Asas em fogo e N.O.M.s

Capitulo Um ___________________ Asas em Fogo e N.O.M.s

A manhã alvorecia fria e enevoada, para um dia de verão,na Rua Dos Alfeneiros.Os arbustos remexiam-se constantemente, num vai e vem ondulado.A brisa matutina açoitava as janelas e portas dos casarões quadrados e os carros, de nada empoeirados, guardados nas garagens limpas e organizadas dos moradores, já não estavam prontos para se retirar de seus quentes abrigos, afinal, era domingo e nem um executivo ou advogado teria que comparecer em seu escritório.A Ruas Dos Alfeneiros estava tomada a ermo, habitavam-na apenas alguns pássaros , em geral assustados com os olhares ameaçadores dos gatos da Sr. Figg.

Harry Potter, agora um menino de quase dezesseis anos e não tão magricela quanto nos anos anteriores, lembrava-se muito bem da Sr. Figg.Uma velha gaga e um aborto de bruxa, que certa vez ralhara com Mundungo Flether por ele não estar vigiando Harry.Se havia alguém que ele nem imaginava conhecer o mundo da magia, esse alguém era a Sr. Figg, em parte uma velha desvairada e com uma mania horrível de tratar seus pestilentos gatos.

Harry estava deitado de costas em sua cama.Dormira mal, acordara muitas vezes pela noite, sempre que a imagem de um pássaro com as asas em chamas se projetava em sua mente.Harry, que tinha uma imensa curiosidade, fixava seu olhar pelo céu todas as vezes que sonhava com o pássaro e acordava, absorto em pensamentos.Tinha muito receio em mandar Edwiges fazer uma entrega, temia que ela voltasse com as asas pegando fogo, quase morrendo e sem que Harry pudesse fazer nada, no entanto ele sabia muito bem que o pássaro de seus sonhos não era uma coruja.O bruxo estava acordado fazia meia-hora, pensante no que lhe ocorrera até ali, já havia escapado de Voldemort quatro vezes, quatro cansativas vezes de morrer pelas mãos do Lord das Trevas.Na verdade havia nele uma intensa cólera e ira misturadas que o impediam de pensar, ele não queria estar na casa dos Dursley, mesmo sabendo o motivo.Realmente, ele deveria estar com Rony e Hermione, conversando sobre os acontecimentos recentes e até dividindo um segredo que Harry havia de guardar, mas não, estava enfornado na Nº 4 sem ter o que fazer e estar apenas escutando os rumores das ações do Comesais da Morte pelas cartas de Rony e Hermione e pelo próprio Profeta Diário , que ao certo, resolvera admitir o retorno de Voldemort.

Mas havia algo que o corroia internamente, algo mais forte que todas as coisas que ele tivera que enfrentar, a perda de Sirius ainda mexia com Harry, as cartas, em geral de brocas, faziam um bocado de falta, no entanto Harry não chorava mais, não resmungava nem socava seu travesseiro, já não havia mais lagrimas nem lastimas para serem gastadas com a perda do padrinho.Algo que Harry podia admitir é que Sirius fazia muita, mais uma imensa falta e seria detestável e cruel ir parar no Largo Grimmauld, numero doze, e encontra-la sem o padrinho, na verdade, se não fosse pela crueldade constante dos Dursley, Harry não estaria com um pingo de anseio em pisar no chão áspero daquela casa.

Fora então, que um barulho incomodado e ensurdecedor encheu os ouvidos de Harry e o fez voltar o olhar para a janela.Uma belíssima coruja das torres bicava sem parar o vidro da janela, atada nela um exemplar do Profeta Dominical.Sorrateira e rapidamente Harry postou-se e correu até a janela. Rezando para que o Tio Valter não acordasse, ele a abriu e deixou que a coruja entrasse.

----- Fique quieta e espere um segundo, Ok?-----murmurou Harry, abaixou-se até o assoalho solto abaixo de sua cama e puxou do espaço um pequeno bolso de dinheiro bruxo, apanhou um nuque e depositou no compartimento de couro da coruja.-----Obrigado!

