O casamento
O casamento
O espelho na minha frente mostra alguém fraco e imponente. Alguém que ama muitas pessoas a sua volta e fará o maior sacrifício para protegê-los... Se casar!! E o que mais me atormenta e não ter coragem para enfrentar todo e todos!! Não sei porque eu entrei na Grifinória...
Balanço a minha cabeça para tirar os pensamentos da minha mente. Nada resolverá eu ter um repentino acesso de coragem e renunciar a esse casamento. Só irá trazer problemas! E quantos!! E o que mais vai me doer e passará a me torturar é saber que por idiotice minha, eu irei matar milhões de inocentes!!!! DROGA!!! Descontrolei-me e uma lágrima de ódio, rancor, medo, magoa e sofrimento prematuro desce pelo meu rosto... Estragando a maquiagem de três horas. Uma tentativa frenética da trouxa gordinha e baixa, de cabelos curtos, lisos e de uma cor escura – não tinha uma definição de cor. Ela tentará esconder as noites mal dormidas e o choro de raiva por ser uma inútil.
– Gostou de sua imagem, senhorita? – pergunta a gordinha que parecia uma baleia assassina com o olhar que me lançava. Mas não poderia culpá-la, já que me odeio tanto quanto ela... E odeio ainda mais o meu noivo!! Ele é a morte para os trouxas...
Não tinha reparado em minha aparência ainda. Olhei de volta ao espelho e me deixei observar... Eu estava bonita!! Parecia não ser eu!! Eu jamais acreditaria que isso fosse possível. Usava um vestido de casamento tipicamente trouxa num tom azul claro, cor que eu mais gosto. Tinha em cima das várias saias do vestido – que serviam para dá volume – um véu transparente e com bordados de flores em branco, o que deu mais volume a saia e arrastava-se pelo chão, teria um dois metros. Um decote quadrado no busto, nada extravagante. Os meus odiados cabelos estavam baixos e bonitos, presos em um coque de bailarina e segurados por lírios brancos que pareciam uma chucha. Caiam sobre o meu rosto fios finos e delicadamente cacheados. Na minha mão esquerda eu segurava um lindo boquê de rosas brancas com uma raríssima flor azul – que eu nunca virá na vida – no meio, que dava um belo destaque. A maquiagem era forte, principalmente em baixos dos olhos. Uma sombra azul dava um chamativo aos meus olhos castanhos claros, um batom rosa claro em meus lábios para tirar o ar pálido e choroso e cílios grandes e que chamavam atenção aos meus olhos... Reparo que estava toda em azul e branco, cores que correspondem em nada ao meu espírito e nem com a realidade que o mundo vive. O certo seria as cores preta – que significa luto e sabedoria, tudo o que eu preciso agora – e o verde, que mostra um fiozinho de esperança que ainda me resta, mas sei que logo morrerá na hora que entra no salão.
– A senhorita borrou a maquiagem! – exclama a trouxa gordinha de um jeito irritado. E se eu fosse ela também ficaria... Foram três horas perdidas!! Mas bem que ela exagerou foi só uma lágrima...
Sinto pingos pesados de sofrimento caindo em meu busto. Assusto me a vê que as lágrimas correm livres em meu rosto, como se tivesse vida. Isso ocorreu em todo esses três meses passados, mas agora parecem vim com mais força e peso... E eu que pensei que não teria mais lágrimas para chorar!! Jogo o boquê em cima de uma cadeira que fiquei sentada enquanto a gordinha fazia minha maquiagem. Tampo com as mãos o meu rosto e choro mais forte. Queria chorar... Chorar... E chorar!! Queria me esconder como fazia agora e deixar o tempo passar... QUERIA MORRER!!! Mas como posso ser tão egoísta?! E quem disse que minha morte poderia ser a solução dos meus problemas e dos demais?! Estou sendo TOLA!!! Minha morte jamais solucionaria as coisas, só fariam com que eu fugisse delas e as coisas poderiam se complicar!!
– Você está atrasada. – diz uma voz familiar na porta que ficava as minhas costas.
Viro em direção de onde venho à voz e vejo uma ruiva de cabelos compridos muito bonitos. Estavam soltos e todo ondulado, de um jeito bem elegante. O vestido de festa era amarelo, o que contrastava perfeitamente com os cabelos dela de uma cor vermelha vivo. As pernas ficavam um pouco amostra e uma sandália alta de cor prateada terminava o look. Ela estava linda!
