If tommorrow never comes...
If tommorrow never comes, will she know how much I loved her?
(Se amanhã nunca vier, ela saberá o quanto a amei?)
N/A- Peço desculpas pelos diálogos inexatos, eu li o quinto e o sexto livros em inglês, por isso o que está na fic foi o que eu traduzi. Procurei traduzir as exatas palavras da querida J.K.Rowling, por isso não se preocupem. Esse acabou se tornando meu capítulo preferido, e nem sei porque! O sexto é o livro que menos gosto, devido a todo o romance do Harry com a Gina, argh! Sou Draco e Gina até a morte! Beijos e Boa leitura!
And all the road we have to walk are winding
(E todas as estradas pelas quais temos que caminhar são sinuosas)
And all the lights that lead us there are blinding
(E todas as luzes que nos conduzem até lá estão nos cegando)
There are menay things that I´d like to say to you
(Existem muitas coisas que eu gostaria de dizer para você)
But I don´t know how Because maybe
(Mas, eu não sei como.... Porque talvez)
You´re gonna be the one who saves me
(Você vai ser aquela que me salva)
And after all, you´re my wonderwall
(E no final das contas, você é meu muro das maravilhas) *Wonderwall- Oasis
Ele acordou na manhã seguinte, com a Gina ainda apoiada em seu ombro. Ele sorriu, 'Essa ruiva é impossível mesmo', então lembrou-se da noite anterior, da conversa deles. Era a primeira vez que pensava naquela lembrança, e não se sentia triste. Pena que eles levaram sete anos para se entender. Tanta coisa havia mudado desde aquele tempo, tanta coisa, mas não o que sentia por ela. E delicadamente começou a beija-la, primeiro os olhos, depois o nariz, e por fim a boca e no pescoço.
Gina se espreguiçou, com um sorriso, e murmurou algo que Draco não coneguiu entender:
_O quê?- ele riu da voz enrolada dela, de quem acabava de acordar.
_Eu dize... 'Bon djia'.- ela murmurou de novo.
_Você já pensou em procurar ajuda, com esses seus problemas para falar?
_Kala bocca.- ela riu, dando um tapa nele. Então, se sentou na cama, esfregando os olhos e bocejando.- Eu disse 'Bom dia'.
_Agora sim, eu pensei que você tinha me mandado para outro lugar.
_Eu devia mesmo.- ela respondeu.- Você fica brincando comigo, sabe que eu não falo direito quando acordo.
_Só quando acorda?- ele riu, e ela deu outro tapa nele.
_Você está muito engraçadinho hoje, não está não?
_Por que não estaria? - ele deu de ombros, se levantando para tomar um banho.
Gina revirou os olhos, e o seguiu. Ela tentou escovar os dentes, mas logo reparou que estava concentrada demais na figura dele, através do vidro do boxe. O vidro deixava tudo embaçado, mas assim mesmo ela podia ver o contorno dele. Draco era mesmo muito bonito, ela sorriu corando, voltando a atenção para o espelho e tentando domar seus cabelos.
_Sabe, eu te vi logo depois da nossa briga, lá no Beco Diagonal.- ele disse, de dentro do chuveiro.
_É mesmo? - ela disse surpresa, lutando com um nó do cabelo cacheado- E por que eu não vi você?
_Acho que estava distraída.
'Agosto de 1996, Beco Diagonal
Draco caminhava firme, pelo Beco Diagonal, em direção à Travessa do Tranco. Ele tivera sorte, conseguira escapar de sua mãe no último minuto. Não era fácil enganar Narcisa Malfoy, e ela ficaria furiosa com ele por tê-lo feito. Mas, ela não podia esperar muita obediência dele, não mais. Ele já era um Comensal da Morte, e seria maior de idade em menos de um ano. Tinha uma missão importante para cumprir, sem sua mãe para atrapalha-lo, ou ajuda-lo. Sentiu um leve frio na barriga, ao pensar no que tinha que fazer. Mas, ignorou. Não podia ficar nervoso.
Foi então que seus olhos foram atraídos pela gigantesca e colorida loja a seu lado. Leu o letreiro em cima da porta, e foi como se tivessem derrubado um balde de gelo em seu estômago. 'Weasley´s Wizard Wheezes'*. Ele tentou por tudo não pensar nela, mas não conseguiu tirar os olhos da loja, o aniversário dela havia sido a poucos dias atrás... Quando baixou os olhos do letreiro, sentiu como se atingido por um feitiço. Pela janela, atrás do grande cartaz, estava Gina, que conversava com sua mãe, segurando algo peludo e roxo na mão.
Ela não mudara nada, só parecia menos... viva. Ou ele queria que ela parecesse assim, uma indicação de que sentia falta dele? Observou-a por sobre o ombro, até que ela saiu de seu campo de visão. Draco logo se sentiu um idiota. Não era para continuar pensando nela, muito menos daquele jeito. Ele devia odia-la, assim como ela certamente o odiava.'
(*não sei a tradução do nome da loja do Fred e do Jorge, desculpem me)
Roma, atualmente
_Você também sentia minha falta.- ela sorriu, pensando em tudo o que poderia ter sido evitado, se eles tivessem conversado antes. Ela pensara ao longo do ano, milhares de vezes, em tentar se reconciliar com ele. Mas, lutara contra tal pensamento todas as vezes, achando que não teria chance nenhuma.
_Você aparecia nas piores horas, para mim.- ele riu, desligando o chuveiro, e pegando a toalha.
_O que quer dizer?
'Setembro de 1996, Trem de Hogwarts
_Então, Zabini.- falou Draco.- O que Slughorn queria?
_Apenas tentando se familiarizar com as pessoas bem colocadas socialmente. Não que ele tenha conseguido encontrar muitas.
_Quem mais ele convidou?- Draco estava interessado, afinal, sendo quem era, deveria ter sido convidado também.
_McLaggen da Grifinória...
_Oh, sim. O tio dele é grande no Ministério.
_... alguém mais chamado Belby, da Corvinal...
_Não ele, é um idiota!- disse Pansy, mexendo nos cabelos de Draco.
_E Longbotton, Potter e a garota Weasley.- Zabini continuou.
Draco levantou-se de um pulo ao ouvir sobre Gina, mas logo inventou uma desculpa para seu susto.
_Ele convidou o Longbotton?
_Bem, eu assumo que sim, já que o Longbotton estava lá.
_Potter, precioso Potter.- Draco falou ferozmente, pouco prestando atenção em Blaise.- Obviamente ele queria dar uma olhada no Escolhido, mas a garota Weasley!- ele emendou, sem conseguir se controlar. - O que ela tem de tão especial?
Ele perguntou casualmente, mas por dentro estava curioso para saber qual era o interesse de Slughorn por ela.
_Muitos garotos gostam dela.- Pansy respondeu o olhando atentamente. Draco tentou manter a expressão a mais neutra possível, embora uma onda de ciúme passassa por ele.- Até você acha que ela é bonita.- Pansy comentou, e Draco estremeceu.- Não é, Blaise, e nós sabemos o quanto você é difícil para se contentar? - ela continuou, e uma nova onde de ciúme passou por Draco.
_Eu não tocaria em uma pequena e suja traidora de sangue como ela, não importa a aparência que tenha.- Blaise respondeu, para o contentamento de Draco, que satisfeito com a declaração que Blaise não tentaria nada com Gina em seus encontros com Slughorn, voltou a se deitar no colo de Pansy, para que ela continuasse a mexer em seus cabelos.
Mas, logo seus pensamento se tornaram menos alegres. Ele não podia mais pensar nela, Gina pertencia a um passado que já ficara para trás. Mesmo que seus sentimentos o traíssem, de vez em quando. Mas, ele teria que esquece-la, se quissesse garantir sua sobrevivência, e a de sua família.'
Roma, atualmente
_Sério que me achavam bonita?- Gina sorriu, observando Draco se vestir.
_Você era bem popular, e sabe disso.- ele respondeu. A verdade, é que ela era linda!
_Muito obrigada, senhor Dom Juan.- ela riu, preparando-se para sua vez no banho.- Sabia que eu fui parar naquela reunião do Slughorn, por sua causa?
_Minha causa?- ele repetiu, confuso.
_Sim, senhor. Um idiota da Lufa-Lufa, Zacarias Smith veio me perguntar o que acontecera no Ministério da Magia, em Junho. E isso me fez lembrar de você e da nossa briga. Eu não queria falar sobre aquilo, mas o chato insistiu. E eu estava tão aborrecida, que joguei uma azaração nele na hora. E fui pega pelo Slughorn. Eu achei que ia ser suspensa, ou algo assim, mas ele apenas me convidou para o almoço.
_Que cavalheiro.
_Eu estava morrendo de medo de te encontrar lá, quando vi seu amigo Zabini.- Gina comentou, e o estômago de Draco gelou, ao lembrar-se do encontro com Blaise, no dia anterior, o qual não contara para Gina.- Sentei perto da janela, no canto mais escondido. Mas, você não apareceu.
_Eu não fui convidado.- ele respondeu, e ela tomou como aborrecimento o tom de voz dele, e não preocupação.- Ele não gostava muito do fato do meu pai ser um Comensal da Morte.
_Imagino que não. Ele podia ser um interesseiro, o Slughorn, mas também não era idiota. Que bem isso faria para a imagem dele?
_Muito ao contrário do que um encontro com o famoso Harry 'Escolhido' Potter.
_Você não tem jeito, Draco.- ela riu, mergulhando a cabeça embaixo do chuveiro, para lavar os cabelos.
Draco não respondeu, olhando o contorno dela. E uma lembrança, que não pensava a muito tempo, surgiu de repente em sua cabeça.
'Setembro de 1996, Trem de Hogwarts
_Petrificus Totalus!- Draco gritou.