A coruja olhou-o com agradecimento e bateu as asas pelo horizonte .Na mesma hora Harry sentou-se e abriu o jornal.Uma manchete logo na primeira capa chamou sua atenção: Trouxas Torturados por Comesais Da Morte.

"O Ministerio da Magia juntamente com o Hospital St. Mungus Para Doenças e Acidentes Magicos, infelizmente confirmaram o rumor de que alguns trouxas habitantes de Little Brigham foram torturados até a insanidade pelos seguidores daquele-que-não-deve-ser-nomeado.Não se sabe ao certo a causa do acontecido nem os bruxos responsáveis.Os aurores já foram informados e as investigações pelo Departamento De Execução das Leis da Magia já estão sendo feitas.Pedimos a todos que tenham informações a comparecer no Ministerio.Estamos disponibilizando um guia de defesa domestica anexada em nossa ultima pagina."

-----Começou!-----murmurou Harry pensativo----- Tudo de novo!

Harry folheou mais algumas paginas do Profeta, mas não encontrou nada mais interessante, exceto uma noticia que mostrava a comparação com o Índice De N.O.M.s e N.I.E.M.s dos anos anteriores em Hogwarts, isso, pensou Harry significava que os resultados dos meus exames já estam prontos.

Harry jogou o jornal embaixo de sua cama juntamente com os demais e olhou em seu relógio, ja deveria estar tomando café com os Dursley e sabia que se chegasse atrasado teria que comer alguns restos de Duda.Trocou o pijama e desceu.Sentou-se em seu lugar habitual e serviu-se de uma torrada e o pote de geléia, sob os olhares atentos de Tio Valter, que deixara seu bigode um pouco maior, de Tia Petunia, que conseguira ficar ainda mais ossuda e de Duda, que também conseguira assumir a forma de um filhote de rinoceronte, os treinos diários de boxe foram os responsáveis.Harry comia devagar, absorto no resultado de seus N.O.M.s.Tia Petunia, como era de costume, estava preparando mais chá para Duda e ao mesmo tempo espiando os vizinhos pela janela, Tio Valter conferia nomes em uma lista presa em uma prancheta e Duda, concentrado, assistia a televisão.

-----Petunia, querida, os Gildeons confirmaram presença?-----perguntou Tio Valter, por baixo do grande bigode.

-----Não, Valter!E mesmo que confirmassem haveriam de levar um "não" como resposta, pois eu os desconvidaria na hora.Gente daquela laia leviana debaixo de nosso teto.

----- Tem razão, Petunia!Tem razão, não sei por que os coloquei nesta nossa lista.----- e com um aparente gesto horizontal da caneta Tio Valter riscou os Gildeons da lista.

----- Posso saber do que se trata?-----perguntou Harry ansioso.

-----O olhar furioso do tio o cortou por dentro.

----- Nada do que lhe interesse!

-----O estômago de Harry gelou. No entanto ele sabia o que fazer.

----- Bem, então acho que vou subir ate o meu quarto e escrever a alguns amigos meus.----- as bochechas rosadas do tio ficaram pálidas instantaneamente.

----- Bem...Acho que...mesmo que não lhe interesse, tenho que manter você sobreaviso. Eu farei um almoço para alguns amigos da firma, amanhã, no fim da tarde, e não quero você por perto, portanto fique longe daqui, entendeu?

-----Posso ficar longe de casa?

------Pode ficar aonde quiser moleque indecente, apenas fique LONGE DAQUI!---- vociferou o Tio.E Duda e Tia Petunia os olharam espantados.

----- Harry, serenamente puxou alguma coisa fina, de madeira do bolso do jeans.Os tios e o primo olharam assustados para ele.

----- Sabe, Tio Valter, para os bruxos, ter dezesseis anos significa maioridade mágica, sabe o que é isso? Quer dizer que posso fazer magia fora da escola e se o Sr. voltar a falar comigo desse modo ou qualquer coisa que fizer e me desagradar, eu lhe lançarei um feitiço pior do que lancei em Tia Guida.