– Você está bem, Hermione? – pergunta a ruiva com um olhar preocupado se dirigindo em minha direção.
Nada respondi. Engoli em seco o choro e os soluços que pareciam querer sair da prisão que agora eu obrigava os meus “detentos” a ficar. Todos não sabia de nada, a não ser Gina. Não sei como ela descobriu, mas não me preocupo tanto com esse assunto agora. O que mais me preocupa é o que irá acontecer em poucos minutos... Como eu o odeio!!!! E agora serei a sua esposa...
– Me Deixa dá um jeito nisso. – diz Gina pegando a sua varinha e apontando para o rosto da garota. – Maquiajus.
A minha maquiagem ficou do mesmo jeito que era antes de meu choro incontrolável. Até melhor do que a que a gordinha fez. Tentei sorri, mas minha boca fez sair um negocio torto, que nada tinha a ver com um sorriso. Gina pareceu entender meu sofrimento e me olhou de um jeito meigo e apenas colocou a mão em meu ombro. Ela não fazia idéia como aquilo me fez me sentir melhor!!! Foi melhor que palavras de consolo... Jamais poderei agradecer!!
– Vamos? Todos estão esperando você! – diz Gina pegando suavemente no meu braço e me puxando para fora.
Saímos pelos corredores a fora. Um silêncio perturbador se fazia entre nos duas. Gina era a minha única amiga que sabia a verdade que não me abandonará... E nem julgará a minha decisão!! Só estava lá para me apoiar... Era tudo que mais precisava agora. Olhei de relance para a ruiva ao meu lado que andava decidida. Sempre foi forte e ousada e agora me fazia de franca e me tornei tão nojenta e imprestável... Decidi fazer algo: entraria naquele salão de cabeça erguida! E jamais o deixaria me vê chorar por sua causa... É tudo que ele mais quer!!
Aproximávamos do salão. Ouvia-se barulho de vozes em vários lugares, mas não dava para ser distinguido, pois conversavam muito baixo. Talvez só se soubesse que estavam conversando porque os cochichos de um lado e de outro se tornou um barulho infernal.
Avistei a porta por onde entraria para me casar. Lá na porta estava meu pai meio que sorrindo. Sua cor estava mais clara do que o normal, talvez porque ficará muito tempo escondido. Mas os cabelos negros e lisos e seus cintilantes olhos castanhos estavam do mesmo jeito que sempre eu virá. Agradeço a Merlin por ele não saber a verdade sobre esse casamento, pois jamais perdoaria e permitiria uma loucura dessa!! Posso até escutá-lo em minha mente se eu contasse algo para ele desse tipo...
“Você está louca?! Ira cometer uma loucura dessas para proteger as pessoas que ama?? Já se perguntou se eles fariam a mesma coisa por você?? Casamento, minha filha, é algo difícil e só com o amor ele supera!! Sem isso ele jamais sobreviverá!! E um casamento sem amor só fará magoar a ambos!!”
Ficaria calada por educação, mas não que dessa vontade de lhe dizer o que eu acho sobre a suas perguntas. Mas os pais serão meu ponto de refugio, mesmo que não possa contar a ele a terrível verdade sobre esse casamento. Meu pai me vira à cabeça e dá um sorriso sem graça. Tento retribuir pensando que estou em uma festa de quinze anos e o pior é que pareceu verdadeiro!! Meu pai estava bonito naquele seu terno e a calça social cinza claro. E agora percebo que ele é meu tio... Imagine a cara que a família do noivo faria se eu contasse que meu pai – no momento meu tio – era trouxa!! O mataria ou o faria de escravo como aconteceu com milhares de trouxas... Eu não quero esse mesmo fim para meus pais!!
Cheguei em meu pai. Ele me ofereceu o braço gentilmente. o nome dele não era mais Jonathan Edgar Granger... Era Paul Smithzes. Olhei para baixo e vejo uma menina de no máximo cinco anos a minha frente. Não me lembrava de tê-la a visto, mas era uma gracinha.
