Are You Surprised?



Are You Surprised?

"Perhaps you can't understand some little things that I've told you. Perhaps you get something else with someone to help you. Perhaps it's all still a big lie, but it's not like if it matters. Are you surprised for seeing me like this, so happy? 'Cause I'm surprised for seeing you so filled with anger for something that I haven't done. That was your fault."

Do lado de fora daquela Câmara escondida, Sammy e Sirius estavam conversando em frente à lareira, e perceberam que Tiago e Lucy não sairiam de lá tão cedo.

— Bom, eu vou dormir – disse Sirius se levantando e oferecendo a mão pra ajudar Samantha.

— É está tarde... – murmurou ela, pegando na mão de Sirius e dando um pequeno impulso com o corpo e parando muito próxima do garoto.

Eles se encararam, parecendo que nenhum dos dois queria parar aquele contato visual, os olhos verdes dela e os azuis dele...

— Sirius... Te amo – sussurrou Samantha, olhando para o Maroto e depois para a aliança que brilhava em seu dedo.

— Você não sabe quanto tempo eu esperei pra ouvir isso de uma garota... – Ele tocou rosto da menina com carinho.

— Duvido que alguma já não tenho te dito isso... – sussurrou Sammy, sem desviar os olhos daquele par de orbes azuis e hipnóticas.

— Com certeza, não me olhando como você me olha – replicou ele, sorrindo, um sorriso encantador e verdadeiro.

— Tão fixamente? – perguntou ela, inocente.

— Tão sinceramente – respondeu Sirius. – Você é muito mais do que eu poderia esperar, Sam, muito mais forte, muito mais honesta, muito mais...

O retrato girou e Remo entrou. Estava com um ar sonhador, uma cara de quem está no paraíso, quando nesses dias, o colégio parecia um inferno.

— Desculpe – falou ele para o casal.

— Que cara é essa, Lupin? – perguntou Sirius.

— Eu... EuLilynamorandoestamos – disse ele, todo enrolado.

— Vocês... – Sirius olhou para o monitor e para Samantha, que deu de ombros. – E como é que você me deixa sem saber disso, Remo Aluado Lupin???

— Sei lá, eu fui descobrir agora... – O ar ausente ainda pairava ao redor do Maroto.

— Lupin, acorda – pediu Sam, enquanto ele andava na direção das escadas, cantarolando algo como "Lily, Lily, meu lírio". – Lupin, a...

Ela fechou os olhos quando o garoto tropeçou no primeiro degrau e caiu para a frente. Sirius murmurou um "Caramba, isso doeu", mas o monitor simplesmente se ergueu e subiu as escadas, sem perceber o grande hematoma que se formava em seu rosto.

— Eu, hein... – murmurou Sirius. – Você não quer que eu faça o mesmo, né? – perguntou, olhando para Sammy.

— Não precisa, Sirius... – A garota se divertia.

— Mas olha aqui... Nós temos um assunto para acabar...

— Assunto para acabar? – repetiu Samantha, encarando-o. – Sirius, se você não percebeu, eu não sou do tipo de garota que deixa assuntos incabados para trás.

— É? – perguntou ele, com um meio-sorriso.

— É – confirmou ela, se afastando um pouco.

— Pois saiba que você está deixando um, agorinha mesmo. – Ele segurou os pulsos dela, não deixando que a menina se movesse.

— Sirius...

— Não mandei me aceitar como namorado... Eu sou assim com quem eu amo.

— Chato? – replicou ela, sarcástica.

— Carente – tornou o rapaz, sorrindo e beijando os lábios da garota com leveza.

— Então só falta pedir para eu dormir contigo... – murmurou Sam, sorrindo.

— E por que não? – Ele deu de ombros. – A cama do Pontas é ao lado da minha, e tá vazia.

Samantha olhou-o, incrédula, mas acabou concordando, e subiu com o namorado. Deitou-se na cama de Tiago e estendeu a mão no escuro. Sirius entrelaçou os dedos com os dela e murmurou:

— Eu te amo, Kitty.

