Acordando em território descon



Cap. 2 – Acordando em território desconhecido.



Hermione acordou, mas continuou com os olhos fechados, desejando que tudo tivesse sido apenas mais um pesadelo, mas ela sabia que esse não era o caso. Não tinha vontade de se levantar e encarar as pessoas e os problemas ao seu redor; muito menos a enxurrada de perguntas que suas colegas iriam fazer. Ela não pode conter um meio sorriso triste. Isso era o que dava compartilhar o mesmo quarto com as duas garotas mais fofoqueiras de Hogwarts.

Sentiu os olhos arderem por causa da claridade, mesmo estando fechados, e cobriu o rosto com alguns de seus travesseiros.

- Não acredito que vocês abriram meu cortinado! – disse com a voz abafada pela almofada.

Espreguiçou-se, ainda com os olhos fechados, e a cama lhe pareceu estranhamente maior.

- Não vai adiantar! Vocês podem fazer de tudo garotas, mas eu não vou contar nada sobre o que aconteceu ontem à noite.

Deitou de bruços, tentando recuperar o sono, pois não sairia da cama nem tão cedo, principalmente com todo mundo comentando sobre o que lhe havia acontecido. Mas ao fazer isso sentiu um cheiro estranho invadir suas narinas. Era um vestígio de algo doce e agradável, que parecia querer convidá-la a continuar ali onde estava, mas, definitivamente, não pertencia a sua cama.

Tateou, tirando a coberta de cima de si, e sentiu a maciez de suas vestes. “Estranho, não me lembro de ter vestido a camisola de seda”, ela pensou.

Tirou o travesseiro de sua cabeça, desvirou-se e se sentou.

Não pôde conter um ruído que ecoou em sua garganta. Mas o susto foi tanto que nem gritar conseguiu. Hermione simplesmente ficou estática, de quando em quando passando as mãos nos olhos, como se não acreditasse no que via.

Mas não podemos culpá-la. Era realmente inacreditável!

Ela não estava mais em seu quarto, que dividia com as garotas na Grifinória. E sim, em um amplo quarto branco, com duas grandes janelas em extremidades opostas, que tinham uma visão bem privilegiada de um belo jardim bem cuidado; três portas magnificamente talhadas pareciam dar para fora do quarto, para um banheiro e para a varanda, respectivamente; uma lareira em mármore branco, entre a porta da varanda e uma das janelas, tinha um sofá de três lugares e duas poltronas dispostas a sua frente. E ao centro, de modo a ter uma ótima visão de todo o quarto, estava à cama, com edredons e travesseiros brancos e confortáveis.

Esse era, definitivamente, o quarto dos sonhos de qualquer garota. Mas o problema era que tudo parecia extremamente real.

A garota levou a mão à boca. Não era possível, simplesmente! Como ela poderia ter ido parar em um lugar como aquele? Lembrava-se muito bem da horrível noite que tinha passado e que havia dormido ainda com a farda do colégio no corpo.

Milhares de idéias loucas começaram a surgir em sua mente. E a mais plausível que encontrou foi o fato de haver sido seqüestrada. Mas por quem, já que aquele-que-não-deve-ser-nomeado havia sido destruído?

Podia até parecer estranho, mas ela se sentia ligeiramente habituada àquele lugar. Como se já tivesse vivido lá.

Um arrepio lhe prespassou a espinha, enquanto novas dúvidas surgiam em sua cabeça. Mas uma em especial ficou palpitando em seu cérebro, que parecia não funcionar direito com o susto. “Quem será o dono dessa casa? E o que ele quer comigo?”.

Ela estava se levantando quando ouviu a campainha tocar. Seu coração acelerou, não sabia se esperava que alguém viesse atrás dela ou se sairia pela mansão num reconhecimento de território. É claro que seu instinto de Grifinória, aguçado por sua curiosidade, falaram mais alto, fazendo com que ela fosse dá uma olhada no resto da casa.

Sem trocar de roupa saiu pela primeira das três portas cautelosamente. Não queria ser vista bisbilhotando na casa dos outros, principalmente não sendo bem vinda. Saiu em um corredor amplo, pra falar a verdade tudo naquela casa parecia ser grande e bonito. Foi na ponta dos pés até uma escada e já ia descer quando ouviu alguém atrás de si.

- Sra. Potter, ainda vestida assim?

O coração de Hermione quase saiu pela boca, tamanho o susto. Olhou para o dono da voz esganiçada e viu um elfo que lhe fazia uma reverencia muito exagerada.

- Dobby?! – ela definitivamente não estava entendendo mais nada – O que você está fazendo aqui? – perguntou num sussurro.

- Dobby trabalhar pra senhora – ele respondeu também sussurrando – Dobby ser um bom servo pra senhora de Dobby.

- De que é que você me chamou, Dobby?

- Senhora de Dobby?

- Não. Antes disso.

- Sra. Potter?

Ela o encarou por uns momentos, sem saber o que pensar ou dizer. O elfo segurou-lhe o braço e foi puxando-a de volta para o quarto, fechando a porta ao passarem por ela. Entraram na segundo porta do quarto, e lá não havia só o banheiro como Hermione pensara a pouco, tinha também um grande closet com lindas roupas, de maravilhosos trajes de festas a simples roupas de ficar em casa.

Mas o que tomou a atenção da moça foi a impressionante coleção de sapatos. Eram centenas, ela poderia passar todo o dia ali e não saberia dizer qual era o mais bonito. Enquanto isso o elfo estava escolhendo algumas estes para Hermione usar.

- Tome, Sra. Vista isso. – disse lhe passando uma muda de roupa. No que a garota lhe obedeceu automaticamente, pois estava tão perdida em suas tentativas vãs de entender o que acontecia que acabou por bloquear o que realmente lhe acontecia lá fora.

O cheiro das roupas lá dentro era tão gostoso e familiar, mas ela não conseguia lembrar o porquê daquilo.Trocou as roupas sem nem ao menos se olhar no espelho, e logo após o elfo veio lhe arrumar os cabelos.

- Dobby, pra que você ta me arrumando? – ela conseguiu perguntar.

- Sr. Potter querer Sra. Potter bonita para receber visitas. – respondeu simplesmente.

Ela levantou uma sobrancelha, e já ia fazer um SUPER interrogatório ao elfo se não fosse um homem alto, forte, bonito, com cabelos negros que quase lhe cobriam os belos olhos, impedindo de se distinguir as cores dos mesmos.

- Pensei que não acordaria nunca, amor.

Essa pequena frase fez com que a garota quase virasse pra trás e desmaiasse. Mas, ao invés disso, ela simplesmente arregalou seus olhos até ser humanamente impossível atingir um tamanho maior do que os que eles adquiriram.

Continua...

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