Under the Stars



Capítulo 14 – Under the Stars

*~*~*~ Um Dia Antes do Baile *~*~*~

Julia não estava tão animada pro baile como no dia que compraram as vestes. Ela ia acompanhada de Brian Felicio, melhor amigo de Josh.

— Julia Andrews! Chega! Você está muito pra baixo e nunca foi assim! Deixou de ser a Ju que conheci! – Tiago tentou, em vão, recuperar o astral da morena, que olhou pra ele, cansada e murmurou um “Eu tô legal”.

— Sabemos tão bem quanto você que não está, Ju. – A vez de Sirius. – Vai lá, conta pro veado e pro cachorro que estão no seu coração!

— Vocês sabem tão bem quanto eu o que me aflige, então não me perguntem de novo, por favor – pediu ela.

— Fazemos assim, você vai ficar linda, maravilhosa e etc. para o baile e vai fazê-lo ficar de queixo caído – sugeriu Tiago.

— É uma boa... – Ju começou a aceitar.

— Senhorita Andrews, senhorita Andrews! – chamou um menino do primeiro ano.

— Diga, querido. – Simpática como sempre, ela respondeu.

— É para a senhorita, me mandaram entregar, mas não me deixam dizer o nome – disse ele, entregando à garota uma caixa.

— O que tem na caixa? – perguntou Tiago, quando o menino se retirou.

— Tiago, eu sou legilimente, não tenho visão de raio-x! – exclamou a garota, sorrindo. – Sei tanto quanto vocês.

— Então abra! – instigou-a Sirius.

— Se vocês pararem de me ocupar, eu abro!

As mãos da garota deslizaram para a fita que fechava a caixa, e os rapazes pareciam tão curiosos quanto ela. O laço estava quase desfeito quando Samantha entrou no quarto.

— E aí, o presente é de quem? – perguntou ela, atirando-se no colo de Sirius.

— Meu – respondeu Julia.

— E o que é? – tornou a outra.

— Não sei ainda – replicou a garota. – Ainda ‘tô abrindo.

— Hum... Abre logo então, sua boba! – pediu Kitty, sentando-se ao lado de Julia, que junto aos Marotos começou a rir. – Qual a graça?

— A Ju acabou de mandar eu e o Pontas aqui pararmos de ocupar ela para poder abrir o presente – respondeu Sirius.

Ju pareceu não perceber a fala de Sirius. Terminou de desfazer o laço e tirou cuidadosamente o papel.

— Pra que tanta delicadeza com o papel se vai jogar no lixo?

— Quem disse que eu vou jogar no lixo, Sirius? – perguntou a garota, sem desviar o olhar da caixa que estava na sua frente.

— Qual é... Todo mundo sabe que colocar embaixo da cama não dá mais presente – falou Tiago.

Julia balançou a caixa em suas mãos. O barulho de dentro não foi muito, porém, existente.

— Que saco, Julia, abre essa joça de uma vez! – exclamou um Tiago muito impaciente.

— Tiago! – Ela fitou a caixa por mais um instante.

— Abre, Julia! – impacientou-se Sammy.

— Gente, o presente é de quem, hein? – replicou a morena, abrindo a caixa devagar.

— E aí, o que é? – perguntou Sirius, curioso.

— É... – A voz de Julia embargou na garganta, e ela fechou a caixa novamente. – É lindo.

— Tá, o que é lindo? – perguntou Sirius, mais curioso ainda.

— O presente – respondeu ela, sonhadora.

Sirius fitou a morena com uma expressão assustadora. Ela entreabriu a caixa e olhou seu conteúdo novamente.

— Licença. – Samantha pegou a caixa das mãos da amiga e perguntou com um olhar se podia abri-la. Julia concordou e Sam olhou o conteúdo, sem deixar que os garotos vissem. – Por Morgana, Ju, é lindo!

— Eu sei... – murmurou a morena, ainda um tanto perplexa.

— Quem te mandou? – perguntou Sammy, esquecendo-se dos garotos, que já não entendiam mais nada.

O olhar de Julia disse tudo. A outra garota reprimiu uma exclamação e abraçou a amiga, radiante.

— Seria gentil da parte de vocês se falassem o que é o presente! – resmungou Tiago.

— Ti, você verá amanhã. Quero descobrir quem é que me mandou uma coisa tão... Perfeita! – falou Julia, indo em direção ao dormitório feminino.

— Mulheres... – murmuraram Tiago e Sirius, rindo.

— Que é que tem a gente? – perguntou Samantha, envolvendo o pescoço do namorado.

Sirius alteou uma sobrancelha, e Tiago contentou-se com um meio-sorriso.

