Um maroto padrinho
Tiago e Sirius estavam no corredor do St. Mungus, esperando que Lílian fosse liberada. Os cortes de ambos estavam fechados e, se não fossem as roupas sujas e rasgadas, ninguém diria que eles tinham estado numa batalha até poucos instantes atrás.
- Então Dumbledore quer falar com vocês. - o tom de Sirius era interessado, enquanto observava o vai e vem dos curandeiros e pacientes.
- Não tínhamos nos encontrado ainda. Imagino que ele queira saber como revertemos a maldição e tudo o mais.
- Você ainda não me contou sobre isso. Como foi?
Antes que Tiago pudesse responder, uma voz feminina os interrompeu.
- Sirius? O que está fazendo aqui? - Susan aproximou-se observando os dois rapazes - O que aconteceu?
- Geralmente você é mais bem informada do que a gente. - Sirius observou com um sorriso, inclinando-se para roubar um selinho da morena - O Beco Diagonal foi atacado e nós estávamos lá.
- Vocês estão bem? - ela perguntou preocupada.
- A Lily quebrou a perna, mas já, já está novinha em folha. - Tiago respondeu - Ninguém se machucou. Pelo menos, não muito.
- Mas, Susan, se você não soube do ataque, o que está fazendo aqui? - Sirius perguntou curioso.
- Eu vim trazer a Camille. Quando fui procurar a Lily para irmos almoçar, encontrei ela em trabalho de parto.
- Ela está bem? - Tiago perguntou, por alguma razão lembrando-se de como encontrara Lílian no castelo Glamis.
- Está. Ela e a pequena. - Susan sorriu - Nos filmes costuma ser mais fácil. Acho que nunca mais vou querer assistir um parto na vida.
Sirius ia abrir a boca para responder quando a porta da enfermaria onde Lílian estava se abriu e a ruiva apareceu.
- É espantoso como aqueles seriados e filmes trouxas podem dar a um completo leigo experiência para uma situação de emergência. Quer dizer que Camille teve uma filha. - Lílian sorria, obviamente ouvira a conversa através da porta - Susan, nunca diga nunca. Especialmente quando tiver um filho nos braços.
A morena corou levemente e olhou para Sirius, que apenas piscou o olho marotamente. Tiago abraçou a namorada.
- Você está bem? - ele perguntou mirando os olhos dela depois de depositar um beijo no alto da cabeça ruiva.
- Claro. O pessoal do St. Mungus faz milagres. - ela sorriu - Susan, Camille pode receber visitas?
- Pode. Ela só está fazendo alguns exames de rotina. Estão na primeira enfermaria do térreo.
- Você não vem? - Lílian perguntou.
- Edgar e o pai dela já estão aí. Não deixam muita gente entrar e, além disso, eu já fiz minha "visita" hoje.
Lílian assentiu e ela e Tiago logo desapareceram no corredor. Sirius encostou-se na parede, os braços atrás da cabeça e Susan logo percebeu o olhar divertido dele sobre ela.
- E então?
- Então o quê? - ela perguntou se fazendo de desentendida.
Sirius riu.
- Pôxa, Su, eu quase morri hoje e você não tá nem aí... Me abandonou durante toda a semana. Se aqueles dois não tivessem chegado, eu teria morrido de fome. Podia pelo menos me dar uma recepção mais calorosa.
- Sirius Black, você não presta. - ela disse tentando se manter séria - Sinceramente, eu acho que um hospital não é lugar para dar a recepção que você estava esperando.
- Você acaba de partir meu coração. - o moreno retrucou, levando as mãos ao peito.
- Mas não se preocupe. - ela abaixou a voz, aproximando-se dele - Meus pais vão jantar com a irmã caçula da minha mãe hoje. Se quiser aparecer...
Ela desaparatou, não deixando ele responder. Enquanto isso, dentro da enfermaria que Susan indicara, Tiago sentia o corpo da namorada enrijecer sob seu meio-abraço. Embora Lílian sorrisse para Camille, observando o pequeno ser que se aninhava no colo da loira, Tiago podia sentir a tristeza que emanava dela.
Lílian estava tentando se fazer de forte, mas a verdade é que ainda sofria. Agia como se nada houvesse acontecido, mas no fundo o que acontecera deixara uma cicatriz nela, algo que só agora ele realmente percebia.
Ela se desembaraçou do braço dele, que estava protetoramente sobre sua cintura, e aproximou-se de Camille, abaixando-se até ficar no nível do bebê.
- Ela é linda. - Lílian murmurou, brincando com a mãozinha da pequena.
Tiago aproximou-se de Edgar e Carátaco, que observavam mão e filha embevecidos. Camille sorria como uma criança que ganhara o presente de natal mais cedo. O moreno observou pequenas lágrimas se juntarem no canto dos olhos verdes de Lílian.
- Qual o nome dela? - ele perguntou para o colega.
- Susana. - foi Camille quem respondeu, erguendo a cabeça - Em homenagem àquela que a trouxe a vida.
