente sem graça sem vocês aqui... - completou Gina.
- E eu vou sentir falta de você durante o ano! - sorriu Harry para Gina. - Será que eu terei permissão pra passar aqui nos fins de semana?
- Ah não, esse mela-cueca de novo não, poxa! - brincou Rony, fingindo estar enojado.
- É gente, façam juras de amor eterno preferencialmente à sós. - concluiu Hermione divertida, que até aquela hora estava observando a mesa da Sonserina. "É, está um pouco vazia mesmo." - pensara.
- Hem-hem. - pigarreou Dumbledore, com seus usuais oclinhos de meia-lua, refletindo seus olhos azuis acolhedores. - Eu sei que este ano vocês estão um pouco mais eufóricos do que o habitual, mas esses primeiranistas devem estar um pouquinho nervosos demais para ficarem esperando a vontade de vocês... - sorriu, aquele sorriso que tranquilizava qualquer um. E o Salão se calou, talvez esperassem pelo discurso de Dumbledore, mas a Profª McGonagall tomou a frente da mesa dos professores com o banco de três pernas, o Chapéu Seletor e umj pergaminho com os nomes dos alunos em mãos.
- É vai começar. - cochichou Rony. - Agora falta menos ainda pra comermos!
- Christine Anderson...
- Quieto Ron! - repreendeu Hermione. - Eu aqui pensando que este será a última cerimônia de seleção que veremos aqui, sentados nessas mesas e você preocupado com a comida!
- Grifinória!
- Ah, Mione! Não chateia vai! - respondeu ele, aplaudindo a garotinha loira que se juntava à mesa dos Grifinórios.
- Joel Clearwendsz...
- Ei, parem vocês dois! - interrompeu Neville.
- Sonserina! - um garotinho consideravelmente alto para sua idade e moreno
se acomodou na mesa da Sonserina.
- É vai Rony, vamos aproveitar nossa última cerimônia. - suspirou Hermione.
- Marillyn Weimberg...
- Acho que essa menina é irmã de um garoto da Corvinal... - comentou Simmas.
- Corvinal!
- É, acho que sim! - sorriram os outros ao verem a garotinha abraçando um garotoloiro da Corvinal.
E assim a seleção se prolongou, até que um último garotinho - que quase caíra na metade do percurso até a sua mesa - da Lufa-Lufa se acomodou entre os outros. Chegara o momento mais esperado de todos, o discurso do diretor. Até Rony, que já estava desesperado pra comer logo, parou de reclamar e começou a prestar atenção no velhinho dos oclinhos de meia-lua. Dumbledore se levantou da cadeira central da mesa dos professores, bateu algumas vezes em seu cálice com um talher e fez-se silêncio.
- Acredito que todos estejam esperando por uma explicação dos acontecimentos do último ano. Estou enganado? -todos os presentes balançaram a cabeça negativamente. - Ótimo. Como era do conhecimento de todos, Lord Voldemort - alguns tremeliques correram pelo salão - havia retornado há alguns anos atrás. Após a minha "morte" - e deu um leve sorriso -, que, é claro vou explicar agora, afinal, não gosto da idéia de rostos horrorizados me perguntando se eu não estou morto. - outro sorriso - várias coisas aconteceram.
Eu combinei com Severus uma maneira de parecer que eu havia morrido, para que ninguém - e olhou diretamente para Draco Malfoy dentre os sonserinos - fosse prejudicado, ou morto usando outras palavras. Após nossa ilustre encenação, eu me escondi e o Professor Snape teve que fugir para que não corresse o risco de ser trucidado, não que eu ache quetenham essa capacidade, por algum estudante exaltado - e agora olhou diretamente para Harry, com um leve sorriso. - Uma vez que já havia explicado ao único que destruiria Voldemort como fazê-lo, já não precisava arriscar tantas vidas para parecer vivo.
