De volta para a casa...



Capítulo 7: De volta para a casa....


- Impedimenta! – Sibilou.


Harry estava ajoelhado no chão, com uma das mãos na cicatriz em sua testa e a outra segurava fracamente o pulso de seu primo, já que momentos antes se preparava para aparatar dali com ele. Não havia conseguido desviar de maldição e fora atirado para longe do corpo estupefato de Duda, caindo a alguns metros à frente...


- Não consegue se defender de uma simples azaração? – Murmurou em tom irônico.


Alto, magro, com o rosto seco e de cobra, olhos vermelhos, fendas no nariz e envolto por seu manto negro, Lord Voldemort aparecia em plena Little Whining, apontando sua varinha para o peito de Harry.


- Surpreso em me ver? – Murmurou olhando para ele com seus cruéis olhos vermelhos – Eu lhe avisei, não? Mas você não quis me ouvir...


– Veio me matar, Riddle? – Questionou Harry erguendo-se e observando sua desvantagem.


Voldemort estava parado à sua frente, envolto por cerca de 20 comensais da morte, enquanto ele, Harry, estava sozinho, com seu primo estupefato no chão e sua cicatriz ainda ardia em brasa pela simples presença do Lorde Negro.


- Diga-me! – Completou.


- Não, pelo menos não agora. Você e aquele velho de nariz adunco me devem algumas respostas. – Respondeu em tom sereno, mas em cada palavra salpicada de veneno.


- Pois você não as terá. – Retrucou enquanto mirava sua varinha em direção a ele. – Não sou mais aquele menino de dois anos atrás. Não sou mais o menino-que-sobreviveu, sou “O Eleito”, aquele que nasceu para te matar... – Argumentava e falava sem pensar, pois precisaria de um tempo para pensar em algo que pudesse fazer.


- Vejo que a fama lhe subiu à cabeça Harry Potter. Chega de mentiras! Não estou aqui, desperdiçando o meu tempo para ouvir um moleque que acha que pode vencer o Lorde das Trevas. Você não pode vencer Lord Voldemort, Potter. Nunca pode e nem poderá!


Harry mirou firmemente e gritou para Voldemort, que o olhava com ar divertido. - Sei que essa não é a hora e nem o local para nossa batalha, você perecera em minhas mãos, mas não agora!


- Ainda acha que conseguirá escapar daqui vivo? – Olhou para seus comensais e moveu um pequeno músculo da boca, no que lhe pareceu um sorriso. – Chega de baboseiras. Legilimens!


Harry não fora pego totalmente de surpresa. Esperava que em algum momento ele fizesse isso para obter as respostar que tanto ansiava, mas o problema maior era saber que respostas eram essas...


Tentou fechar sua mente o máximo que pode. Livra-la de qualquer pensamento...


...Inutilmente...


Sua ligação com o Lorde das trevas facilitava o domínio da sua mente por ele. Suas lembranças passavam em vislumbres por seus olhos.


“Rony e Hermione treinando com ele Oclumência numa biblioteca, que possuía diversos livros e entre eles o “Desvendando o enigma da Oclumência”...”


- Vejo que andou se dedicando... Mas por mais que tente, nunca chegará aos meus pés...


Agora a lembrança que passava era de Dumbledore sendo atirado alguns metros no ar pela maldição assassina de Snape e caindo no chão lentamente, enquanto Harry, Malfoy, e alguns Comensais da Morte observavam a cena.


- Morto pela pessoa em que mais confiava... Velho ESTÚPIDO!


Via-se no lago de Hogwarts conjurando um patrono num formato de cervo para salvar o seu eu passado e a seu padrinho das centenas de dementadores que os rodeavam...


- De que adiantou Potter? Morto por um simples véu. Nem mesmo Rabicho teria capacidade para tanto!”


Sua próxima lembrança era a de Snape ensinando-o Oclumência durante o seu quinto ano, na sua sala das masmorras. Ele estava gritando alguma coisa enquanto o ex-professor o encarava sério com sua varinha apontada para ele. De repente Snape cambaleou para trás e bateu na mesa...