- É justo. - Lílian disse sorrindo, enquanto limpava discretamente o rosto.
- Acha que se eu convidar a Susan para ser madrinha, ela aceita? - Camille perguntou para a ruiva.
- E como não aceitaria? - Lílian riu, erguendo-se - Bem, infelizmente, temos que ir.
Tiago assentiu.
- Dumbledore nos espera. Com licença.
Os dois saíram da enfermaria, e logo aparataram para Hogsmeade. Fizeram o trajeto até Hogwarts a pé, em silêncio. Ao longe, o sol se punha. O moreno observou a namorada com o canto dos olhos. Ela parecia alheia, andando quase mecanicamente.
- Lily...
A ruiva pareceu acordar de um sonho e parou, olhando atentamente para o rapaz.
- Sim, Tiago? - ela perguntou suavemente.
- No que está pensando? - ele aproximou-se e ela notou o olhar preocupado dele.
- Em um sonho que eu tive há muito tempo... - ela respondeu, segurando a mão dele.
Tiago percebeu quase que imediatamente que estava de novo compartilhando os pensamentos com ela, como na noite em que a ruiva fora nomeada guardiã. Ele podia ver nos olhos dela a cena com que sonhara no dia em que fora procurá-la depois de saber a verdade através de Sirius. As folhas de outono caindo pela janela... o bebê... tinha o mesmo jeito dele, mas os olhos eram os de Lílian.
- Harry. - ele murmurou - Ele vai se chamar Harry.
- Harry Tiago Potter. - ela disse pensativa - Se ele puxar o pai, vai dar muito trabalho.
Ele riu.
- Com esses olhos, não vai haver garota que resista a ele. Acredite, ele vai ser pior que o pai, um verdadeiro destruidor de corações. Imagino o que ele vai aprontar tendo o seu gênio esquentado e o meu charme.
- Seu charme? - ela piscou o olho divertida - Mas é muito convencido mesmo...
Eles voltaram a caminhar, agora bem mais leves. Dumbledore os esperava na entrada do castelo, sorrindo.
- Ora, muito bem, vejo que não se deixaram abalar pelo que aconteceu mais cedo. Fico feliz com isso. Mas vamos para o meu escritório.
Os três seguiram pelos corredores de pedra, Tiago e Lílian aparentemente mergulhados em lembranças. O escritório do diretor permanecia o mesmo da época em que Lílian só faltava trazer Tiago pelas orelhas para receber uma detenção, invariavelmente na companhia de Sirius.
- Muito bem, sentem-se. Tenho que pôr vocês a par dos últimos acontecimentos e reuniões da Ordem, mas antes gostaria de descobrir como conseguiram esse milagre.
Os dois se entreolharam, sentando-se. Aquela ia ser uma longa história...
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Susan descolou os lábios dos de Sirius, encarando-o.
- Quer dizer que você vai preparar a despedida de solteiro do Tiago... Pode-se saber exatamente as idéias mirabolantes que surgiram nessa sua cabecinha?
- Acho melho não, você ficaria com ciúmes. - o maroto respondeu, piscando o olho.
- Sirius, se eu fosse ciumenta, você estaria enterrado agora. Juntamente com as trocentas namoradas que teve. - Susan riu, deitando-se de lado e ficando cara a cara com ele - Será que não pode me dizer nem aonde vão?
- Eu aluguei aquela boate perto daqui, onde vocês tocaram no ano novo... Míriade, não é esse o nome?
- Quantas pessoas vão? Aquele lugar é enorme! - ela perguntou curiosa.
- Eles têm um salão no subsolo. Exatamente para esse tipo de sacan... digo, festa.
Os olhos de Susan se estreitaram perigosamente, mas antes que ela pudesse responder, a campainha tocou. A morena se sentou na cama e Sirius a segurou pelo pulso.
- Não podemos fingir que não tem ninguém em casa?
Ela sorriu, mas o ruído de vozes a chamando fizeram-na dar um pulo da cama.
- Meus pais!
Sirius empalideceu.
- Cadê minhas roupas? - ele perguntou rouco.
- Aparata, depois eu te entrego.
- Mas e a minha varinha? Eu não posso ir desarmado pra casa!
- Então aparata pra casa do Tiago. - ela disse acabando de se vestir - Vai logo! Eu não tenho como te esconder, e meu pai vai te matar se encontrá-lo aqui!
- Nem debaixo da cama?
A campainha tocou insistentemente e Sirius não teve remédio, já que não tinha idéia de onde deixara a varinha e as roupas. Só podia torcer para que não fossem os pais de Susan que as encontrasse primeiro. Susan deu um beijo rápido nele como despedida e caminhou apressada para a sala. O rapaz desaparatou no mesmo instante em que Susan abria a porta.
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- Tiago, ela quer convidar metade da bruxidade de Londres!