Tinha os cabelos loiros em um tom quase branco, magnífico. Eram compridos, mediam até abaixo do bumbum e tinham uma leveza e beleza... Era alta para a idade que suponho que tenha, já que ela me virou deixando me vê belos olhos verdes límpidos como a água do mar cristalina. Ela deu um sorriso sereno que logo retribui. Sempre gostei de crianças e de sua pureza. Olhei o vestido dela... Um lindo tom rosa clarinho com branco... Acho que foi um jeito de combinamos em algo.
As portas do salão se abriram. Uma musica meio que alegre foi tocada para me entrar... Não gostei da musica. Não combinava com o meu estado de espírito, já que não ia ganhar um companheiro e sim achar a morte. Combinaria melhor uma macha fúnebre.
Comecei andar com o meu pai em direção ao altar, onde o meu odiado noivo me esperava. Não consegui olha para lá, pois vi o rosto da minha mãe na multidão. Sorrindo para mim com os cabelos do mesmo jeito que eu. Os seus olhos verdes era claros e dava para me vê a distancia... Imaginar que eu sempre quisera ter olhos iguais aqueles!! Jamais imaginei – me parecida com ela... Tão mais bonita... Kate Smithzes, agora uma minha tia-amiga bruxa, antes Marie Iasmim Granger... Minha mãe.
Na frente de minha “tia”, estava um homem de cabelos lisos e pretos. Estavam meio arrepiados de propósito e me olhava sorrindo. Tinha usado gel, eu sabia. Os olhos era idênticos aos meus, mas o resto era idêntico ao meu pai. Lá estava meu irmão mais novo Guilherme Edgar Granger. Seu rosto cínico que sempre tivera e seu jeito de sempre conquistar a todos. A seu lado estava Gina. Procurei nos convidados mais alguém conhecido. Tinha a esperança de vê um ruivo ou um moreno... Mas talvez fosse melhor assim... Talvez não doesse tanto neles...
Olhei para frente, pois uma hora ou outra eu tinha que vê meu noivo e daqui alguns minutos, meu marido. Estava impecável... Dizer que era feio não podia, mas não chagava a me atrair. Lembrei-me subitamente de uma conversa que tive com Gina. Nunca esqueço o que ela disse: “Para mim o mal é belo por fora... mas por dentro é horroroso!”.
E era o mal que eu via a minha frente. O mal! O fim da minha vida! O começo da minha morte! Era lindo... Mas horrível por dentro. Usava um terno todo negro com uma rosa branca presa nele para combinar com o meu vestido. Os cabelos loiros platinados estavam batendo em cima dos olhos. Tinham um liso perfeito. Uma cor pálida, mas bonita. Um rosto lindo e um corpo muito perfeito. Mas eram os olhos que mais me deixavam amedrontada. Não sei se é porque tem um ar sombrio que me dá arrepios ou é porque tenho medo de me perder dentro daqueles olhos azuis acinzentados... COMO POSSO PENSAR NISSO??? Ele será o fim de tudo que eu sonhei e estou pensando que poderia me perder DENTRO DOS SEUS OLHOS??? Mas por que não? A carne infelizmente é franca...
Virei o rosto e deixe ficar a olhar os convidados. A carne pode ser fraca, mas não a MINHA!!! Eu vou resistir... mas suponho que não seja tão difícil, já que o odeio. Vi uma mulher sorri em minha direção, como se me desse forças e soubesse como tudo havia acontecido. Tinha os cabelos negros soltos e levemente ondulados, o que pareceu natural. Usava um vestido rosa claro que contrastava com os enormes cabelos negros. O rosto que mostrava pureza e uma beleza incrível. Viu seus lábios formarem um sorriso triste... Essa mulher não sabia o bem que havia feito! Foi melhor do que palavras de consolo!! Eu senti no sorriso coragem, amizade e que me dizia que eu era corajosa e conseguiria passar pelos obstáculos colocados pelo destino que queria matar me aos poucos e me enfraquecer.
Penso nas pessoas que morreram na guerra – Parvati Patil, Ronilda Vence, Luna... – que conhecia e aqueles que não conhecia. As suas famílias eram que tinham que receber a sua força, pois corriam perigos por serem trouxas... Por Dumbledore... Por Harry e Rony, que tanto me odiava no momento... Mas se fosse eles, também me odiaria!!!