E durante o último ano, Harry Potter e seus amigos - todas as cabeças se voltaram pra a mesa da Grifinória - buscaram pelas partes perdidas de Voldemort, o que infelizmente nem eu nem nenhumdeles poderemos explicar-lhes. Trabalharam ardualmente durante boa parte do ano, e, finalmente conseguiram. Mas ainda faltava o mais difícil: destruir o próprio Voldemort. - vários tremeliques correram novamente pelo salão, todos escutavam o diretor atentamente, como se fossem crianças ouvindo uma historinha para dormir. - A Maldição Imperdoável perdoada. - e sorriu, divertido com o próprio comentário.
Em uma tarde de Fevereiro, Harry Potter invadiu a mansão dos Riddle, com ajuda de seus amigos e da Ordem da Fênix, que a esta hora todos já devem ter conhecimento do que é, e destruiu Lord Voldemort pessoalmente. Infelizmente, não sem perdas. Perdemos alguns de nosso aurores, portanto, antes dos aplausos eu gostaria de pedir um minuto de silêncio em consideração a Nymphadora Tonks, Quim Shacklebolt e Sirius Black, que perderam suas vidas na luta pela tão esperada derrota do mal. - ao ouvirem o nome de Sirius, múrmurios de indignação correram pelo salão, e visto que Harry já estava quase de pé berrando a todos sobre o padrinho,
Dumbledore completou sério - Sirius Black era inocente, até que provem o contrário. Ele nos ajudou durante a Guerra e cedeu-nos sua casa para a sede da Ordem. Agora por favor, façam silêncio. - E seguiu-se um minuto sem nenhum ruído. Quando este passou, Dumbledore quebrou o silêncio animado:
Uma salva de palmar àqueles que lutaram pela derrota de Voldemort! - urros e palmas invadiram o salão, todos estavam animados após esta explicação magnífica dos fatos, mas Dumbledore os interrompeu novamente batendo o seu garfo no cálice para que se fizesse silêncio. - Aos alunos do primeiro ano, que desconhecem as regras dea nossa escola, é terminantemente proibida a entrada de qualquer aluno na Floresta Proibida. Também épreciso avisar que as escadas se movem, portanto é necessário o máximo de cuidado ao andar por aí desacompanhado. O toque de recolher este ano é às onze horas, e é proibido andar pelos corredores durante a noite. O Sr. Filch, nosso zelador, e sua gata, se encarregaram das devidas punições àqueles que forem encontrados fora da cama em horário desapropriado. E como eu acredito que vocês estejam com muita fome, bom apetite! - e com uma palma, todas as mesas se encheram dos mais deliciosos pratos bruxos.
- Já não era sem tempo! - exclamou um Rony afobado, pegando todo o tipo de comida que lhe era alcançável.
- Ai Rony, só você mesmo! - riu Gina, que já estava delicadamente comendo o que havia posto no prato. - Ei, Harry, você quer um pouco do meu rosbife? - perguntou carinhosamente ao namorado.
- Huuum... Quero sim minha ruivinha... - respondeu daqueles jeitos melosos de namorados, enquanto Gina enchia o garfo de comida e levava até a boca dele.
- Merlin, dai-me paciência... - riu-se Hermione. - Vocês desse jeito me deixam com inveja, poxa! Eu quero um namorado também! - brincou, porém não percebeu que as orelhas de Rony passaram do pálido usual para um tom muito chamativo de escarlate.
- Ahhh mas nem tá tão difícil pra você arrumar um namorado, Mione! - disse Gina, olhando maliciosamente para Rony que fingia um interesse ridículo pelo seu suco de abóbora.
Hermione percebera a indireta quanto a ela e Rony e corara um pouco. Ela já desconfiava um pouco dos sentimentos do rapaz quanto a ela, mas se sentia incomodada quando alguém tentava de alguma maneira demonstrar-lhe isso. "Eles não têm nada que se meterem na minha vida, se eu quiser ou não namorar o Rony é um problema meu, saco! Mas dá dó de pensar que eu só o vejo como um amigo e..." mas foi tirada de seu devaneio pelo surgimento das sobremesas, que pareciam realmente saborosas.
