Reencontro



O avião pousou finalmente, ela já não agüentava mais aquele lugar fechado. Suspirando em alívio, retirou o cinto de segurança. Ela odiava voar.

Faz um ano que tudo aconteceu, e agora Hermione voltava à Londres, desta vez, permanentemente.
Não havia mais motivos para continuar na França, seu trabalho estava acabado. E desde aquele dia, com Harry, não conseguia se dirigir a Hugo. Não que de fato se arrependesse de algo... Mas olhar aquele rosto “apaixonado” lhe fazia sentir-se desleal. Acabou contando tudo uma noite depois de sua chegada, e se surpreendeu em quanto fora um alívio.

[Flash-back]

-Estava com tanta saudade! – exclamou indo ao seu encontro. A mulher suspirou quando ele a prendeu em um abraço apertado. – Esperei você a noite inteira ontem. Pensei que iria me visitar assim que pusesse os pés em Paris – disse fazendo bico.

-Eu sinto muito Hugo, estava muito cansada.

-Eu te perdôo – riu-se dirigindo seus lábios ao dela, Hermione desviou o rosto instintivamente.

-Precisamos conversar. Agora – completou quando o homem tentara mais uma vez beijá-la.

Hugo a soltou, sabia que quando ela fazia assim não adiantaria insistir. – Sou todo ouvidos – retrucou sentando-se no sofá.

Hermione lhe deu as costas ponderando, a última coisa que queria era magoá-lo. – Hugo. Eu gosto muito de você – ela disse voltando a olhá-lo.

-Que bom – ele disse, a morena pediu para não ser interrompida.

-Mas eu descobri que não o amo – ele franziu a testa. – Eu tentei, eu juro – continuou balançando a cabeça lentamente. - As coisas nunca vão como planejamos.

-O que está tentando dizer, Mione?

Ela suspirou. - Que eu não sou para você.

Ele se levantou aturdido. – Como é? Você, simplesmente, “não é pra mim”? O que é isso? – indagou se aproximando dela. – O que houve, Hermione? Há três dias nos estávamos felizes por estarmos noivos e, de repente, você muda de idéia? O que aconteceu na Inglaterra?

-Tudo que não deveria ter acontecido, ou talvez... Tudo que já deveria ter acontecido – ele a fitou confuso. – Como você sabe, fui para Inglaterra para resolver assuntos pessoas.

-Você foi a um culto, em homenagem a sua amiga que morreu.

-Exatamente. Entretanto o que eu resolvi... ou deixei pendente na Inglaterra, ultrapassou os meus limites de discernimento – o homem estava cada vez mais confuso. Hermione desviou o olhar para suas mãos. – Hugo, eu sinto muito – murmurou enquanto retirava o anel que se encontrava no anelar direito. – Eu não posso mais.

-Por que não? – indagou nervosamente olhando-a segurar a aliança.

-Eu não amo você. Não quero te ferir, não que me ferir.

-O que está te levantando a fazer isso? Eu só quero entender... Por quê.

Ela fechou os olhos por um segundo, tocando os lábios. O gosto de Harry a inundando, como se uma onda a estivesse engolindo. – Eu beijei meu melhor amigo.

-O que?!

-Foi o que ouviu – ela o encarou. – Eu o beijei. E o pior de tudo, eu não me arrependo de tê-lo feito. E é por isso que não posso estar com você. Não sou alguém que traí, mas, ainda assim, aconteceu. Eu sinto por ter sido desse modo, não foi minha intenção magoá-lo – ela lhe estendeu a aliança.

-Você... O beijou. E está acabando todo nosso relacionamento por isso?

-Exatamente.

-Eu não consigo acreditar.

-Hugo, não espero que possa me perdoar. Sei que o único perdão que realmente desejo é o meu próprio – ele a olhou surpreso. – Não ache que seja pretensão minha. É que, antes de tudo, preciso me desculpar pelo o que eu fiz a você, não adiantaria nada se você me perdoasse e eu não me sentisse bem com este perdão, por achar que não o mereço.

-Você o ama? – ele murmurou olhando para os pés.

-Há muito tempo – disse delicadamente. – Mesmo sem admitir.

