O Desastre de Natal
Capítulo 5: O Desastre de Natal
O tempo passava rápido, Lucy e Gui estavam na casa da garota, era vinte e quatro de Dezembro:
- Lu- disse Gui- será que você...?
- Será que eu...- continuou ela.
- Gostaria de passar o Natal comigo, junto com a minha família?- confessou ele.
- Eu?? –disse ela, incrédula.
- É! Você, dona Lucy. – exclamou ele.
- Vai dar muito trabalho e...- Ela não sabia bem o que fazer. Conheciam-se a muito pouco tempo, mas já se amavam profundamente. Só que conhecer os pais dele...ela não sabia o que faria.
- Mas os seus pais estão em Paris e só voltam no início de janeiro, não é?- insistiu, ele.- Quando você já estiver em Hogwarts.
- É...não que eu queira passar o Natal sozinha é só que...- ela parou, não sabia como dizer.
- Que o quê?- insistiu, Gui novamente.
- Bem... é que...conhecer a sua família, eu não vou saber o que fazer.
- Eu conheci os seus pais!!!- disse ele, indignado.
- É, né?- admitiu, Lucy.- Você tá certo. Eu vou!!
- Ótimo, vamos lá.- disse, ele.
- Gui- mas uma dúvida surgiu na cabeça de Lucy, como chegariam até a casa dele? Gui já era maior de idade, tinha licença para aparatar, mas ela era menor, não podia fazer tal coisa.- Mas como a gente vai chegar lá?
- É simples, nós vamos usar o pó de Flu. Tenho um amigo aqui por perto que pode nos ajudar.
- Tá bom. E os seus pais?- perguntou ela.
- Já falei, não esquenta. Eles sabem que nós vamos pra lá.- contou, Gui.
- Então, quer dizer que o senhor já tinha planejado tudo?- disse ela, num tom de reprovação.
- É, de certa forma...hehe.- disse ele, corando.
Então eles foram até a casa em que havia ocorrido aquela festa, na rua das Rosas. Eles tocaram a campainha e uma moça muito loira, com cabelos cacheados abriu a porta e disse:
- Gui, a quanto tempo - disse ela, abraçando- Você está muito mais bonito!!!
- Er...obrigada, Kelly. –disse ele, corando novamente.
- Quem é essa garota?- perguntou ela, num tom de desprezo, quando avistou Lucy.
- É a minha namorada, Lucy.- explicou Gui.
- Olá - disse a moça loira, com um sorriso maldoso. – Meu nome é Kelly.
- Oi - disse Lucy, secamente, que não gostou nem um pouco dela e muito menos da forma com que ela abraçara Gui.
- Kelly, eu estava precisando ir para casa, mas Lucy não tem licença para aparatar, eu estava pensando se você podia nos ceder a sua lareira por alguns instantes. –disse ele, percebendo que Lucy se sentia desconfortável.
- Claro- disse a moça, num tom ligeiramente falso.- Sigam-me.
Enquanto subiam as escadas, Lucy puxou Gui pela camisa e reclamou:
- Não gostei dessa mulher. Ela fica te agarrando.
- Tá com ciúmes é? - O rosto de Lucy corou, ela parecia prestes a explodir.- Não se preocupa, você sabe que VOCÊ é a minha namorada agora.
Lucy pareceu não se conformar, mas se sentiu mais segura em relação a Gui e aquele projeto de mulher.
Kelly entregou o pó de flu primeiro a Gui, que entrou na lareira, falou A Toca e jogou a pó de flu em direção ao chão. Lucy, observou o namorado fazendo isso e fez o mesmo. Mas não antes de Kelly sussurrar, num tom bastante audível que Lucy era apenas uma brincadeira para Gui.
A viagem com o pó de flu, decididamente, não era das melhores. Mas, em poucos segundos, Lucy estava na sala de uma casa muito engraçada, mas bonita.
- Aqui estamos, minha casa – disse Gui.
Antes que Lucy pudesse responder alguma coisa, uma mulher gorda, com os cabelos tão ruivos quanto os de Gui e olhos verdes entrou na sala e abraçou Gui e depois abraçou Lucy.
- Bem vinda, querida- cumprimentou a mãe de Gui.- Todos estavam ansiosos para conhece-la, Gui tem nos mandado cartas sobre você a meses.