O moreno riu, tirando das mãos de Lílian o longo pergaminho. Tinham acabado de chegar de Hogwarts e a primeira coisa que viram foi a imponente coruja negra dos Potter. A ruiva se jogou no sofá enquanto ele lia a lista que a mãe fizera de convidados para o casamento deles.
- Podemos diminuir a lista pra metade. - ele observou, sentando-se ao lado dela - Ela vai entender se dissermos que queremos algo pequeno, só pra o pessoal mais próximo.
Ela assentiu.
- Eu vou mandar uma coruja para ela falando disso e marcando para nos encontrarmos semana que vem.
Lílian começou a erguer-se do sofá, mas Tiago a segurou pelo pulso, fazendo com que ela caísse em seu colo.
- Não tão rápido, mocinha. - ele disse com uma piscadela marota - Você pode fazer isso mais tarde...
Lílian não pode responder já que seu fôlego estava muito ocupado com mais um longo beijo do namorado. Ele inclinou-se sobre o corpo dela, fazendo-a se deitar no sofá, mas o som alto de um estalido os surpreendeu, fazendo com que caíssem no chão.
- Interrompo algo? - a voz de Sirius soou.
Tiago ergueu-se de cima de Lílian, que massageava a cabeça depois de tê-la batido violentamente contra o chão.
- Sirius, eu acho bom que você tenha uma ótima razão para... - os olhos de Tiago se arregalaram ao ver como o amigo estava "vestido" - Mas o que diabos...
Lílian se sentou no chão e abriu um sorriso divertido ao ver o amigo, enrolado num lençol azul claro, embora tivesse a face rubra.
- O que você andou aprontando, Almofadinhas?
A resposta veio através da lareira, onde a cabeça de Susan surgiu.
- Sirius, rápido, meus pais estão na cozinha... Suas coisas.
Ela entregou as roupas e a varinha do rapaz e acenou para Lílian, murmurando um "até amanhã" antes de desaparecer.
- Não se preocupe, Pontas, sua casa foi só uma breve escala enquanto a Su procurava minhas coisas. Amanhã eu explico, é melhor eu ir embora antes que você me esgane. - segurando o lenço, Sirius inclinou a cabeça, acenando para Lílian - Tchau, Lily. Continuem de onde pararam.
Ele aparatou sem dar chance a Tiago e as reclamações que certamente estavam por vir. O moreno voltou-se para Lílian, zangado.
- Esse Almofadinhas está ficando muito abusado. Ele não tem vergonha, não?
- "O que é bonito é para ser mostrado", já dizia minha mãe. - ela respondeu, tentando encará-lo séria e falhando miseravelmente.
- Lily... - ele começou ciumento.
- Convenhamos, Tiago, você não é muito diferente do Sirius. Além disso, você acha realmente que exista alguma possibilidade de eu trocar você por quem quer que seja?
Ele pareceu se contentar com a resposta.
- Certo. Mas, onde foi que paramos mesmo?
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Uma semana se passou desde o ataque ao Beco Diagonal. Novamente chegava a hora do almoço, mas Lílian não estava tão ansiosa dessa vez e não havia Camille para perceber isso. Primeiro porque ela almoçaria com a mãe de Tiago e segundo porque Camille estava de licença, o que significava que estava sozinha no escritório.
Com uma leve batida na porta, D. Miriam Potter entrou no escritório. Lílian sorriu. Não havia como não se alegrar na presença de D. Mimi, ela era uma daquelas raras pessoas que estão confiantes até quando o prédio ao seu redor começa a desabar. Exatamente como Tiago.
- Olá, Lily! - ela cumprimentou alegremente.
- Bom dia, D. Miriam.
- Ora vamos, Lily, não seja tão formal.
A ruiva assentiu.
- Muito bem, D. Mimi. Onde vamos?
_ Primeiro vamos almoçar num restaurante trouxa aqui perto. E depois eu vou levá-la para escolher o modelo do vestido de noiva!
- O vestido de noiva? Não temos outras coisas mais impor...
- Nada é mais importante que as vestes da noiva. E temos um mês e meio pra providenciar tudo. Por sorte, eu já estava me programando para isso desde o ano passado.
Meneando a cabeça, Lílian levantou-se. Almoçaram num restaurante português ali perto e depois Miriam mandou o motorista levá-las até o centro de Londres. A pé, elas percorreram ruas famosas pelas lojas que abrigavam. Lílian nunca andara por ali, afinal, nunca se preocupara em comprar roupas de grife, ainda por cima trouxas.
Miriam a levou até uma pequena casa com um jardim florido na frente, e que parecia completamente deslocada naquele lugar. A ruiva logo notou que ninguém parecia perceber isso, o que levou-a a concluir que aquela casa era enfeitiçada, assim como o caldeirão furado.
- Cristine, querida! - Miriam abraçou uma senhora baixinha que abriu a porta antes que Lílian notasse - Lily, venha, quero que conheça Cristine.
Os olhos negros da senhora baixinha brilharam de contentamento ao ver Lílian.