- Oba! Pudim de carne! O meu preferido! - exclamara Neville, que até aquela hora estivera comendo silenciosamente, após comentar alguma coisa sobre comer mais devagar e prestando atenção na comida porque se comer depressa corre o risco de engordar de novo e a avó dele o mataria se depois de tanto tempo para emagrecer ele cagasse tudo.
- E o regime, Neville? - advertira Simmas, enquanto Rony dilacerava o pedaço gigantesco de pudim que havia escolhido, e Harry e Gina trocavam beijinhos singelos.
- Já te disse que em comemorações eu tô liberado, droga! Se você ficar seguindo o que a minha vó pediu ao pé da letra eu juro que te enfeitiço! - respondeu um pouco bravo, mas sorrira depois de ver que todos estavam rindo divertidos do comentário.
- Só o Neville mesmo! - ria-se Hermione, sem perceber um olhar que acabara de recair sobre ela.
~*~
Alguns minutos antes, mais exatamente durante discurso de Dumbledore, na mesa da Sonserina...
"Ele não citou a perda do meu pai. Ah, é claro, esqueci que esse velho caduco só fala das perdas significativas pra ele... Draco, idiota, você esperava que ele lamentasse a perdade um Comensal da Morte? O pior de todos, Lúcio Malfoy, pra falara verdade né... É claro que não! E ainda fica elogiando o Potter... Aquela bicha que todos gostam por causa daquela porcaria de cicatriz... Grande merda! Vou fazer uma cicatriz em mim e quem sabe ganho uma Ordem de Merlin! Primeira classe ainda hein? Saco! Para de pensar naquele idiota, é só isso que você sabe fazer? Morrer de inveja de um retardado só porque ele tem amigos e você não? Você é um Sonserino! Não precisa de ninguém! E porque diabos eu to dando ordens pra mim mesmo? Que besteira! Ainda bem que essa comida apareceu agora, chegou em bom momento! Humpft..."
- Ei, Draco, onde estão os outros setimanistas? (N/A: é assim? eu pensei em septanistas... Mas eu vou deixar assim que fica mais fácil de escrever!) - perguntou uma garota morena se aproximando de Draco, até que atraente, do sexto ano da Sonserina.
- Eles não voltaram pra escola esse ano, Crosgrove. - respondeu no mesmo tom frio que usaria para qualquer outra pessoa que o interrompesse durante a refeição. - Achei que você soubesse. - concluiu, sem emoção.
- Eu realmente não sabia, Draco, desculpe... Você quer companhia? - perguntou Myrian Crosgrove, um tanto sem graça depois de tê-lo interrompido.
- Ah, pode ficar por aqui. - respondeu Draco, esboçando um sorriso que não soou nem um pouco verdadeiro.
- Você parece magoado! Eu posso saber o que aconteceu?
- Não, não pode saber o que aconteceu, porque não aconteceu nada, e eu mudei de idéia, não quero você do meu lado. - respondeu irritado, não ligando o fato de estar sendo grosso. "Que menina intrometida, eu deixei ela sentar aqui e ela fica querendo saber detalhes da minha vida! Se fuder!"
Os olhos da menina se encheram de lágrimas, ela olhou pro garoto, que parecia indiferente a sua reação e saiu correndo de volta pr lugarde onde viera.
"Era só o que faltava! Menina insuportável!"
Parou um pouco e observou que agora as sobremesas surgiam em cima da mesa, e vários alunos que estavam próximos a ele avançavam para elas como se nunca tivessem visto comida na vida.
"Parecem com o Weasley... Tsc tsc tsc, que vergonha. Por falar em Weasley porque aqueles grifibobos idiotas riem tanto? Ah, danem-se, não me importo. Caramba que diferentes... Todos mudaram! Porque diabos aquela bicha da cicatriz tinha que crescer também? Só porque eu cresci! Saco! Ei ele tá namorando a caçula Weasley... Também já não era sem tempo, apaixonada por ele desde que viu aquela cara de bunda pela primeira vez! E puta que pariu, como aquele ruivo idiota conseguiu crescer mais! E não sai de perto da Granger... Até eu já reparei em como ele olha pra ela, como é lerda... E bonita... Hey, Malfoy acorda! Alguém pôs uísque de fogo no meu suco de abóbora, não é possível! Como eu to falando que aquela Granger é bonita? Olha o cabelo dela! Nossa, o que aconteceu com aquele bombril que era o cabelo dela? Ah chega, é melhor eu sair dessa mesa logo!"
