Tchau Alfeneiros nº 4

N/A Resolvi fazer uma fic nos moldes de JK Rowlling, ou seja, do ponto de vista do Harry. Tomara que gostem! Não deixem de comentar por favor!


“Dumbledore morto!!!”
“Hogwarts vai fechar?”
“Onde estava Harry Potter, O Escolhido, quando seu mestre era assassinado?”

As manchetes dos últimos meses do Profeta Diário perambulavam insistentemente pela cabeça de Harry. Parecia-lhe que não conseguiria pensar em mais nada. Havia decidido, logo após o enterro de Dumbledore, que não voltaria a Hogwarts, mesmo que esta reabrisse. Iria atrás dos horcruxes, de Voldemort, Snape, Draco e quem mais fosse. Prometera a si mesmo que acabaria com todos. Sabia que poderia morrer, mas levaria com ele quantos mais pudesse. Essa decisão persistia, porém não esperava que Rony e Hermione decidissem ir com ele. Achava perigoso demais e não queria que mal nenhum acontecesse a eles, porém teve que admitir que, sozinho, as coisas ficariam mais difíceis e a companhia dos amigos, além de ajudá-lo nos perigos que enfrentaria, daria conforto ao seu coração, já muito atormentado com tudo que presenciara. Realmente, pensando mais claramente, queria muito que os amigos estivessem com ele. Não conseguiria suportar nada, sem eles para dividir tudo. Na verdade, queria muito que Gina também estivesse ao seu lado, mas recusava-se a conceber tal coisa. Não suportaria vê-la machucada, muito menos morta. A saudade seria enorme, agora que descobrira que seus sentimentos por ela eram muito maior que imaginara, mas ele não poderia pô-la em perigo daquele jeito. Ressentia-se por não ter podido passar mais tempo com ela. Dali a alguns dias seria o casamento de Gui com Fleur e ele iria reencontrá-la. Não sabia o que esperar disso. Será que agüentaria ficar sem abraçá-la, beijá-la? Seria a última oportunidade antes dele seguir seu destino.
Com todos esses pensamentos na cabeça, Harry se levantou e olhou pela janela do quarto. A Rua dos Alfeneiros estava particularmente quieta. Até o sol resolvera aparecer. Estava fazendo 17 anos naquele dia e o encanto de proteção estava se quebrando. Estava louco para dar o fora. Edwiges soltou um pio, quebrando o silêncio. Harry a encarou.

- Amiga, talvez tenhamos que nos separar por um tempo, pois para o que vou fazer, não sei se poderei te levar.

Edwiges soltou um pio mais longo, deixando Harry com a certeza de que ela o havia compreendido. Começou a descer as escadas da casa de seus tios, sabendo que eles não estavam. Havia ouvido o burburinho mais cedo e o barulho do motor do carro do tio Valter. Ao chegar à cozinha, deu de cara com Duda, que não havia saído com os pais. Para sua surpresa, ele estava acompanhado de uma garota. Harry encarou-a por um instante e lhe deu a impressão de que já a conhecia. Ela tinha um rosto redondo, um nariz esquisito e era um pouco gorda. Parecia até um pouco com o próprio Duda. Talvez isso tenha lhe dado a tal impressão. Voltou então os olhos para o primo, que fez uma cara de poucos amigos. Harry ignorou-os e se virou para o fogão para preparar um café para ele.

- Violet, este é aquele estorvo de que lhe falei, meu primo Harry. Como pode ver, além de idiota, é mal educado também. – Duda virou-se para Harry – Você não cumprimenta as visitas não, ô retardado? – e gargalhou, acompanhado da garota.

- Dia. – falou entediado, sem se virar. Decidiu não começar nada para provocar o primo. Não valia a pena, já estava de saco cheio. Porém Duda parecia que não pensava da mesma forma, agora que percebera que Harry estava sem sua varinha.

- Essa aqui é minha namorada, Violet. Você sabe o que é isso, ter uma namorada? Claro que não! Nenhuma menina se interessa por retardados e idiotas como você. – e riu estrondosamente.