Ele viu quando o corpo imóvel caiu no chão da cabine. Sorriu, seu coração acelerado de fúria e divertimento. A seus pés estava Potter, totalmente imobilizado, impossibilitado de mexer um músculo para salvar a própria vida.
_Foi o que eu pensei.- Draco falou para humilha-lo. Potter se achava tão esperto, como se Draco jamais fosse notar o que ele fizera.- Eu ouvi a mala do Goyle bater em você. E eu pensei ter visto alguma coisa passando rápida no ar, quando Zabini entrou, eu suponho que fosse você...
Ele poda sentir sua voz tremendo de raiva. Potter era a causa de tudo. O motivo pelo qual se pai estava em Azkaban, e ele, Draco, ter a responsabilidade de matar Dumbledore. E principalmente o motivo de Gina tê-lo deixado. Foi atrás de Potter, para ajuda-lo, que ela deixara Draco sozinho e depois ajudara a prender seu pai. Tudo culpa do Potter!
Draco podia perturbar a vida das pessoas, principalmente a de Potter, mas nunca apelara para a violência física. Exceto quando Potter havia ofendido sua mãe. Mas, agora sentia uma raiva diferente, muito mais que seu orgulho fora ferido, e o que ele mais queria era causar em Potter toda a dor que ele, Draco, sentia. Mas, não podia, acabaria o matando assim, e todos os planos do Lorde das Trevas iriam fracassar, e acabaria sendo morto por isso.
_Você não ouviu nada que me importe, Potter. Mas, enquanto você está aqui.- ele pisou no rosto de Potter, com toda a força, e acabou quebrando o nariz do outro.- Isso foi pelo meu pai. - ' E por Gina!', pensou ferozmente.- Agora, vejamos...
E cobriu Potter com a capa de invisibilidade.
_Eu não acho que eles vão te achar até que o trem tenha voltado para Londres. Te vejo por aí, Potter... ou não.
E pisando de propósito, e com força, nos dedos dele, saiu da cabine do trem, se juntando à multidão."
Roma, atualmente.
'Tem coisas que jamais quero que você descubra.' Draco pensou, observando Gina ainda no banho.
_Que foi?- ela perguntou sorridente, como se adivinhasse os pensamentos dele, se enrolando na toalha.
_Nada.- ele mentiu, e ela pareceu desconfiar. - Só estava imaginando onde poderíamos ir hoje. Não consigo pensar em lugar nenhum.
_Podemos simplesmente andar por aí.- ela sugeriu.- Não me importa aonde, desde que seja com você.
E o beijou, antes de ir se vestir.
"Setembro de 1996, Sala de Poções
Era a primeira aula que Draco tinha com Horace Slughorn, e nos primeiros minutos já podia deizer que não iria gostar muito delas. O bruxo gordo e careca parecia mais interessado na Granger Sangue-Ruim e no Potter Maravilha, do que nele, um Malfoy!
_Agora, essa aqui...- Slughorn apontou para a poção que exalava um perfume de flores muito conhecido, mas que Draco não conseguia identificar, entre outras coisas.- Sim, minha querida?
_É amortentia!- Granger repondeu.
_É, de fato. Parece até tolo perguntar, mas eu assumo que você saiba o que isto faz.
_É a poção-do-amor mais poderosa que existe!- ela respondeu, e Draco sentiu seu estômago contrair inconfortavelmente.
_Certo. Você a reconheceu, eu suponho, pela sua característica coloração pelorada?
_E o vapor subindo em forma de espiral, e ela também deve cheirar dferentemente para cada pessoa, de acordo com o que nos atrai...
O que quer que Granger tivesse dito depois, Draco não saberia dizer. Reconheceu imediatamente o cheiro de flores. Era o cheiro de Gina, do shampoo que ela usava e ele gostava tanto. Sacudiu a cabeça, não podia mais ser um idiota! Ela tinha que odia-la! Voltou a prestar atenção na aula, empurrando Gina para o lugar mais obscuro de sua mente.
_Não, eu não acho, professor.- Granger dizia.- Eu nasci trouxa.
Draco então sorriu e cochichou no ouvido de Nott. Agora Slughorn iria descobrir quem sua nova protegida na realidade. Nott sorriu concordando, um sorriso maldoso. Mas, eles ficaram surpresos ao perceber o quão pouco Slughorn se importava com o fato. Eleogiando Granger e continuando a aula.
_Amortentia.- Slughorn continuou.- Não cria amor, claro. É impossível fabricar ou imitar amor. Não isso simplesmente causa atração ou obssessão. É provavelmente a poção mais poderosa desta sala. Oh, sim.- ele confirmou, olhando para Draco que tentava ao máximo não pensar em uma certa ruiva, e sim em Pansy. Sua cara, devia ter demonstrado isso.- Quando vocês tiverem visto tanto na vida quanto eu vi, vocês não irão substimar o poder do amor obssessivo...
Draco sacudiu a cabeça, ele já vira o suficiente para uma vida toda. Agora, tudo o que queria, era esquecer e completar sua missão a qualquer custo. E para isso, precisava esquecer Gina completamente. Não fora para isso que aceitara ser um Comensal da Morte? Para esquecer tudo o que acontecera no ano anterior? E ficar sentindo o perfume dela na aula de poções não estava ajudando em nada."
Roma, atualmente
Eles desceram as escadas do hotel, para tomar café da manhã. O lugar já estava quase vazio, mesmo com a chuva forte que caía do lado de fora. Os turistas não gostavam de perder tempo, mesmo com um tempo fechado como aquele, e acordavam cedo para sair da cidade, em busca de mais coisas para ver. O problema era que Roma era a cidade das Igrejas, um assunto que não interessava Draco nem um pouco. O que era bom, significava que ele podia dormir até tarde.
_Você está muito pensativo hoje.- Gina riu, passando mel em um pedaço de pão italiano.
_Estou pensando que esse lugar é lotado de Igrejas.
_Roma é uma cidade linda.- Gina comentou.
_Você é linda.- ele corrigiu, tomando um gole de café. Detestava chá.
Ela sorriu, revirando os olhos. Ele nunca conseguia falar algo romantico e encara-la ao mesmo tempo. Parecia penoso demais. Ela então suspirou, eles tinham só mais dois dias. Logo iriam se separar, cada um para o lado. E nunca mais se veriam. Seria como seu quinto ano em Hogwarts, quando fingiam que não se conheciam. Fora o pior ano de sua vida! Ela lembrava bem.
"Outubro de 1996, Castelo de Hogwarts
Gina estava descendo as escadas com Dino, precisavam ir ao Campo de Quadribol. O menino parecia muito animado para seu primeiro treino com o time.
_Eu ainda não acredito que o Harry me escolheu!- ele falava alegremente.
_É que você foi muito bem nos teste, marcou vários gols.
_Só espero que consiga treinar o suficiente, a partida está tão perto! Ei, podemos treinar juntos, só nos dois, mais tarde. Seria...
Mas, o que Dino achava que seria, Gina nunca soube. Do outro lado do corredor, perto das grandes escadas de mármore no Hall de entrada, estava Malfoy, beijando Pansy Parkinson.
Gina sentiu como se seu coração tivesse parado, e seus olhos se encheram de lágrimas. Então, uma nova sensação se espalhou por seu corpo, rapidamente. Era raiva, por vê-lo com outra. E raiva por ela se importar com isso."
Roma, atualmente
_Agora você é quem está pensativa.- ele falou.
_Lembrando do meu quinto, e do seu sexto ano em Hogwarts. - ela sacudiu a cabeça, sorrindo.- Não sei porque, mas essas lembranças parecem tão nítidas!
_Do que exatamente você lembrava?
_De quando te vi beijando a Pansy Parkinson.- ela riu diante da expressão de nojo dele.- É, mas naquela época você não pensava assim. Eu fui uma idiota com o Rony aquele dia, parece que descontei toda minha raiva nele. Eu não queria, mas eu tinha a oportunidade perfeita de brigar, quando ele acertou a Demelza com a Goles, no treino da Grifinória.
_Seu irmão sempre foi péssimo jogador. Não sei como se manteve dois anos.
_Vou ignorar o comentário, certo? Mas, depois ficou pior. Ele e Harry me pegaram beijando Dino, em um corredor vazio, como se não houvesse amanhã.
_E por que você o beijaria desse jeito?- Draco perguntou, erguendo uma sombrancelha. Pelo tom de voz dele, Gina notou que ele estava com ciúmes.
_Para parar de pensar em você. E para me vingar um pouco também, estava quase torcendo para você aparecer no corredor nessa hora, mas ao invés, só apareceram o Harry e o meu irmão.
"Outrubro de 1996, Castelo de Hogwarts
_Não, eu não vou!- Gina gritou para Rony, tentando não chorar de raiva.- Eu vi você com a Phlegm*, esperando que ela o beijasse no rosto toda vez que a via, é patético! Se você começar beijar também, não iria se importar tanto que outras pessoas fazem.- ela finalisou, pensando em Draco com Pansy, naquela manhã, e tentando não chorar."
(*apelido da Fleur em inglês),
Roma, atualmente
_Pobre Rony... E eu ainda fui dedo-duro. Disse mais do que devia, quando contei sobre a Hermione e o Krum.
_A Granger teve mesmo algo com o Victor Krum?- Draco perguntou surpreso.
_Ela só beijou ele uma vez. Foi o suficiente para o idiota do meu irmão, estragar sua felicidade com ela, namorando a Lilá Brown.
_E eu pensei que o pessoal da Drumstrang fosse... - ele gaguejou, diante do olhar de Gina.- mais seletivo.- concluiu.
_Draco.- ela suspirou, revirando os olhos, tentando se conter. Não iria brigar com ele.