O pai retirou o meu braço do seu delicadamente. E na minha opinião muito demorada. O seu brilho intenso me dizia secretamente que se quisesse eu podia desistir da loucura, como meu pai me disse esse ano todo, mesmo sem saber a verdade dessa história macabra. E pensou que se pudesse, desistiria na mesma hora... Mas isso era possível! Tentei fazer em meus lábios um sorriso que eu estava fazendo o que o meu coração achava certo... Soou-me extremamente fácil... Mas consegui convencê-lo – no que me pareceu – por que ele se afastou de mim, mesmo com certa relutância. Deu um olhar de raiva para o meu noivo, como se roubasse um bem muito preciso e que jamais teria como punir o ladrão. Isso me deu uma vontade de rir da cara do meu querido noivo. E que pareceu sair, por que ele me olhou com um nojo horrível.
– Podem se acomodar. – diz uma voz fria e arrogante atrás de uma mesinha onde teríamos que se comprometer o casamento. Eu vi pela primeira vez o formato da mesinha, que me pareceu muito estranho... Parecia-me até coisa de outro mundo... E eu só podia ser um idiota mesmo... Estou em outro mundo!! E tudo isso porque a mesinha tem o formato de um pentágono.
Tiro os olhos do estranho formato da mesa e de um livro que era negro e parecia velho, mas muito bem conservado. Sem nenhum arranhão. Tinha um brasão de um dragão com uma cobra saindo dela como chamas... O que me lembrou parecer muito com a família de meu noivo...
– Podemos começar? – pergunta uma voz entediada e fria ao meu lado. Como ele estivesse querendo adiar ao mínimo possível esse momento... Assim como eu!! E muito mais que ele, pode ter certeza seu loiro metido!!!
– Calma, meu filho. Só se casa uma vez na vida!! – diz o homem com certo ar de graça na voz. Olho para vê o loiro de cabelos platinados como o filho, mas não tão bonito quanto ele. Os olhos era cinzas e muito frios, a pessoa se sentia dentro de um mar de gelo poluído, o que parecia ser a mente desse maldito... E imaginar que eu moraria com esse nojento comensal da morte!! Às vezes acho melhor ter me matado... aquela idéia de que só poderia piorar, não me satisfaz mais!! E poderia ficar pior do que ficar a vida toda ao lado de quem você mais odeia?! Acho que isso é impossível!!
– O casamento é algo sagrado e poderoso. Deve-se satisfazer ambas as partes... E deve-se ter essa decisão sem interferência da família ou de outra pessoa – nessa parte eu senti que ele havia falado com deboche. E o meu companheiro ao lado bufou de agonia.
– Podemos andar logo, pai? – pergunta o meu noivo irritado. Pela primeira vez na vida eu também concordo com ele, já que eu acho que acabei de escutar alguém gritando que eu era uma sangue-ruim muito gostosa... acho que eu estou ficando louca... Peraí, agora alguém falou – e tenho certeza – que era para o meu futuro noivo aproveitar a lua-de-mel que eu tinha um belo corpo... eu vou gritar com esse retardado!!!! Que ousado!!! Comensal miserável!!! Deixa Vodemort morrer... Seu VERME!!!
– Agora, vamos dizer seu amor um pelo outro, tendo todos aqui como testemunha. – eu realmente achei que esse velho cara do meu noivo, só que mais feio, deveria substituir a palavra amor em ódio.
Depois de acabar com exclamações e vivas de várias fãs do meu belo noivo, que é ridiculamente horrível por dentro: frio, cruel e sem escrúpulos. O meu futuro sogro (que deve ter cuidado em mim, pois se um dia ele bobear o sogro vai acordar morto!!! E tudo mundo faz piada é com a sogra...) se volta para mim e para o filho, no qual tinha um sorriso cínico no rosto de sonso miserável. Como eu queria arrancar os olhos dele!!! E depois dá para alguma coruja comer!!! Infeliz... Merlin!!! Que pessoa eu estou me transformando??? Querendo matar alguém??? Não que ele não mereça, mas se um dia em fizer isso (e pensar... às vezes podemos sonhar acordadas) eu me transformarei igual a ele... E é algo que não quero!!
– Draco Michael Malfoy, aceita Hermione Lana Granger como sua legitima esposa?