-Não creio que precise de meu perdão. Você está certa, não sou hipócrita, teria feito a mesma coisa se tivesse a oportunidade de beijar quem eu realmente amo. No meu caso – ele sorriu tristemente. – não poderei mais o fazer – Hermione desviou olhar constrangida.
[ Fim do Flash-back]
**

Ela esperou um dia inteiro até ir a sua casa. Agora, estava a porta esperando que a mesma fosse aberta.
Ouviu um barulho de trinco e logo depois Hermione pôde ver um Harry todo molhado e com um maço de cabelos vermelhos seguros firmemente em seu braço esquerdo.
Ela ouviu risadinhas e só então percebeu que, na verdade, os cabelos vermelhos era uma de suas filhas. A menininha em seu braço não poderia ter mais de dois anos, o que a fez supor que era Lílian, a mulher se surpreendeu ao se deparar com os olhos da menina, estes, eram tão verdes quanto os do pai.

-Oi Mione! – Harry disse num sorriso. – Desculpe-me a demora para atender, mas é que eu estava dando banho nessas sapecas – disse levantando Lílian que se pôs a rir.

Hermione o olhou em confusão, que logo foi esclarecida quando Agatha apareceu por trás de Harry, segurando sua perna e com um sorriso alegre.

-Titia! – a menina que estava enrolada em uma toalha maior que ela foi ao seu encontro e lhe abraçou as pernas.

-Olá, meu bem – Hermione lhe pegou no colo. – Terminou de tomar banho?

-Ahram. E molhamos papai também! Olha – ela apontou ainda sorrindo. – E ah! Deixa eu mostrar! – falou lhe olhando e saindo de seu colo, correndo novamente para o pai. - Essa é Lílian, minha irmãzinha, ela não é linda?!

-Muito linda. Como você – Agatha deu uma risadinha olhando o pai. Lílian olhava a mulher com curiosidade e ainda ria no colo de Harry.

-Lily – Agatha chamou. – Essa é a Tia Mione. Nossa Tia! Como o tio Rony, Fred, Jorge, Carlinhos e Gui!

-Ti! Ti! – ‘falou’ estendendo o braço para a morena.

-Eu posso? – perguntou a Harry, que apenas sorriu.

Quando Hermione segurou Lílian, a menina começou a bater palmas, sorrindo e gritando animadamente “Ti! Ti!”. Hermione apenas abriu um sorriso grande. Lílian era uma graça, assim como sua afilhada.

-Meu merlim! Como sou mal-educado... Entre Mione, por favor. E não repara na bagunça, Joana sempre arruma, mas tem aqui três pessoas para desarrumar tudo novamente... – ele disse sorrindo. Ela o fez, ainda com a menina de olhos verdes no colo. – Ei mocinha, vem cá com o papai, vem? – Harry chamou Lily. – Agatha, amor. Venha pôr uma roupa. Fique a vontade, Mione – ele disse enquanto subia.

Ele desceu com as crianças devidamente secas e arrumadas, dele não se podia dizer o mesmo...
Sorrindo, Harry desceu, as mãos dadas as duas crianças, na mesma hora que a porta era aberta e uma voz de mulher soou.

-Cheguei! – dizia ela.

Hermione paralisou por um instante, antes de virar o rosto para encontrar uma mulher que aparentar ter uns trinta anos. Harry sorriu. – Deixe-me as apresentar. Esta é Hermione Granger, minha melhor amiga, Joana. E Hermione, essa é Joana Parker.

-Olá – Hermione disse estendendo a mão, sendo cumprimentada em seguida.

-Oi! – era uma mulher loira de os olhos azuis grandes. De algum modo, a lembrava Luna.

-Apresentações feitas... Vamos ao que interessa. Gostaria de comer alguma coisa?

-Não obrigado.

-Nada, tem certeza?

-Oh. Tudo bem... Eu aceito uma xícara de chá.

-Seu desejo é uma ordem – ela sorriu.

-Deixe-me fazê-lo – Joana se ofereceu.

Agatha puxou Hermione, para estar se sentar no sofá. –Tia, é verdade que vai ficar pra sempre aqui? - Harry as acompanhou, de mãos dadas a Lílian.

-É sim – a menina pulou em seu colo.

-Vai ficar aqui conosco também?

-Oh, não querida... Eu tenho minha própria casa – Agatha pareceu decepcionada. – Mas venho lhe visitar muitas vezes, até você enjoar de mim.