— Ah, vocês é que não têm competência pra nos entender – disse a garota, dando um beijo no canto da boca de Tiago.

— Ei! – exclamou Sirius, revoltado.

— Calma, Si, eu ‘tô indeciso entre um Lírio e uma Gata... Não quero dizer a Kitty, mas a Lu.

— Uau, eu fui desprezada! – exclamou Samantha, inacreditando. – Valeu, viu, Chifrudinho do meu heart!

— Deu, né? Samantha Kitty Holmes, saiba que eu estou profundamente magoada com você! Roubando até o meu Pontinhas! – Sirius começou a interpretar a Sirias, como chamavam ele nessas “crises”.

— Eu quero esse veadinho para MIM! – Ela agarrou-se a Tiago.

— Fique com o bofe então, queridinha, vou buscar outra gata pra mim – respondeu Sirius, ameaçando sair do quarto. – Passar bem.

— Tá bom! – Ela virou o rosto e categoricamente evitou o olhar de Sirius.

— E aí gente, qual é a boa... SAMMY, O QUE VOCÊ FAZ NO COLO DO MEU NAMORADO?! – gritou Lucy, sabendo que era apenas uma brincadeira.

— O meu resolveu me largar, e eu peguei o primeiro que eu vi. – Ela deu de ombros e tocou a face de Tiago com carinho, piscando, marota, para o moreno. Tiago percebeu na hora que Sam estava tendo outro ataque.

— Tudo bem, fique com esse bofe e eu fico com esse aqui – falou Lucy, com desdém, puxando Sirius pela gravata do uniforme.

— Eu disse que eu arranjaria outra gata... – disse Sirius, deixando-se puxar pela morena.

— E então, gente, qua... O QUE É, EXATAMENTE, ISSO?! – gritou Remo, vendo Sam no colo de Tiago e Lucy abraçada com Remo. O Maroto não percebeu que era mais um teatrinho deles.

— Remo, não atrapalha – pediu Tiago, que parecia prestes a beijar Samantha.

Remo deixou que sua boca abrisse, estava perplexo. E Tiago percebeu isso.

— Isso aí, gente. – Ele levantou, deixando Sam na cama. – Vocês estão indo muito bem. Esse ensaio foi o máximo, podemos pedir pro Dumby para apresentarmos depois das férias.

— Ah, que saco, a gente sempre pára na melhor parte... – murmurou Lucy, emburrada.

— Saaaaaaaaaaam! – gritou Julia, longe dali. – Vem aqui, você tem que ver isso!

Samantha desceu correndo e encontrou Ju na Sala Comunal.

— Qual é a boa? – perguntou.

— Caraca! Eu preciso que você me ajude a decifrar esse bilhete... Não entendo naada! – pediu Julia, fazendo biquinho, como uma criança que quer um chocolate.

— De quem é o bilhete? – perguntou a garota, pegando o pergaminho entre os dedos.

— Da mesma pessoa que me mandou aquilo... Achei dentro da caixa... – respondeu Julia, olhando curiosa para a outra, que analisava cuidadosamente o pergaminho

— Hum... – resmungou Sam, virando e revirando o objeto entre os dedos.

— Ai, Sam, diz de uma vez de quem é! – exclamou Julia, impaciente.

— Não me desconcentra – pediu a outra.

— Diz de uma vez! – implorou a morena.

— Consegui. – Ela limpou a garganta e começou a ler. – “Querida Julia, você é a primeira garota para a qual eu não tenho coragem de me mostrar. Desde que você entrou nessa escola, meus pensamentos são moldados por seu sorriso, seus olhos são a única luz que eu sei que nunca se apagará. Desculpe-me se eu pareço covarde, mas mesmo o mais bravo ser sucumbiria diante de tanta atitude e beleza. Espero que tenha gostado do presente. Do seu, e eternamente seu...”

— Seu...? – perguntou ela, ansiosa.

— Não sei, o bilhete termina aqui – respondeu Sammy, dando de ombros.

— AH! – gritou a outra. – Eu realmente não acredito que alguém escreveu algo tão lindo assim, me mandou algo tão lindo e não SEI QUEM É!

— Ai, Ju, pára de piti... É só um garoto... – provocou-a Samantha.

— Sinceramente? Não é só um... É só o único que eu queria, mais do que tudo saber quem é... – retrucou a outra, profundamente triste. – Mas mudando de assunto, você vai pra onde nas férias?

— Casa do Pontas. Lily não vai – disse Sam, parecendo lembrar-se de algo. – Liz e Frank sempre passam a primeira semana com a família, mas estão livres no restante das férias.

— A Lily não vai por quê? – perguntou Julia, intuindo a resposta.

— O menino proibido. – Ela fez um gesto de pouco caso. – Ela raramente fica nas férias com a gente.

