durma com os anjos



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Caminhando no escuro, agora sozinho, Harry pensava na sorte que tivera, suas intenções eram apenas de se declarar, não acreditando por completo que seria correspondido, mas o que importava agora era que fora sim correspondido e como estava feliz por isso, transbordava de felicidade. Tivera Draco em seus braços, bem apertado, não podia acreditar que por um momento achou que o menino não gostasse dele, entretanto agora tinha certeza que o outro o amava igualmente. Passou as pontas dos dedos sobre seus lábios, ainda molhados por causa dos beijos recentes. Não via a hora de sentir novamente aquele sabor exótico, havia marcado outro encontro para o dia seguinte, no mesmo lugar no mesmo horário. Concluiu um pouco desapontado que ainda estava muito longe.
* * *
Draco parou de frente a passagem secreta, como era mesmo a senha? Inclinou a cabeça obliquamente tentando se lembrar, mas sua mente estava longe, ainda naquela sala, junto a Harry e seus beijos molhados e exigentes, lembrava-se com perfeição a sensação de dormência que sentira uma hora de tanto seus lábios serem chupados pelo outro “Draco, seu burro! Não devia ter feito isso! Esqueci completamente da poção! Como é que vou sair dessa? Esqueci de tudo com aquele beijo... foi tão bom! Droga viu? Tinha que ter tomado mais cuidado, amanhã eu cuido disso!” Se castigava internamente se lembrando da senha.
- Sangue de pavão! – Disse bravo, logo a parede se abriu.
Draco entrou silenciosamente no aposento, aparentemente vazio. Todas as velas haviam sido apagadas, e o lugar era iluminado apenas pela luz que vinha de fora do castelo, o que não ajudava muito. Andou cauteloso até a escadaria, medindo seus passos, segurando sua força para não fazer barulho, quando ouviu uma risada familiar.
- Draquinho! – Uma voz melosa veio de trás de uma poltrona que estava de costas para ele, mais uma risadinha – Onde você esteve, queridinho?
- Pansy... – Murmurou infeliz passando a mão sobre os cabelos impaciente – O que você quer?
- Uma coisa que você está me devendo desde dia do baile. – Sua cabeça apontou sobre o encosto da poltrona, tentava fazer uma feição sexy – O meu beijo?
- Que? – Perguntou sem entender – Tá doida é? Eu disse pra você que não!
Ela fez biquinho, acentuando suas bochechas. Com um simples movimento pulou para o chão, andando lentamente até ele, um músculo tremia no canto da boca, indicando que ela estava nervosa.
- Você tinha me prometido! – Acusou com a voz fina – Você tinha PROMETIDO! – Gritou desafinada – Promessa é dívida, e você vai ter que cumprir! – Exigiu.
- Não pode me obrigar a nada, Pansy! – Gritou mais alto enfrentado-a.
- Não vou sair daqui até conseguir o que eu quero! – Ela postou-se entre ele e o espaço da escadaria. Ficando frente a frente com ele, bom mais ou menos, já que ele era quase duas cabeças mais alto do que ela.
- Já te disse eu não vou te beijar! – Grunhiu olhando-a com nojo – Sai da minha frente...
Indignada Pansy ergueu sua mão ameaçadoramente, se Draco não a segurasse pelo pulso com certeza levaria um tabefe na cara.
- Nunca mais levante essa mão para mim – Disse entre os dentes apertando os dedos – Nunca mais, entendeu! – Gritou ameaçadoramente no ouvido da menina que se encolheu inteira.
- Dra... Draco você está me... Me machucando! – Gaguejou olhando-o com pavor.
- Que pena! – Disse agressivamente soltando o pulso de Pansy.
- Não sabia que era tão cruel, Draco! – Choramingou apertando o pulso ferido.
- Você não sabe nada sobre mim! Nada! – Sua voz soou fria – Nem nunca soube!

* * *

Harry mal havia dormido na noite anterior, e seu dia havia voado, nem acreditava que já estava na última aula. Era como um sonho. Encontrava-se em mais uma aula chata de Feitiços com o prof° Flitwick, o anão ensinava um feitiço simples de costura. Harry brincava distraidamente com sua varinha rodando entre os dedos.
- Harry hoje decididamente você está no mundo da lua! – Retorquiu Hermione inconformada chamando sua atenção – Não prestou atenção na aula da Figg, nem da Minerva, aulas que você simplesmente adora! E em compensação, prestou atenção na aula do chato do Snape, você está bem?