----- Isso não é verdade!---- disse o tio , assustado.

----- Ah! É sim, portanto tenha cuidado.

-Satisfeito, Harry guardou a varinha e continuou a saborear as torradas com chá.

Tio Valter, que tinha uma certa experiência com os ataques nervosos do sobrinho, deixou por isso mesmo e continuou a tomar seu café tranqüilamente enquanto, que cuidadosamente, verificava os nomes da lista.E Harry, que realmente nada tinha haver com a festa, limitou-se apenas em terminar o café e subir para seu quarto.

Deitou-se imediatamente, como se o peso de tudo que o afligia fosse jogado a mercê do travesseiro, e , mesmo que lentamente, adormeceu.

Harry caminhava lento,mas apavorado demais,andava por uma rua escura e fria e a única coisa que o fazia sentir que aquilo era uma rua, estava debaixo de seus pés, o asfalto áspero e rachado, parecia conhecer muito bem aquele pedaço de asfalto.Ele mexia com o dedo indicador constantemente sua cicatriz, que de segundo em segundo lhe dava uma ferroada particularmente dolorida no cérebro.Não sabia o que estava fazendo ali, mas alguma coisa dizia em sua cabeça que ele deveria seguir em frente, mesmo que sem uma razão, e foi então que inesperadamente, um pássaro, grande e alaranjado passou rasando por ele, fazendo seus cabelos esvoaçarem, embora não houvesse vento naquele local.Era, de fato, um grande pássaro, de plumagem alaranjada e bico dourado, parecia uma fênix, o que lhe diferenciava era o detalhe mais estranho, perceptível e indiferente, suas asas estavam inteiramente em fogaréu agressivo e intenso, e mesmo que ele batesse continuamente tais asas as chamas não se extinguiam.Harry não sentia calor nem frio cortante, mas um medo que se espalhava por todo seu corpo e o desejo de seguir aquele belo,mas assustador pássaro pelo céu escuro, entretanto esse desejo foi interrompido quase que instantaneamente, pois o pássaro apontou seu bico dourado para Harry,que no instante seguinte se abaixou, para não ser atingido pela bola de fogo lançado por ele e segundos depois a chama roçava seus cabelos...

-----Não!----Harry acordou assustado, a cicatriz parecia queimar e rachar sua cabeça, a camisa grudada em seu peito de tão suada que estava.O bruxo notou que cochilara depois do café, por conta da noite mal dormida, e fora levado até seu subconsciente.O apavoro se dissolveu, mas cresceu outra duvida no peito de Harry: não era apenas um pássaro, era como se fosse um transporte, que estava destinado a designar um caminho para que Harry percorresse, e Harry o percorreu, quase que por inteiro, pois o próprio pássaro o impedira de continuar.Novamente, como se fosse um ato automático, ele percorreu os olhos pelo céu a procura da ave distinta, tal céu abrigava apenas nuvens de algodão.

-----O almoço está pronto...-----ouviu a voz da Tia Petúnia ----- Desça já!

Os passos ecoaram pelo corredor e foram se distanciando, à medida que Harry nada escutasse e pudesse continuar sozinho a pensar.Mas pensar no que?Bem eu tenho muitas coisas para repassar, pensou, mas nada que seja urgente.Após lavar o rosto, juntou-se aos Dursley á mesa.No entanto, havia apenas um prato na tal mesa.Harry olhou curioso para os tios , pronto para perguntar, quando Tio Valter se adiantou:

----Iremos almoçar fora hoje!Os Hirdersons nos chamaram para almoçar em sua casa, porem nos mandou apenas três convites , pois ele não sabe que você mora aqui.Você não devera sair de casa ,ouviu?

----Sim!

-----Não demoraremos a voltar!

-----Certo!

-----O Tio o olhou com desconfiança, certo de que haveria algo de errado com aquela falta de objeção, mas conteve-se a dar uma bronca no garoto.

-----Vamos Dudoca!----chamou Tia Petunia

-----Não me chame assim, droga!Eu não gosto!

