Segundo Capítulo



Na manhã seguinte um grupo de pessoas encontrou o corpo do casal, a mulher no chão cheia de cortes no corpo, o homem levou algum tempo para notarem, pois este, estava em cima de uma árvore com um corte profundo na garganta, os turistas estavam indo embora o quanto antes da cidade com medo de um suposto assassino que estava atacando nas redondezas , os moradores mais antigos diziam que a Coisa havia atacado e os mais jovens agora se interessavam mais pela lenda, fazendo várias perguntas sobre a Coisa.A polícia local nunca conseguiu apontar um suspeito, o assassino fez um trabalho muito bem feito, não deixou nenhum rastro na Mata.
Hoje em dia pouca gente ainda leva em consideração a hipótese de que a Coisa tenha atacado o casal, começaram a pensar que talvez fosse obra de algum assassino que estava passando por ali aquela noite, e o jovem casal teve a infelicidade de passar pelo seu caminho.

O delegado Teodoro estava em seu escritório na pequena delegacia, um homem de 62 anos, cabelos grisalhos, usava uma vasta bigodeira também grisalha, naquele momento estava fumando seu velho e inseparável cachimbo, estava bem aconchegado na cadeira, os dias eram sempre assim em uma cidade pequena como Demélza, não havia muito serviço, apenas coisas do tipo, discução entre vizinhos, pequenos furtos, uma briga um pouco mais exaltada entre família, esses tipos de coisa, as duas celas que ficavam nos fundos da delegacia nunca esteve ocupada por mais de uma semana, o trabalho sempre foi pouco aqui, a não ser naquela naquela manhã, lembrava o delegado, quando chegou um grupo de turistas que estava fazendo trilha na Mata, ainda lembrava dos rostos de horror, foi preciso acalma-los antes de prosseguir a conversa, estavam muito nervosos e falavam ao mesmo tempo.Depois de ouvir a história do grupo, Teodoro juntou seus homens e foi para o local indicado, de fato, lá estava o casal assassinado, foi uma semana carregada, eles vasculharam a floresta durante meses a procura de alguma pista que indicasse o culpado, interrogaram quase todos os turistas da cidade, mas não havia um único suspeito, os pensamentos de Teodoro foram interrompidos por alguém que estava parado a porta do escritório:

- Delegado, como vai o senhor ? - Perguntou o homem, aparentava ter uns 30 anos, 1,80 de altura, cabelos curtos e muito bem arrumados, olhos claros, carregava uma pasta na mão esquerda.O delegado olhou o homem de cima a baixo, nunca vira o sujeito na cidade.
- Vou bem obrigado, quem é você ? - Quis saber o delegado sem rodeios, não estava acostumado a receber visitas assim, olhou brevemente para pasta que o homem carregava.
- Sou Thiago Monteiro, detetive particular, posso entrar ? - Respondeu formalmente, o delegado fez sinal para uma das cadeiras a frente de sua mesa, ele entrou e sentou-se na cadeira indicada por Teodoro.
- Detetive, você por acaso tem algum documento que me certifique do seu oficio ? - Perguntou Teodoro ainda desconfiado.
- Ah sim, um momento por favor....- Ele tirou a carteira do bolso interno do casaco e apresentou um documento ao delegado que estudou-a por alguns momentos a procura de alguma falsificação, estava tudo certo, não havia erro no documento.
- Muito bem detetive, e a que devo o prazer de sua visita ? - Perguntou Teodoro um pouco mais a vontade.
- Fui contratado por Carlos Gustavo de Albuquerque para investigar o homicídio de Débora de Albuquerque e Marcos Pazim. - Respondeu Thiago.O delegado ajeitou-se melhor na cadeira e depositou seu cachimbo em uma caixinha de madeira.
- Bem - Suspirou o delegado. - sem dúvida foi uma tragédia, um caso muito confuso se quer saber....
- Por isso estou aqui delegado, fui contratado para achar respostas das quais o senhor não conseguiu dar ao meu cliente. - Interpôs o detetive.
- Você está me chamando de incompetente, detetive ? - Perguntou Teodoro aborrecido.
- Não delegado, apenas fiz uma observação. - Repondeu Thiago sem se importar com o aborrecimento.- Eu gostaria que o senhor me fizesse a gentileza de relatar sobre suas investigações.
O delegado ainda se sentia ofendido, mas queria se ver livre de Thiago, por isso resolveu informar a ele o que queria o quanto antes, duvidava muito que o tal detetive conseguisse resolver um caso que a muito tempo fora dado como perdido.
- Ta certo, mas vou logo avisando, já se passaram quatro anos, na época não conseguimos encontrar nem ao menos um suspeito, investigamos o ano todo, depois desse incidente não tivemos mais homicídios em Demélza, com certeza o culpado não esta mais pela redondeza.
- Nesse caso devo investigar, antes de tirar minhas conclusões sobre o paradeiro do assassino.
- Muito bem então, foi apenas minha opinão detetive, esta perdendo seu tempo, mas por onde quer que eu comece ? - Perguntou o delegado como se estivesse se preparando para dar uma longa palestra.O detetive tirou um gravador de sua pasta e colocou-o sobre a mesa, ligou o gravador e disse: - Delegado, me conte tudo sobre aquele dia, quem fez a queixa, onde estavam os corpos, enfim, me conte tudo que o senhor sabe....

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