Harry pensou em Gina, mas não retrucou. Ajeitou seus óculos e continuou com a política de ignorá-los. Sua cabeça começava a doer. O primo continuou:

- Conheci Violet há apenas alguns dias, mas já estamos apaixonados, né? – virando-se para a menina, a qual Harry, de canto de olho, viu que confirmara com a cabeça. – Lá naquela sua “escola” não tem meninas bonitas como Violet. Só deve ter estrupícios, como você.

De costas para o primo, Harry deu um pequeno sorriso. Qualquer feiosa de Hogwarts era melhor que a tal Violet. Vendo que não estava conseguindo seu intento de irritar o primo, Duda desistiu e se concentrou em trocar beijos com a namorada, sem ligar para Harry. Este terminou de tomar o café, em pé, e se virou para sair da cozinha. Duda ainda estava atracado com a garota, mas Harry pôde jurar que a viu encarando-lhe antes que ele deixasse a cozinha.
Decidiu que iria para Toca logo, queria estar com os amigos. Pensou no que levar. Olhou para seu malão, mas aquilo já não lhe serviria mais, não iria para Hogwarts. Pegou uma mochila, enfiou algumas roupas, um par de tênis, a varinha e a capa de invisibilidade. Decidiu levar o mapa do maroto também, apesar de não ter nenhuma intenção de retornar a Hogwarts, se esta reabrisse. Deixou um bilhete curto para os tios, informando que estava indo embora, pois estava fazendo 17 anos e atingindo a maioridade dos bruxos, portanto eles estariam livres dele e vice versa.
Pensou em como ir para a Toca. Apesar de não haver feito o teste oficialmente, Harry já sabia aparatar e desaparatar e estava pouco ligando se o Ministério achasse que estava violando a lei, afinal desde a meia-noite ele era maior de idade. Pegou a gaiola de Edwiges, a mochila e a firebolt, se concentrou e, craque, sumiu do quarto, aparecendo exatamente no jardim da Toca. Os gnomos em volta soltaram um pequeno grito, mas depois voltaram ao que estavam fazendo.
Harry se aproximou da porta da cozinha:

- Sra. Weasley?

- Harry, querido! Como chegou aqui?

- Aparatando.

- Mas você ainda não tem permissão!

- Eu sei, Sra. Weasley, mas acho que o Ministério tem mais com o que se preocupar.

- Você não deixa de ter razão. Vem, entra! Que surpresa boa! Os meninos estavam se preparando para ir lhe buscar, afinal fizemos um bolo para o seu aniversário. Parabéns! – e Molly lhe deu uma abraço apertado.

- Obrigado! – disse sorrindo.

- Meninos, Gina, vejam quem chegou!

Harry ouviu um alvoroço pela escadaria, onde desceram Fred, Jorge, Gui, Carlinhos, Rony e Gina. Todos abraçaram Harry desejando-lhe parabéns pelo aniversário, sendo que o abraço da garota demorou um pouco mais.

- E aí cara, a gente iria te buscar. Como você chegou aqui? – perguntou Rony.

- Aparatei aí no jardim.

Rony e Gina olharam assustados e admirados para ele, enquanto os gêmeos davam tapas em suas costas.

- Legal Harry. Agora você ensina ao Roniquinho, porque ele não sabe nem aparatar do quarto para o banheiro.

- Ah, parem vocês dois. – disse Rony de cara feia para Fred e Jorge. – Bem agora a gente pode fazer muitas coisas, né Harry? 17 anos, maiores de idade...

- Você é quem pensa Sr. Ronald Weasley. – interrompeu a Sra. Weasley – Vai maneirando seus impulsos de adulto porque você ainda é muito criança.

- Viu Roniquinho, você é criancinha ainda. – Fred continuou a provocá-lo, fazendo Harry rir gostoso. Nem lembrava a última vez que rira com vontade.

- Que bom que veio para o casório Harry. Você será um de meus padrinhos. – disse Gui.

Após todos os cumprimentos e tal, Harry puxou Gina para o jardim.

- Estava com saudades. – disse-lhe.

- Verdade? Pensei que as coisas haviam mudado, segundo você mesmo disse.

- Isso não impede que eu tenha saudades. Você sabe bem o porquê que eu...

- Harry, por favor, vamos esquecer disso por estes dias. Olha, eu também fiquei com saudades. Até me ofereci para ir junto com os meninos buscar você. Que bom que você chegou. – e deu-lhe um abraço.