- vai ter uma nora muito bonita, Miriam. - Cristine sorriu - Quando acabarmos, ela vai ser a mais bela noiva que eu já tive o prazer de assistir.
- Cristine é uma casamenteira. - Miriam explicou - Antigamente, eram as casamenteiras que indicavam o noivo à família da noiva, mas hoje em dia elas apenas cuidam dos detalhes da cerimônia e da festa.
- Prefiro assim. Casamentos arranjados foram uma das piores invenções humanas. - Cristine observou - Mas venha, querida, precisamos tirar suas medidas. A cerimônia vai ser de manhã, à tarde ou...
- De manhã. - Lílian respondeu prontamente - Às nove horas do dia 31 de outubro.
- Então nada exageradamente brilhoso. Veludo não, seda é muito leve para o outono... Vejamos... - Cristine entrou num quarto onde tecidos se desdobravam sozinhos, sendo cortados e costurados por mãos invisíveis - Que tal renda e cetim?
Um corte de tecido veio voando até elas e Cristine entregou-o para Lílian. A ruiva nunca sentira um tecido tão leve e macio. A renda era discretamente salpicada de brilhos, contrastando com o fosco do cetim.
- É... perfeito. - Lílian murmurou.
- Eu sabia que ia gostar. Agora, há dois modelos que acho que combinarão perfeitamente com seu tipo físico. E abos têm um estilo bem romântico, sonhador...
Lílian se deixou levar num mundo de rendas, paetês, bordados e pedrarias. Só naquele momento é que todo o impacto de que ia se casar realmente a atingiram.
Passaram duas horas discutindo sobre detalhes do casamento quando Lílian finalmente percebeu que já passava da hora de voltar para o Ministério. Enquanto Miriam se despedia da amiga, Lílian observou uma das vitrines que tinha diante de si, uma coisa lhe chamando a atenção.
Era uma camisola cinza. O busto de seda brilhava, contrastando com o crepe quase transparente que caía até um pouco acima do joelho. Um robe de seda prateada completava o conjunto.
- Tiago com cereza ia adorar vê-la nela. - a voz de Miriam soou junto da ruiva.
Lílian corou violentamente, voltando-se para a senhora, que sorria displicentemente.
- Eu... não... errr... nós...
- Envergonhada? Bem, você não quer que eu acredite que divide o mesmo teto com Tiago há quatro anos e vocês dormem em quartos separados, não é? Eu conheço o filho que tenho.
Lílian simplesmente não conseguiu encontrar uma resposta para isso, o que era realmente um recorde, afinal, ela sempre tinha respostas para tudo, mesmo que fosse alguma teoria totalmente estapafúrdia. Miriam entrou na loja e ela não teve remédio se não acompanhá-la.
- D. Miriam, eu...
- É seu aniversário no final de semana, não é? Vou lhe dar aquela camisola como presente adiantado.
- Mas...
- Nada de mas, mocinha.
Finalmente Lílian se calou e quando chegou ao ministério, tinha uma sacola cuidadosamente embrulhada junto com ela. A mãe de Tiago se despediu, sorrindo muito e Lílian tentou se concentrar no trabalho. Mas estava sendo muito difícil naquela tarde...
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- Então amanhã é o aniversário dela... E o que você pretende dar pra Lily? - Sirius perguntou enquanto Tiago acabava de organizar um relatório sobre o último ataque.
- Ainda não sei. Mas ela já disse que não quer festa. "Já tenho muita coisa com que me preocupar, como o NOSSO casamento, lembra?", foram as palavras dela quando tentei entrar no assunto.
Sirius suspirou.
- É realmente uma pena. Não comemoramos o seu aniversário esse ano por causa de toda aquela confusão... Será que não podemos levá-la...
- Eu vou levá-la ao cinema. Mantenha-se distante da minha noiva, Almofadinhas, eu ainda não me esqueci da sua última visita.
- Ora, vamos, Pontas, eu já expliquei as circustâncias.
Tiago meneou a cabeça, levantando-se e vestindo a capa.
- Eu ainda tenho que comprar um presente pra Lily. A propósito, como estão os preparativos para a minha despedida de solteiro?
O outro rapaz riu.
- Ansioso, Pontas? Não se preoucupe, já marquei a data e convidei o pessoal também. Eu garanto, vai ser inesquecível.
- Inesquecível vai ser a reação da Lily quando souber dessa história. - Tiago fez cara de miserável - Vai jantar com a gente hoje?
- Você não tinha dito que era pra eu me manter distante da sua Lily? - Sirius perguntou sorrindo.
- Almofadinhas...
- Certo, eu sei que você não vive sem mim. Mas vou ter que sair cedo. Os pais da Susan vão embora hoje. - o sorriso agora era de orelha a orelha - A essa altura, eles já estão no aeroporto.
Tiago parou na porta.
- Isso me dá uma idéia. Que tal fazermos um piquenique amanhã para comemorarmos o aniversário da Lily?
- Você vai chamar os outros? - Sirius perguntou interessado.