— Também te amo, Si.

E eles adormeceram assim.

*~*~*~

Remo se levantou em um sobressalto. Havia sonhado que Lucy e Tiago haviam dormido juntos. Sentou-se na cama e percebeu que tanto o cortinado de Sirius como o de Tiago estavam fechados. Presumiu então que os dois estavam ali. O que ele não percebeu foi a mão de Sammy que encontrava a de Sirius, para a sorte de todos.

Lucy acordou naquela manhã de sábado muito bem. Olhou para Tiago, que tinha a respiração lenta. Sentiu-se mal e bem ao mesmo tempo. Mal pois, afinal, ela sabia que Lily gostava do Maroto, só era orgulhosa demais para admitir, e bem porque a ruiva também sabia dos seus sentimentos por Remo... Não sabia como ficaria essa história, mas achou que já estava enrolada o bastante.

Levantou-se, ajeitando as alças do pijama, e puxou o cobertor de sobre o moreno, enrolando-se nele. Tiago abriu os olhos, sonolento, e suspirou ao ver a nesga de luz que entrava pela tapeçaria semi-lacrada. Apoiando-se nos cotovelos, o Maroto examinou a morena a sua frente com os olhos. Lucy enrubesceu ante aquela atitude do garoto e murmurou:

— Ti, por favor, não me olhe assim...

— Não seja tão bonita, então – retrucou ele, se erguendo e espreguiçando-se. Lucy pôde ver cada um dos músculos do peito do garoto distendendo, e e desviou os olhos daquela visão. – Dormiu bem?

A garota sorriu, encarando-o, e replicou:

— O que você acha?

— Que eu sou muito gostoso, mas isso todo mundo sabe – respondeu ele, aproximando-se poucos passos da garota.

— Tiago, é sério! – Ela pegou uma almofada do chão e atirou no rapaz, que desviou e foi para junto dela em um piscar de olhos.

— Reflexos de apanhador – disse Tiago, sorrindo. – Quer que eu fale sério? Você é muito linda e eu tive um noite maravilhosa contigo. Uma noite que eu não trocaria por nada. – Ele ergueu o rosto da garota e beijou-lhe os lábios com ternura e ardor.

Lucy já gostava do moreno o suficiente para deixar que ele a beijasse daquela maneira, e não resistiu ao toque suave das mãos firmes em suas costas. E daí se ela estava traindo Lilian? A ruiva o fizera primeiro. E daí que ela estava traindo Lupin? Ele também a traíra. E Tiago tinha sido melhor para ela do que a amiga e o ex-namorado juntos. E Remo e Lily estavam namorando. Ela tinha o direito de seguir em frente.

O rapaz cessou o beijo devagar, os lábios recorrendo aos de Lucy, não querendo deixá-los. A menina sorriu, acariciando a face do moreno com ternura.

— Você é perfeita, sabia, Lu? – Ele sorriu e começou a brincar com uma mecha do cabelo da garota.

— Obrigada, eu já sabia – replicou ela, se fazendo.

— Nunca mais te elogio – disse Tiago, sem soltar o cabelo da garota.

— Nunca mais deixo você me beijar, então. – Ela exibiu um meio-sorriso puro demais para ser malicioso e provocante demais para ser inocente.

— Isso não se faz... – murmurou o moreno, com cara de cachorrinho abandonado.

— Se você me quer, me pegue – disse ela, rindo e saindo da câmara, saltitando.

Tiago começou a correr atrás de Lucy, conseguindo alcançá-la antes de a garota subir os degraus do dormitório feminino. Lilian tinha acabado de acordar, e, ouvindo barulho vindo do Salão, resolveu descer.

— Mas o que foi isso? – perguntou Lilian, vendo o Maroto por cima de Lucy.

