Desaparecido



Cap. 14 – Desaparecido



Passou muito tempo e eles se tratavam apenas como colegas; James não dirigia uma única palavras a qualquer um dos dois.

Tanto Severo quanto Lílian pareciam indiferente à própria situação, porém ambos, no íntimo, sentiam-se péssimos e com saudades um do outro.

Ao menos os outros, alunos e colegas, parecerem esquecer um pouco deles, pararam de ficar comentando sobre suas vidas. Os alunos apenas comentavam o quão ruins estavam sendo suas aulas de Poções e Defesa Contra as Artes das Trevas. Severo e Lílian estavam de extremo mau-humor nos últimos dias, matavam seus alunos de tanto estudar, e não economizavam pontos das casas, nem da sua própria. E não adiantava conselhos de Dumbledore e sua insistência, nenhum cederia, tamanho era o orgulho.

Numa certa noite, Lílian e Severo saíram ao mesmo tempo de suas salas, encontrando-se no corredor. Pararam e se fitaram, sem dizer uma única palavra. Havia uma tensão enorme entre os dois.

Snape, de súbito, avançou em Lílian, prensando-a contra a parede. Começou a beijá-la ávido. Ela acabou rendendo-se aos seus desejos. Snape guiou-a ao seu quarto sem para de beijá-la, e lá se permitiu caricias mais ousadas, sem Ter medo de tombar com um aluno.

Lílian tinha consciência do que fazia e da promessa que havia feito a si mesma, mas o desejo de ter Severo assolava-lhe a carne. Não havia jeito, ela amava e desejava demais aquele homem mais do que tudo no mundo, ela o queria e não iria interromper momento tão intenso e prazeroso por causa de um orgulho besta.

- Sev… você me enlouquece…

Ele grunhiu algo que ela não entendeu. Mas quem se importava?

O local estava com uma iluminação um tanto sensual. Todas as luzes apagadas, apenas a lareira acesa, permitindo uma meia-luz entrar no quarto dele. E foi para lá que ele levou Lílian. Tirou sua capa e a dela também. Beijou o pescoço da amada, enquanto procurava os botões de sua blusa. Tirou-a e beijou seu colo. Depois começou a descer, lambendo toda sua barriga, para tirar sua saia longa. Ao sentir a língua de Severo brincar com seu umbigo, Lílian jogou a cabeça para trás e começou a bagunçar os cabelos de Severo.

Logo Snape estava tirando a saia de Lílian. Depois ergueu-a e jogou na cama, sem violência, mas com desejo animal. Ela apenas se arrumou ali quanto Severo tirava o resto de sua roupa. Foi indo por cima dela sobre a cama, beijando seus pés, suas pernas… passou para o ventre e foi subindo até chegar em sua boca.

- Lílian, seu corpo é maravilhoso!





Lílian remexeu-se lasciva sob o olhar de Severo. Quando abriu os olhos, assustou-se; esperava encontrar-se sozinha.

- Você por aqui? …

- Não ganho nem um “bom dia”?

Ela sorriu docemente e passou a mão pelo rosto dele.

- Bom dia, Sev.

- Bom dia. Ora, por que eu não estaria? Essa cama é minha. Mas, de qualquer forma, achei mais seguro estar aqui quando você acordasse, porque eu não queria que pensasse que eu apenas a usei… Não foi certo eu ter te atacado daquela forma, mas você sabe que eu a amo, não podia mais suportar ficar uma noite sem você.

- Fez bem em Ter ficado aqui. Eu ficaria muito zangada se acordasse e novamente não o visse do meu lado. Talvez você não consiga entender o quão maravilhoso é para mim acordar depois de uma noite tão boa como essa e ver seu rosto, Sev.

- Bom, é melhor vestir-se; hora de enfrentar os pestinhas.