- Não, Pedro não vai deixar a mãezinha dele. E Remo viajou para Hogwarts. Ele não estará na próxima reunião da Ordem, por causa da lua cheia.
- Marcado então.
Tiago despediu-se com um aceno de cabeça e Sirius olhou para a montanha de papéis que tinha diante de si.
- Eu odeio burocracia... - ele resmungou antes de voltar ao trabalho.
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- Bem, Remo, acredito que seja só. Não houve mortos no Beco Diagonal, graças a Merlin, o que serve para mostrar a população que não temos gente tão desepreparada assim para protegê-los.
- Sim, professor Dumbledore. Temos sorte de contar com Tiago e Sirius e...
- E, obviamente, você. - Dumbledore sorriu bondosamente - Você pode não dar o devido valor ao seu trabalho, Remo, mas suas pesquisas têm nos ajudado muito. Inclusive, estou pensando em colocá-lo para treinar os novos membros da Ordem. Creio que não há ninguém mais apto para isso.
Remo assentiu com a cabeça, levantando-se.
- Eu tenho que ir. Até breve, Dumbledore.
O diretor acenou com a cabeça e Remo logo saiu do escritório. Estar em Hogwarts sempre lhe trazia uma sensação boa, saudosa. Aquelas paredes tinham assistido ele e seus amigos crescerem. O rapaz sorriu. Hogwarts seria sempre seu verdadeiro lar.
Tonks, no salão principal, viu quando o rapaz passou pelo corredor e imediatamente levantou-se. Há muito tempo que precisava falar com Remo Lupin. Desde um certo beijo nas férias, quando o encontrara por acaso ali.
- Grimassi, eu já volto. - ela despediu-se da amiga e logo chegou ao corredor.
Remo caminhava tranqüilo, sem parecer se preocupar com nada. Ela não precisou correr para alcançá-lo. E ele parou imediatamente ao ouvir os passos dela.
- Ninfadora Tonks. - ele disse com um meio sorriso - Voltamos a nos encontrar.
- Por favor, me chame só de Tonks. - ela pediu, sorrindo também - Escute, sobre o que aconteceu nas férias, quando você veio aqui...
- Esqueça isso. - ele disse tornando-se sério.
- Está esquecido. - ela respondeu sem se abalar - Na verdade, o que eu queria perguntar é se... Se não podermos começar tudo de novo. Quer dizer, se podemos ser amigos. Você agora sabe quem eu sou e...
O rapaz riu, parecendo bem aliviado. Tonks acompanhou o riso, embora não tivesse muito certeza sobre o que estava rindo. Remo estendeu a mão.
- Muito bem, então vamos começar isso direito. Olá, meu nome é Remo Lupin.
- Ninfadora Tonks. Mas, me chame de Tonks ou eu juro que azaro você.
Remo assentiu.
- Então, Tonks, o que está fazendo por aqui?
- Eu estudo aqui. Estou fazendo o sexto ano. E você?
- Vim visitar Dumbledore. Faço muito isso. Só que agora estou indo embora, tenho que trabalhar...
Tonks riu ao ver o olhar melancólico dele.
- Então vá trabalhar. E... será que eu posso escrever pra você?
Ele assentiu.
- Realmente, eu estava começando a sentir saudades de Hórus. - ele aproximou-se do portão - Então, até, Ninfadora.
Ele já estava longe quando ela respondeu.
- Até, Remo. E é TONKS!
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O sol brilhava radiante naqueles últimos dias de primavera. Numa praia, quatro jovens brincavam, fazendo castelos de areia.
- Que tal esse? - Tiago perguntou, fazendo uma réplica em miniatura de Hogwarts aparecer com um aceno de varinha.
- Pontas, que tal ser mais criativo? - Sirius ria, desmanchando a obra-prima do amigo.
- Ei, isso não é justo!
- Eu não pretendia ser.
Dentro d'água, Lílian e Susan observavam a discussão dos dois rapazes.
- Eles não vão crescer nunca... - Lílian deu um grande suspiro. Susan esguichou água na cara dela - Ei, porque fez isso?
- Talvez porque eu também não tenha crescido. Ora, vamos, Lily, vai dizer que você preferia que o Tiago fosse todo sério e imperturbável? Você adora ele assim.
Lílian pareceu pensativa por alguns instantes e mergulhou. Foi a vez de Susan suspirar, pensando que a amiga nunca mudaria. Mas logo o pensamento desapareceu, quando ela sentiu Lílian puxar sua perna, fazendo-a cair.
- É, você tem razão. Quer saber, eu acho que não estou completando vinte e um, mas sim doze aninhos. E adivinha com quem eu vou aprontar?
- Lily, o que você vai fazer? - Susan perguntou temerosa.
A ruiva assoviou alto, chamando a atenção dos rapazes e da moto de Sirius, parada ali perto. A moto rapidamente embicou na direção da água e Lílian começou a nadar, deixando Susan parada.