Diga que não... Diga que não!! POR FAVOR!!!!! Eu insisto!!!!! Você me faria à mulher mais feliz do mundo!!! Eu acabei de pensar isso?? Acho que os últimos acontecimentos estão desorientando os meus pensamentos... Ou será que pequei muito no sol nessa cabeça que já era meio oca...?!
– Aceito. – diz Draco com um enorme descaso. Falou sussurrando para si mesmo do que para qualquer outra pessoa, mas eu escutei: – Fazer o que...
Engraçado... É a primeira – e deseja que seja a última – vez que eu concordo com Malfoy. Acho que ele nunca quis casar comigo, como eu jamais quis ou pensei em casar com ele. Você é um mentiroso nojento!!!! E disse que não poderia viver sem mim... Agora é que me recordo... Não gosto muito de lembrar daquela noite... Era todo uma FARSA!!!! Era um PLANO!!! E eu fazia parte dele... O que será que esses loiros azedos estão planejados... Coisa boa é que não é!!!
– Sta. Granger... Está me ouvindo? – pergunta uma voz muito perto de mim. Acordo-me e vejo a cara de tacho de Lucius Malfoy me olhando e me chamando para a realidade. Percebi que minha mão estava segurando meu queixo e eu olhava distraidamente para Malfoy... Que sorriso malicioso é ESSE?? Ele não pode está pensado... SERÁ?!?!?!
– Hã... Estou sim. – digo meio distante e rubra de raiva, ainda olhando Malfoy. Acho que se eu pudesse mataria esse loiro metido que será meu marido!!!! Será que existe coisa pior que casar sem poder escolher??? Sem ter uma saída satisfatória??? Agora sei o que senti as mulheres mulçumanas ao casarem com um homem que não amam e são obrigadas a isso!!!! É uma INJUSTIÇA!!!! E ainda são escravizadas por esses maridos... Tomará que o meu marido aqui não tente me escravizar... SE NÃO ELA VAI CONHECER A MINHA IRA E MINHA DETERMINAÇAO, ALEM DA CORAGEM!!!! E falando nela... Cadê a coragem para sair correndo desse casamento??? De dizer que eu não aceito esse casamento imposto e é melhor ele achar outra idiota??? Acho que sei onde foi se meter minha ira, determinação e coragem... Esconderam-se dentro de minha alma, já que meu amor pelos ameaçados falou mais alto. Acho que seria capaz de tudo para proteger aqueles que amo!!! Muitas pessoas poderiam achar – e até eu mesmo se não fosse eu que vivesse essa situação – achasse fácil dizer que não e tentar protegê-los com a minha vida, mas e... depois? Se me matarem?? Eles não vão morrer pela minha burrada? E se eu viver e eles morrerem?? Irei me culpar para sempre... Acho que meu coração, ou meu cérebro que estava quase sem lógica, não conseguiu raciocinar outras hipóteses.
– Granger... Dá para sair de seu aminêsia cerebral por causa do seu sangue ruim? – pergunta uma voz fria e agourenta muito próxima aos meus ouvidos. Era Draco Malfoy. Olho para ele com um ódio que não cabe dentro de mim. Estava aléia aos acontecimentos fora da minha mente, já que são coisas demais para minha cabeça processar... Nunca foi muito boa em processar os meus sentimentos, muito menos tudo de uma vez só. Sabia que seria uma tortura morar com Malfoy, mas preciso e devo enfrentá-lo. Mas... O que era para dizer mesmo?? Não lembro em que parte o casamento parou...
– Dá pra dizer que sim, Granger?? Esse casamento está demorando por demais. – diz Malfoy mais novo tendo um enorme tom de irritação. Pelo menos eu consegui alguma coisa... Irritá-lo... Kkkkkkkkkkk.
– Eu aceito. – digo. Minha voz pareceu não ser minha. Estaria sendo eu controlada por alguma maldição?! Isso explicaria muita coisa... Mas acho que sei quem está me escravizando ao destino cruel e sem volta: meu amor pelas pessoas que me ajudarem, me acolheram e estão a minha volta.
– Se tem alguém que possa impedir essa união, fale agora ou se cale para sempre. – diz Lucius de um jeito intimidador. Na minha opinião ele queria era dizer em seu tom de voz e no brilho mortal do seu olhar que se alguém se opusesse sofreria as conseqüências. Acho que ninguém se atreveria a fazê-lo. Não ele sendo um dos principais “amigos” de Voldemort, no qual manda e desmanda em todos.
