Oclumência



Capítulo 1: Oclumência

Estava sentado numa poltrona, em frente à lareira, observando o crepitar das chamas. As paredes da sala eram feitas de pedras e continham, em grande parte, limo. Era como se a sala nunca tivesse sido habitada...


Toc, toc, toc...


- Entre ... Severus .... e você também Malfoy...


Segundos depois, a porta rangeu e entraram por ela duas pessoas extremamente pálidas. Harry percebeu que elas eram nada menos que Severus Snape e Draco Malfoy. Seu ex-professor de Defesa Contra a Arte das Trevas e um ex-aluno loiro da Sonserina, seu arqui-rival...


Snape estava envolto em um manto negro e podia se notar que havia um volume em seu braço direito. Draco, ainda portava as vestes de Hogwarts com o emblema da Sonserina. Embora de muito boa qualidade as vestes, ela aparentava estar surradas e sujas...



- Ora, Malfoy. Por que está com essa cara? – Indagou.


- Senhor... eu ... – receou Draco.


- Eu sei Draco, eu sempre sei.– Interrompeu-lhe se mexendo na cadeira.- Essa sua cabeça inútil não me esconde nada, posso ver, posso sentir perfeitamente...


- Mi lord – disse Severus, temendo o rumo da conversa.


- Cale-se. Falo com você num minuto – Advertiu Snape, que estava tentando agir de forma a amenizar a ira do Senhor das Trevas – Quanto a você Draco, apenas um lembrete. Lord Voldemort é justo com seus amigos e seguidores... Mas com os fracos e traidores... Crucio!


Na mesma hora, as pernas de Draco se dobraram sob o corpo. Ele rolou pelo chão e começou a se contorcer terrivelmente, balançando de um lado para outro. Voldemort só parou de amaldiçoa-lo ao ouvir um sonoro “Creck”, que significava que algum osso de alguma parte do corpo de Draco havia se quebrado, pois ele se debatia horrivelmente pelo chão e muitas vezes se chocava contra a parede.


- Que a sua lealdade jamais volta a vacilar Malfoy. Apesar de Severus ter sido descoberto, o trabalho foi feito. Dumbledore está morto. – Harry ouviu-se dizer isso, sem pesar algum e sem cerimônia sorriu maleficamente – Agora saia.


Snape moveu-se em direção à Malfoy e amparou-o. Draco estava muito atordoado e não sentia uma de suas pernas, levantou-se e tentou agradecer ao seu mestre, por sua gratidão. Fez uma breve reverência e sorriu “ou seria uma careta de dor”. Dirigiam-se a porta, quando pararam ao ouvir o chamado de seu mestre.



- Severus...


- Sim, Mi Lorde?


- Deixe-o ai... Tem algo a lhe falar!


- Sim, certo. – Respondeu soltando Draco. – Você o ouviu, saia logo!



Assim que Draco se retirou e trancou a porta, Snape retornou ao centro da sala para ouvir as palavras de Voldemort.


- Sente-se – Exclamou Voldemort, conjurando uma poltrona. – Nossa conversa será demasiadamente longa... Tenho uma missão à você...


- Estou pronto para o que o senhor me ordenar.


- Muito bem... Sabe – disse Voldemort calmamente – Isso o que aconteceu aqui, não será nada, perto do que lhe farei...


Severus moveu-se em sua cadeira. Será que ele seria castigado por ter sido tão estúpido a ponto de ser descoberto por um mero voto perpétuo?


- Fique avisado, o seu fim está próximo. Nada e nem ninguém poderá lhe ajudar, Potter!



A quilometros dali, Harry sentiu cicatriz arder. Era como se ela estivesse em brasa, seu cérebro parecia estar rachando ao meio. Suas roupas estavam coladas em seu corpo, de tanto era o suor que derramava. Seu amigo Rony Weasley tentava à todo custo desperta-lo.


- Harry, Harry, acorde! – Gritava Rony. – Vamos Harry, reaja! Reaja!


Harry estava deitado de costa no chão, respirando como se estivesse corrido centenas de quilômetros. Acabara de acordar de um sonho, ou melhor um pesadelo. A antiga cicatriz em sua testa, que tinha a forma de um raio, ardia sob seus dedos...


- O que foi Harry? – Perguntou o ruivo


- Tiv... Tive um pesadelo com... Com Voldemort – Respondeu-lhe com um insistente ardor na cicatriz – Ele estava falando com Snape e Malfoy sobre… sobre a morte de Dumbledore. E ele ainda indicou uma missão ao maldito Snape.


- Nossa Harry…- Ponderou o ruivo ajudando o amigo a sentar-se na cama.


- E o pior Ron, é que eu não sei a maldita missão de Snape – disse cuspindo o nome. – Aquele assassino! A se eu...


- Como? Você nao disse que... – Interrompeu o momento de fúria do amigo, pois sabia onde iria chegar...


- Ele agora sabe quando eu estou ou não em sua mente – Retrucou Harry – Se tornou extremamente perigoso a mim esse sonhos. Posso virar seu prisioneiro mental.


Rony olhou para o amigo abismado – Você-sabe-quem pode te prender na mente dele?


- Não sei Ron. Só sei que mais do que nunca, tenho que dominar definitivamente Oclumencia.


- Isso mesmo Harry, agora você percebe o quão perigoso é a mente de Voldemort – Murmurou Hermione entrando no quarto sonolenta, mas ainda com uma cara de “eu te disse, mas você não quis me escutar!”.


- O que faz aqui Mione? – Indagou Rony, que corou levemente. Todos estavam de pijamas e somente Hermione estava de robe por cima.


- Apenas ouvi os gritos e presumi o que era – exclamou Hermione desviando o olhar de Rony encabulada.


- Certo….


- Hermione. – Chamou lhe atraindo a atenção - me veio uma idéia à cabeça... Posso lhe pedir algo? – Perguntou Harry, interrompendo a cena protagonizada pelos dois amigos.


- Claro Harry. Do que precisa? – Questionou-o com uma sombrancelha erguida.


- Até que estudemos Oclumencia, pode me preparar aquela poção do sono que permite não sonhar?


- Você não precisará – Respondeu-lhe contente – A propósito Harry...


- O que Mione?


- Nós vamos seguir com o plano mesmo?


- Mas é claro que sim, você pretende desistir? – Questionou enquanto passava as mãos pelo cabelo negro. Esperava que ela dissesse sim e o deixa-se-o só na missão que lhe foi passada. Mas ele já sabia a resposta.


- Não, de maneira alguma. Isso nem me passou pela cabeça. Eu só queria que... Sabe, já fazem duas semanas e os nosso pais devem estar preocupados... Está na hora de mandarmos algum sinal de vida.



- Já que mencionou isso. Vou despachar uma carta à nossos pais amanhã – disse Rony apontando para ele e Hermione – Dizendo que estamos bem e que iremos para o casamento... Já está mais do que na hora...


- Certo, certo... Eu não me preocupei muito, pois não tenho a quem dar satisfações. Quanto ao plano, vamos segui-lo, portanto eu e Rony vamos para a casa dos Dursleys daqui a dois dias enquanto você vai para a toca, mas você sabe que não deve...


- Não devo contar nada do que estamos fazendo a eles e nem onde estamos... nem sobe a maldição cruciatus... – Exclamou entediada arrancado um sorriso de Harry – Direi então que vou para ajudar no casamento e que vocês chegarão em breve... logo depois do seu aniversário...

- Perfeito.


- Agora meninos, se me dão licença. – Disse virando-se nos calcanhares e saindo pela porta. – Boa Noite...



- Noite Mione – Responderam em unissono...

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