- Ei, sua maluca, volta aqui! - Susan gritou enquanto começava a nadar também.
Tiago e Sirius, na praia, apenas observavam as garotas nadarem, parecendo apostar uma corrida com a moto, que cada vez mais avançava pra dentro d'água.
- Ela não é demais? - Sirius perguntou com orgulho - Sempre me sinto meio perdido quando estou longe dela.
Tiago sorriu. Sabia do que o amigo estava falando. Ele sentia o mesmo com Lílian.
- Eu concordo.
- É uma pena que ela esteja ficando velha...
Tiago fez uma careta.
- Todos estamos, Sirius. Isso é meio óbvio!
- É. Mas, talvez, ano que vem, eu troque ela.
Tiago se indignou.
- Sirius, eu sou seu melhor amigo, sempre te apoiei, mas isso não é certo. Como você pode falar assim: "talvez ano que vem eu troque ela"? Ela sempre esteve com você, sempre...
- Pôxa, Tiago, eu não sabia que você gostava tanto assim dela. Não se preocupe, eu te dou ela de presente!
Agora Tiago estava muito vermelho.
- Como assim me dá de presente? Você se esquece que eu tenho a Lily? Falando em Lily, como você acha que ela vai ficar?
Sirius agora parecia confuso, mas uma luzinha de compreensão passou por seus olhos.
- Peraí, Tiago, você tem certeza que estamos conversando sobre o mesmo assunto? Eu não acho que a Lily vá se importar se eu trocar minha moto no ano que vem.
- Você não estava falando da Susan?
- Ei, que tipo de canalha você acha que eu sou? - Sirius agora parecia seriamente ofendido.
Tiago imediatamente se arrependeu.
- Desculpa, Almofadinhas, eu acho que...
O que ele achava, Sirius nunca poderia dizer, já que nesse instante jogou uma bola de areia na cara do amigo e correu pra dentro d'água, onde as garotas ainda nadavam com a moto correndo atrás delas.
- Ei, seu cachorro safado, volta aqui!
Tiago também entrou na água, e logo os quatro estavam brincando jutnos, como se fossem crianças. Já anoitecia quando eles deixaram a água, Lílian e Susan contando sobre a viagem que tinham feito no terceiro ano para a Itália, sobre as praias do Mediterrâneo e as trapalhadas que aprontaram por lá.
Susan e Sirius se despediram, montando na moto encharcada, mas aparentemente muito satisfeita, e Lílian e Tiago ficaram sozinhos. Eles se sentaram na areia, e o rapaz conjurou uma fogueira. Um vento frio começava a soprar, mas eles não pareciam se importar com isso.
- Tiago, a Susan me contou que o Sirius está planejando uma despedida de solteiro pra você. Isso é verdade?
O moreno olhou pra ela com o canto dos olhos.
- Bem, é...
- Hum.
Agora ele a encarava totalmente.
- O Sirius está planejando uma despedida de solteiro para mim e só o que você responde é hum?
- O que você queria? Que eu atacasse você?
Ele olhou para o maiô dela com um sorriso maroto.
- Até que não seria uma má idéia.
- Tiago, você é um pervertido, sabia?
- E você vai se casar comigo. O que isso faz de você?
Lílian meneou a cabeça, levantando-se.
- Se você vai ter uma festa dessas, eu também tenho direito a uma.
- COMO? - Tiago leantou-se. Certamente tinha ouvido mal.
- Qual o problema, Tiago? Eu não vou fazer nada que você não faria.
- Bem, esse é justamente o problema, Lily...
Ela riu.
- Eu imaginei isso. Não se preocupe, eu prometo que vou me comportar. Isso é, se você também prometer.
- Eu tenho alguma escolha?
- Não.
- Certo, então, eu prometo.
- Ótimo. Agora, acho que já é hora de voltar pra casa. Eu tenho que ir ao St. Mungus daqui a duas horas.
Tiago suspirou.
- Porque é que temos que trabalhar? Podíamos viver pelo resto da vida de papo pro ar, sem fazer nada.
- Porque seria muito tedioso. - ela respondeu simplesmente - Você não aguentaria dois dias sem fazer nada.
A respostas já veio em casa, depois de eles aparatarem.
- É, talvez você tenha razão. Mas eu não estava planejando exatamente ficar sem fazer nada... - ele respondeu malicioso.
- Ah, Merlin, olha com quem fui me meter...
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- Divirtam-se. - foi a última coisa que eles ouviram Susan e Lílian dizerem antes delas aparatarem.
Sirius observou o amigo com um sorriso.
- Então, você vai passar a semana por aqui. E, daqui a seis dias, finalmente a pimentinha vai estar no altar com você.
- Isso se não fizermos nenhuma besteira até lá. - Tiago respondeu, largando a pequena valise no chão - Eu não acredito que fui expulso da minha própria casa pelas amigas da minha namorada e que elas vão passar a noite lá, fazendo-se sabe lá Merlin o quê.
