Mestre
Harry,
Depois de tudo o que sofri quando deixaste-me eu ergui defesas.
Tinha pavor de voltar a sofrer tudo de novo se deixasse mais alguém entrar.
“Encarou os olhos extremamente verdes a sua frente. Ele estava a dizer que gostava dela, que queria estar com ela. Isso era mais do que suficiente.
As borboletas no seu estômago voltaram a aparecer e a sua face ficou rosada, quando ouviu as palavras que a fizeram vibrar de felicidade:
Eu gosto de ti Ginny.”
Fiz muitas barreiras, criei um deserto, um inferno de gelo, uma muralha de fogo e envolvi o meu coração em gelo. Era impenetrável e eu voltei a sentir-me segura.
“Os olhos estavam perdidos no lago que se encontrava a sua frente, quando sentiu uma respiração no seu pescoço. Um sorriso apareceu nos seus delicados lábios. Como era bom sentir a sua presença, como era bom sentir a presença do homem que amava.”
Fiquei sem ver-te e deixei-me pensar que alguém tinha ocupado o teu lugar mas esqueci-me de algo importante. Tu marcaste-me a ferro e a fogo, algo quase impossível de apagar.
“A aula estava sendo tão maçadora, que quando saiu deu Graças a Merlin. O trabalho povoava a sua mente e pensar que Harry estava do outro lado do castelo. Quando ergueu os olhos encontrou-o sentado nas escadas, esperando-a o sorriso brincava nos lábios que ela tanto amava. Ele estava lá esperando por ela, ele estava com saudades dela e por isso percorreu o castelo para encontrá-la.”
Quase esquecido da minha mente quando voltei a ver-te. As borboletas no estômago, o nervosismo sem razão, a confusão e a falta de ar disseram-me a razão porque o meu coração acelerou. Continuavas marcado e fizeste-te mestre. Para, sem quereres, atravessares o que pensei ser impenetrável fizeste-te senhor das areias, mestre do gelo, senhor das chamas. Derrubas-te em segundos aquilo que demorei dias a fazer. O deserto, o inferno de gelo, a muralha de fogo e o cubo de gelo desapareceram.
“Uma rosa branca, como a neve, estava pousada em sua cama juntamente com um bilhete. Curiosa abriu-o e sentiu-se a rapariga mais feliz do mundo.
'A rosa simboliza a tua alma...pura e bonita.
Com amor
Harry J. Potter' ”
Em segundos voltaste a reclamar o teu lugar no meu coração e fui obrigada a reconhecer que tu podias ser o mestre das areias, fogo e gelo mas para mim não passavas do mestre do meu coração. O mestre que eu repugnava e desejava, o mestre que eu odiava e amava. Não sou ninguém sem ti. Sou uma mera sombra que vagueia pelo mundo tentando encontrar-te.
“Chovia intensamente por isso o passeio à Vila tinha sido cancelado. Suspirou impaciente. Ele tinha combinado de encontra-la, mas ainda não se encontrava ali. Estava a começar a sentir as coisas ficarem estranhas, porém tinha medo que a achassem infantil. Harry estava diferente, completamente diferente.”
O que mais odeio em ti é a maneira como me controlas e não me desejas. Tu não me amas, nem muito nem muito pouco. Tu odeias-me, acreditas que nunca gostei de ti. Enquanto tu desprezas-me e ignoras-me, eu amo-te e desejo-te. Mas tu entregaste-te a outra e eu nada pude fazer, nada. Não me deixaste sequer fazer-te minimamente feliz, não me dês-te oportunidade para lutar por ti.
“Vestia um polo quente e esperava que os seus irmãos se despachassem...precisava de alguém para passar o braço por seus ombros, estava com frio.
‘Se Harry tivesse vindo teria sido completamente diferente!’ pensou Ginny irritada com a demora.”
Queria dizer que arrependo-me do dia em que te conheci, do momento em que soube que era tua, dos sorrisos que fizeste-me dar, das magoas que chorei no teu ombro, mas é mentira. Eu não me arrependo, pelo contrario, selecciono as recordação como se tivesse passado muitos anos e faço-me reviver todas as sensações e arrepios daqueles momentos.
“ – Eu não sei como dizer-te isto! Eu não te quero magoar, eu nunca quis isso! Mas eu não posso continuar a enganar-te. Eu senti-me atraído por ti e julguei que era amor! Ginny eu gosto de outra pessoa e mesmo que essa pessoa não me corresponda eu não posso continuar a enganar-te! Eu só quero que sejas feliz...- Harry falava atrapalhadamente, para uma Ginny muda.
