Da moto ás explosões marotas
Capítulo 10 - Da moto às explosões marotas
Sirius olhou desolado para o estado caótico da cozinha. Até conseguira fritar alguns ovos na noite anterior, mas quando tentara repetir o cardápio no café da manhã, sua comida decidiu não se despregar da frigideira. Para completar, as salsichas que colocara para ferver em seu caldeirão (que por acaso, era o mesmo que ele usava nas aulas de poções) haviam saltado para o chão e começado a dançar, só parando depois de muitos feitiços que haviam quebrado metade dos pratos ao fazer o armário cair e virado o fogão de cabeça para baixo.
- Sirius, cheguei!
A voz de Lílian veio da sala. O rapaz virou-se para a porta pela qual, a qualquer momento, a ruiva passaria, e depois para a cozinha, onde uma última salsicha ainda saltitava, sobrevivendo a "carnificina". Ele fechou os olhos, esperando pela bronca que certamente viria.
- Cara, quando a Lily falou que você era um desastre, eu não imaginei tanto...
Sirius abriu os olhos, encontrando Tiago parado junto ao umbral da porta. Lílian apareceu por trás do moreno e observou a cozinha com um sorriso resignado. Meneando a cabeça, ela retirou a varinha do bolso.
- Reparo.
O fogão voltou a posição normal, esmagando a última salsicha dançarina, assim como o armário e os pratos. Mas a sujeira, infelizmente, não desapareceu.
- Vocês dois, pra sala. Eu arrumo isso e faço um café-da-manhã decente. - ela sorriu para o amigo - A propósito, Sirius, bom dia.
O maroto assentiu e voltou-se para Tiago. Os dois caminharam para a sala.
- Então... você veio com a Lílian? - Sirius perguntou, incerto por onde começar.
- Ela me convenceu a me arriscar aparecer.
- Hum... a propósito, feliz aniversário.
- Obrigado.
Os dois ficaram em silêncio por alguns instantes, ouvindo o barulho de pratos e panelas que vinha da cozinha e Lílian cantarolando alguma música trouxa. Eles tinham se sentado no sofá e Tiago ergueu os olhos para a lareira. Sobre ela, havia um pequeno nicho cheio de fotos, a maioria dos marotos juntos.
- Escuta, Sirius... Eu sinto muito por ter sido tão... tão... tão...
- Prepotente? Arrogante? Desprezível? Estúpido?
- Obrigada pela ajuda, minha querida Lily.
- De nada. - a ruiva respondeu, empurrando dois pratos na mesa de centro e sentando-se numa cadeira próxima a eles - A propósito, eu não sou sua, muito menos "querida Lily".
Sirius riu.
- Vocês já vão começar tão cedo?
- Na verdade, essa discussão está se arrastando desde as três da madrugada. - Lílian respondeu, esfregando os olhos.
- Vocês passaram a noite juntos?!
Foi a vez de Tiago rir.
- Com direito a chicotes e algemas.
- POTTER! Não distorça as coisas! - a ruiva virou-se para Sirius - Essa coisa invadiu meu quarto quando eu estava dormindo e me acordou para "conversar". Conversar sobre você.
Sirius sorriu, seguido de Tiago.
- Você teve coragem de enfrentar essa fera por minha causa?
- Bem, sabe como é, a vida sem você é um tédio...
- Dá um abraço aqui, Pontas, amigão!
- É isso aí, Almofadinhas.
Os dois se abraçaram, dando fortes tapas nas costas um do outro, enquanto Lílian tentava desesperadamente se manter séria.
- Mas, vem cá, Pontas, nem pra acordar a Bela Adormecida você deu um beijinho?
- Almofadinhas, velho amigo, eu bem que tentei, mas ela me estapeou dormindo.
Sirius virou-se para Lílian, que tinha uma sobrancelha erguida. Quer dizer que Tiago tentara se aproveitar quando ela estava dormindo?
- Lily! Porque você bateu no meu pobre amiguinho?
- Eu estava dormindo, Sirius. - ela respondeu, bocejando.
- Quer dizer que agora que você está acordada, se eu fosse te beijar, você não me daria um tapa? - perguntou Tiago, aproximando-se perigosamente.