~*~
Depois que os risos cessaram na mesa da Grifinória, Hermione reparou que um louro - por acaso seu par de monitoria - se retirava da mesa da Sonserina irritado e seguia pelas portas do Salão Principal.
- Ei, o que deu no Malfoy? - perguntou Harry, para alívio de Hermione, que estava receando perguntar o mesmo.
- Deve ser algumas daquelas crises patéticas de meninos mimados, dane-se ele! - caçoou Rony.
- É mas ele tem que levar o sonserinos pros quartos... - continuou Hermione com um pouco de medo de Rony.
- Vai atrás dele então Hermione - respondeu calmamente Rony, pra surpresa de todos - Protetora dos frascos e comprimidos... - e se matou de rir da própria piada, que pareceu muito sem graça.
- Ele endoidou? - ela pareceu incrédula com o que acabara de ouvir, e Gina começou a rir da babaquice do irmão. - Ah, eu vou indo, não quero trabalhar sozinha essa noite! Vejo vocês na torre! - e saiu da mesa também em direção ao mesmo lugar em que o louro havia saído alguns minutos antes.
"Que será que aconteceu?" - chegou ao saguão logo em frente ao Salão Principal - "Pra onde eu iria se eu fosse um louro aguado irritado? Tá eu não faço a menor idéia! Acho que vou pro jardim procurar por ele... Tá calor hoje!" - e seguiu para fora do castelo, tomando primeiro a direção das estufas. "Ai ai... Tá tão gostoso aqui fora... Esse ventinho!" - e começou a observar as estrelas.
- Ai! - Hermione trombara em alguma coisa maior que ela. - Ei Malfoy!
- Olha por onde anda, Granger! - disse mal-educado. - O que você tá fazendo aqui fora?
- Não é da sua conta! Droga! - respondeu com raiva. "Eu to aqui pra procurar esse merda e ele é mal-educado assim comigo?" - E o que você tá fazendo aqui fora? Tá querendo fugir da monitoria é? - disse sarcasticamente.
- Ahh não te interessa sua intrometida! Como você quer que eu não fuja, se eu tenho que monitorar com você? - disse fingindo-se de enojado.
- Ai eu te odeio Malfoy! Como eu te odeio! - esbravejou a garota, fazendo Malfoy esboçar um sorriso vitorioso.
- Sabia que você ia ficar nervosinha, idiota! Você achou mesmo que um Malfoy ia fugir desse jeito? - caçoou o louro - Acorda então! Eu só queria pegar um ar! E aposto que você tava me procurando... Né? - Hermione corara um pouco e gaguejou por um momento, arrancando outro sorriso desdenhoso de Draco.
- É claro, ou você achou mesmo que eu ia monitorar o sétimo andar sozinha? Por favor, né! - disse, fingindo-se de convicta, mas na verdade sabia que não fora exatamente por isso que havia ido atrás do louro.
- Ahh sei Granger, tô acreditando. - caçoou Draco. - Bonito o céu não é?
- É. - respondeu Hermione um pouco irritada. - Eu já vou, te espero em frente à Sala Precisa no sétimo andar às onze horas.
- Ei, eu sou o macho aqui Granger! Eu estipulo o lugar e a hora, certo? - caçoou Draco mais uma vez, deixando Hermione nervosa.
- Tá, machão, onde e que horas então? - perguntou sem paciência, que vontade de mandar ele tomar naquele lugarzinho lá.
- Às onze horas, em frente a Sala Precisa. E não se fala mais nisso. - riu desdenhosamente ao ver a cara de Hermione mais vermelha que o cabelo de todos os Weasley juntos.