-Eu não vou enjoar! – disse convicta saindo do colo dela. – Vem Lily, vamos na cozinha, você quer biscoito? – a outra ruivinha sorriu, sorriso este, sem a maioria dos dentes.

Hermione riu olhando para Harry. - Desculpe Mione, não pude deixar de reparar – ele disse olhando-a curiosamente. – Sua aliança, onde está?

-Ah. - ela olhou para as próprias mãos, não sabia que Harry havia reparado naquele detalhe. – Bom, nós rompemos – ela disse voltando-se para o amigo.

-Eu sinto muito.

-Não sinta. Estou bem melhor assim – ela lhe assegurou.

-Aquele rapaz. Hugo é o nome dele, não é? – ela assentiu. – Muito burro se me permite dizer.

-Não, ele não é – Hermione contestou sorrindo. – Eu que rompi nosso compromisso.

Harry fingiu-se escandalizado. – Por que motivos?

-Coisas minhas.

-Certo, acho que é a minha deixa. Algo como: “deixa de ser intrometido Potter!”

-Você não muda não é?

-Por que o faria?

-Como vai a vida? – ela mudou de assunto. – As meninas dão muito trabalho?

-Que criança não dá trabalho? – ele retrucou num sorriso. – As coisas aqui não mudaram muito depois de sua saída. Apenas com uma menininha a mais.

-Como não? E a Joana – ela se forçou a indagar marotamente.

-Não! – falou a encarando. – Não é nada disso.

-Relaxa garoto, eu não disse nada – retrucou irônica.

-Mas pensou! A Joana é uma ajuda, mandada pelo ministério.

-Que bondade da parte do ministério.

-Não sabe o quanto – ele ergueu a sobrancelha no mesmo tom jocoso dela. – Me diga, o que aconteceu entre vocês. Quero dizer, eu pensei que chegaria aqui casada.

-Você não vai querer saber realmente – e antes que Harry falasse mais alguma coisa, ela foi para a cozinha.

-Ti! – Lílian correu ao seu encontro o mais rápido que suas perninhas podiam.

-Cuidado meu bem! – Hermione exclamou a segurando a tempo de impedi-la de cair. A menina não pareceu se importar, pois apenas ergueu a mão e lhe ofereceu o biscoito que tinha na mão. – Obrigada! – disse pegando-o. – Quer ajuda Joana? – perguntou deixando Agatha se enroscar em suas pernas. Estranhando a demora da mulher para fazer um simples chá.

-Não, não é necessário. Eu apenas não sei fazer funcionar essa, essa coisa! – disse apontando para o fogão. – Esqueci minha varinha em casa...

Hermione assentiu. – Não é tão difícil assim – lhe disse, deixando Lílian no chão. – Apenas gire o botão e aperte o outro, com um raiozinho. Isso, muito bem!

-Ai Merlim! Eu sou uma negação sem minha varinha... Como vou fazer para preparar o almoço?

-Eu posso ajudá-la.

-Não mesmo – Harry disse entrando no lugar. – Deixe-me fazer a comida. Joana, você pode...?

-Agatha, venha cá. A Srta. Hermione precisa se locomover – disse rindo. – venham meninas, vamos ver desenho?

Hermione ia acompanhá-las, mas Harry segurou seu braço. – O que significa “Você não vai querer saber realmente”?

-É tão... Pouco que não tem importância.

-Então me faça o favor de dizer. Por que você o fez?

Ela suspirou - Por que eu disse a ele a verdade: eu nunca o amei – ela retrucou desviando o olhar. - Contei que havia te beijado. E que não era justo um relacionamento assim.

-Mione! Foi só um beijo.

-Não, não foi Harry. Esse é todo o problema – disse olhando-o – Tenho que ir.

-Não, você não tem – falou firmemente, ainda a segurando. Ela o encarou surpresa. – Quero que me explique.

A mulher franziu a testa. – Explicar o que? Eu já disse o que queria saber.

-Não. Sabe que não – disse em tom baixo. – Hermione, por favor – pediu.

-O que quer que eu diga?! Que estive iludida por todo esse tempo? Que eu não consegui parar de pensar naquele beijo? Que eu me descobri apaixonada por você? Está bem, Harry. Eu estou apaixonada por você! – ela disse muito rapidamente e num tom baixo. – Eu posso ir agora? – perguntou fitando-o.