-----Certo.----- disse o Tio olhando para a porta.Vamos então.

E poucos minutos depois Harry ouviu um motor ligando e o som inconfundível de um carro deixando a garagem.

Havia um motivo que justificava sua falta de objeção:a casa dos Dursley, era muito melhor sem os Dursley.Harry apanhou o pouco de almoço no prato e o levou ao seu quarto.

Uma hora, duas horas, tudo passava como uma flecha, célere demais para se acompanhar.Harry não queria dormir novamente, tinha medo que dessa vez pudesse não acordar, imaginou os Dursley lhe chamando para o jantar e encontrando no lugar de Harry um monte pó cinza.Ele, claramente, tinha esse receio, pois no ano anterior tivera uma amarga experiência com seus sonhos, tais sonhos que quase causaram sua morte e de mais cinco companheiros, sonho fatal que causara a morte de Sirius.Dumbledore havia assumido toda essa culpa, mas mesmo desse modo, Harry sabia que se não tivesse ido até o Departamento de Mistérios, Sirius ainda estaria vivo.

Outro fato que também o corroia por dentro, era nada mais nada menos que a profecia, seu dizeres em si.O fato de que ele deveria morrer ou matar no final.Será que esse ano em Hogwarts seria o ano final? em que ele enfrentaria o bruxo mais malévolo e poderoso de todos os tempos, afora Dumbledore, será que ele, Harry, estava pronto pra matar ou até morrer?Decididamente eu não estou,concluiu.

O bruxo levantou seu olhar até um calendário mal-cuidado, fixado a parede, que marcava os dias para seu regresso a Hogwarts.Marcava o dia trinta de julho, o que significava que o aniversario de Harry seria no dia seguinte.Aparentemente Harry deveria estar feliz por comemorar uma data tão importante daqui a vinte quatro horas, mas nada de ansioso crescia em seu peito, para ele, tanto fazia o aniversario ou não.Foi quando Pichi entrou rasante pela janela do quarto de Harry.

----Pichi!----exclamou Harry, feliz.A coruja depositou a carta no colo de Harry e foi-se servir de um pouco de água na gaiola de Edwiges, que ainda estava fora ,caçando.

Harry, fervoroso, abriu a carta e leu as palavras de seu amigo Rony.

“Harry,


E ai , cara, beleza?Tomara que sim!Na verdade eu estou escrevendo essa carta pra te manter mais por dentro das coisas que estão acontecendo.Não são muitas novidades, apenas que Dumbledore mandou um oficio ao gabinete do Fudge, para que ele aprovasse uma lei com a criação de mais um órgão de defesa, claro que me refiro à Ordem da Fênix.Tem mais,estão preparando uma guarda pra traze-lo a Ordem, estão esperando apenas a barra ficar limpa.Eu e Mione ainda não recebemos as cartas da escola com os nossos N.O.M.s, e já compramos seu presente de aniversario, o mandaremos amanhã, conforme a tradição.Espero que os Dursley estejam sendo “carinhosos” com você e que esteja bem.Nos encontraremos em breve.Até.

Rony”

Então, estavam preparando uma guarda para vim me buscarem,pensou Harry, isso é bom, isso é muito bom.E com uma felicidade que não lhe cabia no corpo ele depositou a carta na cabeceira e debaixo do asoalho retirou um pedaço de bolo que Sr. Weasley o mandara a dois dias e o enfiou vorazmente na boca.

Enquanto mastigava, Harry ficava absorto em seus pensamentos, iria voltar novamente ao mundo bruxo, reencontrar seus amigos, mas decididamente queria que isso acontecesse na A Toca, em vez do Largo Grimmauld, numero doze, como antes, ele ainda sentia o quanto seria deprimente entrar naquela casa e encontrar Sirius ausente, e pior, permanentemente.

