Adeus Weasleys - parte 1
As palavras de Hermione ainda ressoavam na cabeça de Harry. Na verdade, ele mesmo já havia se questionado sobre o que realmente sabia sobre seus pais. E chegara à conclusão de que era muito pouco...
De repente o bater de asas perto da janela atraiu seu olhar. Era apenas Edwiges, que chegara de mais uma escapadela para caçar ratos. A coruja voltou trazendo no bico um grande roedor (o qual perecia bastante suculento para a ave).
- Pelo menos não tenho que me preocupar com seu jantar! – Edwiges voou dentro do quarto em direção à sua gaiola, e dedicou-se a saborear a presa. Harry continuou olhando a coruja, mas seus pensamentos retornaram à questão que o atormentara a semana inteira. “Eu preciso descobrir mais sobre eles. Parece que todo mundo sabe algo que eu ignoro....” E ele recordou seu primeiro ano em Hogwarts, Hermione lhe mostrando a Sala dos Troféis “E lá estava o nome de papai...e Rony...Rony dissera algo, não dissera? Ela sabe mais sobre sua vida do que você mesmo. Estranho como me lembrei disso agora...” Ele agora revia claramente a resposta da jovem: “Todo mundo sabe.” “E ela tinha razão, como sempre”. O mais estranho, era como pareciam ter se transcorrido séculos desde seus onze anos. Desde aquela noite mágica em que a guarda-caças lhe dissera que ele era um bruxo. “Um bruxo como meus pais”. A verdade perpassou sua mente como um flash, fazendo-o voltar ao âmago da questão.
Harry sabia que ainda restavam muitas perguntas sem resposta, e sabia também que não descansaria enquanto não às respondesse. Então, ele decidiu ir atrás das respostas (o que ele obviamente não encontraria N’A Toca).
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Não havia tempo a perder, cada minuto seria precioso de agora em diante. A primeira coisa que deveria fazer era avisar os Weasley, afinal seria muita falta de consideração sair no meio da noite sem avisar a eles, que sempre foram sua família. Ele podia imaginar a Sra.Weasley entrando na manhã seguinte em seu quarto, encontrando a cama vazia e desfeita... “Melhor nem pensar!” E molhando sua pena no tinteiro, começou um bilhete de despedida, dirigido ao senhor e a senhora Weasley. Não demorou muito e terminou o bilhete. Decidiu não dar muitos detalhes sobre pra onde pretendia ir, ou fazer. “Só o necessário. Eles só precisam saber o necessário para não se preocuparem”.
Apesar dos pios em protesto de Edwiges, o garoto começou a arrumar seu malão com a varinha, como vira uma vez Tonks fazer.
- Não aceito protestos, Edwiges. Nós temos que ir! – A coruja pareceu entender suas palavras e voltou a mordiscar o rato.
Quando tudo parecia pronto para partir, certificou-se de que a varinha estava segura no bolso do jeans e munindo-se do malão, da gaiola e da vassoura, disse baixinho:
- Adeus Weasleys. – Ouviu pela última vez o gemido vindo do sótão, como se o vampiro da Toca soubesse que ele estava partindo. Em resposta, de dentro da gaiola fez-se ouvir um pio baixo, quase inaudível.
Assim, no segundo seguinte, o garoto e sua coruja desapareceram do quarto, da mesma forma que um sopro de vento, partindo sem deixar rastros. Apenas um bilhete no quarto vazio.
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