- Lógico que estou! – Respondeu inconformado, afinal de contas, não prestara atenção em Snape e sim em Draco que estava do lado dele – Você que anda imaginando coisas demais Mione, cuidado para não ferver o cérebro de tanto estudar! – Disse sem medir as palavras.
- Grosseiro! – Disse severamente, apertando a borda da mesa – Só queria saber se estava bem, não necessitava ser tão rude! Foi uma pergunta inocente, desculpa se te magoei! – Se mais nenhuma palavra abriu o livro e escondeu o rosto nele, deixando sem querer um soluço sufocado escapar.
- Puxa, Harry! – Criticou Rony – Toma cuidado com essa língua hoje! Essa é a nona patada que deu na gente em menos de duas horas! Se fizemos algo que te perturbou, fala em vez de fazer isso! – Disse puxando Hermione para um abraço carinhoso, beijando-lhe a cabeça com ternura.
- Sinto muito! – Melodiou tentando reparar o erro. – Não tive a intenção!
Antes que Rony responde-se o sinal tocou causando grande agitação entre os alunos, desconcentrando. Mais um dia havia acabado.
- Você nunca tem Harry, nunca! – Resmungou Hermione abraçada por Rony, tinha os olhos avermelhados, e seu aborrecimento estava mais do que claro.
Depois do ocorrido, Harry achou melhor passar o jantar sozinho, longe de seus queridos amigos, a briga com eles era um peso nas costas, mas agora havia algo mais importante a se fazer, não que as pazes não fosse, porém seu objetivo era se dirigir ao sexto andar o mais rápido possível. Quando ainda saía do salão principal, pode ver de soslaio Draco se levantar logo atrás dele, dispensando os guardas costas com um gesto de mão. Harry apressou ainda mais o passo, queria chegar um pouco antes.
A sala encontrava-se na sua habitual serenidade, um vento frio percorria o local, vindo de uma das janelas.Lá não havia iluminação de noite, a única luz provinha dos archotes no corredor, que penetrava pela porta. Harry se instalou rapidamente entre as sombras aguardando o outro.
Como esperado Draco chegou pouquíssimo tempo depois, seus olhos corriam por todo o local, ainda não se sentia totalmente confortável ali, talvez por que as janelas fossem perto do teto, o que dava uma sensação de clausura. Mas estes pensamentos foram arrebatados para os quintos assim que se sentiu agarrado por trás. Um beijo quente foi pressionado contra sua nuca, descendo pelo pescoço até seu ombro, alternando beijos e pequenas mordidas, onde no máximo se roçava os dentes contra a pele, causando uma sensação deliciosa.
- Harry! – Gemeu ao sentir a respiração morna do rapaz contornar seu pescoço. Harry dirigiu suas mãos para o ventre de Draco, passeando pelo local em círculos contínuos, subindo até seu peito e descendo novamente, passando um pouco abaixo do umbigo.
- Senti sua falta! – Sussurrou resfolegante no ouvido de Draco, mordiscando de leve sua orelha e apertando-o mais contra si – Queria te ver antes, mais não deu...
Deslizou suas mãos pelo corpo do rapaz até pousar em seus ombros, virando-o para si. O rapaz continuava lindo, ainda mais agora que suas faces estavam avermelhadas e sua expressão cheia de luxúria. Procurou com urgência os lábios do amante, penetrando naquela boca cálida, agora receptiva, beijando-o febrilmente. Mantinha suas mãos no rosto de Draco mantendo-o preso, enquanto o mesmo se ocupava em retirar a capa escolar de Harry, desabotoando cegamente, botão por botão. Harry soltou por alguns segundos seus lábios ajudando-o a retirar o casaco grifinório, aproveitando para percorrer com os lábios o pescoço bem moldado do sonserino.
- Jamais pensei que ia encontrar conforto, nos braços de outro garoto! – Delirou Harry, as palavras saindo sem sentido.
- Por acaso não está gostando? – Rebateu se afastando um pouco do garoto com a cara fechada, dando um ar sério à brincadeira.
- Lógico que estou gostando! – Murmurou voltando a puxar Draco para perto – Vem cá!
Desajeitadamente puxou Draco para o fundo da sala segurando suas vestes pela parte da frente, sem parar de beijá-lo. Harry tinha sua camisa já aberta escorregando por seus braços, deixando a vista seu corpo jovem. Tentando retirar o atraso, desabotoava a camisa de Draco apressadamente quase a rasgando, louco para poder, finalmente, ver o corpo do rapaz. Seminus se abraçavam com fúria, acariciando um ao outro com afabilidade, descobrindo os pontos prazerosos do companheiro, desvendando cada centímetro de seus corpos. Capas e blusas jaziam no chão, em companhia das gravatas e sapatos.