Novamente um som ensurdecedor de asas se debatendo tomou conta dos ouvidos de Harry e pela terceira vez naquele dia uma coruja entrava rasante pelo seu quarto.Como Pitchi, ela despejou a carta nas mãos de Harry, mas não ficou para um gole de água, pois ao ver a outra pequena coruja no poleiro, limitou-se a um olhar de censura e foi-se embora.

Harry abriu um envelope de Hogwarts e viu que estava muito mais pesado do que o habitual.

-----O que será que veio há mais este ano?

Ele tirou a primeira carta que, naturalmente, informava que o ano letivo começaria no dia primeiro de setembro, alem do mais, havia ainda a nova lista de materiais, que pedia alguns livros novos, como:O Livro padrão de feitiços, 6º serie de Miranda Goshawk, Criaturas das Trevas, Um guia defensivo, de Thomason Glikward, e Magia Negra, um guia defensivo, de Ulberto Higleton.Estatísticas Obscuras, de Gulberto Wilderishi.Informavam também que os alunos do sexto ano iriam cursar duas novas disciplinas: Defesa Contra As Criaturas Das Trevas e Ascensão & Queda Das Artes das Trevas.Havia uma lista com todos os cursos que Harry teria que ingressar para seguir carreira de Auror, como Defesa Contra as Artes Das Trevas, Poções, Transfiguração, Feitiços e Herbologia, alem das duas novas matérias.Seriam sete disciplinas em Hogwarts, pois Astronomia e Adivinhação e Trato das Criaturas Mágicas não teriam a menor utilidade, no entanto Harry decidiu que continuaria a estuda-la, apenas por compreensão aos sentimentos de Hagrid.

Harry sentou-se reto , entusiasmado, e abriu um segundo envelope, que trazia um pergaminho do Ministério da Magia, do Departamento de Execução dos Exames Bruxos.

“Prezado Sr.Potter, temos o imenso prazer de lhe informar que os resultados obtidos em seu N.O.M. foram satisfatórios, embora nem tão complexos, no entanto, não nos cabe julga-lo e sim lhe conceder o devido direito de conhecer suas notas.”

Defesa Contra as Artes Das Trevas “Excepcional”
Feitiços “Excede as Expectativas”

Poções “Excede as Expectativas”

Trato das Criaturas Magicas "Aceitavel"
Adivinhação “Passável”

Astronomia “Passável”

Historia Em Magia “Aceitável”

Transfiguração “Excede as expectativas”

Herbologia “Aceitável”


Ministério Da Magia

Gabinete de Execução dos Exames Bruxos

Chefe De Departamento, Haroldo Lokchambs.”

Harry leu e releu a carta pelo menos três vezes antes de se levantar e finalmente refletir.Não acreditava fielmente que tirara “Excede as Expectativas” em Poções, a matéria que ele acreditava ser sua ruína de tornar-se um Auror algum dia.E depois que conseguira sete notas de aprovação, sete abençoados N.O.M.s que acendiam a minúscula chama de esperança em seu peito, tal peito que agora era corroído pelos ácidos problemáticos de sua vida.

Havia, ainda, uma outra carta, com o símbolo de Hogwarts estampado na superfície.


Prezado Sr. Potter


É com imenso e prazeroso orgulho que lhe informo da seguinte e satisfatória noticia, de que o Sr.,naturalmente, foi incumbido de dirigir a nova equipe de Quadribol da Grifinória, dada a formação acadêmica de Angelina Johnson , Alicia Spinnet e Catia Bell.O Sr., como permanente veterano da equipe, foi preferível que assumisse o cargo.Ao chegar em Hogwarts, dirija-se, após o banquete, imediatamente a minha sala e assim, receber as instruções adequadas que deverá seguir, seria prudente lhe dizer que o cargo não é obrigatório e sim facultativo, se no caso a incumbência não for de seu agrado o cargo será passado ao poder de Ronald Weasley.
Creio que o Sr. esteja bem e espero que nos encontremos no dia 1º de setembro.


Atenciosamente, Professora e Vice-Diretora de Hogwarts, Minerva McGonagall.