- Protego. – Berrou Harry e pegou Riddle totalmente desprevenido, ele cambaleou para trás parecendo estar desacordado... Esse contra-feitiço havia feito com que parte das memórias de Voldemort invadissem a mente de Harry, assim como as de Snape o fizeram...


Via Tom Riddle ainda jovem, vestindo vestes bruxas com o emblema sonserino estampado no peito. Ele apontava diretamente a varinha para três pessoas, sendo que uma delas se parecia exatamente com ele, só que mais velho Os outros dois aparentavam ser velhos e cansados, talvez os pais do homem parecido com Riddle. O Riddle adolescente murmurou um feitiço que fez com que um jato de luz verde intenso saísse de sua varinha e atingissem pessoa por pessoa na sala. Cada uma morrendo com uma expressão de medo na face...


O cenário tornou-se esbranquiçado rapidamente e assim como a neblina veio ela sumiu na mesma velocidade. Harry agora estava revendo a cena no Ministério da Magia. Voldemort entrava no hall e observava que Bellatrix estava desesperada berrando alguma coisa, que Harry se lembrava bem, “Accio Profecia, ACCIO PROFECIA”.


Voldemort murmurou algumas palavras ao Harry que estava estatelado atrás da estatua do duende sem cabeça e que apertava sua cicatriz tentando fazer com que a dor parasse. Em seguida lançou uma maldição assassina nele, que foi bloqueada pela intromissão de Dumbledore, fazendo com que uma das estatuas da fonte dos irmãos mágicos ganhasse vida e se pusesse entre Harry e a maldição da morte...


Tudo apagou novamente e desta vez Harry estava num salão escuro, onde se olhava para o lado e parecia não ter fim. Conseguia enxergar apenas um palmo à sua frente. Olhou para o lado e viu Voldemort murmurando feitiços e fazendo movimentos calmos e longos por toda a extensão do cômodo. Observou-o e viu que quanto mais ele andava, mais perto ele chegava de uma pequena redoma de vidro sob um pedestal e dentro dela havia um liquido escuro e dentro do liquido havia...


- Chega! – Berrou Voldemort recompondo-se. – Insolente! Avada Kedavra.


Harry que estava no chão atirou-se para o lado evitando a maldição mortal de Voldemort, que acabou por errar. Ele tinha acabado de visitar as memórias dele e isso lhe seria muito útil, mas apenas se saísse vivo. Decidiu-se concentrar-se ao máximo na batalha...


- O que um simples feitiço não faz, não é? – Questionou com um pouco de dificuldade, pois sua cicatriz voltara a arder.


- Cale a boca Potter, seu fim chegou... Não importa mais as minhas duvidas, seu tempo é hoje e a hora é agora! AVADA KEDAVRA!


Harry não precisou se mover muito para desviar da segunda maldição, pois Voldemort estava furioso e isso de nada adiantaria na mira do feitiço.


- Você não pode escapar de mim para sempre. Desta vez, você não tem ninguém para ajudá-lo. – E dizendo isso, lançou uma outra azaração em Harry, que não teve dificuldade em desviá-la. – Lute como um homem Potter! Crucio!


Os comensais estavam assustados com a situação. Voldemort nunca tinha se descontrolado tanto numa batalha e ainda tinha a questão de que o menino tinha visto nos pensamentos dele...


- Idiota, como ousa violar a minha mente, morra Potter! Avada Kedavra!


- ESTUPEFAÇA - Berrou Harry mirando sua azaração em Voldemort ao mesmo tempo em que ele mirava a maldição assassina de volta.


As duas se encontraram a meio caminho de distancia e se ligaram. A varinha de Harry começou a tremer incontrolavelmente e como numa descarga elétrica, prendeu sua mão a ela e mesmo que ele quisesse solta-la não poderia.


As azarações eram ligadas por uma linha dourada que brilhava intensamente e que emanavam centenas de milhares de outras linhas que iam se entrecruzando e formando um escudo que o envolvia com Voldemort.