- Tem noção do que estamos fazendo? – Gorgolejou Draco em meio a beijos desesperados de Harry, que percorriam por todo o seu rosto. O rapaz era muito fogoso – E se pegarem a gente aqui? Vamos estar ferrados...
Foi calado com outro provocante beijo, caiu contra a parede.
- Não vão pegar a gente! – Arfou acariciando o rosto de Draco – Filch está ocupado de mais com a sua gata velha!
- Tem certeza?
- Absoluta!
Draco acreditou em cada palavra dita por Harry. Suas mãos passeavam livremente pelas costas do amante, pousando de forma pervertida em suas nádegas, pressionando contra si, mesmo sob as roupas o contato entre seus corpos era extremamente excitante. O perfume emanado do corpo de Draco excitava Harry com fugacidade. Ainda inexperientes na arte de amar, desabotoaram as calças para um contato mais íntimo entre seus corpos.
- Eu não sei o que fazer, Harry! – Draco confessou deixando um gemido escapar de sua garganta, quanto sentiu as mãos de Harry em suas nádegas, acariciando-as.
- Eu também não! – Disse com um sorriso gentil nos lábios – Vamos aprender juntos?
- Como quiser! – Disse Draco com um sorriso malicioso aceitando o convite.
Harry o apertou em um abraço caloroso, empurrando-o de encontro ao canto da sala, beijando-lhe o pescoço, assim como um vampiro sedento de sangue. Lentamente desceu para o peito explorando cada centímetro, alternando lambidas, mordidas e beijos, reparando quais deles provocavam mais prazer em Draco. O ventre foi o próximo, circulando com a língua o umbigo do menino, retirando do fundo da garganta de Draco mais do que apenas gemidos. Draco sentia calafrios a cada nova vez que sentia os lábios de Harry roçarem sua pele, indo cada vez mais para baixo, pela primeira vez seu corpo respondia instantaneamente a carícias, coisa que jamais acontecera com outra pessoa.
Mesmo com receio de machucar o namorado, Harry levou gentilmente sua masculinidade a boca, o chupando com gosto. Draco quase desfaleceu, era mais que um delírio sentir a boca cálida e úmida de Harry o devorar por completo, deixando-o louco, ondas e mais ondas de prazer crescente invadiam seu corpo, deixando um rastro quente e impagável, sua carne tremia, estava arfante e suado, apertava a cabeça de Harry contra a sua virilidade, para ele tê-lo todo em sua boca, agarrava os cabelos do menino aos punhados. Uma tremedeira incontrolável se apossara de seu corpo, gemia e urrava alto. Fechou os olhos com força, tentando manter vivo na mente aqueles instantes, sem permitir jamais que acabassem.
- Eu... Eu não vou... Hm... Agüentar muito te... Tempo Harry! Hm... – Gemeu com a voz oscilante entre o alto e o baixo, o rouco e o fino – É mui... To bom! Hm...
Harry no momento se encontrava muito ocupado para responder, uniu as suas mãos aos seus lábios na função de enlouquecer Draco ainda mais, fazendo movimentos lânguidos pela extensão do pênis, enquanto mordiscava de leve a ponta do mesmo, podia sentir o membro do garoto crescer dentro de sua boca. Draco arfava cada vez mais, tendo dificuldade para respirar, as mãos enroscadas no cabelo de Harry tremiam, igualmente como todo o seu corpo. Foi então que se sentiu explodir por dentro, mergulhado numa onda avassaladora de prazer. Entregou-se sem medo a um delicioso orgasmo, deixando cada uma de suas células receber a paixão desenfreada que sentia.
O resultado da excitação de Draco encheu a boca de Harry, que no primeiro instante arregalou os olhos, engolindo devagar por partes, o líquido de sabor doce, mas mesmo assim não parou de acariciá-lo fazendo o corpo de Draco inteiro tremer deliciosamente.
- V... Vem cá – Disse ainda se recuperando do prazer recente, puxando Harry para cima pelos braços.
Mal o rosto de moleque apareceu em sua frente, o beijou com devassidão, apertando o rosto de Harry contra si. Harry afagava seus cabelos com carinho, sentindo-os molhados no contorno da testa e na nuca. Draco interrompeu de súbito o beijo, olhando-o profundamente.