_Tem mais lembranças maravilhosas sobre mim?- ele perguntou ironico, mudando de assunto. Trouxas era um assunto em que ele e Gina jamais concordariam. - Ainda bem que não guardei a sua última memória, sobre mim e a Pansy.
_Lembro de uma vez que você faltou ao jogo de quadribol.
"Outubro de 1996, Vestiário da Grifinória
_As condições estão ideais.- disse Gina assim que Harry entrou no vestiário.- E adivinhe? O artilheiro da Sonserina, Vasey, ele levou um balaço na cabeça ontem, durante o treino, e está muito machucado para jogar! E até melhor que isso... Malfoy ficou doente também.
_O quê?- exclamou Harry.- Ele está doente? O que aconteceu com ele?
_Não faço idéia, mas é ótimo para nós. Eles estão jogando com Harper ao invés, ele está no meu ano, e é um idiota!"
Roma, atualmente
_Eu estava tão brava com você, que fiquei até feliz em te ver doente! Primeiro porque não teria que te encontrar durante a partida, seria muito doloroso, segundo eu queria vê-lo sofrendo, depois de tudo, do mesmo modo que eu estava.
_Uma garota tão doce e um coração tão mole.- Draco riu, ironico.- Acho que sei porque estou com você à tanto tempo. E só para avisar, eu não estava doente. Aproveitei o fato de que o castelo estava vazio, para fazer umas coisas. E se quer saber, eu também não queria te ver, principalmente jogando no time do Potterbobo e do seu namorado estúpido.
xxx
_Olhe, uma feira!- Gina sorriu, puxando Draco com ela.
Já estava escurecendo, e a chuva já havia ficado para trás, ela e Draco haviam passado a tarde inteira juntos. Conversando, passeando, olhando lojas de coisas antigas (cheias de lixo), livrarias, cafés, sorveterias. Eles conheceram boa parte de Roma, o tempo parecia passar muito rápido, e o sol já estava se pondo.
_Outra?- ele resmungou, odiava lugares apertados e sujos.
_Você precisa parar de reclamar um pouco.- ela riu. Era uma rua estreita, com várias barracas, pessoas passavam de um lado para outro, comprando objetos ou comida. Gina gostava de ouvir o som das vozes, mesmo que não entendesse uma palavra. Era um mundo tão diferente do que ela estava acostumada.
_Não podíamos achar um lugar mais... vazio?- Draco perguntou.
_Você medo de multidões?
_Não é meu lugar favorito.- ele admitiu.
_Desculpe, eu não sabia.
_Agora que sabe, vamos embora.- ele segurou a mão dela, a puxando para a rua deserta de onde haviam saído. Com muito mais ar, e espaço. Ele não tinha problemas com lugares assim, mas depois da Guerra... achava que tinha ficado um pouco paranóico. Talvez devia fazer como Gina sempre sugeria, e relaxar. Afinal, estava ali para passar um tempo com ela, e não ficar se preocupando.
Foi quando, dobrando a esquina, ele viu algo que fez sua respiração parar na garganta. Ele imediatamente correu, arrastando Gina com ele, pelo meio da feira lotada.
_Mas, achei que você não gostasse de multidões.- ela falou confusa.
_Gosto menos ainda da idéia de um Comensal da Morte nos ver juntos.- ele respondeu, olhando para trás.
_Comensais?- a voz de Gina soou amedrontada, sua mão apertando a dele com mais força, e quando ele a olhou, viu que seus olhos estavam arregalados.
_Só vi Avery, mas seu que Blaise Zabini também está aqui.
_Mas, por quê?- ela gaguejou assustada.
_Uma reunião, um encontro de Comensais.
_Aqui em Roma?!- ela exclamou. Respirou fundo, tentando se acalmar e se lembrar de seu treinamento. Mas, não conseguia, fora pega de surpresa. Tudo estava acontecendo rápido demais.
Foi quando viu a mudança que Draco sofrera, ele caminhava em passos rápidos e silenciosos, difíceis de serem acompanhados. Seus olhos examinavam tudo em volta, as barracas, as pessoas, atentos e calculando todas as saídas que podiam usar, caso precisassem.
_Precisamos voltar ao hotel.- ele respondeu.- É mais seguro. Já está escurecendo, e eles não estão nos procurando. Não sabem que você está aqui, ou pelo menos acho que não. Isso pode ser uma vantagem.
_Certo.- ela respondeu, respirando fundo. Foi quando seus olhos, treinados, perceberam uma pessoas caminhando perto demais dele.- Draco, cuidado!
Ele se virou, e viu Blaise a apenas alguns passos. Xingando, e se abaixando para não ser visto, ele puxou Gina para dentro da porta mais próxima. Quando entravam, viram que era uma pequena capela, velha e empoeirada. As imagens nas paredes estavam descascando, e a toalha do altar estava amarelada, o teto estava coberto de teias de aranha, assim como os pequenos bancos e o confesionário. Parecia que ninguém entrava ali à anos.
_Eles não vão nos encontrar aqui.- Draco murmurou, bloqueando a porta com um pesado pedaço de madeira, não havia fechadura na porta.
_Eram só dois, mas eles parecem estar por toda parte.- Gina sussurou.
_Não podemos aparatar, vai chamar muita atenção.- ele continuou pensando no que fazer.- Só nos resta esperar. Então, eu saio na frente, vejo se eles já foram embora, e te chamo. Não saia enquanto eu não disser que pode!
_Draco, não me deixe.- ela pediu, com lágrimas nos olhos, o abraçando com força. Sabia que a chegada de Comesais da Morte em Roma significava uma coisa, que eles teriam que se separar mais cedo.
_Gina...- ele falou, acariciando a cabeça dela. Seu peito doía, quando seus pensamentos tomaram a mesma direção que os dela. E com toda a coragem que conseguiu, respondeu.- Gina, você precisa ir embora.
_Não! Eu preciso ficar com você.- ela respondeu, abraçando-o com mais força.
_Tem Comensais da Morte por toda a parte. Você vai se machucar ficando aqui.- e ele secou discretamente, uma lágrima que teimava escorrer.
_Eu sei me cuidar, Draco.
_Eu não vou deixa-la correr esse risco.- ele afirmou.- Eu quero que você fique, é a coisa que mais quero. Quando penso apenas em mim. Mas, não posso. Eu te amo demais para deixa-la ficar!- ele engasgou.
Gina ficou em silêncio, aquela era apenas a segunda vez que ele dizia que a amava. A primeira havia sido a muito tempo.
_Draco...- ela respondeu, olhando o nos olhos, e vendo que ele chorava com ela.
_Eu prefiro vê-la viva e segura, ao lado do Potter, do que morta a meu lado.
_Eu não tenho medo deles.- ela afirmou.
_Mas, devia.
_Não quando estou com você. Draco, você já me protegeu tantas vezes, por que não mais essa?
_Temos apenas mais um dia, por que arriscar?
_Porque é mais um dia com você. O último que vamos poder ter. Não vale a pena, por isso?- ela perguntou, e ele ficou um tempo em silencio, antes de responder.
_Se algo acontecer com você, jamais vou me perdoar.
_Nada vai acontecer comigo, eu estou com você.- ela respondeu, e o abraçou com mais força.
"Dezembro de 1996, Sala do Professor Slughorn
Draco se viu sendo arrastado por Filch na direção do grupo mais estranho que já vira. Snape sendo abraçado por Slughorn, que conversava com Trelawney, a maluca da Corvinal e um gargalhante Potter.
_Professor Slughorn.- falou Filch, chamando a atenção de todos.- Eu encontrei esse garoto rondando, em um corredor no andar de cima. Ele diz ter sido convidado para sua festa, e que teve licença para sair. O senhor o convidou mesmo?
_Ok.- Draco se soltou de Filch.- Eu não fui convidado. Eu estava tentando entrar escondido, feliz?
Embora aquilo não fosse verdade, não era de todo mentira. Ele estivera mesmo pensando em espionar a festa, depois de visitar a Sala Precisa, para tentar dar uma olhada em Gina. E embora não devesse, sabia que ela estaria na festa, e não conseguira pensar em outra coisa a tarde inteira. Fora por isso, por sua distração, que Filch o pegara.
_Não, não estou!- Filch gritou.- Você está encrencado, você está! O diretor não disse que estava proibido andar pelo castelo depois do sinal, a não ser que se tenha permissão, não disse?
_Está tudo bem, Argus, está tudo bem.- Slughorn interrompeu.- É natal, e não é um crime querer vir a uma festa. Só dessa vez, vamos esquecer a punição, você pode ficar Draco.
Agora ele estava realmente encrencado. Não poderia sair tão cedo da festa, Snape havia descoberto que ele planejava algo e ficaria de olho nele. Mas, o pior, era que Gina poderia vê-lo ali, e ela sabia que ele não fazia parte do Clube Slug. Isso não era nada bom. Pelo menos agora podia tentar fazer o social com o professor de poções. Especialmente depois de checar que Gina, apesar de tudo, não estava ao lado do Perfeito Potter, já que ele estava com a maluca da Corvinal. Mas, então, quem estaria com ela? Sacudiu a cabeça, afastando tais pensamentos, e se virou para falar com Slughorn."
Roma, atualmente
Draco havia tirado a poeira de um dos bancos de madeira, e se sentado ali, abraçado a Gina, enquanto esperavam. Era sorte o banco ser tão largo, eles podiam apoiar as costas nos braços do banco, e por as pernas para cima, para evitar ratos que poderiam estar ali. O lugar era muito velho, e estava começando a lhe dar alergia, mas ele não se importava. Estava quase deitado, observando os cabelos ruivos dela, na pouca luz que vinham das velas que eles haviam acendido por toda a parte. Estava tudo em silencio, não dava para ouvir o barulho da rua do lado de fora das pesadas portas de madeira, e não havia mais ninguém ali, apenas eles.