- Não, Potter, eu não daria um tapa. Eu daria uma joelhada no meio das suas pernas. - ela se espreguiçou, não se importanto com a caret de dor que os dois haviam feito, e levantou-se - Bem, agora que vocês já se entenderam, eu vou voltar pra casa. Preciso urgentemente matar o sono.
- Lily? - Sirius a chamou antes que ela aparatasse.
- Pois não?
- Ontem foi aniversário do Pontas e a gente nem pode comemorar a altura. Você aceita sair com a gente para aquela discoteca que você me mostrou ontem?
- Almofadinhas, não precisa... - Tiago começou, mas foi cortado por Lílian.
- Eu adoraria.
O sorriso de Tiago poderia ter iluminado a casa se fosse noite.
- Então, até de noite. - Sirius se despediu, tentando não rir da cara de bobo do amigo.
Ela assentiu e desapareceu. Sirius e Tiago se entreolharam, sorrindo.
- Agora, primeiro vamos a sua casa, pegar sua mala para você passar o restante das férias aqui. E depois vamos ao Beco Diagonal. Há uma coisinha lá que eu estou querendo comprar.
- Sirius, antes de a gente ir... Você não está ainda nem um pouco bravo comigo?
- Não, Tiago. Na verdade, eu nunca fiquei com raiva de você. Exceto talvez por ontem. Mas agora já passou.
Tiago sorriu e eles aparataram.
*****
Lílian olhou com atenção para as roupas na gaveta. A discoteca em que iriam era muito antiga, famosa entre os trouxas, e bem perto do prédio em que Susan morava. Quando ela decrevera como era a noite num lugar daqueles, ele ficara com um típico olhar maroto e ela adivinhara, assim que ele falara em comemoração, que ele queria ir para aquele lugar.
Finalmente ela escolheu uma roupa. Embora brigasse consigo mesma por isso, ela queria estar realmente bonita aquela noite. A ruiva desenrolou a toalha, deixando os cabelos molhados caírem sobre a pele sedosa enquanto vestia uma calça negra justa, junto com um top e um casaco de crepe transparente, também negros.
Ela olhou para o imenso estojo de maquiagem que ganhara de Selene alguns natais passados. Nunca pensara que ia usar aquele presente, já que não gostava de maquiagem. Bem, sempre há uma primeira vez pra tudo... Ela acabou de se arrumar e secou o cabelo. Só faltava calçar as botas quando a campainha tocou.
- Já vai.
A garota tirou uma franja de cima dos olhos e abriu a porta. Sirius e Tiago estavam lá fora e arregalaram os olhos ao ver a garota. Eles estavam vestidos quase idênticos, exceto pela cor das camisas que ambos envergavam: Sirius de azul e Tiago de verde escuro.
- Poxa, Lily, hoje você se esmerou... - Sirius observou, enquanto entrava.
- Obrigada. Esperem só um instantinho que eu vou me calçar.
Ela voltou a sumir e os dois entreolharam-se. Tiago sempre achara a ruiva bonita, mas nunca a vira tão... maravilhosa. Ela tinha deixado os cabelos vermelhos soltos, emoldurando o rosto de menina, onde os olhos verdes estavam sombreados de negro e os lábios brilhavam, vermelhos. O som de passos voltou a se aproximar e ela abriu a porta.
- Vamos?
Os dois assentiram e eles desceram as escadas do pequeno prédio. Quando chegaram na rua, Lílian estancou ao ver que os dois rapazes caminhavam para uma enorme moto reluzente.
- O que foi, Lily?
- Nós vamos nisso aí? - ela perguntou, levemente temerosa.
- É linda, não? - Sirius perguntou com um sorriso - Comprei hoje à tarde.
A ruiva permaneceu extática e depois suspirou.
- Será que eu não posso ir a pé? A discoteca é pertinho. Quer dizer, não vamos caber os três aí e...
- Claro que cabe! - Tiago puxou Lílian, fazendo-a montar na moto entre ele e Sirius.
Antes que a ruiva pudesse reagir, Sirius ligou a moto e eles partiram. Cinco minutos depois estavam diante da discoteca, de onde vinha o som de música animada. Lílian desmontou levemente tonta e, sem perceber, amparou-se em Tiago.
