A Discussão
N/A: Mil perdões pela demora, pessoal. Eu mesma já estava irritada de não poder escrever, mas é que o tempo está escasso mesmo. Vou tentar agilizar os próximos capítulos. Beijos! ah, comentem por favor
Harry decidiu que iria tentar tirar Snape de onde estava, mas não sabia como. Eles passaram os dias subsequentes procurando algo no quarto de Regulus que pudesse lhes dar alguma pista.
- A essa altura ele pode até estar morto, Harry. Você não teve mais nenhum daqueles sonhos? – Rony perguntou.
- Não, Ron. Mas se o Snape agüentou firme, Voldemort não vai matá-lo, eu acredito.
- Harry – começou Hermione – precisamos fazer uma lista dos cemitérios bruxos da Grã-Bretanha.
- Devem haver dezenas deles. Como vamos fazer? – disse Harry.
- Pois é, eu sei, mas deve haver um meio. – ela disse pensativa.
- Acho que deveríamos fazer o caminho mais lógico. O cemitério onde caí com Cedrico há 3 anos. Deveríamos começar por lá. Foi lá que o pai do maldito foi enterrado.
- Então era um cemitério trouxa. Ele era trouxa, não era?
- Isso facilita alguma coisa? Também têm dezenas deles por aí. – disse o ruivo desanimado.
- Mas cemitérios trouxas têm suas vantagens. – ela disse.
- E quais são?
- Poderemos localizá-los mais facilmente. Escutem, vou aparatar lá em casa e buscar na internet.
- Internet? É naquela caixa que você me mostrou?
- Pelo computador. Isso mesmo!
- Você não deve ir sozinha, Hermione. Pode ser perigoso. – disse Harry.
- É rápido. Além do mais, os feitiços de proteção ainda estão por lá.
- Eu vou com você! – disse Rony decidido.
- Não precisa, Ron. Ajude o Harry aqui com estes livros e pergaminhos, eu vou num pé e volto no outro.
- Hermione – ele falou – você está esquecendo o que eu disse a você lá na Sala Precisa? Eu vou e acabou. Não adianta argumentar.
Ela o olhou com um sorriso tímido. Harry viu que os dois tentavam disfarçar e resolveu facilitar:
- É melhor mesmo, Mione. Não sabemos o que pode acontecer. Deixe que ele vá com você. Eu aproveito e tento buscar mais alguma informação por aqui.
- Ok, então. Vamos agora, Ron! – ela disse.
Logo após eles desaparatarem, Harry sentou na escrivaninha de Regulus e recostou a cabeça na parede atrás. Por um momento ele mirou todo o quarto, como se buscasse as respostas para suas dúvidas, mas nada viu de diferente. Lá estavam os livros, o desenho na parede, a penseira de Regulus, que eles haviam retirado do cubículo escuro, e a escrivaninha a sua frente. De repente ele sentiu uma pontada na cicatriz. Automaticamente levou sua mão até ela. Então sentiu os olhos embaçados. Ao fechá-los, ele se viu no cemitério e pareceu-lhe ser o mesmo do outro sonho. Ao seu lado estava Rabicho. Este falava com ele.
- Mestre, o que faremos com ele agora?
- Nada! Eu tenho certeza que ele sabe muito mais do que diz, mas Severo é um poderoso oclumente e também legilimens. Não consegui penetrar na sua mente a ponto de descobrir algo que o comprometesse. Vamos deixar como está, por enquanto, pois se o matarmos agora, não saberemos onde está Dumbledore ou o possível plano deles. Talvez o maldito velho tenha usado o feitiço fidelius em alguém que não é o Severo. Neste caso, ele não dirá nada mesmo, mas podemos usá-lo de isca. Reúna os Comensais! Precisamos armar uma estratégia para chegar até o velho e ao moleque.
Então ele saiu andando pelo cemitério, parando por um momento ao passar por dois túmulos. Nas lápides estavam os nomes de Tiago e Lilian Potter. Ele disse:
- Em breve seu filhinho adorado irá se reunir a vocês – e gargalhou friamente.
Harry despertou em um pulo. Sua cicatriz ainda formigava, mas não sentia a horrível dor que sentia toda vez que tinha aqueles sonhos. “Meus pais! Aquele cemitério é em Godric’s Hollow! Preciso avisar ao Ron e à Mione!” Se levantou e saiu do quarto. Desceu as escadas e aguardou os amigos na sala. Não demorou muito para ouvi-los aparatando.
- Harry, aqui está! – disse Hermione com uma folha de papel na mão.
- Mione, Ron, ele não está em um cemitério trouxa. Está em Godric’s Hollow!
- Como você sabe, Harry? – perguntou Rony.