– Pequem as suas varinhas. – diz Lucius parecendo bem mais calmo em seu tom de voz. Eu pego a minha varinha meio sem jeito. Era como se minha mão quisesse atender os pedidos do meu coração e me impedisse de fazer aquele ato de loucura. Só que parece que minhas mãos são guiadas pelo cérebro que no momento está totalmente irracional e tem apenas um objetivo, acabar logo com esse maldito casamento e salvar a todos que eu amo.
– Toque as pontas de ambas. – diz Lucius como se encenasse um bebê a alguma coisa obvia. Que ódio!!! Estou com vontade de gritar e dizer que não sou retardada!!!! Além do mais, treinamos para esse casamento por duas semanas. Meu tempo foi totalmente perdido...
Tocamos a ponta de nossas varinhas. Uma fumaça vermelha cobre a mim e a ele. Naturalmente eu não me assustei, só queria correr dali. Já o que me deixa com medo é o que acontecerá depois do casamento.
– Afaste-se. – diz Lucius. Ele parecia feliz consigo mesmo... Será que abduziram o Malfoy pai e o Malfoy filho????!!!! Eles estão muitos estranhos... Com certeza tiraram os seus cérebros para experimentos científicos e colocaram um cérebro de um macaco em ambos?!?!?! Seria bem provável, já que jamais pensei em vê um Malfoy casando como uma sangue ruim horrorosa como eu!!!! Acho que o casamento é de conveniência... Mas porque???
Saiu dois fios de ouro devagar pela ponta de cada varinha. Fiquei meio que impressionada, já que não havia treinado isso... Mas fiquei até feliz!!! Os Malfoy gastaram dinheiro à toa... Kkkkkkkkk!!! Claro que a minha alegria era por dentro e por pior que parece era um jeito horrível de não deixar o meu medo e pavor do que aconteceria com a oficialização do casamento... Uma medida baixa e sem nenhuma conquista de um pobre cérebro... Que antes fora inteligente, mas pela guerra na qual todo o mundo – bruxo e trouxa – sofreram, a vitória do mal e meu casamento com a pessoa mais odiosa da face da Terra ficou algo bem oco...
– Repita comigo... Eu, Draco Michael Malfoy...
Achei estranho Malfoy ensinado para o pequeno Malfoy. Do jeito que Draco era prepotente e parecia saber de tudo... E agora observo ele se rebaixando! Já que decoramos essas partes sem graça do casamento... Jura de amor é eterno... Só se fosse o ÓDIO interno mesmo...
– Eu, Draco Malfoy...
Percebi um que de irritação na voz do meu amado noivo. Acho que como eu – estamos a concordar de novo!!!! Isso é um mal!!! Será que PEGA??? Mas como ia dizendo... E estou com medo de está concordando com ele... Ele deve está se sentindo um retardado, já que eu e ele decoramos essas falas que me suam tão falsas e sem verdades.
– Recebo Hermione Granger para amar-te e respeita-te...
– Recebo Hermione Granger para odiar-te – eu ouvi odiar-te????? Acho que estou ouvindo mal... Mas porque não?? Miserável!!! Ou seria algo da minha cabeça??? – e humilha-te... – isso está passando dos limites!!!! Humilhar-te!! Ele jamais conseguira!! Eu jamais serei fraca em sua frente!!!! Nunca chorarei e nem mostrarei pena de mim mesma...
Percebe que mesmo falando alto e de bom som, ninguém pareceu ouvir o que Draco Malfoy acabou de falar... Seria eu ficando louca??? Ou é o medo de sofrer nas mãos de quem eu enfiei um belo soco no nariz??? Bons momentos aqueles... Foi um ótimo SOCO!!!
– E te ser fiel na riqueza e na pobreza, na saúde e na doença, até que a morte nos separe.
– E ser fiel na minha riqueza e na sua miséria, na minha ótima saúde e na sua doença de ter sangue ruim... Até que a morte a separe de mim!
Agora fiquei irritada!!! Que miserável!!! Agora percebo porque ninguém percebe o que esse abestalhado fala... Porque ele fala no meu ouvido!!! Parece jura de amor, assim como fazem os bruxos... Esqueci desse detalhe!!! Mas que ódio!!! Só que vaso ruim não quebra amigo... E eu serei o vaso ruim da sua vida, a pedra do seu sapato... Serei todo de ruim, seu miserável!!! E você ira morrer primeiro... E será de desgosto...