- Ah, ferre-se. - bufou Hermione e seguiu em direção à entrada do castelo. "Como alguém pode ser tão insuportável desse jeito?"
"Ahh tô começando a gostar da idéia de monitorar com essa menina! Estouradinha do jeito que é, vai ser divertido!"
E o louro sentou por ali mesmo, resolveu que até as onze ficaria observando as estrelas. "Não tenho nada melhor pra fazer mesmo..."
~*~
Enquanto isso, na Torre da Grifinória...
- Ei Harry, dá pra você largar a minha irmã um pouco e vir aqui falar comigo? - perguntou Rony mal-humorado.
- Ah Rony, que merda! - bufara Gina, quando Harry se afastou dela e sentou ao lado de Rony.
- Fica quietinha Gina, eu preciso falar com ele! - e agora virou-se para o garoto moreno, cochichando de uma maneira que só ele escutasse - Você não acha que a Mione tá demorando demais?
- Ahh então é isso? Desencana Rony, ela sabe se cuidar sozinha! Daqui a pouco ela aparece por aí, não acredito que você tá bravo por causa disso... - disse Harry, incrédulo coma preocupação exagerada de Rony.
- Mas esse não é problema, Harry! O problema é o Malfoy, ela foi atrás dele, esqueceu? - quem estava incrédulo agora era Rony, com a indiferença do amigo.
- Ah é ciúmes então? - caçoou Harry, deixando Rony um pouco nervoso.
- Cala a boca! Eu vou atrás dela! - e se levantou do sofá se dirigindo ao retrato, deixando Harry um pouco intrigado.
- Espero que você encontre ela logo então, já que isso te deixa tão nervosinho! - berrou, no momento em que o retrato virou e Hermione entrou, um tanto estressada.
- Mione, que bom que tá tudo bem! - disse Rony, aliviado.
- E por que não estaria, Rony? - perguntou Hermione, um tanto curiosa pra saber porque os dois estavam 'brigando'e porque Rony parecera tão feliz em vê-la.
- Ele tava achando que o Malfoy ia te violentar, né Rony? - disse Harry, descontraído, enquanto as orelhas de Rony ficavam um pouco vermelhas.
- Não foi bem isso! Eu só achei que você tava demorando, e como foi atrás do Malfoy, poderia ter acontecido alguma coisa... - respondeu Rony um pouco envergonhado.
- Ahh calma Ron, tá tudo bem comigo! - sorriu a garota, sentando em uma poltrona. - Ele só me encheu um pouco o saco, mas nem me xingou se vocês querem saber.
- É bom mesmo que não! - disse Harry, voltando pra sua Gina que o esperava contente em um sofá próximo.
- Onde ele tava? - perguntou Rony, já tranquilo, sentando em uma das poltronas.
- Tava lá perto das estufas, olhando o céu. - respondeu indiferente. - Ei, Rony, vamos jogar uma partida de xadrez até dar onze horas?
- Huum, vamos! Já que esses dois aí não vão se separar tão cedo mesmo... - sorriu apontando Harry e Gina, que se encontravam embolados no sofá onde Gina estivera antes.
Rony e Hermione sentaram em um mesa próxima aos pombinhos, e jogaram algumas partidas de xadrez, até que o relógio mostrou que já faltavam vinte minutos para as onze horas.
- Rony, acho que já vou indo... O sétimo andar é um pouco longe! - sorriu Hermione, ao ver a cara do garoto de "Já vai?".
- Hum... Tudo bem. Posso te acompanhar? - se convidara, empolgado com a idéia.
- Se fosse outro dia eu não deixaria, sabe, já que quando você estiver voltando pra cá já serão mais de onze horas e você corre o risco de pegar um detenção, mas como hoje eu estou muito legal e compreensiva... Pode sim! - sorrira ao ver o sorriso de orelha a orelha que acabara de surgir na face de Rony. - Vamos então! - e puxou o garoto em direção ao retrato.
- Obrigado Mione, por me deixar vir com você... - dizia Rony sem graça enquanto subiam alguns lances de escada.