Tiago ergueu os olhos, avistando aquele vulto de longos cabelos acajus caindo por sobre os ombros delgados. Suspirou e pensou consigo mesmo: Lilian está com Remo, e eu tenho uma garota mais do que perfeita para mim. Ela já fez isso tantas vezes que está na hora de provar de seu próprio veneno.

E, perguntando com um olhar se Lucy tinha alguma objeção, o moreno beijou a garota que segurava em seus braços. Lilian olhou para aquela cena, horrorizada, afinal, pensava que Tiago estava sozinho... Mas com Lucy?!

— Caham... – A ruiva limpou a garganta.

Tiago foi parando lentamente o beijo, fazendo com que seus lábios se separassem e voltassem para os de Lucy. Depois de uns dois minutos ele parou definitivamente.

— Problemas, Evans? – perguntou Lucy.

— Ahm... – Ela pensou em falar da má conduta em frente aos alunos, mas apenas eles estavam ali. – Não, nenhum.

— Ótimo! – respondeu Tiago, voltando a beijar Lucy.

Lilian umedeceu os lábios com a língua e, respirando fundo e silenciosamente três vezes, subiu correndo as escadas do dormitório masculino. Lupin, com apenas as calças vestidas, amparou a garota, que desabou pesadamente em seus braços.

— Lily, o que houve? – perguntou ele, preocupado, afastando os cabelos do rosto da namorada.

Lilian negou com a cabeça, se recusando a responder, e sentiu que começava a chorar. O rapaz, preocupado, abriu a porta do banheiro e entrou com a garota ali.

— Lil, por favor, não chore... – Ele suspirou e ligou a banheira, testando a temperatura da água com uma das mãos. – Vamos, tome um banho, relaxe... Me conte o que houve.

A garota se desvencilhou do Maroto e despiu-se, de costas para ele, entrando na água quente e cheia de espuma em seguida.

*~*~*~ No Banheiro do Dormitório Masculino

Remo, ajoelhado ao lado da banheira, massageava os cabelos ruivos de Lilian, a cabeça da garota apoiada em seu peito, a água escorrendo por sua pele e molhando as calças. A ruiva controlara o choro, mas não falava com o Maroto.

— Lily, não posso te ajudar se não souber o que é... – repetiu ele, pela quarta ou quinta vez.

— Você vai ficar magoado... – murmurou a ruiva, aninhada contra o peito do namorado.

— É a Lucy e o Tiago, não? – arriscou ele, certeiro. A garota concordou com a cabeça. – Lilian, nós os amávamos. Não será fácil esquecê-los, você sabe disso, e eu também. Mas podemos tentar não ligar.

A ruiva esboçou um sorriso, ao que Lupin ergueu seu rosto e beijou-a ardentemente, desequilibrando-se e quase caindo na banheira com a namorada. Tiago, ao lado de fora, sentiu falta de Remo, e pelo que ouvira, a garota subira correndo pelo lado oposto ao que descera, então só podia estar ali. Olhou para a porta do banheiro e arriscou uma batida.

— Ehr... Tem gente! – gritou Remo.

Então Tiago foi até seu malão, estava pouco ligando para o que aquele maldito fazia no banheiro, provavelmente com Lilian, pegou algo e desceu correndo encontrando Lucy.

— Imagine se ele me pega aqui com você... – Remo sorriu. – Seria uma bela vingança.

— Remo! – A garota enxagüou a cabeça novamente e tateou até encontrar um roupão. Vestiu-o e ergueu-se. – Vingança é feio, querido...

— Mas é bom... – sibilou ele ao ouvido da ruiva, envolvendo-lhe a cintura por trás.

— Sou obrigada a concordar. – Ela sorriu, e Remo começou a beijar-lhe o pescoço alvo, desnudo e úmido. – Remo!

— Você se mostra e eu nem posso tirar uma casquinha?? – objetou ele, indignado.

— Me arranja uma roupa e depois a gente conversa – riu-se ela, ajeitando a gola do roupão.

*~*~*~ Sala Comunal

— Adivinha quem é? – perguntou Tiago, tampando os olhos da garota.