_Quando você acha que foi a última vez que alguém entrou aqui?- Gina perguntou baixinho, como se tivesse medo de interromper o silencio, brincando com a mão dele.
_Pela limpeza do lugar, muito tempo.- ele suspirou.- Provavelmente na época em que contruíram Hogwarts.- ele brincou.
Ele olhou em volta, todas as imagens de santos pareciam olhar para eles, com seus narizes e roupas descascadas. Era assustador e reconfortante ao mesmo tempo.
_Você acha que alguém já se escondeu aqui antes?- ela perguntou.
_Como assim?
_Em lugares antigos, muita coisa já aconteceu. Será que duas pessoas que se amavam, e não podiam ficar juntas, já se esconderam aqui também?
_Eu não sei. Mas, não é bom ficar pensando no passado.
_Eu gosto do passado. Ele é tudo o que nós dois temos. De futuro, eu só vejo mais uma tarde juntos.- ela respondeu tristemente.
_Vai ter que ser assim, não existe outro jeito.- ele falou, tristemente.
_Draco, tem uma coisa que preciso te contar...- ela gaguejou, abaixando a mão dele.
_Então conte.- ele respondeu sério.
_Eu... quando você foi embora...- ela não sabia como falar, mas precisava. Não queria que ele descobrisse sozinho e achasse que ela o havia traído.- Você sabe, tanto quanto eu, que não temos nenhum futuro juntos.
_É o tipo da coisa que não dá para ignorar.- ele concordou.
_Eu quero que você saiba por mim, e não por qualquer outro que eu... eu estou noiva do Harry.- ela confessou.
E ele não falou nada, não fez nada, ficou apenas ali parado, encarando a parede oposta sem realmente vê-la. Ele sempre soube que Gina e Potter tinham alguma coisa, que estavam juntos à anos... Mas, ela contando aquilo para ele, tornava tudo muito mais real. Draco sentiu uma onda de ciúmes tomando o seu corpo, imaginando Gina nos braços de Potter. Ele precisou respirar fundo, sem ter coragem de perguntar aquilo que mais queria saber. Se ela amava Potter.
"Janeiro de 1997, Castelo de Hogwarts
_Você vem Gina?- Harry perguntou.
Eles estavam de novo em Hogwarts, após terem passado o Natal na Toca. Haviam voltado à Hogwarts via Flú, por motivos de segurança. Por isso teriam muito tempo livre, antes do início das aulas.
_Não vai dar, Harry. Eu disse que encontraria o Dino.- mas, ela não estava feliz em deixar Harry.
A verdade é que nos últimos dias ela recomeçara a sentir a barriga gelar, toda vez que ele se aproximava. E ela não sentia nada assim desde... desde Malfoy. A sensação de encantamento parecia voltar aos poucos, quase como se ela tivesse 12 anos novamente. Quase. Ela não estava muito animada com a idéia de voltar a gostar de Harry. Sentia um certo alívio por estar tirando Malfoy da cabeça, mas sabia que o que quer que sentisse por Harry, provavelmente não seria forte o bastante para esquecer o sonserino. Mas, seria uma forma de vingança, e a idéia de trocar dois inimigos, um pelo outro, a fez sorrir. Especialmente ao se lembrar de todo o ciúme que Draco sentia por Harry, e ela sempre considerara bobagem. Mas, talvez o loiro estivesse certo, afinal."
Roma, atualmente
(N/A- se puderem, ouçam e prestem atenção na letra da música True Love Waits- Radiohead, antes e durante essa conversa, pq eu escrevi fazendo isso, e gostei)
_É o que tinha que acontecer.- Gina falou tristemente, se afastando do abraço dele.- Eu e o Harry. Parece que somos perfeitos um para o outro, todos concordam nisso. Queria que fosse diferente.
_Diferente como?- ele perguntou, com um nó na garganta.
_Queria que fosse com você.- ela respondeu e o olhou.
A idéia de Harry poder toca-la, dormir a seu lado todos os dias, parecia despedaçar Draco por dentro. Ele nunca sentira tanto ciúmes. A pele dela, os cabelos dela, tudo nas mãos de Potter!
_Não fique assim.- ela pediu, vendo a expressão do rosto dele.
_Vocês... vocês já fizeram?- ele perguntou com toda a coragem que possuía.
_O quê?- ela perguntou surpresa, corando.- Você quer saber se eu e o Harry já...?
_É.- ele interrompeu, sem conseguir ouvir a palavra.
_Bem, nós... É, nós fizemos.- ela respondeu com pesar.
Draco sentiu seu mundo desaparecer, um ódio e um ciúme cego tomando conta de seu corpo.
_Você me odeia por isso?- ela perguntou com lágrimas nos olhos- Eu sei que devia ter te contado antes, ter sido honesta desde o início. Mas, fiquei com medo que você não me quissesse mais. Entendo se quiser acabar tudo comigo, aqui e agora. Eu não tenho direito nenhum de cobrar nada de você. - ela não podia esperar que alguém como ele, ficasse com uma garota que... havia dormido com outro, que estava noiva de outro. Ele tinha seu orgulho, e ela não podia pedir nada a ele, pois a errada era ela.
_Não.- ele falou, a surpreendendo. E a olhou no fundo dos olhos, de um jeito que nunca havia feito antes. Parecia que suas almas se encontravam, naquela simples troca de olhares. - Não importa o que vocês fizeram. O que importa é que você está aqui, comigo agora. E eu não vou te deixar ir para lugar nenhum.
E com lágrimas nos olhos, ela o beijou. Nunca antes entendera o quão forte era o amor que ele tinha por ela, a ponto de aceitar tê-la apenas por mais um dia, antes dela voltar para os braços de seu maior inimigo, onde já estivera antes.
"Fevereiro de 1997, Castelo de Hogwarts
Draco andava distraído, sem notar os outros alunos que passavam a sua volta. Como poderia fazer o que o Lorde das Trevas estava pedindo? Matar Dumbledore! Se nem o próprio Lorde conseguira, como ele, Draco o faria?
Além do mais, embora não gostasse do velho, nunca pretendera mata-lo. Matar alguém. Antes parecera tão simples, ele simplesmente não se importava. Mas, depois dela... Depois dela tudo mudara. Ele estava nessa de ser um Comensal da Morte por causa dela, para esquece-la. Esquecer tudo o que viveram, as horas juntos, as conversas, as risadas, os beijos. Tinha que acabar com aquilo, tinha que odiá-la, só assim a dor passaria e ele voltaria a ser o que fora.
Foi quando uma porta, logo em frente, se abriu e uma garota ruiva saiu do banheiro feminino. A mesma em quem ele estivera pensando. Gina parou ao vê-lo, ambos se entreolharam paralisados. Era a primeira vez que se encontravam, ficando tão próximos. Era estranho também, eles que tiveram tantos momentos felizes juntos, que se amaram, parados longe um do outro. Inimigos, pertencentes a famílias e lados rivais. Mesmo assim, parecia haver algo ainda, como se a briga do último junho não tivesse sido o real fim.
Então, a porta se abriu novamente e uma menina morena saiu, parando ao lado de Gina. Ela viu Gina paralisada, então viu Draco a alguns passos. E com força, segurou a ruiva pelo pulso, sussurando algo em seu ouvido. Gina pareceu acordar, e sem olhar Draco novamente, virou de costas com a amiga e foi embora. O que foi sorte para ele, se aquele instante tivesse durado um pouco mais, ele teria confessado a ela o que ainda sentia, uma coisa pela qual se arrependeria eternamente."
Roma, atualmente
_Não vamos mais falar sobre isso.- ele pediu, a abraçando com força.- Não importa agora quantas vezes você ficou com ele, quantas vezes ele te beijou. Eu me preocupo com isso depois. Além do mais, se você for parar para pensar, quem ficou com os chifres foi ele.
_Pára, Draco.- ela riu, dando um pequeno tapa nele. - Você está fazendo me sentir uma... vaca, sabia? Pela falta de uma expressão melhor. Não é como se eu tivesse tido muitos caras, apenas você e o Harry.
_Que bom!- ele riu.- Mas, eu jamais pensaria isso de você, mesmo que tivesse estado com uns cinco.
_Hum, então cinco é o limite?- ela brincou, se fingindo de interessada.
_Não, Gina. Decididamente, dois é o limite.- ele respondeu apressado.- E já está bom demais.
"Março de 1997, vestiário da Grifinória
Gina estava acabando de se vestir, quando Harry entrou no vestiário, fazendo o estômago da ruiva gelar um pouco.
_Onde você estava?- ela perguntou, o jogo estava para começar e ele nem estava pronto!
_Eu encontrei o Malfoy.- Harry falou.
O coração dela deu um pulo e seu estômago se contorceu. Mas ela procurou esconder o que sentia, de si mesma.
_E daí?- perguntou, com toda a friesa possível.
_E daí que eu queria saber o por que dele estar no castelo com duas garotas, enquanto todo mundo está aqui embaixo.
Gina demorou para registrar o fato de que Draco estava com duas garotas, no castelo, e não a assistindo. Mas, ele não tinha mais motivos para assisti-la, e nem ela para ter ciúmes dele e lamentar sua falta.
_E isso importa agora?- perguntou.
_Bem, eu não vou descobrir, vou?- Harry retrucou bravo, mas ela pouco notou.
Droga, agora seria muito difícil se concentrar no jogo. A idéia de Draco sozinho, com outras meninas, e o que poderiam estar fazendo, não saia de sua cabeça. A voz de Harry chamando todos a despertou.
_Vamos, então.- ele falou.
E o time saiu do vestiário, entrando no campo, enquanto a torcida da Grifinória aplaudia e a da Lufa-Lufa vaiava."