- Tive um sonho com ele agora há pouco, ele parou junto ao túmulo dos meus pais. Eu vi! Estava escrito os nomes deles nas lápides.
- Harry, pode ser uma isca, uma armadilha! Lembre do que houve com Sirius, por favor, não se precipite! – disse a amiga.
- Nós nunca saberemos se é real ou não se não corrermos atrás da informação, Mione. Se é assim, também não podemos ter certeza se essa tortura no Snape ou a notícia sobre Dumbledore é verdadeira. – ele disse.
- Você tem razão, Harry. Não podemos assumir nada como verdade. – Hermione disse e continuou – Olha, não pense que eu esteja duvidando de você, mas este nojento é traiçoeiro. Ele pode estar armando para você, ainda mais envolvendo seus pais nisso. Eu acho que a gente deveria reunir alguns membros da Ordem e contar essa história toda. Omitir a parte dos horcruxes, mas contar sobre esses sonhos que você vem tendo.
Harry olhou para Rony, procurando sua opinião.
- Acho que todo tipo de ajuda é bem-vinda, Harry. – disse o ruivo – Isto é uma guerra e ele vai usar todas as armas para acabar com você. É melhor desconfiarmos de tudo e de todos.
- Harry, pode ser que alguns sonhos sejam verdade e outros não. Vamos recapitular o que você já sonhou: O cemitério com as árvores em arco e Bellatrix e Voldemort conversando. Deduzimos, devido aos fatos que se seguiram, que eles estavam falando de Snape. Depois o professor sendo torturado e Voldemort dizendo que Dumbledore está vivo. Agora o fato de que o tal cemitério das árvores em arco seja em Godric’s Hollow, devido às sepulturas de seus pais.
- Bem – disse Harry – eu acho que o cemitério é o mesmo, mas eu não vi as árvores em arco.
- Mais uma razão para agirmos com mais cuidado. – disse a menina – Olha, Harry, mesmo que tudo seja verdade, é muito perigoso a gente fazer alguma coisa por nossa conta. Nós somos só três e eles são muitos mais. Precisaremos de ajuda. Talvez seja melhor os aurores investigarem isso sozinhos e nós nos concentrarmos nos horcruxes. Você não deve se arriscar assim.
- Nem pensar, Hermione! – disse Harry se alterando – Concordo com você sobre pedirmos ajuda, mas eu não vou ficar fora dessa. Eu vou até Godric’s Hollow de qualquer maneira, com ajuda da Ordem ou não. Se vocês quiserem vir, ótimo! Se não quiserem, ótimo também! Eu irei sozinho! – completou irritado.
- Harry, você não precisa ficar nervoso! A Hermione só está tentando ajudar. – disse Rony.
- E lógico que você concorda com ela! – Harry disse ironicamente. Ele continuava irritado – Aliás vocês concordam em tudo agora não é? Cadê o Ron e a Mione verdadeiros? Aqueles que viviam às turras? O que vocês fizeram com eles? Vão se unir contra mim? Sem problema! Eu não preciso de vocês. Eu acabo com Voldemort sozinho! – E saiu da sala, deixando os amigos sem palavras.
Ele saiu pisando duro, subiu as escadas e se trancou no quarto do padrinho. Deitou na cama e começou a chorar. Chorou como nunca havia chorado antes. Chorou pelos pais, por Sirius e pelo seu mestre Dumbledore. Chorou por ele ser quem era: um garoto que teve sua infância marcada pelo desprezo e pela indiferença e um adolescente que nunca teve sossego, que sempre precisou se safar de perigos e armadilhas. Um adolescente que nem podia namorar em paz, pois sua namorada poderia estar em perigo. “Que droga de vida! Por que eu tive que nascer?” Ficou um tempo pensativo. Depois ele sentou-se e enxugou as lágrimas. Levantou, olhou pela janela do quarto e viu alguns jovens conversando na rua. Eles riam muito e pareciam felizes. Ele deduziu que eram amigos. Pensou em Rony e Hermione e como sua vida se transformou ao conhecê-los. Pensou nos Weasley e em Hagrid. Todos eles eram os melhores amigos que alguém poderia ter. “O que eu fiz?” Ele se perguntou. Imediatamente se dirigiu à porta e saiu do quarto. Desceu as escadas e retornou à sala. Encontrou Rony e Hermione sentados no sofá. Ela estava com a cabeça no ombro dele e ele tinha um dos braços por cima do ombro dela. Hermione tinha os olhos cheios de lágrimas e Rony tentava consolá-la. Eles não se moveram um centímetro ao verem Harry de volta à sala. Ficaram se encarando por alguns segundos, então Harry falou:
- As únicas palavras que cabem aqui e agora são: desculpem-me. – ele olhou para o chão – Olha, eu não devia ter falado aquelas besteiras. Às vezes eu não consigo me controlar e acabo magoando quem não merece. – ele levantou a cabeça e continuou – Por favor, me perdoem. Esqueçam tudo aquilo que eu falei. Eu preciso muito de vocês! Vocês e Gina são as pessoas mais importantes da minha vida. Eu nunca suportaria continuar a viver sem a amizade de vocês.
