*Mais profundo que a razão*
Gina se virou e revirou na cama nesta noite, mas por mais que tentasse, não conseguiu dormir. Abriu seu diário pra escrever nele, mas acabou por ficar pensando, com o diário aberto no colo, sobre a inutilidade de tudo aquilo... Porque ela escrevia num diário? Nunca a fizera sentir melhor! Só lhe trouxera problemas...
Pensava sinceramente que não se importava com Malfoy, aquele estúpido e arrogante sonserino, mas teve que admitir que isto não era assim.. Ela importava-se, por alguma razão que escapava o seu próprio conhecimento. E naqueles dias... Naqueles dias tinha-se sentido próxima dele pela primeira vez, tivera uma conversa mais ou menos (enfim, menos!) civilizada com ele, e agora não podia fingir que não tinha sido assim!
E num acesso de raiva, desceu à sala comunal, ateou o fogo e atirou o diário pra dentro dele. Ficou vendo ele queimar até que não restava nada; e isso fez ela se sentir levemente melhor.
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A garota ruiva estava sentada na sala de Poçoes sem prestar atençao nenhuma pra aula. Pensava e repensava. Tinha chegado a um impasse: só tinha duas opçoes em relaçao ao problema com Malfoy.. Ou tentava falar com ele e fazer com que ele a ouvisse, OU (e era isso que aconselhava sua consciencia) nunca mais pensava no assunto. Mas sabia que isso era impossível_ por isto ela decidiu-se a procurar ele no intervalo do almoço.
O professor continuava com sua lengalenga interminável. Gina não tinha estado com atençao. Mas, ao ouvir durante um bocadinho, se interessou imediatamente! O professor falava sobre uma poçao chamada amortencia. Dignou-se a ouvir:
_ Nessa poção todas as pessoas sentem tres cheiros; porem, estes cheiros são diferentes pra todos. Nós cheiramos nela cheiros que caraterizam as coisas que nós mais amamos. Normalmente, cheiramos um cheiro que descreve nossa personalidade, um pra algo, uma situação ou pessoa, que nos amamos muito, e depois, finalmente, (e esse cheiro normalmente eh uma revelaçao pras pessoas), a pessoa que nos amamos, ou seja, com quem nos estamos destinados a estar.. Às vezes, nem conhecemos essa pessoa ainda e nao reconhecemos o cheiro... É algo mais profundo que a própria razão.
Gina ficou pensando enquanto os outros cheiravam a poçao. Alguns tentavam disfarçar um evidente embaraço, outros lançavam gargalhadinhas, e outros ficavam totalmente confusos. Finalmente, a poçao chegou até debaixo de seu narizinho... Fez um esforço por discernir os cheiros uns dos outros.
'Uhmm', pensou pra si mesma (porque nem sonharia contar coisas privadas pro resto da aula!), e depois reconheceu o leve cheiro floral que era seu perfume. Ela o escolhera por essa razão, mesmo: descrevia sua personalidade. Depois, quis separar os outros: Com esforço, cheirou o vinho das flores que seus pais e irmãos bebiam em ocasioes especiais. E aí estava: o amor à familia. E depois... Uhm... Parecia-lhe ter cheirado aquilo nalgum outro sítio! Não encaixava nada bem com os outros cheiros. Era como que uma colónia masculina, de cheiro não forte senão subtil, quase imperceptivel às vezes. Era cortante e porem suave.. 'Nao sei', desistiu, baralhada. Talvez ainda nao tivesse conhecido esta pessoa especial.
Tocou o sino pra saída. Ela sentiu-se muitíssimo nervosa! Agora, tinha que ir falar com Draco!!
Um par de ideias estúpidas atravessaram seu pensamento: entao e se nao fosse?... Não, Gina, disse pra si mesma, não podes fazer isto, sabes que a única forma é falar com ele. 'A única forma pra que?!', perguntou a vozinha. Gina não se deu ao trabalho de responder.
E caminhou lentamente, morrendo de ansiedade. Por fim, avistou a cabecinha loura de Malfoy num corredor. Correu pra apanhar ele.
_ Malfoy!!
_ Me deixa, Weasley, não quero falar com vc. _ Disse ele, frio e distante como sempre, sem sequer se virar pra encarar ela.
_ Malfoy, por favor, vá fala comigo.
Ele se virou pra ela e ela viu certo desprezo em seus olhos.
_ O que é que vc tem pra falar comigo que seja assim tão importante?!
Como ele tinha parado de repente, ela esbarrou contra ele. Não pareceu incomodá-lo; era tao mais alto que ela, que pouco importava se ela esbarrasse contra ele ou se tivesse sido uma mosca. Ela estava prestes a se afastar e xingar ele, decidida a falar quer ele quisesse ouvir quer naum, mas... Num dilacerantemente doloroso centecimo de segundo, ela reconheceu na colonia de Malfoy aquele cheiro... Aquele cheiro... Subtil mas penetrante, tal como o próprio Draco, frio mas morno ao mesmo tempo... O terceiro cheiro em sua poçao de amortencia. Amor?! Não... Jamais!
_ Draco.. _ murmurou ela, com lagrimas de raiva nos olhos, e fugiu correndo. Se trancou em seu quarto e ninguem viu mais ela durante este dia. Não, não, não pode ser, repetia ela pra si mesma, uma e outra vez... Mas, dentro de si, tão profundo que por mais que quisesse -e nao queria- nunca poderia trazer este pensamento à superfície, ela sabia.. Sabia.. Sabia que sim. Podia ser. Era.
Porque algumas coisas sao mais profundas que a propria razao.
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N/A: E aí? me empenhei nesse capitulo!! gostaram???
Novamente, peço desculpa pelas possiveis gaffes!!
Obrigada pelos comments, nao se preocupem naum,eu n abandonei a fic...
por favor comentem, obrigada por ler!
Ah! quase me esquecia! Isso eh importante: eu n mencionei quem era o professor de poçoes porque pretendo que isso seja nao uma historia tipo sequela, mas sim uma historia completamente alheia ao resto da trama HP.. Portanto, n revelei este tipo de pormenores sem importancia!
Obrigada por tudo!
JACKE
Comentários (1)
Adorei. Muito boa sua fic, eu realmente tive a impressão de ter sentido este terceiro cheiro que ela reconheceu em Draco. Você deveria continuar, dar uma finalização à altura da sua ótima escrita. Parabéns.
2015-01-10