— Quer apostar que eu faço ela vir? – desafiou Ju.

— Não duvido de você garota, não sei quais os seus limites – respondeu a outra.

*~*~*~

— Mas, professora... – objetou Lilian, parecendo magoada.

— Não, senhorita Evans, essa detenção foi mais adiada que sei lá eu o quê! – exclamou a professora McGonnagall. – Se vocês não vão cumpri-la, vou substituir!

— Mas, professora, por favor, isso não! – implorou a ruiva, mordendo o lábio.

— Lamento – murmurou a mulher. – A senhorita Henley já cumpriu a dela. Falta à senhorita cumprir a sua, e ao senhor Potter, a dele. Nada melhor que isso. Será uma boa lição para os dois.

— Professora...

— É minha palavra final, Evans – sentenciou a professora. – Lamento, sinceramente, pois sei de seus envolvimentos amorosos, tanto seus quanto os de Potter, mas é isso e ponto final. Dez e meia da noite em ponto. Pode retirar-se.

Lilian se ergueu, suspirando, o pulso virando na hora de se erguer, nervosa, e saiu da sala com os olhos turvos. Mais essa, agora? O que viria a seguir, o apocalipse? Porque era tudo o que faltava...

E eu não consigo deixar de gostar dessa idéia e me odiar por isso, pensou a ruiva, entristecida, sentindo o pulso fisgar, deslocado. Com um aceno de varinha, ela conjurou uma atadura e colocou o osso de volta no lugar. Isso não deveria acontecer. Não é normal. É desleal.

Andou até chegar na Sala Comunal, a expressão mais carregada que nunca em sua vida.

— Por Merlin, Morgana e o espírito do Lago da Magia, Lily, que cara é essa? – perguntou Lucy, horrorizada com o semblante da amiga.

— Conversar com a McGonnagall – murmurou a ruiva em resposta, enquanto o retrato fechava o buraco atrás de si. – Eu posso roubar seu namorado por algum tempo?

Lucy sinalizou positivamente, vendo que Lily estava visivelmente abalada. Julia, ao lado de Samantha, deu de ombros. A mente de Lil estava numa confusão tão grande que ela mal conseguia entender os sentimentos da amiga. A ruiva puxou o moreno de olhos castanho-esverdeados pela mão para o dormitório masculino.

— Lily, o que houve? – perguntou Tiago, preocupado. – Sua cara não fica assim desde aquele dia em que eu briguei com a Lu, uma semana atrás.

— Lembra da detenção? – questionou ela em resposta.

— Acho que... talvez – respondeu ele, visivelmente ansioso, agora. – O que houve?

— A nossa detenção será pública – murmurou a garota, num misto estranho de prazer, medo e angústia. – No meio do baile.

— E o que vai ser? – Ele estava ficando assustado.

Tudo o que as pessoas na Sala Comunal ouviram foi um “O quê?!” berrado com muita força. Tiago estava perplexo.

— Como ela... Como ela...

— Também não sei como ela soube, mas ela soube... Eu juro, Tiago, eu tentei mudar, eu juro que tentei, mas ela não aceitou... – Lily estava exasperada.

— Caraca, deve ser sério o que a Lily queria... – falou Sam, sem prestar atenção em Julia, que olhou fixamente para as costas de Tiago, que apareciam no portal do dormitório, tentando extrair alguma informação.

— Dançar, eu, Lilian, Baile... Esse garoto não pensa coisa com coisa! – exclamou ela.

— Ai, meu Merlin! – exclamou Liz, boquiabrindo-se, apavorada. – Ai, meu Merlin ao quadrado!

— Ah, Liz, não, pelo amor de Morgana, não, Liz, não, não, não... – suplicou Lily, descendo as escadas, exasperada, Tiago a tiracolo, mas foi tarde demais. O pavor de Alice repercutiu nos nervos sensíveis de Lupin e de Julia.

— Lily... – murmurou Remo, magoado.

— Remo, não foi minha culpa, não foi... Foi a McGonnagall, não fui eu...

O olhar de reprovação de Lupin doía em Lilian. Droga, não fora ela! Ela não contara, alguém contara, e não fora ela! A ruiva sentiu os olhos encherem-se de lágrimas e correu para longe dos amigos.

— Ótimo, Remo, veja o que você fez! – exclamou Tiago, saindo correndo atrás da menina e parando-a antes que ela se afastasse o suficiente.

— Eu sou a única que não está entendendo nada? – perguntou Julia, intrigada.

— Tirando o fato de que a minha namorada vai ficar dançando agarrada no cara que a amava, não tem nada pra entender! – gritou Lupin, furioso, pisando duro em direção ao dormitório.