Tudo bem! Não te preocupes, eu estou bem. Fica bem.- Ginny virou-se e saiu andando. Não choraria à sua frente! Sairia de cabeça erguida e mostraria que tudo era passado.”
Olha para mim, diz-me se sou a mesma que tu um dia fingiste amar? Eu já não tenho o brilho nos olhos. Eu entreguei-me a ti e posso fazer tudo de novo, arranjar alguém que me faça feliz.
“Ela achou que era fácil. Ginny voltou a ser a mesma, sorria, brincava e tinha energia para ajudar todo o mundo. Muitas admiraram-na por ser forte, outras acusaram-na que ela nunca tinha sentido algo pelo menino-que-sobreviveu.
A noticia que Ginny Weasley nunca tinha gostado verdadeiramente chegou aos ouvidos de toda a Hogwarts. Os olhos verdes passaram a encará-la como se ela fosse culpada. ‘mas não sou! Foi ele que me abandonou e depois de tudo não acredita que eu gostei dele?’.
As semanas passaram e Ginny Weasley recuperou-se minimamente, ignorou Harry e evitou os lugares por onde ele passava!”
Mas tu sempre serás o meu mestre, o mestre do meu coração e odeio-te por isso, odeio-te tanto que chego novamente a amar-te.
Com toda a magoa e amor
Ginny Weasley
“Semanas mais tarde escreveu uma carta, contando tudo o que sentia. Harry James Potter nunca chegou a receber essa carta. Pouco tempo depois a amizade entre Ginny e Harry foi recuperada.
A carta foi esquecida no fundo do mala.”
2ª parte da fic
Harry,
Não sei porque te volto a escrever dado ao facto que não recebeste a carta em que te confessava os meus sentimentos.
"Ginny olhava tristemente vendo Harry Potter abraçar a Ravenclaw carinhosamente. Desejou fervorosamente estar no lugar da Ravenclaw, como queria ser ela a ser abraçada carinhosamente por ele."
Como poderei dizer-te isto? Foste muito especial para mim, o meu primeiro amor e até agora acreditei que serias o único, que o meu coração jamais recuperaria, que continuas a ser mestre. Mas a vida sorriu para mim e ele apareceu.
"- Weasley tem cuidado! Quase me matas a correr por aí que nem uma louca!
.- Se te matasse fazia um favor ao mundo! – E Ginny saiu correndo esbaforida deixando um Draco Malfoy muito indignado para trás."
Querias voltar para mim e julgo que se o tivesses feito mais cedo eu teria cedido, sei que o fizeste pensando que eu estaria lá para ti. Teria voltado para ti como se a minha vida dependesse disso. Julgo que o que me fez mudar de ideias foi o facto de o ter conhecido. Na altura achei que não aceitei o teu pedido de namoro e de desculpas por culpa do meu orgulho que ele tinha-me ensinado a manter bem alto mas afinal era porque o meu coração já estava ocupado por outro. Vi na tua cara a magoa e sei que acreditaste nos boatos que eu nunca gostei de ti.
"Harry encarava Ginny nervosamente, espera e suplicava mentalmente que ela aceitasse voltar para ele, mas algo no seu interior dizia que a ruiva estava mudada. Parecia diferente e isso voltara a acender a chama que um dia o fizera deseja-la. Naquele momento ele simplesmente a queria. Seus desejos foram lançados ao chão quando encarou os olhos castanhos que lhe pediam desculpas e dos seus lábios sairam as palavras que fariam Harry Potter quebrar o seu ego e esperanças."
Ele era frio, tinha estado envolvido na morte de Dumbledore e isso tornava-o odiado pela nossa parte. Mas ele fez-me abrir os olhos, tu tinhas-me usado e embora lamentasses tu o tinhas feito! Tu tinhas-me usado para ver se conseguirias esquecer a pessoas por quem estavas verdadeiramente apaixonado!
"- Weasley eu as vezes chego a surpreender-me com a tua estupidez. Potter Perfeito usou-te! Ele usou-te e tu deixaste como se fosses a escrava dele! Tu praticamente lambes os pés dele mesmo depois de ele te ter deixado. Ele usou-te, deixa de ser patética!"
Ele com as suas palavras brutas e estúpidas tinha-me feito mais do que todos os meus amigos. Ele não tinha lamentado porque o meu coração estava desfeito, ele fez-me ver que eu era patética. Sei que na altura odiei-o mas depois veio a compreensão. Eu era patética, tu usaste-me e abandonaste-me e eu continuava sentada a tua espera como se disso dependesse a minha vida. Era como se o tempo tivesse parado e só voltaria a andar se tu voltasses para mim. Da pior maneira eu abri os olhos.