Ela só foi se aprumar quando chegaram lá dentro. Uma banda tocava alegremente no palco e muita gente dançava na pista escassamente iluminada. Os três se sentaram numa mesa e pouco depois um garçom já os tinha servido.
Lílian experimentou o vinho que os garotos haviam pedido. Era fraca para bebidas, não podia exagerar. Ela observou os dois rapazes conversando enquanto olhavam para a pista de dança.
Sirius foi o primeiro a convidá-la. Quando voltou, engoliu uma taça de vinho e pouco depois estava de volta à pista, dessa vez com Tiago.
As músicas eram bem rápidas, e ela dançou mais duas com Tiago e depois, mais uma com Sirius, antes de finalmente se sentar, sem fôlego. Não tinha muito tempo que ela estava na mesa, quando começou a tocar uma música lenta. Sirius, quase que imediatamente, saiu da mesa, arranjando um par.
I stand at your gate and the song that that I sing
(Eu fiquei em seu portão e a canção que eu cantei)
Is of moonlight
(foi sobre o luar)
I stand and I wait for the touch of your hand in the June night
(Eu fiquei e esperei pelo toque da sua mão nessa noite de Junho)
The roses are sighing a Moonlight Serenade
(as rosas estão suspirando uma serenata ao luar)
- Lílian? Você aceita dançar?
A ruiva, já um pouquinho tonta pelo vinho, levantou-se imediatamente.
- Claro.
Tiago a levou até a pista de dança, enlaçando-a pela cintura e Lílian abraçou o pescoço dele, notando vagamente que nunca estivera tão próxima do rapaz.
The stars are aglow and tonight how their light sets me dreaming
(As estrelas estão incandescentes e essa noite a luz delas me faz sonhar)
My love, do you know that your eyes are like stars brightly beaming?
(Meu amor, você sabe que os seus olhos são como estrelas brilhantes sorrindo?)
I bring you and sing you a Moonlight Serenade
(Eu conduzo você e canto uma serenata ao luar)
Tiago nunca gostara tanto de uma comemoração de aniversário. A garota acabara de encostar a linda cabecinha em seu ombro e ele podia sentir o cheiro suave de lavanda que vinha do corpo dela. Ela cantava baixinho, acompanhando a banda. Se pudesse, ele enfeitiçaria os músicos para que eles tocassem eternamente.
Let us stray till break of day in love´s valley of dreams
(Vamos vagar até o fim do dia no vale dos sonhos do amor)
Just you and I, a summer sky, a heavenly breeze kissing the trees
(Apenas você e eu, um céu de verão, uma brisa do paraíso beijando as árvores)
So don´t let me wait, come to me tenderly in the June night
(Então, não me deixe esperando, venha para mim suavemente nessa noite de Junho)
O sax começou a tocar um solo e Lílian sentiu que, se aquela música não terminasse, acabaria por fazer uma besteira. Embora a sensação de estar tão perto de Tiago a fizesse sentir arrepios, ainda não tinha certeza se realmente gostava dele. Se caísse agora, sabe-se lá o que poderia acontecer. Tinha que suportar só mais um pouco a vontade louca que estava lhe dando de dar um beijo no rapaz.
I stand at your gate and I sing you a song in the moonlight,
(Eu fiquei em seu portão e eu cantei uma canção ao luar)
A love song, my darling, a Moonlight Serenade
(Uma canção de amor, minha querida, uma serenata ao luar)
Sirius observou Tiago e Lílian dançando. Se eles não se acertassem dessa vez, ele ia ter que começar a interferir. Por sorte ainda tinha quase um mês de férias para manter os dois juntos...
Tiago estava se perguntando se era tormento ou benção tê-la tão perto e não poder fazer nada. A garota, embora tonta pelo vinho que tinha tomado, tinha plena consciência do que estava fazendo a das reações que provocava no garoto quando a pele do rosto dela roçava no pescoço dele. Se não o afastasse, ou ela ou ele fariam uma besteira.
- Tiago?
- Sim, Lily? - ele repondeu meio rouco, junto a orelha dela.
Ela tremeu imperceptivelmente. Era melhor acabar logo com aquilo.
- Eu estou cansada. Me leva de volta pra mesa.
O rapaz assentiu, embora obviamente decepcionado. Lílian respirou fundo quando se sentou, tentando organizar seus pensamentos, enquanto Tiago entornava a garrafa de vinho no copo dele.