- Sua vez! – Pontuou Draco invertendo sua posição, numa manobra simples com Harry, deixando-o prensado contra o vértice formado pelas paredes.
Sem titubear, desceu de vez para o membro pulsante do menino, fazendo ali a mesma coisa que o outro fizera com tanto empenho, mas tinha certeza que podia fazer melhor.
- Hm! Tem certeza... ah... Que quer fazer isso Dra... Draco? Hm...Tem sim! – Gemia alto, virando a cabeça para trás – E... E ainda dizia que não sabia... Hm... Fazer! Ai, ai, ia desculpa! Mas é verdade...
Mesmo tentando manter-se em pé, suas pernas cederam, obrigando-o a escorregar até o chão, com Draco ainda entre sua pernas, sem jamais parar de lhe torturar. Harry manteve-se meio deitado, com uma pequena parte do tronco apoiada na parede, as pernas dobradas e abertas para o lado, o máximo que conseguia. Via apenas os cabelos de Draco balançando de leve, roçando na sua pele, o menino estava deitado no chão concentrado no trabalho tão prazeroso, parecendo não notar a inversão de posição. Harry gritou a plenos pulmões quando sentiu o corpo estremecer, passou a mão nos cabelos úmidos, desgrudando-os da testa molhada, deixando-os espetados. Recuperando-se do furacão ergueu o rosto de Draco com carinho e o trouxe para um beijo tépido e alucinado, o menino ainda tinha o fruto de Harry escorrendo num fiapo pelo canto de sua boca. Com o tempo que passava, o beijo foi se tornando menos ardente, tornando-se um ato calmo e delicado.
- Sabia que foi a minha melhor noite? – Sussurrou fracamente olhando no fundo dos olhos cinzentos semicerrados – A melhor...
- A minha também! – Assentiu se aconchegando no tórax de Harry, agarrando-lhe fracamente a cintura, enquanto esse acariciava suas costas e seus cabelos com ternura. Com o pé, Harry puxou a capa mais próxima deles, cobrindo com ela o seu corpo e o de Draco que já havia adormecido.
- Durma com os anjos, meu Draco! – Sussurrou no ouvido do menino.
Juntos, passaram a noite na sala, abraçados num ninho de panos, realizados nos seus mais profundos sonhos. Sem nem ao menos reparar que alguém os observava da porta.

* * *

- Harry, Harry acorda!
- Hã? Que? Draco? – Harry vislumbrou um pouco atordoado o semblante pálido de Draco observando-o. O garoto já vestia as roupas de Hogwarts – Que horas são?
- Quase sete – Disse passando a mão levemente na face de Harry – Anda, tem que vestir sua roupa!
- Já vou! – Resmungou se ajeitando contra a parede, a capa da grifinória cobria apenas sua intimidade e um pedaço de suas coxas – E o meu beijo de bom dia?
- Seu bobo – Falou antes de beija-lo serenamente – Toma, seus óculos!
- Hum, interessante! – Balbuciou rodando o objeto em suas mãos – Então era por isso que eu não estava vendo direito... – Draco riu.
Juntos, desceram diretamente para o salão principal, tendo tempo para trocarem juras de amor pelos corredores vistosos. Como era de se imaginar, os quadros estranharam a incomum situação entre os garotos, sussurrando comentários maldosos e fúteis, afinal de contas, até mesmo os quadros sabiam da rincha existente entre os Malfoy e os Potter há tempos. Mas nem tudo ia tão bem assim, Draco havia se lembrado da poção, seria na noite passada que colocaria seu plano em prática: Ele iria tentar Harry a bebê-la, deste modo ambos teriam uma vida completamente normal, mas o menino o pegara de surpresa, aquelas carícias, os beijos, com suas mãos quentes o seduzindo rapidamente, simplesmente não teve como fugir, e há muito tempo Draco desejava aquele momento ardilmente, apesar de não admitir, nem mesmo para si mesmo. Agora tinha medo de tocar no assunto, e se ele recusa-se? Com certeza iria perdê-lo e isso não queria, de maneira alguma. E além do mais, queria saborear outras noites como aquela. Não sabia o que iria fazer, apesar de tanta preocupação, conseguia esconder suas emoções dentro de si, coisa que fazia com extrema perfeição, escondendo-se por de trás de uma máscara completamente indestrutível, a qual ele havia aprendido a fazer desde de pequeno.