— Ohh... Será que é o Tiago?

— Sua boba! Ei, tenho um presente pra você – disse ele enfiando a mão no bolso da calça do pijama.

— Oba! Adoro presentes! – Ela bateu palmas e sorriu.

*~*~*~ Dormitório Masculino

— Isso serve? – perguntou Remo, tirando do malão uma camisa do uniforme e estendendo-a à garota.

— Serve, sim – respondeu Lilian. Fazendo sinal para que o rapaz se virasse, ela despiu o roupão e vestiu a camisa, que cobriu-lhe até a metade das coxas. – Como estou?

— Linda, como sempre. – O Maroto foi fechar a porta do banheiro e recolocar lá o roupão quando Lilian pisou na barra da sua calça, fazendo-a descer até os joelhos.

— Lil!! – exclamou ele, indignado. – Minha calça!

— Tava molhada – respondeu ela, simplesmente.

Boquiaberto, o Maroto livrou-se da calça encharcada e fechou a porta do banheiro, olhando para Lily com uma cara maníaca. A ruiva estrangulou um grito e pulou na cama de Lupin, a mais afastada, perto da parede. Remo foi até ela com um sorriso sádico em seus lábios e murmurou:

— Você não me escapa, Lilian Evans. – E começou a beijar a garota, soprando em seu ouvido e mexendo nos ruivos cabelos molhados.

*~*~*~ Sala Comunal

— Certo, adivinhe – pediu o moreno, sorrindo.

— Uhm... Uma jóia? – arriscou ela, analisando a caixinha na mão de Tiago.

— Certo...

— Um colar? – tornou Lucy, pensativa.

— Não - Ele abriu a caixa de veludo e tirou de lá uma pulseira muito fina e quase branca, mas brilhante, cravejada com lápis-lázuli, safira e opala. Era uma jóia delicada e resplandecente. Lucy, maravilhada, viu o Maroto colocando-a em seu pulso. Eram três voltas, o que criava um efeito muito belo no pulso fino da garota.

— Tiago... Eu... – começou a garota.

— Nem me venha! – replicou ele. – "Tiago não posso aceitar", "Tiago não posso porque isso ou aquilo" – completou ele, imitando a voz da garota.

— Eu só ia agradecer, meu amor – disse ela.

— Só vai me agradecer certo assim. – E ele a beijou. Ela passou a mão pelas costas do Maroto e subiu aos cabelos.

Os cabelos já naturalmente despenteados de Tiago ficaram ainda mais rebeldes sob os dedos finos de Lucy. A pulseira tilintava, um som agradável e firme, ritmado. Os dois perdiam o fôlego rapidamente, mas não queriam se separar. Quando não conseguiram mais respirar, as bocas separaram-se por alguns segundos, para depois unirem-se novamente em um beijo mais apaixonado que o anterior. Não importava se eles estavam quebrando as regras, não importava que mais de vinte pessoas recém-acordadas estivessem olhando-os como se fosse um espetáculo gratuito, não importava que Melissa estivesse sendo contida para não arremessar algo no casal. Não importavam os gritos e risadas de Lilian e Remo no Dormitório Masculino, nem a voz dos quadros, queixando-se de sono. Nada importava. Eles estavam apenas afim de curtir o momento, Tiago olhou de relance e viu todas as pessoas que estavam ali, pensou até em parar, mas não queria. Lucy viu Melissa sair batendo os pés, mas e daí? Dane-se a garota, dane-se todos que estavam ali, dane-se o mundo, era assim que ela se sentia com Tiago. Sentia-se segura, sem medo das regras ou das pessoas que ali estavam.

— Tiago... – sussurrou ela.

— Diga, Lu... – Ele colocara a boca rente ao ouvido da garota. Lucy não pôde impedir um arrepio.