- Ei vocês dois aí. Harry Potter, vai devagar com a caçula Weasley. – Rony se aproximou com um sorriso.

- Ah tá, sai para lá Won Won. – retrucou Gina.

- Pára de me chamar assim, Gina! – disse emburrado e os outros riram.

- Quando Hermione chega?. – perguntou-lhes Harry.

- Ela ficou de vir hoje à noite. Vai ajudar a gente a preparar alguns doces de trouxas – respondeu Gina – Até Ron disse que vai ajudar.

- Ajudar a fazer os doces? Essa eu vou querer ver. – divertia-se Harry.

Rony ía se explicar quando Gina lhe interrompeu:

- Ele quer é ficar perto dela. Tenho certeza que estava com tanta saudades dela quanto eu de você.

- É mesmo Ron? – provocou Harry.

Rony ficou vermelho feito um pimentão.

- A Gina só fala baboseira.

- Eu só falo baboseira é? Você é que é um bobo. Por que você não diz a ela o que sente? Quem sabe você não dá sorte?

- Eu não sinto nada. Gosto dela do mesmo jeito que o Harry gosta, não é Harry?

- Bem..., não tenho tanta certeza. – Harry ficou confuso.

- Harry! – Rony retrucou e Gina riu. – Eu não sinto nada e mesmo que sentisse, na hora em que eu falasse, ela iria rir da minha cara. Conheço Hermione há mais tempo que você, Gina.

- OK, mas quem está sempre com ela, conversando nos dormitórios da meninas em Hogwarts, sou eu.

- E o que você quer dizer com isso? – Rony se interessou – Ela falou alguma coisa para você?

- Para que você quer saber Won Won? Você disse que não sente nada por ela.

- Cara, eu nunca vou entender as meninas. Que coisa! – falou e saiu, deixando os dois sozinhos.

Harry e Gina sentaram no banco do jardim, ainda rindo. De repente ficaram sérios.

- E aí, vai manter a decisão? – Gina arriscou, olhando de rabo de olho para ele.

- Sim. – disse triste. - Vou aonde tenho que ir. – Harry pensou por um momento. – Tenho a impressão que isto estava escrito. Foi o destino traçado para mim, no momento em que Voldemort tentou me matar há 16 anos e eu sobrevivi. Naquele momento eu me tornei o maior inimigo dele e tenho certeza que não sossegou até me encontrar de novo. Pois ele está pensando que vai ser fácil, já que Dumbledore morreu. Ele acha que estou vulnerável, sem o meu “protetor”. Deixa ele pensar assim. Desta forma estou em vantagem.

- Como você pode pensar que está em vantagem, com Você-Sabe-Quem e os Comensais todos atrás de você?

- Eles pensam que eu vou fugir e eles vão me encontrar fácil para me matar. O que eles não esperam é que eu vá atrás deles primeiro.

- Harry, você sozinho contra todos eles?

- Não, Gina. Ron e Hermione estarão comigo, e tenho certeza que você, sua família e todos da Ordem da Fênix vão estar na retaguarda.

- Ron e Hermione vão com você? Meus pais sabem disso? Eu também quero ir.

- Não! Eu já disse: não suportaria que algo acontecesse a você.

- Harry, agora que Dumbledore morreu, todos corremos perigo. Seja combatendo esses “monstros” ou até quietos em casa. Você acha mesmo que os Comensais vão deixar minha família em paz? Aposto que Lucius Malfoy, mesmo de Azkaban, deve ter posto a família Weasley no topo da lista para ser exterminada.

Harry não queria admitir, mas Gina tinha razão. Ninguém estava seguro. Nem os Weasley, nem qualquer outro bruxo de bem, seguidor de Dumbledore.

- Mesmo assim, prefiro que você fique. Você terá a proteção de bruxos mais experientes. Lupin, Tonks, Moody, os professores de Hogwarts, Hagrid e todos os outros, além de seus pais também. Não quero arriscar perder você.

Gina quis protestar, mas Harry a calou com um beijo. Depois Harry contou sobre os horcruxes para ela. Conversaram sobre isso mais um pouco e depois ficaram namorando no jardim até a hora do almoço.

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