- Ah Rony, imagina... Eu sei o quanto é ruim ficar assistindo casais juntos e não poder fazer nada. - e lançou um olhar de "Viu como é bom?" ao amigo, que percebeu e corou levemente.
- Isso foi há quase dois anos, Mione! Por favor, né? - respondeu um pouco envergonhado.
- Eu sei, só tô brincando... - sorriu a garota ao ver que o rapaz se sentira envergonhado com o fato.
- Que casal mais atraente! - uma voz arrastada e irritante muito conhecida surgira de algum lugar no fim do corredor. - Fuinha e Granger cabelo ruim! - caçoou Draco, mesmo um pouco intrigado com o fato do cabelo da garota já não ser tão ruim.
- Cala a boca Malfoy! - esbravejou Hermione. - Já vai começar?
- Calma Mione, eu já vou indo, antes que dê onze horas... A gente se vê mais tarde... - disse Rony, aparentemente tentando se controlar para não se jogar em cima do outro rapaz.
- É Weasley, se eu quisesse te dava uma detenção agora! - rira desdenhosamente Draco, enquanto Rony desaparecia no fim docorredor.
- É Malfoy, mas você não vai fazer isso. - disse Hermione, um tanto bravia.
- Quem vai me impedir?
- Eu vou te impedir idiota! Eu também sou monitora! - "Como ele pode ser tão insuportável?"
- E você acha que alguém vai acreditar na sua desculpa esfarrapada se eu dedurar ele? - desdenhou com um sorriso vitorioso.
- Eu posso dizer que eu pedi pra que ele me acompanhasse, e que não deu tempo de ele retornar para a torre antes das onze. Portanto seria minha culpa e ele não levaria nenhum detenção. - concluiu, admirada com a própria capacidade de pensar em algo tão rápido.
- Ahh sabia que vocês tavam namorando... Levar a culpa no lugar do namorado é muito romântico! - "E porque eu não tô me sentindo bem com isso?" - Ele sempre foi apaixonado por você, não é Granger? - fingira um sorrisinho malicioso.
- Nós não estamos namorando Malfoy, e mesmo se estivéssemos, não seria da sua conta! - respondeu um tanto brava.
- Sei... - "E porque diabos eu tô aliviado agora, caramba?" - Pra que lado você vai essa noite, Granger? - tentara mudar de assunto antes que ela precebesse que ele estava confuso.
- Eu vou pra lá. - disse apontando para a direita. - Parece menos sombrio.
- Tá com medinho é? - caçoou o louro.
- Não tô não, Malfoy! - "Porque diabos eu tinha que ficar vermelha justo agora?"
- Ahhh tá sim! - caçoou de novo - Acho que vou indo pra lá, Granger - disse apontando pra esquerda. - E cuidado com o bicho papão! - seguiu o corredor da esquerda, rindo desdenhosamente do medo da castanha.
"Saco, só esse idiota mesmo..." - pensou seguindo o corredor que levava a direitado sétimo andar - "E pensar que eu vou ter que aturar ele durante o ano todo... Ah não, não quero nem pensar!" - andou durante algum tempo, até que chegou a um lugar onde não havia luzsuficiente para enxergar um palmo depois do nariz -"É melhor eu iluminar um pouco esse lugar, ele me dá arrepios."
- Lumus! - murmurou Hermione, em meio à escuridão do corredor. - Não tem ninguém por aqui, acho que vou voltar pra... Ahhhhhhhhhhhhhhh! - gritou assustada quando se virou e deu de cara com o que pareceu pra ela um monstro negro gigante.
- Sabia que você ia assustar! - ria Draco gostosamente enquanto jogava o pano preto no chão: ele tinha colocado a capa do uniforme na cabeça.
- Seu maldito! Eu quase infartei! - esbravejou Hermione, recuperando o ar que havia perdido pelo susto. - E porque você não tá monitorando o seu lado hein Malfoy? - "Merlin, ele devia rir assim mais vezes... Ei! O que eu tô pensando! Deve ser por causa do susto... Só pode ser por causa do susto..."