— Eu te amo – disse ela, afundando o rosto no ombro do rapaz e continuando num murmúrio, os lábios colados ao pescoço de Tiago. – Você é o único que me faz sentir desse jeito... O único que me abraça desse jeito, sem medo, com ternura...

Lucy, sabia Tiago, estava fragilizada, de uma maneira positiva, e tudo o que precisava era continuar com o Maroto. Suspirando, ele soergueu-a, fazendo com que as pernas da garota o abraçassem, e subiu as escadas para o Dormitório. Lilian e Remo estavam ali, mas e daí? Ele não se importava. Colocou a garota no chão e continuou a beijá-la, os lábios não conseguindo se controlar, amando-a, sim, como nunca haviam amado outra antes.

*~*~*~

Melissa, assim que saiu da Sala Comunal, foi andando em passos largos e acabou batendo de frente com alguém.

— Ai, caramba! – disse ela.

— Não olha por onde anda, Gentry? – perguntou Lucio Malfoy.

— Não foi assim que me tratou na segunda-feira...

— Eu estava totalmente dopado!

— Não interessa, Lucio... Olha, eu tô ocupada, me deixa, tá bom – pediu ela, desviando-se do
loiro e seguindo pelo corredor.

Malfoy, desacostumado àquele tipo de tratamento, foi atrás da garota, enlaçando seu pulso e forçando-a a fitá-lo.

— Lucio, por favor – implorou ela. – Eu não estou com cabeça...

— Dopado ou não, você continua bonita, Gentry...

— Eu acabei de ver Tiago beijando uma garota; por favor, me deixa – pediu ela, tentando desvencilhar-se do rapaz.

— Ai, Merlin, você também? – perguntou ele.

— Não o amo... Ele me atrai, é diferente. Enquanto não tiver outro garoto que me faça sentir assim, eu não vou desistir dele... Mas devo admitir... Você até que beija bem – disse Melissa.

— Não me menospreze, garota... – Ele fitou-a, ameaçador, mas a expressão logo abrandou. – Ou eu deveria te chamar de Missy? Você se mete com fogo e depois foge da queimadura... Não é assim que funciona.

— Eu quero aquele moreno – disse ela, claramente.

— Mas agora eu quero você.

Lucio encostou Melissa na parede, forçando uma aceitação que ela não fez questão de impedir. Ficara várias vezes com Lucio, e sabia que o loiro era atraído por seu encanto como nunca nenhum rapaz jamais fora. Algum tempo depois, eles separaram-se, sem fôlego.

— Tudo bem, eu não vou mais te menosprezar, mas vê se me erra, fazendo um enorme e gigantesco favor – pediu ela, indo depois ao Salão Principal tomar café.

Todos já estavam acomodados, Dumbledore tinha um recado a dar.

— Queridos alunos, é com um imenso prazer que eu lhes apresento duas alunas que vieram da Academia de Magia do Brasil, Srtas. Julia e Gabrielle Andrews.

Todos se viraram e viram duas garotas, irmãs gêmeas, mas totalmente diferentes no estilo, entrarem no Salão. Uma delas, de cabelos longos pretos com franja e olhos azuis, estava de calça jeans, uma bota branca de bico fino e uma blusinha rosa. Já a outra tinha os cabelos tingidos de loiro, olhos azuis também e usava uma saia branca, uma sandália de salto alto e uma blusinha laranjada. As duas chegaram até o Diretor e se apresentaram.

— Prazer, sou Julia Andrews – disse a de cabelos pretos.

— E eu sou Gabrielle Andrews – falou a loira.

— Por favor, Julia, sente-se aqui. – Minerva apontou para o banquinho onde acontecia a Seleção.

A garota foi até o banco e se sentou.

— Uhm... Muita determinação, coragem estou vendo... Hum, corajosa, uma vontade de provar o que pode fazer. Estou em dúvida... Mas acho que, Grifinória! – Todos na mesa vermelha e ouro aplaudiram.

— Srta. Gabrielle, venha agora, por favor – chamou Minerva.