Harry depositou ambas as cartas em cima da cama.Foi até o assoalho solto embaixo desta e apanhou um pedaço de torta que a Sra.Weasley lhe mandara há alguns dias.Ele a olhou, a notou e com o pensamento de que seria capitão do time de Quadribol da Grifinória, a devorou em poucos segundos.Harry sentiu que todas aquelas aflições estavam se dissolvendo, aos poucos, mas se dissolvendo.A felicidade que inflou em seu peito foi tanta, que nem mesmo o fato de encontrar o espelho que Sirius lhe dera no mesmo assoalho solto, foi capaz de lhe dar uma áurea de abatimento, afinal, Dumbledore disse que haveria perdas,e Harry, por mais que fosse teimoso em admitir seus sentimentos, aceitou mais uma vez a morte do padrinho.

-----Ele foi valente-----murmurou, orgulhoso.-----Morreu como queria morrer...lutando.

As horas foram passando.Parecia que alguém colocara o funcionamento do tempo na incumbência de uma tartaruga.Sem nada para se fazer, Harry foi até seu armário e dele retirou uma vassoura.Uma vassoura de corrida.Apesar dela estar majestosa com suas farpas bem cortadas e brilhantemente polida, Harry foi até uma gaveta, deste retirou algo que parecia um estojo e começou a embelezar a Firebolt.

Após algumas horas, Harry ouviu o barulho de um carro chegando até a garagem e um motor desligando.

-----Acabou-se o sossego-----lamentou-se, já deitado de bruços na cama.

Passaram-se alguns minutos antes que Tia Petúnia batesse na porta no intuito de ver se Harry ainda estava vivo.

----- Nós já chegamos!----- disse ela, rançosa.

----- Já percebi!-----respondeu ele indiferente.

Ambos se olharam por um instante, no que Tia Petúnia quebrou o silêncio:

-----Tem se comunicado com seus...amigos?-----ela, deliberadamente, deu ênfase a palavra “amigos”.

-----Sim, freqüentemente!-----respondeu Harry, atrevido-----Alias estava pensando em escrever para eles neste momento.

-----Então escreva, e não fale o que não deve.

Ela, impunemente, retirou-se do quarto.

Harry se levantou da cama e foi até a janela.Podia ver Duda virando a esquina com sua gangue, podia ver alguns gatos da Sra Figg no quintal, podia ver o horizonte, mas no podia ver a liberdade.E a angústia que o dominara por todo verão, e fora substituída pela felicidade a poucas horas, voltava com força total.Ele queria algo que não era possível no momento:Rony e Hermione.Mas eu poderia escrever, pensou , poderia escrever pra eles o que estou sentindo.E logo o pergaminho, a pena e o tinteiro já estavam ao seu alcance.Ele mergulhou a pena na tinta e escreveu: Hermione...e parou.Era difícil contar o que estava sentindo, e também não queria partilhar a dor com mais ninguém.Mas eu preciso escrever, disse a si mesmo.Foi então que olhou para o céu, a beira do crepúsculo, e obteve uma brilhante idéia.

Mergulhou a pena no tinteiro e começou a escrever:

Hermione

Espero que esteja tudo bem com você, pois comigo esta tudo bem.Preferi não contar sobre o que eu estou sentindo, precisaria de uns trinta metros de pergaminho.Bem, a finalidade desta carta é simples, ai vai: Mesmo praticando Oclumencia, eu venho sonhando de modo estranho, como no ano passado, e quero saber o significado.Vou te contar como é: Eu sempre estou andando por uma rua escura e fria, que me parece conhecida, estou seguindo um pássaro, mas não é um pássaro comum, ele é de uma plumagem alaranjada e tem o bico dourado, seria um pássaro comum se não tivesse as asas pegando fogo, mas um fogo que parece eterno, ele não se apaga, então eu sinto que devo segui-lo, mas quando chego a um certo ponto ele lança uma enorme bola de fogo contra eu.Neste instante eu acordo suado e com a cicatriz doendo.Sei que isso pode ser obra de Voldemort, mas preciso saber quem é esse pássaro.Por favor, conte apenas ao Rony e me responda logo.