- Só mais um pouco... - ela sussurrou para si mesma - Eu só preciso de um pouco mais de tempo...
A música estava alta o suficiente para que Tiago não escutasse o que ela falara. E também, ele estava pouco se importando. O que ele fizera de errado daquela vez? Pouco depois a música finalmente acabou e Sirius voltou para a mesa, olhando os amigos, surpreso.
- Porque pararam de dançar?
- Eu estou cansada, Sirius. Preciso parar um pouco.
O moreno assentiu, contrafeito. Ainda não seria daquela vez. À música lenta se sucedeu uma mais rápida e Tiago levantou-se, completamente tonto. Lílian não notou que as três garrafas de vinho que estavam na mesa tinha se esvaziado, até o maroto agarrar a primeira garota que apareceu pela frente e começar a dançar. Sirius riu ao ver a cara da ruiva.
- Está com ciúmes agora, Lily?
- Não, Sirius. - Lílian virou-se para ele - Aquele patife está bêbado.
Ela apontou para as garrafas e Sirius balançou a cabeça contrariado.
- Você sabe que isso é sua culpa, né? Porque arrastou ele de volta pra mesa quando ele tinha o momento mais sublime da vida dele? Lily, o Pontas realmente gosta de você.
- Você já se perguntou se eu gosto dele também? Além disso, eu não quero me machucar, nem machucar ele.
- Se você continuar pensando assim, vai acabar ficando para tia... Vamos lá, Lily, onde está seu espírito de grifinória?
- Não é tão simples, Sirius. Eu queria que a gente pudesse mandar no coração. "Ame sicrano, odeie fulano..." Seria muito mais simples. Pelo menos eu não estaria tão confusa.
- Ahá! Se você está confusa, então é porque também sente alguma coisa pelo Tiago! Fala sério, Lily, se a gente pudesse mandar no coração, a vida não teria nenhuma graça. O que seria de mim sem as explosões da Camille, por exemplo?
- Certo, seria muito tedioso... - a ruiva observou, sorrindo, enquanto seus olhos seguiam Tiago pelo salão.
- Bem, o amor não é real. É ilógico.
- E teimoso. Além de burro, burro, burro.
Sirius segurou-se para não gargalhar da garota. Sem perceber ela acabara de lhe dar a certeza que ela gostava do amigo. Ele acompanhou o olhar dela, e viu Tiago cercado de garotas. Se não tirasse ele de lá, o maroto ia fazer uma besteira e atrairia a fúria de Lílian, que, embora não quisesse admitir, estava se mordendo de ciúme.
- Sabe, eu odeio quando estou com uma conversa com algum nível. É muito chata.
- E o que você quer? Baixar o nível?
- Não. Acho melhor a gente recolher o Tiago antes que ele faça alguma besteira.
A ruiva assentiu e eles se levantaram, deixando algum dinheiro na mesa.
- Com licença, garotas, a diversão está boa, mas é hora de meu amigo aqui se recolher. - Sirius enfiou-se no meio das garotas, agarrando um braço de Tiago enquanto Lílian segurava o outro.
Elas fizeram cara de decepcionadas e Tiago bronqueou com Sirius.
- Está vendo o que fez? Está tirando a diversão das pobrezinhas, seu cachorrão.
- Se elas estão se divertindo com alguma coisa, Tiago, é com seu estado deplorável. - Lílian observou, enquanto ela e Sirius começavam a carregar o maroto para fora da discoteca.
- Sabe, Lily, eu não estaria assim se você não fosse tão má. E burra também. Como é que você dispensa um cara bacana como eu?!
A garota suspirou resignada.
- Sirius, ele não vai se segurar na moto. Me ajuda a levar ele lá pra casa e depois você volta para pegar ela.
O rapaz assentiu e pouco depois eles estavam na casa de Susan. Sirius ajudou Lílian a colocar o amigo na cama.
- Eu vou ir pegar a moto.
- Pode ir pra sua casa, Sirius. Não vai dar pra você também ficar aqui. Eu vou dormir no sofá.
Sirius assentiu, com um sorriso maroto nos lábios, que Lílian não viu. A ruiva trancou-se no banheiro e trocou de roupa. Quando saiu, Tiago olhava para a lâmpada, como se tivesse algo muito interessante nela.