Sento algo enrolando em meu dedo anular. Assusto-me e olha para baixo. O fio de ouro que saíra da varinha do meu noivo enrolara no meu dedo. Era a minha aliança, na qual tinha um D.M. era como se eu fosse um boi marcado pelo dono para não se perder de vista... Eu não quero ser objeto de ninguém!!! E não serei!!!
– Agora é a sua vez, Sta. Granger.
Acordo-me de meus pensamentos e olho para a cara do meu idiota e odiado sogro. Ele não prestava e tinha um ar de horrível sastifazão. Senti um calafrio cortar a minha espinha... O que a minha vida esperava??
Esse casamento estava durando demais para mim. Acho que passou umas três horas de casamento ou mais... Depois eu pergunto a Gina, que foi a única permitida a vim – depois de minha família, obvio, já que estava disfarçada de parentes bruxos – aliás, eu disse que só fingiria bem se a minha amiga ruiva estivesse presente. Parece que queriam que meu casamento com Draco parecesse feliz e alegre, pois deixaram. Tentei impor a presença de Harry e Rony, mas pensando melhor seria loucura. Além de ambos serem inimigos de todos os convidados presentes... Eram o perigo da monarquia ou ditadura imposta em toda a Europa por Voldemort.
– Sta. Granger?
Chama-me Lucius e eu acordo novamente da minha mente atordoada. Com certeza estavam me achando uma retardada por sempre está sonhando acordada. Talvez pensassem que eu estava sonhando com a vida de casada, nova família, filhos... O que é bem capaz, já que as cabeças dessas pessoas são ocas e não conseguem distinguir a aparecia de uma sofredora nos traços do rosto e no brilho do olhar... Bando de retardados... Acho que por isso são manipulados por Voldemort... Ou seria interpretação?? Se fosse, teria que admitir que interpretavam muito bem, acho que seriam ótimos protagonistas de novelas e seriam premiados como otários atores de Hollywood.
– Então vamos...
É a segunda vez que me chamam. Eu ia ri, antes de Draco Malfoy me desse um pequeno beliscão, me acordando dos meus sonhos cômicos... Seria horrível se eu tivesse mangado deles...
– Eu, Hermione Lana Granger...
Eu acho muito estranho Lucius Malfoy falar meu nome de batismo. E senti um tom de nojo quando falou meu nome, bem que tentou disfarçar, mas eu percebi pelo brilho dos seus olhos. Sempre foi boa em entender os traços e jeitos que explicam os sentimentos. Mas é melhor eu responder rápido, antes que pensem que sou realmente retardada...
– Eu, Hermione Lana Granger... Recebo-te Draco Michael Malfoy para odiar-te e maldiçoa-te...
Uma tossidela me chama atenção. Era Lucius Malfoy chamando minha atenção por não ter deixado ele dizer as palavras, para poder repeti-la. Eu dei um sorriso de felicidade, irritei um Malfoy. Ele tinha fechado as suas feições.
– E ser fiel na riqueza e na pobreza, na saúde na doença, até que a morte nos separe.
Encosto-me mais perto de Draco. Meu objetivo era fazer a mesma coisa que o meu noivo havia feito. Só ele entenderia as minhas palavras. Os outros nada escutariam e se escutassem seria apenas sussurros.
– Ser fiel – não saiu nada de interessante nessa palavra, não que o ofendesse – na sua riqueza e na sua pobreza de espírito, na minha saúde e na sua doença mental, – eu cho isso, já que ele falou que estava apaixonado por mim, no dia que me obrigou a casar com ele há dois meses atrás – até que eu lhe mate de tanto ódio guardado.
Eu dei um sorriso muito feliz. Draco me olha sem entender... Ficou com medo... Quem sabe??? Mas que sorriso é esse que está se formando em seus lábios??? Será que ele quer que eu o mate??? Sua vida seria assim tão miserável???
– Eu os declaro marido e mulher! – diz Lucius e para minha infeliz vida, meu futuro sogro.