(N/T- nesse jogo a Gina realmente perde um gol, o McLaggen grita com ela, e acaba deixando a Lufa-Lufa fazer um ponto)
Roma, atualmente
As velas estavam quase no final, quando Draco decidiu que já era uma hora segura para saírem. Gina estava adormecida, ainda abraçada a ele. E a vendo ali, ela ainda parecia a mesma de tantos anos atrás, quando não havia ninguém mais além deles. Quando ela não estava noiva de outro homem. E o pior, o outro sendo Potter.
Cuidadosamente ele se levantou sem acorda-la, e retirou o pesado pedaço de madeira da porta. Quando saiu, viu que a rua estava deserta e escura. Todas as pessoas haviam ido embora. Ele esperou mais um pouco, checando as casas e as esquinas. Tudo parecia seguro. Voltou para a capela, do lado de fora parecia apenas uma pequena casa, esprimida entre duas lojas. Não havia como adivinhar o que tinha por dentro, apenas uma placa de bronze do lado de fora informava que ela tinha mais do que mil anos.
_Gina.- ele sussurou, a cutucando, dentro da capela.- Já podemos ir.
_Que horasão?- ela enrolou, sonolenta.
_Sete horas.- ele informou.- Ficamos duas horas aqui dentro, acho que já foi o bastante.
Ela se sentou, se espreguiçando com um bocejo.
_Duas horas?- perguntou surpresa.
_Sim.- ele a ajudou a se levantar.- Já é seguro sair, e ainda temos que voltar para o hotel. Então, vamos logo.
Eles saíram da capela, olhando em volta para conferir se estavam mesmo sozinhos. Draco tirou grande capa de chuva que estava vestindo, e a colocou em Gina, como forma de disfarce. Eles andavam com uma calma fingida, atentos a qualquer movimento, tentando não chamar atenção.
_Eu estava pensando.- ela murmurou, quando estavam a apenas alguns quarteirões do hotel, o que era bom, já que grossas novens escuras recomeçavam a tomar o céu.- Precisamos voltar mesmo para o hotel?
_Você tem que estar de brincadeira. É claro que temos que voltar, esse lugar está infestado de Comensais da Morte, doidinhos para pôr as mãos na noivinha do Potter.
_Oh, eles nem devem saber que estamos noivos!- ela abanou a mão- Eu fiz o Harry prometer que não contaria nada a ninguém até eu voltar de Roma. Tirando eu e ele, você é o único a saber.
_Que consolador.
_Eu me lembro quando comecei a namorar o Harry, parece que foi tanto tempo! Eu sei exatamente o que ele vai falar ou fazer, todas as vezes. Nem o pedido de casamento foi uma surpresa. Tão diferente de você e eu, parece que nos conhecemos a apenas uma semana, conversar com você, ficar com você, sempre parece uma novidade.
_Então por que você está com ele?
_Você não se lembra?- ela sorriu.- Da nossa briga, a primeira vez que a gente se falou, depois do fim do namoro? _É claro que lembro.
"Abril de 1997, Castelo de Hogwarts
_Você vai lá e agora!- Draco rosnou para Crabbe. Este o olhou com os pequenos olhos chorosos da garota do segundo ano, de quem haviam pego um fio de cabelo para a poção polissuco.- Você faltou naquele teste estúpido de aparatação para fazer isso. Agora vai na frente, que eu já estou indo.
Mal Crabbe havia saído, muito emburrado, uma outra garota apareceu no corredor, andando na direção de Draco.
_Você não deve ser muito conhecido por tratar bem suas namoradas, Malfoy.- ela falou, com as mãos nos quadris.
_Isso não é da sua conta, Weasley.- ele respondeu na maior friesa possível.- Além do mais, onde está o seu namorado idiota, para impedir você de se intrometer na vida amorosa dos outros?
_O Dino está no teste de aparatação, porque ele tem idade suficiente.- e parecendo pensar uma segunda vez, acrescentou.- E ele não é um idiota!
_Não era isso que você dizia dele, antes.
_E falando de aparatar. Como aquela garotinha pode ter perdido o teste dela, se tem apenas uns 11 ou 12 anos?
_Ela tem 11 anos até onde você sabe. O que não deve ser muito, não é Weasley?- doeu nele, dizer aquilo para ela. Mas, Draco tinha que ser cruel, parecer indiferente, como era antes.
_Idiota!- Gina gritou, parecendo furiosa, e virou de costas indo embora.
Com um nó na garganta Draco a viu se distanciar."
Roma, atualmente
_Mas, o que isso tem a ver com você e o Potter?- Draco perguntou confuso.
_Aquele dia você me deixou tão magoada, e brava, que terminei o namoro com o Dino.
_Por minha causa?- ele perguntou cético.
_Ele tinha a péssima mania de achar que eu precisava de ajuda para fazer tudo. Isso me deixava tão irritada! Parecia até que eu não era capaz nem de respirar sozinha. Naquele dia, ele tentou me ajudar a entrar no Salão Comunal da Grifinória, acredita? Como se eu não estivesse acostumada a fazer isso, depois de cinco anos. Eu fiquei furiosa, já estava brava por sua causa, e aquilo foi a gota de água. Terminei tudo com ele, aquela noite mesmo.
_E começou a namorar o Potter?
_Um tempo depois, quando ele me beijou depois de ganharmos a Taça de Quadribol. Antes eu fiquei chata por uns dias, porque ainda estava brava. Ficava criticando e tirando todo mundo. Mas, ele parecia achar engraçado. Até quando era dele que eu ria, o idiota.
_Você... você foi feliz com ele?- Draco perguntou.
_Fui.- ela respondeu sincera.- O Harry é o tipo de garoto dos sonhos de qualquer menina. Afinal, ele é o 'menino-que-sobreviveu'. Foi por isso que gostei dele da primeira vez, o herói da comunidade bruxa, melhor amigo do meu irmão! Era mais do que qualquer menina podia desejar.
_E ainda é assim?
_Não posso dizer que é ruim estar com ele. Ele é engraçado, atencioso, e gosta de mim...
_Certo. Já entendi.- ele a interrompeu, morrendo de ciúmes.
_Draco, eu...
_O que você estava dizendo do hotel mesmo?- ele a interrompeu novamente.
Gina teve que engolir o que ia dizer, sabia que com ele era melhor não discutir. Então, fazendo um esforço retomou a conversa.
_O que estava querendo dizer é que o hotel é provavelmente o primeiro lugar em que eles vão procura-lo. E se te acharem lá, vão me achar também.
_Eu não tinha pensado nisso...- ele disse furioso consigo mesmo.- Vamos ter que mudar de hotel!
_Provavelmente. Então, por que não vamos, por enquanto, para outro lugar? Dar uma volta? Um lugar em que Comensais da Morte não freqüentam normalmente.
_O quê, uma maternidade trouxa?- Draco riu.
_Não, um bar.- ela sorriu, apontando uma placa logo em frente.- Ainda temos quatro horas antes que tudo feche, vamos!- ela o puxou.
_Espere, mas e o Blaise?- Draco perguntou, a parando.- Ele tem cara de quem freqüenta um bar.
_Blaise Zabini? Em um bar na periferia trouxa de Roma?- Gina riu.- Não me faça rir. Deixe de ser medroso Draco, não vai ter ninguém aí.
E com isso, ela o puxou para dentro do bar chamado "Dom Rafael". Eles precisaram descer três degraus, para entrarem no lugar, que os surpreendeu. O bar era grande, maior do que parecia do lado de fora, esfumaçado, com luzes de néon, com música ao-vivo, gente dançando ou sentadas em pequenas mesas, com um bar lotado.
_Talvez eu estivesse enganada, e o Zabini venha aqui!- Gina teve que gritar por causa do som.- Esse lugar é bem badalado!
_Mas, também é lotado e escuro!- Draco gritou, por sua vez.- O que significa que é mais difícil de encontrarmos um Comensal em meio a tantos trouxas, e mesmo que tenha um, será difícil nos reconhecer!
_Eu disse que era uma boa idéia!- ela exclamou feliz, o puxando mais para dentro, perto do bar.- Eu vou no banheiro Draco. Não é bom ficar horas trancada em uma capela antiga. Você vai pedindo bebida para a gente!
Draco se aproximou do bar, enquanto Gina tentava chegar ao banheiro, passando pela multidão. A bartender era uma moça muito bonita e grandona, que foi logo perguntando o que Draco queria.
_Due acqua, favore.- Draco pediu.
A moça o olhou de cima abaixo, tentando segurar a risada. Então, estendeu a ele o que fora pedido.
_Graziare.- Draco respondeu.
_Sei libras.- ela respondeu.
Ele pagou, pegando as moedas do bolso, e se afastou para o meio da multidão. A bartender o olhou, sacudindo a cabeça e exclamou:
_Inglese.
Quando Gina saiu do banheiro, Draco já a esperava do lado de fora, segurando as bebidas.
_O que você pediu?- ela perguntou risonha, tomando um gole.
_Água.- ele respondeu e ela revirou os olhos.
_Quando eu disse bebida, quis dizer algo com álcool!
_Você sabe que eu não bebo!- ele retrucou.
_Não pode ser assim tão ruim!
_Me dê duas garrafas de cerveja amantegada, que eu já estou declarando meu amor pra meio mundo!
_Meio?!- ela riu.
_Só a metade feminina!- ele sorriu.
_Engraçadinho, fique com a água então! Eu vou pedir alguma coisa de verdade.
_E você sabe falar italiano?- ele perguntou com ironia.
_Macchiolina vai bevanda una cosa*.- ela respondeu sorrindo. (*Sardas vai beber alguma coisa.)
_Macchiolina...- ele riu - Ei, espere por mim!- ele gritou, mas ela acenou para ele sem se virar, já no meio da multidão.
Lutando para não ser agarrado pelas garotas do lugar, realmente precisando empurrar duas dela para longe, Draco voltou para o bar, aonde Gina já tomava alguma coisa de coloração rosa.