Lílian percebeu que Severo tentava desviar o assunto para ela não acabar perguntando novamente o motivo do sumiço dele nas noites anteriores. Afinal, se ele não queria contar, o motivo deveria ser muito sério. Mas por que dessa vez ele ficou? Lílian teria que descobrir isso, mas agora ela queria evitar aborrecimentos e aproveitar que estavam de bem. Mais hora, menos hora a verdade viria à tona.

- Lily, que tal descermos juntos, hoje?

Ele parecia de muito bom humor.

- Como assim? Quer assumir, mesmo? Acabar com as especulações dos alunos e comprovar o que eles já imaginavam?

- Claro! Ora, não que eu me importe com eles, mas ao menos param de ficar fazendo suposições. E eu quero poder ficar perto de você a hora que eu quiser, Lílian.

- Se você quer assim… não vejo porque não.

- Então vem.

- Ah… Sev?

- Sim?

- Quero tomar um banho, antes. Suei muito.

Ele riu.

- Tudo bem. Posso ir junto?

Ela sorriu com ar maroto.



Alguns minutos mais tarde os dois estavam indo pelos corredores das Masmorras de mãos dada, indo em direção ao Salão Principal. Falavam um tanto excitados sobre a última fórmula mágica criada por Lílian.

- Bom dia, Alvo. – cumprimentou Lílian sentando-se ao lado do velho diretor.

- Bom dia. – cumprimentou Severo, também.

- Bom dia, meus jovens. Parecem felizes, não é?

Lílian piscou para ele, que entendeu rapidamente. Na verdade, Alvo Dumbledore sabia que isso um dia aconteceria. E é claro que os alunos voltaram a comentar, mas só pelo impacto de ver os dois de mãos dadas.

- Eu acho isso tão romântico!

- Ah, Hermione, qual é? Isso não é romântico, é… assombroso! É sinistro!

- Deixa de ser insensível, Rony. Olhe, eles foram feitos um para o outro!

- Aí eu tenho que concordar com você. Juntou fome com vontade de comer, aí… um consegue ser tão mal e irritante quanto ao outro. Mas o que é que pode sair de Snape e Roberts? No mínimo, um bom concorrente de Você-Sabe-Quem. Eles são o casal mais funesto que eu já vi.

- Ah, Rony, cala a boca!

Lílian olhou para o lado e viu um James aparentemente deprimido. Cutucou Severo e apontou o colega.

- Deixa ele.

- Severo, ele está assim por minha causa!

- Você nunca foi de se preocupar com a vida alheia. – Lílian lançou um olhar de repreensão a ele. – Ok, ok… vá fazer seu papel de amiga.

E ela foi.

- Olá, James.

- Olá, Lílian.

- Está tudo bem com você? – que pergunta idiota, pensou.

- Está, sim, tudo ótimo, obrigado. E você e Snape?

- Vamos bem… mas você tem certeza de que está tudo ok?

- Ih, o sinal para a primeira aula. Preciso ir. Depois conversamos.

- Tudo bem.

Ela ficou olhando James sair. Logo Snape apareceu do seu lado.

- Lílian, vamos?

- Vamos.

Os dois foram juntos pelo corredor, conversando.

- E ele? – perguntou Snape sem muito interesse.

- Apesar de dizer que está tudo bem, eu não sei… ele não quis me falar nada.

- Esquece ele, Lílian.

- Ah, Sev… eu me sinto culpada.

- Pois não devia. Agora vê se esquece.

Chegaram às portas de suas salas. Esperaram todos os alunos entrarem, então deram um selinho de despedida, cada um desejando ao outro um bom dia de trabalho.



O ano acabou; Lílian e Severo resolveram passar as férias no castelo, mesmo.

Lílian refletia… o ano passou muito rápido e tranqüilo. Não houve manifestações pela parte do Lord das Trevas e nem Harry Potter teve de bancar o herói como nos outros anos – Severo havia lhe contado o que tinha acontecido das outras vezes. Ao menos aos olhos dela e de outras pessoas não estivesse acontecendo nada. Ela não fazia idéia do que a esperava.