- Entra primeiro, Harry! – Falou apressado – Se alguém nos ver entrando junto vão...
- Já sei, já sei, vão desconfiar, né? – Debochou sorrindo – Tudo bem! Mas é tão cedo que duvido que tenha uma alma viva lá dentro! – Draco fez uma careta. Harry riu.
Sem nenhum aviso puxou Draco com força pelos braços, obrigando seus corpos a colarem ao longo um do outro, puxando-o para trás de uma estátua, lhe dando um beijo exigente e entusiástico, passando para seu pescoço, agarrado a sua cintura, determinado a não deixá-lo sair de lá tão cedo.
Novamente Draco sentiu aquelas carícias o manipular, impedindo-o de pensar, ouvir ou sentir outra coisa a não ser a presença de Harry, o seu corpo e seus lábios, o iludindo com um grande futuro ao lado dele, coisa completamente impossível. A ação mais óbvia de seu pai seria deserdá-lo, logo depois o puniria, o humilharia, e podia até se considerar a hipótese de ser morto, com certeza Lúcio seria capaz de matá-lo. Sua mãe morrera um ano atrás, agora não havia ninguém mais para protegê-lo, foi então que uma dúvida acertou em cheio sua mente, obrigando-o a abrir os olhos: se este ato poderia lhe causar tanto sofrimento, então por que permitia? Num impulso esquivou-se dos beijos e abraços de Harry que estranhou, ficando a esmo por uns instantes.
- O que foi, Draco? – Perguntou confuso, seu olhar demonstrava tudo o que sentia.
- Nada não! – Mentiu, o coração apertado, isso machucava – Só que daqui a pouco o colégio vai começar a descer e não quero ser flagrado com você nos amassos!
- Tem razão! – Assentiu torcendo a boca – Seria constrangedor... Um beijo e eu te largo!
- Ah é, é? E se eu não der? – Desafiou Draco marotamente.
- Não se esqueça que eu sou mais alto, um centímetro, mas ainda assim mais alto!
- Ganhou!- Disse Draco sem parar para pensar muito na resposta, beijando Harry no segundo depois do modo mais carinhoso que conseguiu, demorando o máximo que pode.
Por um tempo esqueceram onde estavam ou o que faziam lá. Soltaram-se minutos depois com os rostos molhados e vermelhos devido ao beijo.
- Pronto senhor, mereço minha liberdade agora? - Draco arfou junto a um meio sorriso.
- Infelizmente sim, afinal, trato é trato... – Falou fingindo tristeza. Beijou Draco no pescoço com ternura – Mais tarde então a gente se vê!
Sozinho Harry seguiu para o salão principal, Draco manteve-se mais um pouco no esconderijo, enquanto esperava o tempo passar, retirou das vestes o frasco, o vidro transparente começara a clarear e trincar, com certeza estava congelando-se por dentro, se não utilizasse logo a poção ela iria estragar e para a ajudar os ingredientes necessários haviam se acabado, o que significava que não daria para fazer outra.
* * *
Quando Harry entrou, o salão estava praticamente vazio, havendo nele apenas duas meninas do terceiro ano na mesa da Lufa-lufa, um grupinho frenético de meninas escandalosas que riam alegremente na mesa da Corvinal e um grande grupo de meninos emburrados da Sonserina que discutiam, gritando palavras de baixo calão, quase se pegando a tapas no meio da mesa, os socos proporcionados pelos mais velhos sobre a mesa produziam um som forte, possível de se ouvir até mesmo da mesa alheia, um pouco espantado com a situação Harry encontrou Rony e Hermione sentados abraçados no canto da mesa, riam.
- Bom dia! – Sussurrou Harry receoso, sentando-se ao lado de Rony.
- Oh, Harry! – Assustou-se Hermione dando um pequeno pulo debaixo dos braços de seu namorado – Bom dia!
- Acordou de bom humor hoje? – Mangou Rony apoiando uma das pernas no banco, apoiando-se em seu próprio joelho.
- Engraçadinho!
Harry cronômetrou por seu relógio o tempo que Draco demorou a aparecer, foram exatas meia hora. O garoto entrou meia hora depois no salão, em companhia dos seus dois capangas mentecaptos. Crabbe estava com os cabelos azuis e arrotava bolas de sabão, enquanto se ocupava em brigar com Goyle, que tinha a pele roxa fosforescente e a língua afilada igual à de uma cobra, o que fazia sua voz sair “chiada”. Draco um pouco mais na frente os amaldiçoavam em pensamentos, balbuciando palavras incompreensíveis até para si mesmo.