_Quer?!- ela gritou.
_O que é?- ele perguntou desconfiado.
_Batida de morango. Tá bem fortinha.- ela riu, e ele percebeu que ela não estava muito normal.
_Tem certeza que você pode beber?
_É só uma batida.- ela riu. - Ei, vamos dançar!- e o puxou para o meio da multidão.
Se havia algo que Draco não gostava, era de multidões. Ainda mais multidões dançantes. Gina, no quarto ano, resolvera seu problema com a valsa. Mas, nunca o ensinara a realmente dançar. E ali, no meio de corpos rebolantes, ele se sentia mais perdido do que nunca, espremido entre as pessoas, quase sem ar.
_Gina, vamos sentar e comer alguma coisa.- ele opinou, tentando mover o pés no ritmo, sem sucesso. Já podia sentir seu rosto corando, estava um completo idiota parado ali no meio. O pior era que, mesmo que dançasse, ele apenas se embaraçaria mais. - Você não pode beber de estômago vazio.
_Eu tô ótima.- ela riu, dançando graciosa e feliz.- Apenas siga o ritmo da música, não é difícil.
E para ela não devia mesmo ser, pois ela não parava, sem derramar uma gota da bebida. Haviam poucas vezes, que ele podia se lembrar, que se sentira tão embaraçado. E a música tocava, cada vez mais animada:
"Always when we fight (Sempre quando brigamos)
I kiss you once or twice (Eu a beijo uma ou duas vezes)
And evrything´s forgotten (E tudo é esquecido)
I know you hate that (Eu sei que você odeia isso...)
"Maio de 1997, Castelo de Hogwarts
_Não.- a voz da fantasma dizia desesperada, mas Draco mal ouvia. Tudo estava dando errado, absolutamente errado. Quando ele achava que tinha conseguido superar seus problemas, eles apenas aumentavam. Mas, a fantasma não parava de falar:
_Não... me diga o que está errado.. eu posso ajudar...
_Ninguém pode me ajudar!- Draco respondeu, já não tentando esconder as lágrimas e os soluços. Como ela poderia ajuda-lo, especialmente estando morta? Ela não podia tirar a marca em seu braço, não podia faze-lo voltar no passado para recuperar Gina, fazer com que tudo voltasse a ficar bem! Murta não podia resolver sua missão, e assim pagar a dívida que seu pai tinha com o Lorde das Trevas. - Eu não consigo fazer... não consigo... e não vai funcionar... e a não ser que eu faça funcionar rápido... ele diz que vai me matar.
Idiota. Ele estava sendo um idiota! Precisava parar de pensar nela de uma vez, e voltar ao trabalho, se quisesse viver para ver seu aniversário de 17 anos. Respirando fundo, e tomando coragem, levantou a cabeça. E ali, refletido no espelho, estava a pessoa que causara todos os seus problemas, o olhando chorar. Potter! Ele nunca sentira tanta raiva e vergonha, quanto quando pegou a varinha de seu bolso, se virando furioso para a porta. Potter o vira chorar, vira como ele era fraco! Não iria deixar a coisa assim."
Roma, atualmente
Gina dançava vendo Draco ali parado, se esforçando para dançar, mas sem conseguir. Teve que segurar uma risada, ele era uma pessoa maravilhosa! Como podiam pensar mal dele? Como podiam fazer mal a ele? Então, lembrou-se de algo que acontecera a muito tempo atrás, algo que quase a fez perde-lo. Algo que Harry causara.
I love you (Eu te amo)
Sunday sun (Sol de Domingo)
The week´s not yet begun (A semana ainda não começou)
And everything is quiet (E tudo está quieto)
And it´s always... (E sempre é...)
"Maio de 1997, Castelo de Hogwarts
Gina ouvia apenas meio atenta, a briga de Harry e Hermione, sobre o estúpido livro de Poções. Ela estava, muito preocupada para prestar atenção. Dois sentimentos se misturavam dentro dela, ambos igualmente confusos e fortes. Tudo estava indo tão bem! Ela havia terminado com Dino, brigara de vez com Malfoy, não havia mais dúvidas de que ele a despresava, e se isso no começo a incomodava, serviu para pôr um fim na relação ridícula dos dois. E para completar, estava passando um tempo maravilhoso com Harry!
Ela era finalmente uma nova Gina, livre de Dino e da memória de Draco. Estava mais amarga, verdade, fazendo apenas piadas que humilhavam as pessoas conhecidas. Mas, elas não pareciam se importar, todos riam e achavam graça no final. Ela estava se sentindo mais leve, ansiosa para rir com todos os outros, compartilhar toda aquela alegria, esquecendo o passado que só a fazia sofrer.
Então, veio a notícia de que Malfoy quase morrera em um acidente, um acidente envolvendo Harry! E ela sentiu-se desesperada de preocupação, com Malfoy, mesmo sabendo que ele já estava bem. E o pior, chegara a sentir raiva de Harry! Mas, aquilo não estava certo! Ela não podia se deixar sentir aquilo! Não podia. Tinha certeza que, o que quer que tivesse acontecido, a culpa era de Malfoy, e não Harry.
_Dê a ele um descanço, Hermione.- Gina interrompeu irritada, querendo acabar de vez com o assunto.- Pelo som da coisa, parecia que Malfoy estava tentando usar uma das Maldições Imperdoáveis, você deveria estar agradecida que Harry tinha algo pronto na manga!
_Bem, é claro que estou grata por Harry não ter sido amaldiçoado! Mas, você não pode dizer que Sectumsempra é um bom feitiço, Gina, veja onde isso o mandou, na detenção! E eu pensei que, vendo o que ele fez com as chances do jogo...
_Oh, não finja que entende de Quadribol.- Gina respondeu grossa. Havia ali muitas mais coisas envolvidas, para ela, do que uma partida de quadribol.- Você só vai embaraçar a si mesma!"
Roma, atualmente
A verdade é que Gina ficara muito preocupada com Draco. Mas, como poderia não ficar? Ela quase morrera, junto com ele, ao receber a notícia, pela primeira vez. Ela chegara ao ponto de ir até a Ala-Hospitalar, para tentar dar uma olhada em Draco, ver se ele não estava muito machucado. Mas, assim que chegou, viu outra pessoa sentada do lado da cama dele. Pansy Parkinson, segurando a mão Draco e o reconfortando. E para piorar a situação, Draco passando a mão no braço dela, assegurando que tudo estava bem. Foi quando ela, Gina, percebeu que era tarde demais. E se odiou por ter sido fraca, preocupando-se com ele.
Fora mesmo uma sorte Harry ter chegado logo depois. Era com ele que ela deveria ficar, ao lado dele! Lembrava-se dele nervoso, justificando-se a ela, dizendo que não sabia o que o feitiço podia fazer. Que Malfoy tentara amaldiçoa-lo com uma maldição imperdoável. Foi o bastante para Gina consolar Harry, e virar para seu lado, deixando Draco com Pansy. Hoje, ela se arrependia disso.
Alguns rapazes começaram a reparar naquela ruiva, que dançava tão bem, ao lado do loiro alto e parado. Draco, para provar que estava com Gina, pegou-a de repente pelo braço, afastando-a de seus pensamentos, e começou a dançar uma espécie de valsa meio animada com ela. Sorrindo, e para apoia-lo, Gina encostou a cabeça do ombro dele, acompanhando-o mesmo que a dança não tivesse nada a ver com a música. Ela se sentiu maravilhosa ali, nos braços dele. Segura, porque nada poderia acontecer com ela, enquanto Draco estavesse ali. Ele jamais a deixaria se machucar.
You and me always, and forever (Eu e você para sempre)
You and me always, and forever (Eu e você para sempre)
ba ba ba ba, it was always (Ba ba ba, sempre foi)
You and me always... (Eu e você, sempre)
(You and me- Wannadies)
"Junho de 1997, Castelo de Hogwarts
Não querendo esperar os Comensais da Morte, e louco para completar sua missão de uma vez, Draco saiu da Sala Precisa, concentrado no que teria que fazer, e em como fazê-lo. Foi quando saiu e olhou o corredor que achava estar vazio, que sentiu como se tivesse sido atingido por um feitiço atordoante. Do lado de fora, esperando, estavam Weasley, Longbotton e Gina! Seu coração disparou imediantamente, e ele olhou pela porta que deixara aberta atrás de si, os Comensias avançavam ameaçadores pelas estantes em sua direção, e depois seus olhos voltaram para a ruiva a sua frente.
Tudo aconteceu muito rápido. Lembrando de seu Plano B, o de fuga caso algo saísse errado, Draco lançou o Pó de Escuridão Instantânea, que comprara na loja de Logros Weasley. Imediatamente o corredor ficou em completa escuridão, tão profunda, que nenhum feitiço ou vela poderia iluminar. Era uma sorte ter sua Mão da Glória já preparada. O lugar ficou todo iluminado para ele, como se uma vela muito forte tivesse sido acesa. Mas, era evidente que nenhum dos outros podia ver.
Os Comensais da Morte estavam se reorganizando, sabendo do Plano B, segurando com as mãos, nos ombros uns dos outros, para não se perder. Draco então se virou para Gina. Ela, Weasley e Longbotton pareciam perdidos, ali parados no corredor, tentando ouvir alguma coisa. Weasley e Longbtton pareciam furiosos, mas não Gina. Ela estava apenas pálida, com uma expressão preocupada, como se visse o mesmo que Draco. Amigos do Potter e Comensais, no mesmo corredor, sem saber um do outro. Mas, Draco sabia que era apenas necessário um pequeno barulho ou encontrão no escuro, para isso mudar.
_Vocês me sigam em silêncio.- ele cochichou aos Comensais da Morte, em fila atrás dele.- E se ouvirem alguma coisa, não lancem feitiços! Os ruídos serão provavelmente vocês mesmos, e não vamos querer matar uns aos outros. Se alguém aparecer no corredor, alguém que não deveria estar aqui, eu aviso.