Já estavam em época de aulas de novo, a folga acabou. Mais uma noite, como tantas outras, Severo e Lílian ficaram juntos, em puro êxtase e amor, a paixão aumentado a cada beijo. Mas, no dia seguinte, ao acordar, Lílian encontrou-se sozinha. Sentiu um mau presságio. Já havia muito tempo que Severo não desaparecia como fizera algumas vezes. Sentiu que algo ali estava errado. Vestiu-se rapidamente e foi até a sala do diretor. Não lhe importava que ainda fosse 5h da manhã de um sábado.

- Dumbledore, cadê Severo? O que está acontecendo? – perguntou ela invadindo a sala dele e o pegando ainda vestindo pijamas. – Por favor, Alvo, eu sei que você sabe!

- Sim, minha querida, eu sei. Mas se Severo ainda não se sentiu preparado o bastante para lhe contar, não serei eu que o farei. Tenha paciência e espere. Se ele decidiu omitir, mesmo que momentaneamente, temos que respeitar, não posso trair sua confiança.

Lílian sentiu uma pontada de raiva do diretor e estava pronta para explodir, mas se conteve. Tentou arrancar dele, então, de outras formas.

- Diga-me ao menos se ele está bem.

- Eu não saberia lhe dizer… mas Severo é forte, ele sabe se defender. Deve estar bem, sim.

- Isso quer dizer… ele está exposto ao perigo?

- Sim, querida.

Ela cambaleou, parecendo que ia desmaiar, mas se segurou em uma cadeira próxima e se sentou. Jogou a cabeça para trás. Imaginou onde estaria Severo, mas aquilo fora há tantos anos… não podia…

Seus pensamentos foram interrompidos por duas mãos grandes e pesadas tocarem seus ombros. Ela ergue-se de súbito.

- Severo! Você está bem? – perguntou ela apressada, colocando as mãos no rosto dele.

- Não se preocupe, Lílian. Estou bem.

- Eu os deixarei sozinhos. – declarou Dumbledore. – Severo, não invente desculpas. Ela merece explicações, e você sabe disso melhor do que eu. – e foi embora.

- Severo… você não estava fazendo o que penso que estava, não é?

- Vamos nos sentar, Lílian.

O terror na expressão dela disse tudo a Severo. Ele sabia onde ela imaginou que ele estava, e estava certa. Devia confiar nela, pois ela o amava de verdade.

- Querida… ele, o Lord, está me chantagiando.

- O quê?!

- Ele tem chamado seus Comensais… é claro que não respondi aos primeiros chamados, já que eu já havia me distanciado deles há anos. Mas recebi uma carta direta dele. Ordenou-me que eu aparecesse lá se quisesse tê-la viva.

- Severo, por Merlim! Ele vai matá-lo! Ele está te usando, e quando não quiser mais, vai matá-lo por você o ter traído no passado!

- Eu sei, mas…

- Não se arrisque assim por mim, ele não pode me fazer mal!

- Pode sim, querida, ele está muito mais forte. E felizmente ele não sabe que Dumbledore ou você ao menos suspeitam do que eu esteja fazendo graças à Oclumência.

- Mas, Severo, estando dentro de Hogwarts, nós dois estamos protegidos! Por favor, não volte mais lá!

- Em nenhum lugar estaremos totalmente seguros, Lílian. Eu só peço a sua compreensão e apoio. É um serviço para a Ordem da Fênix que estou prestando, preciso descobrir exatamente o que o Lord pretende fazer e porquê precisa de mim, então Dumbledore e o Ministério poderão pegá-lo.

Ela o olhou com um olhar triste.

- Por favor, não se machuque. Não quero ficar viúva antes mesmo de ter me casado com você.

- Não se preocupe, meu amor, eu estarei bem. Se eu tiver sua ajuda, tudo ficará mais fácil.