Harry lembrava-se da batalha que teve contra Voldemort, no dia de seu ressurgimento, no seu quarto ano em Hogwarts e que agora parecia repetir diante de seus olhos. Ele e Voldemort estavam sendo erguidos e transportados para outro trecho da rua que cruzava com a Wisteria Walk, ainda com as varinhas ligadas pelo fino feixe de luz dourada.


Voldemort parecia não estar assustado, contudo, almejava em sua face um ódio intenso e um temor do que viria a seguir.


Os Comensais da Morte estavam assustados com a situação, apenas observavam e esperavam instruções de seu mestre que duelava com Harry. Quando a batalha mudou de cenário, eles os seguiram aparatando. Alguns desaparatavam e quando aparatavam apareciam desmaiados.


- Estúpidos! Aparatem do lado de fora da proteção, ou ficaram inconscientes, IDIOTAS! – Vociferou Voldemort. – Não façam nada, ou as maldições serão refratadas, esperem minhas ordens!


Harry, que não estava com suas forcas regeneradas e sua cicatriz ainda ardia, não sabia se agüentaria muito mais. A azaração do Impedimento de Voldemort o enfraquecera e ligado ao fato de que lutara com Bellatrix Lestrange e depois com oito dementadores, não sabia se agüentaria ainda mais esse duelo... Já Voldemort, parecia disposto a manter o elo e faze-lo ir à direção à Harry para que a maldição o atingisse e não se daria por vencido tão facilmente.


- Morra e junte-se à sua nojenta mãe trouxa e ao traidor do sangue do seu pai, Potter.


- Não antes de matar Riddle. – Harry não sabia se conseguiria agüentar mais algum tempo, suas forcas iam se esvaindo de seu corpo e ele sentia que iria soltar sua varinha, mesmo sem podê-la. - Ajudem-me... Ajudem-me... – Murmurava. Ele precisava pensar numa maneira de se livrar da ligação e ainda conseguir escapar, mas não tinha mais forcas pra isso, mas ele tinha que pensar, tinha que fazer algo...


Como no duelo de três anos atrás, um som estranho e sobrenatural invadiu o silencio que se formara no cruzamento. Esse som vinha de cada fio de luz das teias que vibravam em torno de Harry e Voldemort. Ele podia distinguir aquela canção de qualquer lugar, uma canção bonita e triste, encorajadora e esperançosa... Essa canção da ultima havia sido ouvida, era como um lamento... Ela era a...


Canção da fênix...


Esse som simbolizava à ele a esperança de que poderia vencer, simbolizava à crença de uma pessoa que havia partido há pouco... Esse som parecia com a voz de Dumbledore lhe dizendo que não rompesse a ligação, que não cedesse, pois ele iria conseguir vencer se assim desejasse e lutasse para isso....


Voldemort presenciava aquela cena e queria que ela acabasse o mais rápido possível, pois sabia o desfecho da batalha passada. As essências de algumas pessoas mortas por ele, incluindo os pais do Harry, haviam sido despertas e o ajudaram a escapar dele novamente, fazendo-o com que o seu retorno não fosse mais secreto.


- Ahhhhhhh. – Ele estava empunhando a varinha com a maior dedicação possível e tentava fazer com que a ligação entre os dois feitiços fosse à direção de Harry, para atingi-lo. – Morra Potter...


- Não Riddle, não vou me dar por vencido, não agora!... – Retrucou. Harry sentia que pouco a pouco suas forças voltavam, lentamente, mas voltavam. Ele sentia-se cada vez mais capaz de manter a ligação até que ela atingisse Voldemort, mas poderia levar minutos e até horas, ninguém poderia prever. Ele sabia que o quanto antes rompesse a ligação e escapasse com seu primo, melhor seria, pois Voldemort poderia invadir sua mente a qualquer momento e descobrir sobre as horcruxes...