Nesse instante Gui ficou vermelho como fogo, mas apenas Lucy percebera isso, então ela deu risadinhas, fazendo Gui dizer um enorme “MÃE!”. Logo depois, entrou na sala o pai de Gui. Que pareceu muito interessado pela garota, e começou a perguntar qual era a utilidade de um patinho de borracha. O que fez Gui reclamar novamente, dizendo:
- Pai, mais tarde, por favor. - Assim que o pai se afastou ele explicou a Lucy.- Ele é fanático por trouxas, isso é normal.
Mas, Lucy teve uma surpresa, próximo à mãe de Gui, estavam nada menos que Fred e Jorge.
- Lucy, o que é que você tá fazendo aqui?- perguntou Fred.
- Eu é que pergunto!- retrucou a garota.
- Oi, Lucy!- exclamou Jorge.- Então, você é a namorada secreta do Gui?
Lucy ficou ligeiramente vermelha, mas logo perdeu a vergonha e disse:
- É, sou eu. Não dá pra acreditar que ele é irmão de vocês e...
Lucy parou de falar quando viu que Fred estava encarando-a, seus olhos ia dela para Gui e de Gui para ela. Lucy sentiu que precisava contar uma coisa para Gui, e com urgência. A Sra. Weasley anunciara que o jantar estava pronto e todos foram para a cozinha. Todos menos Lucy e Gui.
- Gui, você nunca me disse que o seu sobrenome era Weasley.
- Eu não achei importante, como eu ia saber que você não era trouxa?- explicou ele.
- Bom, esquece. Eu preciso te contar uma coisa muito importante!
- Agora?
- É, agora!
- Tá bom, Lu, fala.
- Sabe os seus irmãos, o Fred e o Jorge?
- Sei, o que que tem?
Então, Lucy contou a Gui um acidente, que ocorrera um ano antes de ela conhecer Gui.
A garota estudava juntamente com os gêmeos, irmãos de Gui. E eles sempre foram amigos. Mas, ela chegou a gostar do Fred, e acabou por beija-lo uma vez e outra.
Porém, alguns dias depois, ela descobriu Ter beijado primeiro Fred e depois, o Jorge, pensando que ele era Fred. Isso causou muita confusão, principalmente depois que ela descobriu que Jorge também gostava dela. Lucy gostava muito dos dois, e não sabia o que fazer, não queria magoa-los. Isso acabou fazendo com que os irmãos brigassem. Ela nunca tinha visto eles assim e nunca imaginou que, um dia, isso pudesse acontecer. E o pior, eles estava, brigando por ela, que estava bem no meio da história, e se sentia muito mal por isso.
Até que, um dia, Lucy e Jorge estavam conversando quando Fred chegou e explodiu:
- Eu não agüento mais isso!!! Escolhe logo de uma vez um de nós dois!
Fred parecia realmente descontrolado e Jorge permaneceu calado, sentado, sem fazer nada. Já Lucy, não sabia o que fazer. Ela gostava muito dos dois e não queria magoar nenhum deles. Portanto, ela apenas falou:
- Eu não sei... preciso de um tempo pra pensar!
E foi isso que ela fez, passou todo o fim de semana pensando no que fazer quanto a toda essa confusão. Até que finalmente chegou a uma decisão: ela não gostava dos dois da forma com a qual eles queriam que ela gostasse. E se sentiria muito desconfortável se tivesse que escolher entre um dos dois, que eram igualmente muito amigos dela. Portanto, ela conversou com os dois e disse que seria melhor que eles continuassem a ser apenas amigos, e que cada um continuasse cuidando de sua própria vida. Jorge pareceu aceitar isso com naturalidade e não insistiu. Muito menos Fred. Mas, agora, Lucy já não tinha tanta certeza de que Fred estava o.k. com tudo isso.
- Eu só achei que você devia saber – explicou Lucy, que estava com medo, pensando que Gui poderia brigar com ela ou não aceita-la mais.
Mas ele apenas disse:
- Tá tudo bem, isso não muda nada entre nós.
- Não mesmo?? Quer dizer que você não vai me xingar nem nada?!- perguntou ela, incrédula.