— Ah, vontade de ser a mais poderosa, não tem medo de falar o que quer, mas também é muito vingativa e determinada... Sonserina! – disse ele e dessa vez quem aplaudiu foi a mesa verde e prata.

Apenas Frank, Alice e Melissa, do sétimo ano, estavam na mesa da Grifinória, junto a vários alunos de outros anos. Pedro e Kelly Adams faziam companhia a Lucio e Snape na mesa da Sonserina, que acolheu Gabrielle. Dumbledore fez o tradicional discurso de boas-vindas às duas e a professora McGonnagall procurou com os olhos por Remo e Lilian, encarregados de mostrar às novatas o castelo. Mas eles não estavam ali, bem como Samantha, Sirius, Tiago ou Lucy.

*~*~*~ No Dormitório Masculino

— Kitty... – murmurou Sirius, entreabrindo os olhos e deparando-se com a namorada deitada a seu lado. – Meu amor, você veio pra cá à noite?

— Não – respondeu ela, sorrindo. – Foi agora há pouco... Remo, Tiago, Lilian e Lucy fazem muito barulho... E eu estava com saudades de você.

— É, eles são barulhentos... Até parecem que estão aqui dentro... – replicou o Maroto, sonolento.

— Si, querido, eles estão aqui dentro – disse Sammy, paciente.

Sirius pulou da cama direto para dentro das calças, afastando o cortinado e se deparando com Lilian e Remo se agarrando na cama do monitor, enquanto Tiago e Lucy nada deixavam a desejar na cama ao lado.

— O que diabos está acontecendo aqui??? – perguntou ele, exasperado.

A voz do moreno foi como um balde de água fria jogado sem dó nem piedade nos casais. Remo e Lilian separaram-se, ofegantes, bem como Tiago e Lucy, e ficaram encarando o Maroto. Sirius, vendo que Remo apresentava-se apenas de cueca e que Lilian usava uma camisa amarrotada do namorado, atirou uma calça para Aluado e um robe para Lilian. Cedeu outro robe a Lucy e arremessou uma camisa para Tiago.

— Vistam-se - rugiu ele.

Ninguém falou, era como se Sirius tivesse com a imagem de Dumbledore ali.

— Arrumem-se e vão para o Salão Principal – disse Sammy docemente.

— Tudo bem – responderam os dois casais.

Logo os quatro entraram no Salão e foram até Sirius e Sammy. Junto a eles estava uma garota que eles não conheciam.

— Olá – disse a garota, sorrindo. – Meu nome é Julia Andrews, e sou da Grifinória. Vim do Brasil, e fui selecionada hoje.

— Bem-vinda – disseram Remo e Lilian juntos. O rapaz prosseguiu. – Sou Remo Lupin, esta é Lilian Evans, e esses são Lucy Forensci e Tiago Potter.

— Olá – saudaram-na Tiago e Lucy.

— Então... Como certos monitores – Sirius carregou a entonação da voz – não estavam aqui para mostrar o castelo a Julia, Liz e Frank fizeram isso por eles.

Lily não pôde deixar de enrubescer, e Lupin enlaçou-a, um tanto distraído, como se não fosse com ele, apesar do reluzente distintivo praticamente gritar: "Ei, eu sou um monitor, o monitor-chefe!"

— Me desculpe, achei que a Forensci era a monitora, – Julia percebeu os distintivos praticamente gritarem nos uniformes de Lilian e Remo. – A Forensci tem mais cara de "santa". – Julia fez um sinal com as mãos indicando aspas no santa.

Sirius até pensou: De santa essa não tem nada...

— Não sou monitora, mas, olha, pode me chamar de Lu ou Lucy, viu! – disse a garota fazendo um gesto de pouco caso.

— Assim sendo, somos Lily – disse a ruiva, indicando a si mesma.

— Ou Lil – disse Remo.

— Si, Six, Almofadinhas, Mister Perfeito e outras cositas más. – Ela indicou Sirius, que agiu como se ela não estivesse falando nada além da verdade. – Ti, Tigo, Pontas, Senhor Metido e outros quaisquer.