- Ahh porque não tinha ninguém por lá, daí eu resolvi tirar uma com a sua cara feia, Granger!Se bem que você fica apresentável quando se assusta... - sorrira maliciosamente.
- Cala a boca, idiota!- gritara Hermione. "Porque diabos eu fico vermelha tão fácil? Saco!"
- Olha elatá vermelhinha... Ficou com vergonha, foi? - caçoava Draco, enquanto Hermione bufava nervosa. "Adoro quando ela fica nervosa... Er... Adoro quando qualquer uma fica nervosa, é isso!"
- Eu não vou ficar aqui ouvindo desaforos seus! E nosso horário demonitoria já acabou! Passar bem idiota! - quando terminou a frase, Hermione virou emburrada para seguir em direção à torre da Grifinória, mas deu de cara com outra coisa maior que ela. "Eu não vou gritar dessa vez..."
- Que bom que você percebeu que o horário de vocês acabou Srta. Granger. Mas seria melhor sea senhoritativesse percebido isso há vinte minutos atrás. - era Severus Snape, com seu usual tom seco e arrogante, mas que agora tinha um pingo de gozação. - Vocês estão fazendo muito barulho por aqui.
- Er... Desculpe Professor, eu realmente... - tentara se desculpar Hermione, mas fora interrompida por Draco:
- Ela não tem culpa nenhuma Professor, eu fiquei aqui irritando ela e ela perdeu a noção da hora. - "Eu falei isso? Falei mesmo?"
Hermione se assustara um pouco com o que acabara de ouvir, mas não parecia mais impressionada que Snape.
- Querendo defender a Granger, Malfoy? - perguntou desdenhosamente - Muito curioso da sua parte.
- Eu não estou defendo essa aí. - respondeu apontando Hermionefingindo-se enojado - Só estava contando a verdade, o Senhor sabe que eu não gosto de mentir. - e como um grand finale, soltou aquele sorrisinho irritante que fez Snape crispar os lábios.
- Ah, claro. Detenção para os dois, amanhã na minha sala às nove da noite. - e sorriu maliciosamente para Draco, mostrando-lhe que o grand finale era dele e não do rapaz.- Voltem para suas camas, agora. - e seguiuem frente ocorredor, deixando umDraco furioso e uma Hermione um tanto confusa.
- Ei, porque você mentiu? - perguntou a garota.
- Eu não menti Granger.- respondeu friamente, demostrando que não queria mais conversa.
- Então porque você disse a verdade ao invés de se safar? - insistiu Hermione, estava um tanto curiosa para saber porque o louro que sempre odiara tinha defendido ela, pela segunda vez no dia.
- Porque sim, merda! Não ia adiantar eu mentir pra ele... Ele não gosta mais de mim tanto quanto fingia gostar, Granger. Agora vai dormir antes que a gentearranje mais problemas! - disse nervoso, virando as costas e seguindo em direção às masmorras.
- Tchau pra você também. - murmurara Hermione, que virou para o outro lado e seguiu em direção à torre da Grifinória.
"Porque ele tinha que estar tão diferente do normal? Ele sempre foi um bosta que nunca se importou com ninguém que não fosse ele mesmo e agora me defende pela segunda vez ao dia, sem ao menos me xingar! Isso tá muito estranho, eu quero saber exatamente o que tá acontecendo! Não é saudável ficar pensando no Malfoy e no entanto ele não sai da minha cabeça, droga... Odeio ele!"
"Porque diabos eu fui defender a Granger? Podia ter me livrado da detenção! Mas se bem que vai ser divertido ser detido com ela... Ei de novo não! Eu tô ficando louco, nunca me importei com ela e nem vou me importar agora! Ela é amiga do Potty, ela é amiga do Potty, ela é amiga do Potty, faça disso um mantra... Odeio essa menina!"
E ambos seguiram para suas respectivas salas comunais, loucos de sono, em busca de uma cama aconchegante e de uma noite de sono tranquila para que pudessem sobreviver ao dia seguinte.
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