Harry.

Ele dobrou o pergaminho e foi até a janela.Executou uma espécie de assobio exótico, no que Edwiges apareceu reluzente em sua plumagem branca.

-----Leve até Hermione, OK?E não saia de lá sem uma resposta comprida!Agora vá e faça um bom vôo!

Edwiges o olhou com admiração e logo após levantar vôo, desapareceu no crepúsculo.

Harry acordou cedo na manhã seguinte, absorto em pensamentos.Sonhara mais uma vez com o maldito pássaro, mesmo esvaziando sua mente antes de dormir.Já estava cansado daquilo, cansado de ter tanta curiosidade e perguntas sem respostas.Automaticamente, desviou seu olhar para o céu limpo lá fora, mas , habitualmente, o que o habitava eram apenas as nuvens.Harry aprontou-se rapidamente e num súbito assombro, lembrou que seria hoje o jantar que Tio Valter se referira.

-----Sabe que dia é hoje?----- lançou-lhe Tio Valter, furtivo, logo quando Harry pisou no chão limpo da cozinha.

-----Meu aniversario?-----arriscou Harry.

-----Não, menino insolente, o jantar que eu darei ocorrera hoje e...e como já foi dito, quero você longe daqui.

-----Não se preocupe, Tio Valter...-----disse Harry, calmamente e sentando-se a mesa do café -----Não tenho a menor pretensão ou interesse em participar deste jantar.

O Tio lançou-lhe um olhar de censura e Harry notou em seus olhos que o desejo dele era levantar-se e esbofetear a cara do sobrinho, no entanto, limitou-se apenas em espetar com o garfo seus ovos mexidos, já que Harry levava um filete de madeira poderoso no bolso de trás das jeans e certamente ele não queria provocar a cólera do sobrinho e acabar dentro de uma caixa de fósforos.O café foi uma refeição calma, alias, para Harry, toda refeição na casa dos Dursley era serena.Após seu rápido fim, Harry deixou a cozinha e foi até seu quarto.Logo na entrada percebeu que não havia algo normal.Um barulho estranho enchia todo seu quarto.Desejando que Tio Valter não ouvisse, Harry logo embainhou sua varinha e entrou sorrateiro no quarto, no que viu que o responsável por aquele barulho era um elfo domestico muito conhecido.

-----Dobby...o que está fazendo aqui?

-----Harry Potter, meu senhor, Dobby fez questão de entregar o presente do meu senhor pessoalmente.O problema é que Dobby deixou cair atrás do armário e Dobby não consegue pegar.

-----Use magia!

-----Dobby não pode usar muita magia meu senhor!Apesar de Dobby ser livre, o Departamento de Regulamentação Das Criaturas Mágicas, disse a Dobby que era para moderar.

-----Mas porquê?-----perguntou Harry, sem entender.

-----Dobby não sabe meu senhor, não sabe
!

Harry reparou o elfo.Ele se vestia como da ultima vez que Harry o viu, um maltrapilho.

-----Dobby está de férias, meu senhor, e Dobby comprou a Harry Potter um bom presente com o próprio ordenado.

-----Então, vamos ver o que é?

-----É claro meu senhor!

Antes de Harry se juntar a ele, fez questão de trancar a porta para não ter nenhuma surpresa.

Ambos tentaram empurrar o armário, mas notaram que fazia barulho demais.

-----Sabe Dobby, acho que isso não é uma boa idéia, pode fazer muito mais barulho e meu Tio virá até aqui.

----- Dobby sabe perfeitamente meu senhor e em gratidão, Dobby executara um feitiço para traze-lo de volta.

-----Isso vai complica-lo?

-----Acho que para Dobby ou para o Ministério um feitiço a mais ou um a menos não fará diferença.

Dobby estalou os dedos, fazendo sair deles algumas faíscas azuis.Logo o pacote se levantou no ar por detrás o armário e na mão de Harry parou.

-----Abra meu senhor, e Feliz Aniversario!

-----Obrigado Dobby!