- É claro que não!- exclamou, Gui.- Vamos comer! Eu to com fome!!!
Eles foram para a cozinha. Estavam sentados à mesa mais nove pessoas. Gui lhe apresentou todas elas. A mãe e o pai de Gui, Sra. e Sr. Weasley; e os irmãos(do menor para o maior): Gina, Rony, Fred, Jorge, Percy e alguém que Lucy nunca tinha visto, Carlinhos, o mais velho dos irmãos Weasley e, Harry Potter. Ela não sabia por que ele estava lá, mas deduziu que ele devia estar passando as férias de Natal com Rony.
O jantar transcorreu tranqüilamente, Lucy simpatizou com todos na família Weasley. Todos eram muito ruivos e cheios de sardas, as únicas pessoas que se diferenciavam dos demais eram ela e Harry, que tinha os cabelos negros, assim como ela, e os olhos muito verdes. Ela nunca tinha visto uma família tão grande e tão feliz, isso a fazia se sentir em casa.
Gui não parava de abraça-la e, foi num desses abraços que Lucy notou que Fred encarava o irmão com um certo ar de desprezo, o que lhe causou um mau pressentimento.
Quando todos já estavam satisfeitos a Sra. Weasley foi para a cozinha e Lucy, que não agüentava mais os olhares que ela via Fred lançando a Gui, se ofereceu para ajuda-la. Elas conversaram por algum tempo. Até que, Gina, a filha mais nova da família, irrompeu na cozinha gritando:
- Mãe, mãe!!! Vem que o Gui e o Fred tão brigando, eles tão se socando!!!!
- O QUÊ??? –esbravejou ela- Mais o que esses dois estão aprontando???
Molly saíra correndo da cozinha, acompanhada por Lucy, que chegou a tempo de ouvir:
- Você não tem o direito!- gritou, Fred.- Quem você pensa que é?
- Fred, por que é que você não consegue esquecer???- respondeu Gui.- Ela não gosta mais de você!!!
Lucy se sentiu arrasada. Mal conhecera a família de Gui e ele já estava brigando com Fred por sua causa. Ela não queria machucar mais ninguém. Isso já era perseguição, por que isso tinha que acontecer de novo e justo com ela???
A garota não agüentou, pegou o pó de flu em cima da lareira e retornou à casa de Kelly que, quando a viu chorando, fez uma cara de satisfação que afundou mais ainda o ânimo de Lucy, se é que ainda existia algum.
Enquanto isso, na casa dos Weasley, a Sra. Weasley separou Fred e Gui, mas não antes de Fred dizer uma coisa impossível, que Gui jamais acreditaria, não fosse pela recente briga entre ele e o irmão e a fuga de Lucy. Gui ficou confuso, aparatou na casa de Lucy, mas não a encontrou, então, decidiu ir até a praça e a encontrou sentada num banco, coberta de neve, chorando.
- Lucy...
- É melhor você ir embora – sussurrou a garota, com o fio de voz que lhe restara.
- Então, o que o Fred disse era verdade!- disse ele, num tom acusador.
- Não sei!- suspirou ela. Tudo que Lucy queria agora era que tudo isso acabasse e Gui a abraçasse.
- Eu não acredito!!!- esbravejou.- Eu disse que te amava e você me enganou assim, na maior cara de pau!!!!
- O quê? Eu não fiz nada, não sei do que você tá falando- choramingou a garota.
- Então tá! Acabou tudo, não é?- perguntou Gui, que já estava quase gritando.
- Quê?- Lucy estava confusa e muito magoada com sigo mesma, mas Gui havia perdido a razão, sobre o que ele estava falando?
- Toma, eu não preciso mais disso!- gritou ele e, sem pensar, arrancou o anel do dedo e jogou-o ao lado da garota, que um dia fora sua namorada. Desaparecendo, no instante seguinte.
Lucy ficou ali, chorando, sem saber o que fazer, sem entender nada. Nada, a não ser que aquele fora o pior Natal de sua vida e que talvez, nunca mais reencontrasse Gui.
Mas, após algum tempo, ela começou a congelar e se viu obrigada a ir se esquentar em casa. Se levantou, automaticamente, pegou o anel que Gui jogara no chão e foi para casa.
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