- Você está bem?
- Tô tonto. E com calor.
- Consegue caminhar?
Tiago sentou na cama e sentiu o mundo rodar. A ruiva parou ao lado dele, ajudando-o a se levantar e levou-o até o banheiro, onde o rapaz começou a vomitar. Lílian esperou pacientemente que a crise passasse e desabotoou a camisa dele, limpando o suor com uma toalha molhada. Ele se apoiou nela, que o levou até a cama, deixando-o cair sobre ela. Em seguida tirou os sapatos e a meia dele, cobrindo-o, para em seguida abrir a janela. Uma brisa suave entrou por ela.
- Lily...
- Sim, Tiago?
- Porque você faz tanta questão em fugir de mim?
- Eu não sei. Mas não se preocupe. Quem sabe daqui a um tempo eu não deixe de fugir? Quem sabe não vai ser você quem, no futuro, vai fugir de mim?
Ela sentou-se na cama ao lado dele, sorrindo, e passou um lenço na testa dele.
- Eu nunca vou fugir de você, Lily.
Ela assentiu e o garoto fechou os olhos, logo adormecendo profundamente.
- Boa noite, Tiago. - ela disse antes de apagar a luz e fechar a porta, encaminhando-se para a sala.
*****
Tiago acordou com a cabeça doendo. Olhando em volta, ele demorou alguns segundos para reconhecer o quarto de Lily. Ou melhor, de Susan. Ele levantou-se, ainda meio tonto, e caminhou para banheiro para lavar o rosto. Nunca mais beberia tanto.
- Certo, eu estou no apartamento da Susan. Mas cadê o Sirius e a Lílian?
Ele se lembrava dos cuidados de Lílian até o ponto em que ela passara um lenço em seu rosto. Com cuidado, abriu a porta do quarto e caminhou até a sala. E lá estava Lílian, dormindo no sofá, parecendo muito desconfortável.
- Lily?
Ela abriu os olhos lentamente, fixando-os no rapaz à sua frente.
- Ah... bom dia, Tiago. Você está melhor?
- Minha cabeça tá doendo.
Ela assentiu, levantando-se.
- Já era esperado. Quem manda beber tanto?
- Você vai ficar brigando comigo? - ele perguntou com cara de sofredor.
- Devia. Mas acho que o que está sentindo já é o suficiente. Tem café na cozinha. Tome um pouco. Vai se sentir melhor.
Ele não respondeu, caminhando em silêncio para a cozinha. Pouco depois, Lily apareceu, já vestida. Os dois tomaram café em silêncio e algum tempo depois eles estavam na rua, caminhando para a casa de Sirius.
- Então, você vai ficar com o Sirius pelo resto das férias?
- É... Será que eu também vou poder entrar no seu curso de culinária"?
- Eu não tenho muita paciência como professora. Mas se quiser arriscar...
Ela deu de ombros e Tiago sorriu. Lógico que ia arriscar. Já estava bem acostumado com o jeito meio explosivo da ruiva. Mais ou menos um grito não era nada se ele tivesse a companhia dela...
*****
- POTTER!!!! Você matou o gato! O que você colocou nessa sopa afinal?!
Sirius observava o gato duro no chão, depois de ter provado a sopa de Tiago e quase riu. Se ele era um desastre, Tiago era, definitivamente uma catástrofe. Já explodira a cozinha por três vezes (a ponto de os vizinhos perguntarem se estavam testanto algum tipo de bomba na casa...) e fizera um suco que, por algum estranho motivo que o maroto não saberia explicar, fizera o cabelo de Lílian e do dono da casa ficarem completamente brancos por uma semana.
- Bem, Lily, eu...
- E NÃO ME CHAME DE LILY!!!
Sirius suspirou. Não importava quanto tempo passassem juntos, aqueles dois nunca se acertavam. Pelo menos eles conseguiam, de vez em quando, conversar decentemente. Talvez quando chegassem em Hogwarts, com a ajuda do restante da turma, aqueles dois finalmente se ajeitassem...
Olá, pessoal! Aqui está mais um capítulo. A música que eu usei nesse capítulo foi Moonlight Serenade, de Glenn Miller e Mitchell Parish. E não se esqueçam de comentar!
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