— Remo... – murmurou a ruiva.

— Antes de tudo deixem-o esfriar a cabeça, ok? – pediu Julia. – Vamos repassar, quem estava na loja além de nós?

Todos ficaram em silêncio por alguns minutos, quando um brilho passou pelos olhares de Tiago e Julia.

— A maluca da Tiffany! – exclamaram os dois.

— E o Josh... – Sirius estava quase chegando aonde os dois já haviam chegado.

— E a Henley! – exclamou Sam.

— Gente, ela não sabia – disse Lilian, contendo as lágrimas. – Não tinha como ela saber.

— Lilian, se tem uma coisa que Melissa não é, é idiota – disse Samantha. – Você tem postura de dançarina, e Tiago também. Além do mais, ela viu seu vestido, e vocês já foram pegos dançando, ano passado, num corredor, por um monitor...

— Era uma apresentação estúpida... – murmurou Lilian.

— E daí? – perguntou Sirius. – Se foi um monitor, Melissa faria com que ele abrisse a boca num instante.

Sam arqueou uma sombrançelha.

— Six, meu anjo, o que você sabe sobre a Missy que nós não sabemos? – perguntou ela.

— Depois vocês discutem a relação, porque temos um problema a resolver, sabem? – pediu Julia.

— Que problema? – perguntou Frank. – Eles vão lá, dançam, a detenção é cumprida, McGonnagall explica tudo, e ponto, todo mundo fica feliz.

Alice fuzilou o garoto com o olhar.

— Sabe, Frank, às vezes você consegue ser tão cego sentimentalmente quanto um leão atrás de uma leoa no cio – disse a loira, indignada.

— O que há em uma dança? – perguntou o Certinho.

— Acontece que é uma dança... – murmurou a ruiva, hesitante, a cabeça baixa. – Dança de contato. Ele sabe disso. – A garota afundou o rosto no ombro de Tiago, que lhe afagou os longos cabelos com leveza.

— Vai com calma, ou o Tiago também terá problemas com a Lucy... – disse Sirius. – Não é... Ué, cadê a Lu?

— Subiu – respondeu Julia. – Olha, resolvam isso e daqui a pouco, no jantar, eu dou um jeito naquela filha da mãe da Melissa.

— Mas não temos certeza... – começou Lily.

— Claro que eu sei disso Lilian, mas às vezes você esquece que eu sou Legilimente, ah, e deixem o Remo comigo também – falou Julia, correndo escadas acima.

*~*~*~

— Eu sei que eu não deveria fazer isso, eu juro, eu sei, mas eu não consigo evitar, Lu – murmurou Remo, estirado na cama, distraído.

— Eu também não gosto muito da idéia, Remo, mas foi coisa da McGonnagall, não deles... – disse Lucy, sensatamente.

— Eu não tinha esse problema com você. – Ele suspirou. – Você eu sabia que era só minha.

— A Lil é só sua... – falou ela.

— Mas sabe... – começou ele, sendo interrompido pela porta sendo aberta.

— Remo... A Lil não tem culpa... Eu tenho quase certeza de que foi a Melissa, mas preciso de você! – exclamou Julia.

— Precisa para...? - perguntou ele.

— Descobrir isso, oras! Mas olha, agora vamos pro Salão, jantar, por Morgana, sejam discretos, não demonstrem caras de problemas – suplicou a morena.

— O que cargas d’água você tem em mente, Ju? – perguntou Lucy, descendo as escadas para a Sala Comunal junto a ela e ao Maroto.

— Aguarde e verá! – exclamou a morena, correndo na frente. – Venham logo!

— Lu, espera! – pediu Remo.

— Vamos logo, ela está pedindo... – disse a garota, estacando.

— Ok. – Ele beijou a ex-namorada, os lábios tocando-se com amor e ternura, sem resistência. – Se eu continuar com a Lily, talvez eu nunca mais possa te dizer isso, Lucy, mas eu te amo, e nunca deixei de te amar.

Dito isso, o Maroto saiu correndo atrás de Julia.

Lucy estava perplexa... Como ele podia dizer isso em meio a tanto rolo?! Mas saiu correndo atrás de Julia, o gosto dos lábios de Lupin não querendo ausentar-se dos seus.

*~*~*~*~*~*~*~*Tiago/Lily ~ Samantha/Sirius ~ Lucy/Remo ~ Alice/Frank*~*~*~*~*~*~*~*

Muito tempo dessa vez, de novo, mas quando eu fui postar a F&B tava fora do ar, então...

Láh Jane Weasley, espero que tenho gostado do capítulo... e vamos tentar não demorar muito mais, né, Luh?

Kisses, and see ya soon!

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