- Você não vai ter tempo para se perguntar o que elas estão fazendo essa noite, Pontas. Agora vá se arrumar porque estão esperando por você.
Body, wanna feel my body, body, baby, such a thrill, my body
Body, wanna touch my body, body, baby, it's too much, my body
Body, check it out, my body, body, baby, don't you doubt, mybody
Body, talking about my body, body, baby, checking out my body
O salão estava à meia-luz e uma melodia tocava suave. Tiago logo reconheceu os amigos. Além de Sirius, ao seu lado, lé estavam Remo e Pedro. Remo estava meio pálido, mas tinha um sorriso maroto nos lábios enquanto conversava com Edgar. Pedro parecia se esforçar para conversar com Frank e outros dois rapazes que à primeira vista, Tiago não reconheceu. Até que eles se aproximaram ao vê-lo.
- Emelina expulsou Fábio de casa já que está com Lily, então eu convidei ele e o irmão. - Sirius disse como se pedisse desculpas - Afinal, Gideão é o padrinho da noiva e...
- Bem, um dia eu ia ter que aceitar isso, não? - Tiago perguntou sorrindo.
- Boa noite, Potter. - Fábio cumprimentou.
- Considerando que você está sem namorada essa noite por minha causa, sinta-se à vontade para me chamar se Tiago. - o moreno estendeu a mão - Boa noite, Gideão.
- Boa, Tiago. - o rapaz sorriu.
Logo todos os rapazes estavam ao redor de Tiago, parabenizando-o e falando besteiras. Aparentemente já tinham servido algumas bebidas antes de eles chegarem, era óbvio que Remo, Edgar e Frank não estavam muito sóbrios.
Listen here
Every man wants to be a macho man
To have the kind of body always in demand
Joggin' in the mornings, go man go
Work up to the hill's top, muscles grow
You can best believe me
He's a macho man
Glad he took you down with anyone you can
Hey, hey, hey, hey, hey
A música aumentou e eles foram convidados a se sentar, enquanto as luzes revelavam um pequeno palco. Sirius colocou em Tiago um chapéu ridículo que o indicava como noivo e logo o show começou.
A bebida, servida a intervalos de dez em dez minutos, logo fez os rapazes perderem a compustura. Não, ele não avançaram em cima das moças que se revezavam no palco em trajes cada vez mais ridículos e mínimos. Mas depois de todos terem bebido um pouco mais do que eram capazes de suportar, Sirius foi o primeiro a subir no palco, conjurar um microfone e começar a cantar.
- Macho, macho man, I gotta be a macho man
Macho macho man, I gotta be a macho
Remo riu. Aquilo lhe lembrava de um natal, no sétimo ano, quando ele e Sirius se embebedaram naquela mesma boate e deram um "show"... Lembrando-se disso, Remo subiu ao palco, fazendo coro com o amigo.
- Macho, macho man, I gotta be a macho man
Macho macho man, I gotta be a macho
Tiago tentava controlar o riso, sentado ao lado de Gideão, que também já tinha bebido um bocado.
- Então você é um sortudo, Potter... - ele disse com a voz enrolada.
- É, eu sei.
- Eu queria ser você.
- Não é o único.
- Eu não acredito que estou dizendo isso.
- Nem eu...
Gideão encarou os olhos de Tiago através dos óculos do rapaz.
- Isso está começando a ficar ridículo.
- Você ainda não viu nada. - Tiago riu - Vamos nos juntar a eles.
Os dois subiram cambaleantes no palco e começaram a dançar.
- Body, my body, body, wanna feel my body
Body, baby, body, body, come and thrill my body
Body, baby, body, body, love to funk, my body
Body, baby, body, body, it's so hot, my body
So hot, yeah my body
Alright
- Eu não acredito no que estou assistindo... - Susan riu baixinho, enquanto Lílian, Selene e Emelina espreitavam o salão.
- Bem, eu já tinha visto o Remo e o Sirius se revelarem antes... - Lílian resmungou no mesmo tom - Mas nunca pensei que viveria suficiente para ver Tiago e Gideão dançando juntos!
- Bem, o Fábio está se comportando. Até agora. - foi a vez de Emelina falar.
- Gente, eu preciso de mais pó de mandrágora. - a voz de Alice veio das sombras - Pra poção das projeções.
- Eu vou buscar. - Selene respondeu, dando lugar a Marlene e Hestia.
- Essa foi uma excelente idéia. - Hestia observou - Mas se eles tentarem agarrar uma das moças, vão descobrir, já que elas vão se desfazer em nuvens...
- Não creio que no estado em que eles se encontram consigam agarrar alguém, mesmo que seja uma projeção de suas mentes pervertidas. - Marlene respondeu.
Pedro agora subia no palco.
- Every man ought to be a macho, macho man
To live a life of freedom, machos make a stand
Have your own lifestyles and ideals
Access the strip of competence, that's the skill
You can best believe that he's a macho man
He's the special god son in anybody's land
hey, hey, hey, hey, hey
- Lily, acho que é hora de você ir se vestir. Ou desvestir. - Susan sussurrou.