Eles permaneciam em silêncio. Harry continuou:
- Eu falei sem pensar. Hermione – ele se dirigiu a ela – você tem razão, eu sou meio afoito e posso botar tudo a perder. A sra. Weasley estava certa quando pediu para você colocar juízo na gente e não nos deixar meter os pés pelas mãos. – ele olhou para o amigo – Ron, cara, olha... – ele ficou sem saber o que dizer e veio lágrimas em seus olhos.
- Claro que a gente te perdoa, cara. – disse o amigo.
Harry deu um pequeno sorriso, disfarçou, esfregou os olhos e olhou para a amiga. Ela se levantou e veio até ele, dando-lhe um longo abraço. Depois disse com os olhos marejados:
- Por que eu tinha que fazer amizade com dois cabeças-duras como vocês? – e deu um sorriso – Não sei qual é o pior.
- Agora, com certeza, sou eu, não é? – disse Harry também com um sorriso.
- Sei não, o páreo é duro. – ela disse.
- Mas a cabeça do Ron já amoleceu bastante. Eu venho percebendo isso.
- O que você quer dizer com isso? – perguntou Rony.
- Olha, eu ía esperar vocês me contarem, mas... ah droga, eu sei que vocês estão juntos!
- Sabe? – perguntaram os dois ao mesmo tempo.
- Sei! E a Gina também!
- Mas... como você soube? – perguntou Rony com as orelhas vermelhas.
- Bem, antes de mais nada, eu peço desculpas novamente e antecipadamente. – disse e disparou – Eu espionei vocês lá na Sala Precisa. – ele viu os amigos arregalarem os olhos – Quero dizer, no início foi meio sem querer, porque eu acebei ouvindo vocês. Lógico que depois eu não resisti e fiquei para assistir a massagem e tudo o mais. Bem, quase tudo. Depois eu fiquei me sentindo culpado de ficar ali e fui dormir.
- Acho que hoje é o dia de pedir desculpas. – disse Hermione.
- Como assim? – perguntou Harry.
- A gente também quer se desculpar, Harry. Assim, a gente poderia ter contado antes a você. Se bem que nem precisava, não é? Você já sabia de tudo mesmo. – ela deu um sorriso tímido.
- É, a gente não contou antes porque não sabíamos como você reagiria.
- Não entendo, gente. Vocês achavam que eu reagiria mal a isso? Vocês estão nesta novela há tempos. Uma ciumada de dar dó. Um do Krum, outra da Lilá. Só vocês mesmos para demorarem tanto tempo.
- Quer dizer que está tudo bem para você? – perguntou Rony.
- Que é isso, Ron? Vocês é quem têm que estar bem um com outro. Esqueçam os outros.
- A gente pensou que você poderia achar que iríamos deixar você de fora, afinal sempre fomos nós três. – disse Hermione.
- Você está sugerindo um trio para isso também? – disse Harry com um sorriso malicioso.
- Não! Claro que não, seu bobo. – ela disse vermelha.
- Vai sonhando, Potter! – disse Rony sorrindo e puxando a menina num abraço possessivo.
Harry sorriu e disse:
- Claro que está tudo bem! Estou super feliz por vocês! Só não me deixem sozinho muito tempo enquanto ficam se agarrando pela casa.
- Não se preocupe com isso. – disse a amiga.
- Se preocupe só um pouquinho. – disse Rony e Hermione deu um tapa no braço dele.
Novamente Harry deu um sorriso e falou:
- Quando marcaremos a reunião da Ordem?
- Na hora em que você quiser.
- Certo, amanhã vamos procurar seus pais, Ron, e eles agitarão tudo. Acho melhor que a reunião seja aqui mesmo.
- Concordo! – disse ele, apoiado pela menina.
- Bem, eu vou subir para dormir. – disse Harry – Vocês vêm?
- A gente vai namorar um pouquinho. Tudo bem? – perguntou o ruivo timidamente.
- Você é o mesmo Ron que reclamava quando eu e Gina ficávamos sozinhos? – perguntou Harry com um sorriso.
- Pois é Harry! Ele é o mesmo Ron. – disse Hermione segurando o riso.
- Ah parem vocês dois! – disse ele.
- Ok, ok, mas vê se não me acorda quando entrar no quarto. – disse Harry.
- Não acordarei! Boa noite!
- Boa noite, Harry!
- Boa noite aos dois pombinhos! – disse ele e subiu para dormir.
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