Os dois se beijaram longamente, e então voltaram ao quarto dela. Ele sentou na cama recostado no encosto dela, e Lílian dentou a cabeça na pernas dele. Ficaram ali por algum tempo em silêncio, quando ela perguntou:

- Sev, o que vai fazer hoje o dia todo?

- Não sei… todo o meu trabalho está adiantado.

- Ah, que bom, então você vai me ajudar. – afirmou ela.

- No quê?

- Corrigir provas.

- Lílian! Hoje é Sábado!

- Eu sei, Sev, mas preciso colocar meu trabalho em dia. Se você me ajudar, amanhã teremos o dia inteiro livre.

- Ok, ok…

Os dois foram para a sala de aula dela. Lá, Snape se sentou a uma mesa e começou a corrigir provas das quatro casas de 5º, 6º e 7º anos. Lílian parecia meio nervosa enquanto preparava as aulas, até que finalmente falou.

- Severo, esses livros de Poções são um lixo, são pobres demais em informação!

- Eu também acho, Lílian… mas então não use os livros, prepare pela sua cabeça, mesmo. Eu raramente usava os livros.

- Que droga… eu não estou muito boa para inventar coisas, agora.

- Pois é… então no próximo ano lembre-se de pedir um outro livro.

- É o que irei fazer. Mas agora vamos trocar: eu corrijo as provas e você prepara minhas aulas. Você sempre foi bom nisso.

Eles trocaram de serviço. Mas não demorou muito e Lílian voltou a falar.

- Sev, você sempre amou Poções, que eu sei. Por que querer ensinar Defesa Contra as Artes das Trevas? É claro que eu sei que sempre gostou disso, também, sempre com livros de Magia Negra. Mas seus olhos brilhavam enquanto sua poção fervia. Eu ouvi uns garotos dizendo que você sempre cobiçou o cargo que agora ocupa.

- Lílian… – ela esperou pacientemente que ele encontrasse as palavras certas. – eu quero tentar impedir que surjam mais Comensais da Morte e formar mais Aurores. Por meio das minhas aulas eu tento mostrar o quão importante é se permanecer ao lado da Luz. E talvez seja uma forma de me redimir… pagar pelo meu passado. Eu mostro a verdadeira escuridão, aos alunos, mostro a verdadeira cara da Magia Negra, e os faço odiá-la.

Lílian sorriu.

- Uma causa muito justa, meu amor… é legal de sua parte fazer isso.

- Não procuro ser legal, e sim fazer justiça e mostrar competência.



Lílian já estava acostumada a às vezes acordar e encontrar Severo dormindo ao seu lado, e outras ver-se sozinha naquela cama, que parecia tão maior quando estava ocupada. Apesar de acostumada, era inconformada, não conseguia se concentrar em nada se ele não estava presente.

Mas um certo dia, o que ela mais temia aconteceu; Severo apareceu pela lareira. Lílian olhou para ele e viu o terror em seus olhos. O homem estava coberto de sujeira e sangue, as roupas rasgadas, estava muito tonto para conseguir se manter de pé.

Lílian, que estava sentada na poltrona que ficava de frente para a lareira, levantou-se rapidamente, muito assustada.

- Severo! O que aconteceu? O que fizeram com você?

Ele teve de se apoiar nela. Ela teve de ir carregando ele até a cama. Mas ele não quis deitar, apenas se sentou.
- Sev, fale comigo…

- Ele… ele me… pediu – Severo tinha muita dificuldade para falar. – que… que entregasse… você… a ele… te entregasse… mas e-eu… neguei.

- Oh, Sev… você não devia…

- Ele declarou… guerra… Lílian… chame… Dumbledore… chame…

Ela correu pelos corredores tão rápido que em menos de cinco minutos estava devolta com o velho professor.



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N/A: Viva!! \o/ Terminei meu primeiro caderno! Agora começarei a digitar o segundo caderno, que começa pelo capítulo cinco. Espero que todos tenham gostado desse último capítulo, pq eu simplesmente amei! And, please, comments, now!

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