- Potter, você já escapou de mim três vezes (N/A: Dele mesmo, não inclua o Tom Riddle da Câmara Secreta ok?.) e esta não será a quarta. – Voldemort tentava fazer com que Harry perdesse a concentração e o feitiço mortal o atingisse, mas parecia impossível. Ele tinha que dizer algo que o abalasse e o fizesse sair vitorioso. – Depois desta batalha Potter, irei ter com seus amigos as respostas sobre o que tanto anseio e acredite, não pouparei métodos para descobri-las.


- Cale a boca Riddle. Eu já disse que não morrerei! – Harry fora atingido em seu ponto fraco. Se ele perdesse, Rony, Hermione e Gina (que com a sorte de Merlin, ele talvez não saiba a sua ligação com ela) estariam totalmente desprotegidos e poderiam ser capturados e torturados, além de mortos.


Ele tinha que tentar fazer algo, tinha que superar desta vez, pois não podia esperar que seus pais aparecessem para lhe ajudar novamente, mesmo que assim desejasse. Isso era mais uma prova em seu caminho e teria de enfrentá-la, não como o menino Potter, que tantas as outras vezes conseguiu escapar ou vencer com a ajuda de Dumbledore, Fawkes ou então de seus pais. Ele teria que vencer usando sua capacidade, ou então a crença depositada nele por Dumbledore havia sido em vão e ele não teria capacidade de identificar, procurar e destruir as horcruxes, além de matar Voldemort.


- Me perdoe. – Murmurou, enquanto refletia e chegou à conclusão de que teria que fazê-lo.


Ele deixava-se dominar pelo ódio, desprotegeu sua mente o máximo possível, para que assim ódio de Voldemort o contaminasse também. Ele sentia-se enojado, mas era preciso. Concentrou-se o máximo, como se estivesse fazendo para imaginar uma serpente viva em sua frente para poder falar a língua das cobras. Mas desta vez, ele concentrava-se em querer que Voldemort fosse morto, pois uma vez Bellatrix Lestrange mencionara durante sua batalha com ele, que precisava realmente querer que a maldição fizesse efeito, na época a maldição era a cruciatus, portanto queria que realmente causasse dor. Vingança e raiva moralista não influenciariam para que a maldição fizesse o seu papel e ele teria então que odiá-lo e querer que ele morresse, mesmo sabendo que isso era impossível. – Avada Kedavra – Berrou.


E então. Nada poderia ter preparado Harry e nem Voldemort para isso. Ele havia conseguido lançar a maldição da morte, mas o mais impressionante era o efeito que ela havia causado...


Quando a maldição se uniu ao elo que unia as varinhas, uma densa fumaça negra começou a sair da varinha de Harry. Estava acontecendo desta vez com ele, o que havia acontecido três anos antes com Voldemort.


Os feitiços estavam sendo regurgitados pela varinha, um a um na ordem inversa. Dumbledore uma vez, havia dito que quando o bruxo força sua varinha combater a sua varinha irmã, ela não funciona corretamente, e desta vez era exatamente o que estava acontecendo...


Logo, toda a fumaça inundou a redoma que protegia os dois e nada se podia ver lá dentro.


Harry viu que esta seria sua única chance de escapar e lembrou-se rapidamente de como havia feito para romper a ligação no cemitério e assim o fez. Ergueu sua varinha no ar e com um puxão violento o fio dourado se rompeu, a redoma dourada desapareceu, espalhando a fumaça por todo o local...


- Estuporem-no. – Gritou Voldemort para os seus comensais que estavam do lado oposto, do lado de Harry. Mas antes mesmo que eles mentalizassem as azarações, ouviu-se um barulho de chicote...


E Harry não estava mais lá. Ele havia aparatado perto de seu primo, mas não havia muito mais tempo para se demorar, pois logo Voldemort e seus seguidores aparatariam ali. Correu em direção a ele e agarrou o pulso firmemente e mentalizou à toca.


Por um segundo, ele sentiu seu corpo comprimir e no segundo seguinte, já não sentia mais nada. Havia sido atingido por diversas maldições, azarações e feitiços.


Ao menos, ele estava se dirigindo a Toca, era só isso o que importava... Havia escapado de Voldemort mais uma vez... E estava voltando para a casa...

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