- Eu acho que vou beber um pouco do que a Alice colocou na bebida deles. - Lílian respondeu nervosa.
- Não é uma boa idéia. - a voz de Alice veio novamente das sombras - Você ia se soltar demais. Alguém pode me dizer como o Frank está se comportando?
- Ele está subindo no palco. - Hestia respondeu - E acho que pretende tirar a roupa.
Alice logo apareceu ao lado delas.
- Tapem os olhos! Se ele se atrever a fazer isso, eu juro que vou lá agora mesmo e acabo com essa palhaçada.
Lílian riu.
- É brincadeira dela, Alice. Volte pra poção.
No palco, Frank tinha acabado de tirar a camisa.
- Macho, macho man, I gotta be a macho man
Macho macho man, I gotta be a macho
Para sorte das meninas, Alice voltou para as sombras onde dois caldeirões ferviam. Susan tirou do bolso uma máquina fotográfica. Ao ver a surpresa estampada no rosto das amigas, ela sorriu.
- Vocês acham que eu vou perder a oportunidade de eternizar esses momentos? Imaginem a cara deles quando verem "as provas do crime".
- É uma ótima idéia. - Lílian sorriu - Homens... Eles têm direito a se divertir, mas vocês precisavam ver o escândalo do Tiago quando eu confirmei pra ele hoje que ia ter minha própria despedida de solteira. Aha, eles nunca vão se esquecer dessa noite. Ela será inesquecível...
- Macho, macho man, I gotta be a macho man
Macho macho man, I gotta be a macho
Os oito rapazes estavam agora numa encenação cômica de um espetáculo de cancan. Lílian caminhou até o ponto em que Alice observava as poções.
- Ainda é tempo de desistir, Lily. - Alice disse num meio sorriso.
- Não, eu agora vou até o fim. - a ruiva respondeu, começando a desabotoar a loga capa que usava - Mas você tem certeza que eles não vão tentar nada, né? Eu não quero ter que machucar os garotos.
- Depois do "susto", todos vão cair dormindo como bebês. O único problema vai ser levá-los pra casa. Porque não deixamos eles aí?
- Essa é uma excelente idéia. - Lílian concordou, abanando o pequeno rabinho de coelho de sua fantasia - Vão aprender a nunca mais deixar a segurança de seus lares. Duvido que depois dessa noite eles queiram fazer uma farra sem a gente.
- Macho, macho man, I gotta be a macho man
Macho macho man, I gotta be a macho
Sirius viu um vulto coberto por uma capa entrar no salão, empurrando um carrinho onde um enorme bolo repousava. Ele sorriu, dando um grande tapa nas costas de Tiago, que quase caiu pra frente.
- Veja o que tem pra você agora, Pontas.
Tiago ergueu a cabeça, dando de cara com o bolo, que Emelina (embora ele não soubesse que era ela) deixara no salão antes de retornar a segurança do nicho de onde elas observavam a festa. A idéia fora de Selene quando Lílian reclamara da atitude do noivo. Porque não aprontar com os garotos naquela noite?
Assim, elas tinham enfeitiçado o pessoal da boate, que cancelaram com as garotas que realmente iam "trabalhar" naquela noite e as deixaram preparar toda a decoração, cuidar das bebidas e da música. E agora seria o grand-finale.
O noivo aproximou-se do bolo, cambaleante. Tinha quase a altura dele. Quilos e quilos de glacê. Sirius aproximou-se também e ofereceu uma faca ao rapaz. Tiago sorriu, enfiando a faca no bolo. E, de repente, não mais que de repente...
I gotta be a macho man
I gotta be a mucho mucho, macho macho man
I gotta be a macho
- SURPRESA!
Do alto do bolo saíra Lílian, vestida num colant negro, meias arrastão, e um par de graciosas orelhinhas de coelho cor-de-rosa. Além, é claro, do rabinho de pom-pom.
- Li-lily?
- Não, Tiago, querido, apenas uma visão causada por sua imensa bebedeira. - ela inclinou-se dando um selinho nele e saindo do bolo.
Todos os rapazes tinham parado, e olhavam para ela assustados. De algum ponto do salão, veio a voz de Selene, magicamente ampliada.
- Dormire!
Um a um eles caíram no chão e logo a música foi substituída por uma orquestra de roncos que mais pareciam moto-serras. As garotas se aproximaram de Lílian, Emelina estendendo para a amiga a capa que a ruiva tirara.
- Parece que agora é hora de a gente ter a nossa festinha, não? - Marlene sorriu - Vamos, Camille está nos esperando com chá e doces.
- Pobre Tiago. Você podia pelo menos deixar um bilhete para ele não achar que vai ser deixado no altar, Lily... - Selene piscou o olho.
- Hum... Não. Um pouquinho de ansiedade sempre é bom. Vamos.
As outras assentiram e, em instantes, todas tinham aparatado.
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