"- Permites que vá buscar uma cadeira? – os olhos castanhos encararam-no interrogativamente. – Sim uma cadeira para tu não te cansares nessa tua estúpida espera pelo Potter. Pensando melhor uma cadeira vai ser pouco, talvez uma cama.
.- Cala-te Malfoy, não sejas parvo. – Gritou enfurecida Ginny."
Realmente chega a ser patético o facto de que um inimigo declarado e mais do que declarado da família me tenha feito ver. Do ódio nasceu a admiração, porque ele antes de qualquer outra pessoa tinha-me feito ver a realidade. Não me interpretes mal, eu tinha amigos, mas a verdade é que eles simplesmente diziam que tu gostavas de mim e estavas cego mas que abririas os olhos. A verdade que o meu inimigo me fez ver é que tu sempre tiveste cego, sempre!
"- Tu gostas de ser usada? É que no inicio era engraçado provocar-te pelo teu amor pelo Potter mas isto começa a ficar aborrecido. Achei que naquela família desgraçado tu podias safar-te. Tu es doida?
.- Eu não fui usada Malfoy! Não fui! Ele simplesmente percebeu que não gostava de mim e...- foi interrompida pela fúria de Malfoy.
.- Ele já sabia que não gostava de ti! Não percebes que ele usou-te da mesma maneira mesquinha que os Slytherins fazem? Usam e quando percebem que não querem mais deitam fora? – e como um furacão saiu da sala."
E de repente toda a certeza que nunca te esqueceria evaporou. Eu continuava a amar-te mas estava de certa forma livre desse amor o que me fazia rir novamente.
"Observava a ruiva divertir-se com os amigos Gryffindor numa estúpida guerra de bolas de neve. A ruiva ria a cada bola jogada e cada vez que era atingida. Potter estava ao lado da namorada Ravenclaw (ele sinceramente não se lembrava do nome dela) enquanto a guerra continuava.
Estava ali para tentar perceber as reacções de Weasley quando estava perto do casal perfeito. Mas ela não demostrava nada.
No mesmo instante em que tentava decifrar a expressão da Weasley mais nova ela encarou-o.
Não era normal encontrar Draco Malfoy no jardim repleto de Gryffindor encarando-a. Esboçou um sorriso pequeno e fez um pequeno aceno antes de voltar para Seamus que tinha-a acertado nas costas com uma bola.
Enquanto voltava para o castelo com a mente presa no pequeno sorriso, pensou que Potter era o maior cego daquele mundo."
Sei que gostarias de pensar que nunca mais tive contacto com o meu inimigo declarado, porém lamento informar-te que o contacto continuou. Conversas insultuosas que me faziam chorar todas as noites por me magoarem profundamente, me fazerem ver coisas que eu não queria passaram a relatos do dia a dia onde peripécias dos companheiros da casa eram contadas. No fim de ano, ele formou-se e tu também.
"- Ginny ele ainda vai ver que cometeu um erro ao deixar-te por ela, ele vai voltar para ti. – Ginny encarou a amiga com um pequeno sorriso. Como aquelas palavras destoavam das que saiam da boca do Slytherin."
Todo o mundo notou a minha tristeza e todos pensaram que era por ficar sozinha em Hogwarts, em parte era verdade mas eu sentiria mais saudades dele do que de ti ou de Hermione.
"- Ginny anima-te. Harry, Ron e Hermione não estarão para o próximo ano mas isso não significa que estarás sozinha! Tens os teus amigos!- exclamou carinhosamente a Sra. Weasley."
Ele conhecia-me e o meu coração ficou na mão quando soube que ele tinha fugido dos pais e de casa. Ele tinha fugido do destino que estava traçado mesmo antes de ele nascer. Acho que fui eu que provoquei isso, atirei-lhe a cara que jamais manteria uma amizade com um Devorador da Morte.
"- Draco Malfoy saiu de casa! – informou seu pai numa manhã relativamente calma.
.- E o que temos a ver com aquilo que aquele palerma faz? – perguntou aborrecidamente Ron.
.- Não percebem? Ele fugiu dos pais, ele fugiu porque não queria tornar-se um Devorador da Morte! Lúcios Malfoy está completamente furioso. – Ginny enfiou a mão dentro da taça de mingau com espanto e felicidade."
Lutei contra algo que imaginei ser inexistente. Eu não podia gostar dele, não após um ano de ter-me separado de ti. Para mim era necessário sofrer durante anos e anos e definhar de dor. Não era simplesmente justo o meu coração pregar-me uma partida e eu simplesmente voltar a entregar-me. Mas ele ao contrario de ti nunca me disse que amava-me, ele simplesmente disse algo que compensou todas as vezes que tu disseste-me as palavras que não sentias. Porque quando ele disse aquilo eu vi verdade nos teus olhos, a mesma verdade que não existia nos teus, contudo não ligava simplesmente embriagada nas tuas palavras e no que pensava ser a minha felicidade.