Pelo menos o café farto melhorou sua índole, cestas de pães doces, cobertos com uma fina camada de açúcar, jarras de sucos, tabletes de morango açucarados, milhos cozidos, frios, biscoitos variados e várias tigelas cheias de mingau de aveia. Devorava um tablete de morango alegremente quando, de repente, suas narinas foram invadidas por um cheiro doce fortíssimo e enjoativo atrás de si, reconhecendo o perfume virou-se para encarar Pansy.
- O que eu você quer, Parkinson? – Indagou asperamente devorando o resto do doce, se afastando da garota que acabara de se sentar ao seu lado.
- Sabe? Eu estive pensando sobre anteontem à noite... Você me tratou tão asperamente...
- E daí?
- Bem, eu tenho certeza que foi um mal-entendido. – Passava o dedo indicador sobre as costas da mão de Draco, desenhando círculos – Você estava indisposto no momento, eu sei! Por isso não me quis... Não é?
- Escuta aqui Pansy...- Tentou dizer, mas foi calado pela mão frígida da garota.
- Ssshhh! Não precisa pedir desculpa não! Eu resolvi te dar mais uma chance, fofo! – Sorriu amarga – Gostou da surpresa? – Indagou agarrando rosto do menino aproximando-o de si.
- Sai de mim! – Draco gritou um pouco alto demais, chamando atenção da mesa inteira e mais um pouco – Sua lambisgóia melosa e depravada! Eu nunca te quis nem nunca vou querer! Tenta por isso na sua cabecinha de vento!
O rolo era ainda mais quente do que a primeira briga do dia, alunos de todas as idades e mesas se aproximavam circulando a dupla.
- O que você está (faltou acento) dizendo? – Perguntou apática. Seu rosto ganhava uma coloração rubra por causa do constrangimento de ter tantos olhos curiosos sobre os dois – Você não queria dizer isso, Draco!
- Lógico que queria! EU TE ODEIO!- Gritou ainda mais alto. Draco não ligava nem um pouco para as outras pessoas, e aquela mania que a garota tinha de tirar palavras que jamais usaria de sua boca o deixava ainda mais irritado – Vê se me esquece, não percebe que você me enoja! SAI DE PERTO DE MIM!
O rosto de pavor da menina se contorceu rapidamente em um de fúria, os olhos lacrimejavam involuntariamente marcando o rosto, as ofensas doíam por dentro, dilacerando sua alma.
- Seu monstro! – Gritei histérica. – Eu sempre te amei! Por que me trata assim? O que te fiz para me odiar tanto? Responda seu órfão desgraçado, filho de uma grande égua!
Aquela situação estava saindo fora de controle, tanto que os professores se aproximavam rapidamente do local, tendo que empurrar os alunos para conseguirem passagem até os briguentos. Minerva tinha os lábios contraídos, daquele jeito que só fazia quando estava realmente brava. Snape corria em seus calcanhares.
- O que está ocorrendo aqui? – Bradou Minerva, separando a dupla que estavam a ponto de se baterem, com a ajuda de três sonserinos do sétimo ano – E quanto a todos vocês, voltem para suas mesas! – Ordenou a massa de alunos curiosos.
- Expliquem-se! – Tamborilou Snape de braços cruzados – Sr. Malfoy... Srta. Parkinson estou esperando!
Desesperada, Pansy desvencilhou-se habilmente dos braços que a prendiam, passando por debaixo das pernas de Snape, correndo para fora do salão aos berros esganiçados.
- Espero que tome providencias Severo! – Sibilou Minerva agressiva – Ouviu!
- Claro que sim!– O desgosto transparecendo na voz – Ai, ai dez ... – Olhou de esgueira para Minerva contrariado, afagou a testa e continuou cerrando os olhos com força – Não, vinte pontos a menos para a minha própria casa!
- Vinte por cabeça envolvida – Completou Minerva decisiva – Total de quarenta pontos a menos para a Sonserina!
- Venha comigo senhor Malfoy! – Disse rancoroso, olhando irritado para Minerva que gritava com o resto da Sonserina – Tenho que falar com você!
- Pode ser depois do almoço professor? Eu tenho aula agora!
- Que seja, mas venha sozinho! Srta.Boucher, vá ver onde está Pansy!
- Sim senhor! – Respondeu prontamente a menina de cabelos cobre encaracolados, que se levantou rapidamente, deixando o salão.

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