Ela apontou para Tiago, ao que Samantha murmurou:

— Outros como Veado, Chifrudinho, Corno... – Sirius mal pôde reprimir as risadas, e Tiago fitou a garota quase com ódio, mas ela apenas deu de ombros.

— E temos Remo, ou Aluado, e Sam, Sammy ou, se preferir, Kitty. – Ela apontou os dois e voltou o indicador para o casal restante. – E Alice, Liz, ou Lice, e Frank, o senhor Certinho.

— Nesse caso, podem me chamar de Ju... – A garota sorriu, cumprimentando os outros. – Entrei no ano de vocês, certo?

— Sim – respondeu Sam, resistindo aos beijos de Sirius em seu pescoço. – Sétimo ano.

— Já escolheu as matérias? – perguntou Tiago, os braços envolvendo Lucy.

— Ah, já, sim, obrigada – respondeu Julia, evitando fixar o olhar nos garotos por motivos óbvios: todos os Marotos já tinham dona, e donas nada pouco ciumentas. – Fiquei com... Trato das Criaturas Mágicas, Estudo das Runas Antigas e... Aritmancia.

Julia se virou e viu a irmã, enturmada com algumas garotas Sonserinas, mas olhando torto para Narcisa e Belatriz, acenou. A loira mandou-lhe um beijo e saiu com as novas amigas.

— Você vem com a gente? – perguntou Lilian.

— Ahm... Pode ser – respondeu Julia.

— E então, Ju, como é o Brasil? – perguntou Tiago.

— Monótono e lindo... Muitas praias... Tudo tão legal! – disse ela entusiasmada.

— Você tem namorado? – perguntou Sirius.

— Nunca namorei sério... Acho que sou jovem demais para isso... Juventude é uma só, tenho a obrigação de curtir! – respondeu ela, simplesmente.

— Legal – disse Lucy. – Eu penso diferente, mas isso não vem ao caso.

— Desculpe se fui curioso – falou Sirius.

Julia não pôde deixar de rir. Acenou negativamente com a cabeça e disse:

— Curioso, eu não acho que tenha sido. Resta saber se sua namorada pensa o mesmo.

— Eu? – indagou Samantha, divertida. – Eu disse uma vez que esqueceria o passado mega-pegador ultra-galinha intergalático desse garoto, mas não dá pra mudar tudo, né?

Sirius fez uma cara de magoado, ao que a namorada o beijou; apenas um selinho, mas mais que suficiente para que ele sorrisse. Lilian, andando ao lado de Remo, sentia na novata algo que não conseguia identificar. Não era ruim, não, definitivamente. Mas ela parecia... Grifinória demais, mesmo para uma grifinória. Parecia não ter medo nenhum. Remo, percebendo algo estranho anuviando a mente da ruiva, perguntou um "O que houve?" Muito baixinho, ao que ela negou com a cabeça e voltou a sorrir.

Tiago e Sirius pareceram sentir a mesma coisa que a ruiva, se entreolharam e Tiago resolveu o assunto.

— Sabe... Me desculpe, mas você me parece, sei lá, Grifinória demais, sem medo algum... – disse ele, a encarando.

— Eu sempre fui assim. – respondeu a garota. – Não sei muito bem o porquê. Minha mãe um dia estava falando com minha avó, e eu, é claro que muito sem querer, acabei ouvindo. Ela falava do meu espírito corajoso, mas meu outro irmão me viu e as avisou... Ah, eu o odeio!

— Você tem um irmão? – perguntou Sammy, curiosa.

— Tenho, sim – respondeu Julia. – Um pirralho dois anos mais novo que eu, com uma língua grande demais para ficar quieta na boca... – Todos riram. – Claro que eu não trouxe ele para cá... Essa transferência foi meu presente de maioridade.