Draco fica olhando o anel que enrolou em seu dedo. Parecia assustado, ou estaria pensando um jeito de arrancá-lo?? Eu não sei porque pensei isso, mas é algo que logo tentarei conseguir. Há pouco tempo, Molly Weasley me disse que as alianças de famílias de puro-sangue – cujo meu marido infelizmente pertence – e que se preocupa demais com sua imagem (teria outra descrição melhor para a família Malfoy?!?!) lançam um feitiço nelas, para saber se a esposa trai ou não. Estou com muita raiva!!! Que droga!!! Não que eu já esteja pensando em traí-lo, mas bem que ele merece.
Agora me dou conta de palmas... De onde elas vem?? Quem poderia está feliz com a pior união da face da terra?!?! Pêra... Vem daqui mesmo, do salão!! Estou curiosa e morrendo de vontade de xingar quem está batendo palmas e dizendo beija!!!! Eu não sou muito de xingar,mas... Essa situação está pedindo!!!
Agora, Draco Malfoy se aproxima de mim perigosamente... Ai, meu pai!!! Eu estou com medo!!! E é porque sempre foi corajosa... Acho que minha coragem me abandonou há dois meses... Lembro-me agora de um texto que li na casa da minha mãe – que hoje está abandonada. Era quando os dias ainda eram de paz e não de imperialismo das trevas – que dizia: “Ninguém é tão corajoso, que nunca tenha tido medo”. E essa frase que está me dando forças (mesmo que sejam mínimas).
Um braço forte envolve a minha cintura. O meu calor de vergonha passa um pouco para esse braço frio, que creio ser de tanta maldade no coração. Puxa-me mais para perto, acho que vou ter que lavar a minha boca depois... Olho nos fundos e sombrios olhos azuis acinzentados do Malfoy e vejo que o nojo dele em me beijar parece ser o triplo do meu. Não sei bem o motivo, mas isso me conforta um pouco. Pelo menos não serei a única nessa união que passará a vida infeliz, já que um dia antes fizemos o voto perpetuo de casamento. Fiquei surpresa, mas nunca ouvi falar que um casal de bruxos tenha se separado. Mas se Merlim permitir, um dia – e antes de mim – ele ira morre e ai, serei livre!!!
Uma boca fina vem em minha direção e vejo os olhos. Não por querer apreciar esse momento, mas é para não vê mesmo. Minhas pernas tremem por me deixar nessa situação. Quero que isso acabe logo!!! Não dá pra andar mais depressa??? Ela está querendo me torturar!!!!! Mas acho que ele está se torturando também, acho que com essa informação posso relaxar um pouco.
A boca toca em meu queixo!!
Eu levo um grande susto e abro os olhos. A maioria das pessoas pensou que ele realmente havia me beijado – e se eu mesmo visse isso de outro ângulo acreditaria no mesmo. Uma calma me invadiu e sorri por dentro, por enquanto o ato mortal de beijá-lo ainda não havia acontecido. Quando depois melhor!!! Quem sabe nem aconteça??
Eu e ele nos viramos para sair do ambiente e para a festa de casamento. Sei que pior que essa parte não pode ser... Ou pode???
Andamos calmamente, enquanto jogavam em nos pó de chifre de unicórnio. É meio estranho, mas as aulas que tive antes desse casamento me ensinaram que esse ritual de jogar pó de chifre de unicórnio era para que a união fosse forte como chifre, puro como o unicórnio e eterno como a vida desse lindo animal, além de que a união seja tranqüila e pacifica como o animal.
E vendo algumas pessoas rindo e o triste semblante que Gina, minha mãe, meu pai e meu irmão tinham... De tristeza!!! Percebi que eu estava com a pior cara do mundo... Eu estava PESSÍMA!!! E eu sabia que não era a única, os olhos de Draco mostravam o mesmo...
Passando das portas desse salão e com pessoas atrás gritando eu tenho certeza... Minha vida jamais será do jeito que eu sempre sonhei...
N/A:Oi, galera!!! Espero que vocês tenham curtido esse primeiro capitulo!!! Está meio sem lógica, eu acho... Mas espero que gostem e que mandem comentários... Vou esperar ansiosa! Mandem plese!!! E me façam feliz!!!
Muita coisa não está esclarecida nesse capitulo, mas aos poucos Hermione vai descobrir tudo o que fez com que ela casasse, então... Não percam!!!
Obrigada por ler,
Lana G.H.K.
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