"Precisava ser rápida, não tinha sido fácil despistar os amigos em Hogsmead. Afinal ela estava escapando para encontrar-se com Draco Malfoy, o filho de um dos maiores Devoradores da Morte e que a propósito tinha fugido de casa. Já agora não custava mencionar que pretendia aceitar ter um caso com ele.
Depois de chegar perto de uma grupo encontrou-o com os seus cabelos loiros, agora compridos e olhos cinzentos. Abraçou-o com medo de ser uma ilusão.
.- Fiquei preocupada contigo. Não tenho tido muitas noticias tuas desde que enviaste aquela carta. Falavas sério quando pedias-me em namoro. – encarou os olhos do loiro e encontrou carinho dentro deles.
.- Falava sério Weasley. Perguntei uma vez, não o irei fazer novamente. – Ginny sorriu ao encontrar uma certa tremura na voz dele. Estava nervoso porque a resposta dela importava.
.- Eu aceito namorar contigo Draco. – E encostou os lábios vermelhos aos pálidos do loiro. Mesmo naquelas condições sabia que ele arranjaria um jeito de serem felizes.
.- Eu não te deixarei. – Ginny ao ouvir aquelas palavras procurou rapidamente os seus olhos e encontrou verdade."
Estou aqui sentada a frente do lago observando o movimento que a sua mão pálida faz na água. É como se ele conseguisse controlar tudo o que está a sua volta. Eu o observo com o mesmo carinho que um dia te observei, mas há algo nele que provoca-me mais reacções do que tu um dia provocaste.
"- Que raios estás a fazer? – perguntou divertido enquanto jogava nela as folhas amareladas do Outono.
.- Estava apenas a observar-te! É proibido Sr. Malfoy? – ele deu um sorriso genuíno e mostrou-lhe a língua como uma criança, esquecendo a sua educação Malfoy."
Volto a dizer que não me arrependo de te ter conhecido, do que vivi contigo, afinal se nada tivesse acontecido o que seria o tópico das minhas discussões? Como nos teríamos aproximado se não tínhamos nada forte para discutir?
Quero que não esqueças que fui feliz contigo, apesar de tudo, tu fizeste-me feliz e eu espero que encontres alguém que te ame da mesma maneira que eu um dia o fiz. Tu és especial, aproveita que a guerra acabou e tu já não carregas o mundo as costas, aproveita para ser feliz porque tu mereces.
Eu fui feliz, eu sou feliz e sei que serei feliz. Eu amo-te como meu irmão, fazes parte da família, de uma maneira ou de outra. A Toca sempre estará aberta para ti como eu sei que sempre estará aberta para todos os filhos de Molly e Arthur Weasley mesmo que eles tenham cometido muitos erros.
Nesta carta que será enviada juntamente com a outra, que deveria repousar nas tuas mãos há muito tempo, encerro a parte da minha vida que vivi contigo.
Vive a vida, sê feliz porque não há razões para deixarmos os pesadelos permanecerem.
Com amizade,
Ginny Weasley.
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Num apartamento situado no centro de Londres, Harry Potter olhava as cartas que tinha recebido. A ruiva explicava ali tudo o que tinha passado desde o momento em que ele cometera o maior erro da sua vida. Ela tinha-o amado, tinha-o amado mais do que a si própria e ele simplesmente fora cego.
A intriga o corroía agora, quem era o inimigo declarado da família? Envolvido na morte de Dumbledore? Severus Snape, Draco Malfoy e mais alguns Slytherins. Malfoy era o mais provável mas não passava na mente de Harry Potter que Ginny Weasley cometeria esse erro.
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Naquele dia Ginny Weasley traria o seu namorado à Toca. A família tinha sido previamente avisada que o rapaz era Slytherin e que fazia a caçula muito feliz.
Harry jazia no sofá acompanhado de todos os irmãos Weasley que esperavam ansiosamente a cobra que entraria para a família.
O mais irónico é que nenhum deles sequer apostou em Malfoy como o Slytherin que teria conquistado o coração da sétima Weasley.
A ruiva irrompeu pela porta ligeiramente rosada pelo frio que estava fora de casa, pela sua mão vinha arrastado um loiro perigosamente parecido com alguém que eles não gostavam.
- Família é com muito gosto que eu vos apresento o meu namorado, Draco Malfoy.
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