-E por que eu deveria deixá-la ir? – a morena estava incrédula. - Dê-me apenas um motivo, um bom motivo.

-Como se não bastasse o fato de ter me exposto a você – retrucou parecendo irritada.

-Não seja tola...

Ela riu sem vontade – Tola?

-Não precisa fugir de mim. Nada vai -

-Mudar, você iria dizer? - ela fechou os olhos e tentou novamente afastar o braço, em vão. – Você não percebeu que talvez eu não queira tudo igual? – murmurou olhando-o. – Eu cansei, Harry. Não quero mais apenas sua amizade... E, sejamos francos, é tudo que você pode me oferecer agora – disse sorrindo fracamente. - Então, deixe-me curar do que você me fez. Deixe-me conseguir me livrar do que você me lembra...

-Não vou deixá-la afastar-se de mim mais uma vez – retrucou franzindo a testa.

-Não é uma escolha sua.

-Eu não deixarei, Hermione. Nem que para isso... - a mulher o encarou, Harry desviou o olhar. – Eu amo você – disse retirando a mão do braço dela.

-Não diga isso! – falou exasperada. – Você não tem o direito de fazer isso comigo.

-Tenho. Tenho todo o direito. Olhe para mim – falou seriamente. – Preste atenção. Estou dizendo que te amo.

-E eu não acredito em sequer uma palavra sua.

-O que quer que eu faça?

-Deixe-me ir, antes que tudo de bom que temos desapareça.

Balançando negativamente a cabeça, Harry se aproximou mais uma vez dela. Hermione se esquivou, mas não foi o suficiente. Ele a encostou à parede da cozinha. – Você pode acreditar que um dia nossa amizade possa se quebrar? – indagou fitando-a. – Porque eu não. Sabe o motivo? - ele suspirou sob olhar nervoso de Hermione. – Todos, sem exceção, sabem o quanto nos amamos. E por mais que quisesse nunca iria conseguir se afastar de mim. Esse é o motivo do seu retorno a Londres, não é Hermione?

-Se você sabe a resposta – murmurou virando o rosto.

Harry fez questão de, delicadamente, voltar o rosto da mulher para si. – Então, por que ainda assim quer tentar se afastar?

-Talvez eu não tenha uma escolha melhor.

-Fique aqui comigo!

-Não posso! Isso me feriria demais.

-O que você quer ouvir? – indagou olhando-a nervosamente, suas mãos em sua face.

-Nada que você, realmente, possa me dizer – retrucou sentindo lágrimas precipitarem-se de seus olhos. Ela os fechou forçando-se a não chorar. - Então é isso. O que eu quero ouvir só pode vir de você. E você não pode dizer... Porque... – ela soluçou, fechando com mais força os olhos. – Porque você nunca irá me-

Então Harry a beijou e Hermione se rendeu por inteiro àquilo. Seus braços enlaçando-o pelo pescoço, sem a intenção de deixá-lo se afastar. Seus corpos o mais junto que poderiam chegar. O desespero presente naquela caricia era tão aparente que chegava machucá-los. Não fisicamente, era mais, era cerne. As lágrimas dela ferindo-o mais do que qualquer maldição e, toda dor que Harry sentia, era transpassada para aquele beijo.

-Eu sempre vou amar você – ele disse segurando seu rosto. – Pode dizer quantas vezes quiser que não a amo, não importa... O que sinto nunca mudará ou quebrará ou sumirá... E nada que possa dizer, vai me fazer deixá-la se afastar mais uma vez de mim.

Fim¬¬

“Ok” eu pensei “Deixa-me postar logo antes que desista e jogue fora isso daqui...” Na verdade, ainda estou pensando seriamente na possibilidade...

Fiz agorinha... Então desculpe-me os erros... Eu não corrigi porque se o fizesse não postaria essa continuação - muito da bizarra por sinal.
Bom, mas ainda assim... Comentem, votem e opinem, Ok?

Beijão,
Yasmin

PS: Ficou com uma cara de que precisa de continuação ou é minha imaginação??¬¬
PS2: Está confuso? Eu achei tão estranho... Mas sei lá.

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