E como se guiasse um bando de cegos, com o coração na mão nervoso como jamais estivera, Draco começou a percorrer lentamente o corredor. Tentando ao máximo, puxar os Comensais para a parede oposta, Draco contornava o lugar onde os outros três ficavam parados em silencio. Quanto mais cedo terminasse aquilo, mas cedo os levaria para longe dela.
"O que Gina faz aqui?" perguntou, encontrando-se preocupado. Achava que o que quer que ainda sentisse por ela, havia acabado. Mas, ao vê-la ali, correndo risco por causa dele, tudo mudara. Ele precisava protege-la, cuidar dela, mesmo que assim arriscasse a si próprio. Ele a amava realmente, no final. Porque aquele seria mesmo o final, mesmo que não morresse tentando, Gina jamais voltaria a falar com ele, por ser o assassino de Dumbledore. "
Roma, atualmente
_Foi quando eu descobri que você ainda me amava!- ela gritou, para ser ouvida.
_O quê!- ele perguntou, quando ela o tirou de seus pensamentos.
_Eu estava lembrando, e acho que você também estava, naquele dia que os Comensair entraram em Hogwarts! Você saiu da Sala Precisa, me viu, e de repente ficou tudo escuro!
_Como sabia que eu pensava nisso?!- ele perguntou surpreso.
_Eu não sei! Apenas sabia!- ela gritou em resposta. - Aquele dia você podia ter deixado os Comensais verem a mim, meu irmão e o Neville! Seria tão fácil e lógico, com poucos feitiços eles poderiam nos matar, ou seqüestrar! A namorada de Harry Potter e dois de seus melhores amigos! Seria um presente para Voldemort, e três a menos para lutar! Ao invés disso, você me salvou, não deixou que eles me machucassem! Por mais arriscado que fosse para você! Poderíamos fugir dali e avisar os outros sobre a chegada dos Comensais, como nós realmente fizemos! Você não tinha nenhum motivo para fazer tudo aquilo, a não ser que ainda gostasse de mim!
_Tem alguma coisa sobre mim que você ainda não saiba?!- ele perguntou rindo.
_Um monte! Como por exemplo, como consegue dançar tão mal?
xxx
Gina sentiu sua cabeça doer. Levantou-se sobre algo fofo, apertando os olhos apesar da escuridão. O que tinha acontecido? A última coisa que lembrava era de Draco, e os Comensais... Comensais! Pulou de pé, procurando sua varinha em todos os bolsos, desesperada, mas ela não estava em parte alguma. Uma luz se acendeu, o que a fez gemer de dor.
_Ai, minha cabeça.- Gina deixou escapar, bloqueando a luz com as mãos.
_Pois é, Macchiolina, parece que você bebeu demais.- a voz de Draco soou, parecia que ele estava sorrindo.- Tome isso aqui, vai te ajudar.
Gina sentiu Draco lhe passando um copo, e bebeu o líquido em um gole só. O gosto era amargo, mas sua dor de cabeça começou a sumir aos poucos, até desaparecer.
_Pensei que os Comensais...- ela começou, tentando abrir os olhos, a luz parecia cega-la.
_Você pensa demais quando está de porre.- ele riu, pegando o copo de novo e o pondo na mesa de cabeceira.
_O que aconteceu?- ela perguntou confusa, se sentando na cama. Estavam de volta ao quarto de hotel, do ladod e fora, ela via a cidade iluminada pelas luzes elétricas dos trouxas, a lua ainda brilhava com força.
_Nós dançamos, e você bebeu mais do que deveria. Bebida de trouxa não é igual a cerveja amantegada. Você ficou tonta, e dormiu.
_Eu não vomitei, não é? - ela perguntou embaraçada.
_Para nossa sorte não. Apenas caiu no sono a caminho do bar. Eu te trouxe de volta ao hotel, e te deixei dormindo enquanto preparava algumas coisas. Isso já faz umas duas horas. Sua sorte é que a poção contra bebedeira pode ser feita em meia hora. Se não, teríamos que te drogar com remédios trouxas, e aí é que você estaria perdida.
_Obrigada. Eu sei que não devia ter bebido tanto.- ela murmurou ainda confusa. - Que horas são?
_Não muito tarde, um pouco mais do que meia-noite.
_Ah. Será que o serviço de hotel ainda está funcionando? Estou faminta.
_Eu tenho uma idéia melhor.- ele sorriu, puxando-a de pé e a levando para fora do quarto.- Como disse, enquanto você roncava, fiquei preparando outras coisas.
_Draco, para onde está me levando?- ela perguntou surpresa, ao ser arrastada para as escadas de incêndio do hotel.
_Para cima.- ele respondeu, sem olhar para trás.
_Para cima?- ela perguntou mais confusa.
_Eu estava tentando enxergar algum Comensal lá de cima, e tive uma idéia.
_Mas, o que isso tem a ver com ir para cima, subindo pela escadaria de incêndio?- ela insistiu.
Draco não respondeu, apenas abriu a porta da escadas de incêndio e a puxou. Gina que havia desistido de tentar entender qualquer coisa, olhou em volta, surpresa.
_É uma maneira de nos depedirmos de nosso hotel.-ele respondeu.- Temos que nos mudar, lembra?
Eles estavam no telhado do hotel, que era plano e que possuía uma vista maginífica. Dali era possível se avistar toda Roma, cada telhado, e cada janela iluminada. Ao longe, se erguia o Vaticano, imponente e belo, com sua cúpula de São Pedro. Acima deles, apenas a luz da lua e de milhares de estrelas.
_Uau...- foi tudo o que ela conseguiu falar.
E ele se aproximou, apontando um canto do telhado. Foi quando Gina notou uma mesa de madeira, iluminada por velas, com um grande jantar para dois no aparador ao lado. Com direito, inclusive, a sobremesa.
_Isso... isso é para nós?- ela gaguejou.
_Você perguntou sobre o serviço de hotel, ele é uma porcaria. Só funciona até as dez. Então, encomendei algumas coisas, para que quando acordasse, tivesse algo coisa para comer. Tinha certeza que estaria com fome. E achei aqui bem mais fresco, do que nosso quarto. E mais difícil para os Comensais da Morte nos acharem, se vierem para cá, pensando agora.
_E você preparou tudo isso sozinho?- ela perguntou maravilhada, se sentando na mesa. Estava com muita fome.
_Quem mais poderia ajudar? - ele respondeu, sentando-se na cadeira em frente a ela.- A única que conheço aqui, com excessão dos Comensais, é você. Que estava um andar abaixo, roncando.
_Eu não ronco!- ela exclamou, servindo-se de macarrão.- Hum, isso parece estar uam delícia.
_Imaginei mesmo que estaria com fome.- ele sorriu, servindo-se calmamente, enquanto Gina devorava o macarrão.
_Ai, estou tão envergonhada.- ela riu, bebendo um gole de água.- Eu não devia ter bebido. O pior é que não me lembro de nada. Você devia ter ficado de olho em mim!- ela o acusou de brincadeira.
_Você não bebeu muito, duas batidas foram o suficiente. - ele respondeu, se defendendo- Qual foi a última coisa que se lembra?
_Nós estavamos dançando juntos. Então, começamos a conversar sobre Hogwarts. Daquela noite em que salvou minha vida.
_Ah, aquela noite. É, nós conversamos sobre isso, acho que foi a última coisa sobre o que falamos.- ele disse, abaixando os olhos, tentando desviar do assunto. Então, com um aperto na boca do estômago, ouvi-a dizer exatamente o que temia.
_O que aconteceu aquela noite? Na Torre, quero dizer? - ela perguntou, séria.
_Você quer mesmo saber?- ele perguntou, encarando a água em seu copo.
_Se você quiser me contar. O Harry nunca falou nada, sempre desviando do assunto. Oh, ele estava lá, sob a capa de invisibilidade.- acrescentou.
_Ele estava lá?- Draco ergueu os olhos surpresos.
_Estava. - Gina respondeu triste.- Dumbledore lançou um feitiço sobre ele, para que ficasse imobilizado. Harry só pode assistir ao que quer que tenha acontecido, sem poder fazer nada.
_Não havia o que fazer.- Draco murmurou, voltando sua atenção para o copo.
_Ele me contou sobre você.- foi a vez dela de desviar os olhos para o prórprio copo.- Que você não pode mata-lo.
_Não.- Draco concordou.
_Isso apenas me mostrou o erro que eu havia cometido, quando briguei com você.
_Não foi sua culpa.- ele respondeu vagamente.
_Se não quiser contar...- Gina começou, depois do longo silêncio.
_Não, tudo bem, eu conto.- ele disse, erguendo os olhos, e reencostando-se na cadeira.- Só não acho o melhor assunto para a hora do jantar. Mas, se você quer mesmo saber.... Engraçado, aquilo que mais queremos esquecer, é justamente o que mais nos lembramos.- ele riu amargo, olhando nos olhos curiosos e atentos dela.
(N/A -grande memória, mas tem sua mudanças, lembrem-se que é o ponto de vista do Draco e não do Harry! E que é a tradução do inglês, então se tiver alguma diferença, bem... eu apenas copiei do meu livro.)
"Junho de 1997, Torre de Atronomia de Hogwarts
Draco estava sozinho, encarando Dumbledore. Suas mãos tremiam de nervosismo e medo, e ele tentava se controlar ao máximo, para não demonstra-lo.
_Draco, Draco... você não é um assassino.- Dumbledore disse calmamente.
_Como você sabe?- ele perguntou, então notando o quanto infantil fora, acrescentou.- Voc~E não sabe do que sou capaz, você não sabe o que eu fiz!