— Você já tem dezessete? – indagou Lucy, virando a cabeça para fitar a garota, os cabelos ricochteando no ar e pousando na face.

— Claro. – Julia parecia pensar que aquilo era óbvio.

— Nossa, você parece muito mais nova... – comentou Tiago, ao que os outros concordaram com a cabeça.

— Só impressão... Não sou a criança mimada que pareço ser!

— Quem disse que você parece mimada? – perguntou Samantha, um tanto implicante.

— Ainda ninguém – respondeu Julia.

— Como assim, "ainda"? – indagou Lily.

— Sempre comentam, mas, de qualquer jeito, falem bem ou mal, o importante é eu ser o assunto. – Julia sorriu.

— É disso que a gente fala! – exclamou Tiago. – Você parece tão destemida! Espero que não seja esnobe.

— Entenderam agora? – replicou ela, incisiva, mas sorrindo. – Esnobe, metida, mimada... Sabe, eu já até me acostumei.

Tiago boquiabriu-se; não se dera conta de que havia mordido a isca que a garota soltara. Lucy deu uma cotovelada nas costelas do moreno, ao que ele gemeu de dor e fitou a garota, inquisitivo. Pedindo um com licença polido, Lucy afastou-o um pouco dos outros e encarou-o. Parecia esperar algo.

— Que foi? – perguntou o Maroto.

— Poxa, Tiago, ela diz que a chamam de mimada e você resolve chamá-la de esnobe?? – replicou Lucy, sentida.

— Foi sem querer, desculpa – retrucou ele, brusco, mas sincero.

— Diga isso a ela, não a mim. – Lucy cruzou os braços, emburrada, mas a birra desapareceu com o toque rápido e tão conhecido dos lábios de Tiago contra os seus. Os dois voltaram para o grupinho e Tiago desculpou-se com Julia.

— Não se preocupe, Tiago, eu não me sinto ofendida com isso, mas, olha, te digo uma coisa: não sou nem nunca fui esnobe. – Ela sorriu e fez com que Tiago se sentisse mais aliviado.

— Ah, mas é sério, falei sem pensar – disse ele.

— Fazemos o seguinte, eu te desculpo e nós começamos do zero. Eu realmente preciso de vocês, odeio ser nova em colégios – falou ela fazendo um gesto de pouco caso.

— Caraca... Você tem uma personalidade forte, hein! – disse Remo.

— Devo considerar isso como um elogio ou crítica? – Ju parecia confusa.

— Elogio, claro! – respondeu ele de imediato.

Todos se sentaram debaixo de uma árvore e observaram o lugar. Um clima estranho pairava ali. Eles não tinham assunto, Remo e Tiago continuavam brigados, Lilian e Lucy nem se olhavam. Por quanto tempo seria assim?

*~*~*~*~*~*~*Tiago/Lily ~ Samantha/Sirius ~ Lucy/Remo ~ Alice/Frank*~*~*~*~*~*~*

Traduzindo o título e o subtítulo do capítulo:"Você Está Surpreso?"
"Talvez você não consiga entender algumas pequenas coisas que eu te disse. Talvez você perceba algo mais com a presença de alguém que te ajude. Talvez tudo isso seja ainda uma grande mentira, mas não é como se importasse. Você está surpreso por me ver assim, tão feliz? Pois estou surpresa por vê-lo tão cheio de raiva por algo que eu não fiz. A culpa foi sua."

É um milagre!! Sim, é, nós demoramos muito, mesmo... Mas não pensem que o mundo está acabando ou algo assim, e nem que Voldemort vai admitir que ama Snape e vai sair dançando lambada por aí.

Por tudo o que há de mais sacrossanto nesse mundo, comentem!! Tem muito mais por vir, e muito mais já escrito... Só depende de vocês!!

Beijos!!

*~*~*~*~*~*~*Tiago/Lily ~ Samantha/Sirius ~ Lucy/Remo ~ Alice/Frank*~*~*~*~*~*~*



Gabrielle e Julia Andrews

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