_Oh, sim, eu sei.- Dumbledore respondeu, e para sua surpresa ele sabia das tentivas de Draco para mata-lo.- Mas, elas foram tentativas fracas... tão fracas, para ser honesto, que eu me pergunto se seu coração estava nisso.
_Ele estava!- Draco afirmou veemente. Não era a primeira vez que Dumbledore parecia saber sobre... bem, Gina. Encarava os olhos do diretor, parecia que este sabia exatamente o que pensara o ano inteiro. Que matando Dumbledore ele garantiria sua segurança, mas acabaria com a de Gina. Mas, ele não deixaria que o diretor visse isso nele, que encontrasse seu ponto fraco.- Eu trabalhei o ano inteiro nisso, e hoje à noite...
De repente, do castelo, Draco ouviu um grito. 'Gina!' foi a primeira coisa que pensou. Talvez ela tivesse sido atingida e estivesse machucada... e ele preso ali! Olhou a porta, talvez pudesse apenas checar se ela estava mesmo bem ou não...
_Alguém está lutando uma boa luta.- Dumbledore continuou, Draco mal ouvindo.- Mas, você estava dizendo... sim, você conseguiu trazer Comensais da Morte para minha escola, o que, eu admito, achava impossível. Mas, como fez isso?
Draco não respondeu, paralisado, sem sabe ro que fazer. Voltar e salvar uma pessoa que o odiava, e morrer junto com toda sua família, ou ficar e terminar seu serviço, sabendo que se algo acontecesse a ela se odiaria para sempre.
_Talvez você devesse continuar o trabalho sozinho.- Dumbledore continuou.- E se sua ajuda ficou presa por causa de minha guarda? Como você talvez tenha percebido, membros da Ordem de Fêniz estão aqui esta noite, também.- e com isso, Draco relaxou um pouco, se a Ordem estivesse mesmo ali, eles iriam proteger Gina. Ela era muito nova para uma luta como a que estava acontecendo. Então, voltou sua atenção para Dumbledore, se perguntando se este lhe fizera o último comentário de propósito, para acalma-lo.- E além disso, você não precisa de ajuda... Eu não tenho minha varinha no momento... Eu não posso me defender. Você está com medo de agir até eles se juntarem a você.
_Eu não estou com medo!- Draco gritou, tentando esconder o fato de que estava com medo. Matar, de repente, parecia uma coisa tão repugnante. Mas, não podia ser, ele tinha que mata-lo!- É você quem deveria estar com medo!
_Mas, por que? Eu não acho que você irá me matar, Draco. MAtar não é tão fácil quanto os inocentes acreditam... então, me diga, enquanto espera por seus amigos... como chegou aqui? Parece que você levou um bom tempo para faze-lo.
Draco estava se sentindo enjoado, mesmo assim não abaixou a varinha. Tudo estava tão errado, como ele chegara aquele ponto? Era isso que Dumbledore perguntava? Se ele ao menos soubesse... O enjoo foi passando, conforme contava a Dumbledore o que fizera, o diretor fazia suas próprias perguntas, ouvindo-o com atenção e por vezes até com admiração. Uma ponta de orgulho crescia em Draco, mas não o suficiente para faze-lo tomar alguma atitude. Ele apenas continuou conversando com Dumbledore.
A única coisa que Draco não conseguia era convence-lo da dupla-identidade de Snape. O diretor se daria mal por isso, um dia, e paoderia té prejudicar todos os outros, convencendo-os a acreditar em Snape também. Gina mesmo, não havia lhe dito, que Snape muitas vezes passava a tarde no Quartel da Ordem de Fênix? Um Comensal da Morte astuto e fiel ao Lorde das Trevas, andando livremente em meio a Ordem, perto de Gina! Por que Dumbledore não acreditava nele?
_Mas, você deve ter tido um cumplice de qualquer forma.- Dumbledore continuou.- Alguém em Hogsmead, alguém que pode dar a Katie... o... ah.... é claro, Rosmerta. Desde quando ela está sob a maldição Imperius?
_Chegou lá afinal, hein? - Draco falou, mas foi interrompido por outro grito. Sem se conter, olhou por cima do ombro como se assim pudesse ver o que acontecia lá embaixo. Mas, se forçou a olhar novamente para Dumbledore, quando ese recomeçou a falar, deduzindo o óbvio, até que uma pergunta o pegou desprevinido.
_... me diga, como você tem se comunicado com Rosmerta? Eu achei que todos os métodos de comunicação com a escola estavam sendo monitorados.
_Moedas encantadas. Eu tinha uma e ela outra, e eu podia mandar mensagens para ela...
_Esse não é o método de comunicação secreto que o grupo, que se auto-nominava, Armada de Dumbledore, usava ano passado?
_É, eu peguei a idéia deles.- Draco respondeu, sem conseguir conter de todo um sorriso, ao pensar em Gina.- E eu peguei a idéia da bebida envenenada com a Sangue-Ruim Granger também, eu a ouvi falando na biblioteca sobre Filch não reconhcer poções...
_Por favor, não use essa palavra ofensiva em minha presença.- Dumbledore pediu educadamente, embora com firmesa.
Draco mal podia acreditar que Dumbledore estava ali, conversando com ele, e sendo ameaçado de morte ao mesmo tempo. Mas, de certa forma, era uma alívio para Draco falar, desabafar sobre tudo o que passara nos último meses. Ou quase tudo, ele não falou sobre Gina, para não lhe criar problemas, embora parecesse que Dumbledore suspeitasse de algo. Como, ele não podia imaginar. Eles pareciam estar discutindo aquilo por horas, e não por meros minutos. Houve um enorme barulho nas escadas, e Dumbledore falou apressado.
_Temos pouco tempo, de um jeito ou de outro. Vamos discutir suas opções, Draco.
_Minhas opções!- Draco exclamou, ele não podia acreditar no que ouvia.- Eu estou aqui com minha varinhas... prestes a mata-lo.
Mas, Dumbledore apenas insistiu que Draco não iria mata-lo. E que ele, Dumbledore, entendia a situação em que Dracp estava. E apenas não o desmascarara antes, por sua segurança. E, para sua surpresa, Dumbledore lhe ofereceu auxílio, lhe dando uma chance de mudar de lado. Mas, para que Draco mudaria? Sua família iria se envergonhar dele, e não havia ninguém que não o odiasse do outro lado. Por que então? Apenas Gina o faria mudar de lado, mas agora ela o odiava e despresava. E pior, estava apaixonada pelo Potter. O melhor seria esquece-la, e continuar em frente.
_Mas, eu cheguei até aqui, não cheguei?- Draco falou, ainda incerto do que fazia- Eles acharam que eu morreria tentando, mas eu estou aqui e você está sob meu poder... Sou eu quem está com a varinha... você está sob minha mercê...
_Não, Draco. É a minha mercê, e não a sua, que importa agora.
Draco não sabia o que responder. Parte dele queria desesperadamente aceitar a proposta de Dumbledore. Começar de novo, sem ser ameaçado ou obrigado a fazer coisas que não queria, e talvez, até tentar algo com Gina novamente! Estava abaixando a varinha, pronto para aceitar a ajuda oferecida, quando foi empurrado para fora do caminho e quatro pessoas entraram. Seu coreção quase parou, eram os Comensais da Morte. Ele tentava ouvir alguma coisa no andar de baixo. 'Eles não podem ter matado todos os outros' Draco pensou desesperado 'Eles não são tantos para ganhar tão fácil!'
_Faça!- a voz de Greyback comandou, e Draco voltou para a realidade, ainda atento à ruídos e movimentos no andar de baixo.
_Bem, eu não posso fingir que não esteja um pouco enojado.- Dumbledore dizia, e se virou para encarar Draco.- E sim, estou um pocuo chocado que Draco aqui o convidou, de todas as pessoas, para vir a escola onde seus 'amigos' vivem...- disse olhando significativamente para o loiro.
_Eu não convidei.- Draco respondeu na defensiva.- Eu não sabia que ele vinha.
E a discussão recomeçou, mas voltava sempre ao mesmo ponto. Ele, Draco, teria que matar Dumbledore. MAs, ele não queria. Agora que chegara a hora, a idéia de matar o repelia. E matar justamente Dumbledore, isso diminuiria as chances de, um dia, o Lorde das Trevas ser derrotado. E se o Lorde triunfasse, não havaeria chance para Sangu-Ruins, e nem traidores de sangue. Traidores de Sangue como os Weasley.
De repente, sons vieram da escada. Vozes! Draco respirou fundo, seu coração batendo com menos força. Os Comensais da Morte não haviam matado todos os outros.
_Agora, Draco, rápido.- Amycus disse.
Mas, Draco não podia, simplesmente não podia! Greyback, porém, não compartilhava do mesmo sentimento. Felizmente, foi impedido. Draco deu um ou dois passos na direção de Dumbledore, como para protege-lo, mas incerto do que estava fazendo, com medo que notassem sua intenção, e o matassem também.
_Draco, faça ou saia do caminho para que um de nós...- Alecto foi interrompida, quando a porta se abriu mais uma vez, e Snape entrou. O coração de Draco acelerou novamente. Aquilo não era bom! Dumbledore havia dito que Snape estava do seu lado, mas havia a promessa que Snape fizera a sua mãe! Draco mal podia respirar, o que Snape iria fazer?
_Nós temos um problema, Snape.- Amycus disse.- O garoto não parece ser capaz.
Snape não disse nada. Empurrando Draco para o lado, avançou para Dumbledore. E sem parecer pensar duas vezes, ou ter o mínimo de remorço, falou o feitiço para que todos pudessem ouvir:
_Avada Kedrava!
E em choque, Draco viu o clarão de luz verde que atingiu Dumbledore, e este caindo da Torre pela janela, como uma boneca de pano velha. Mas, não houve tempo para lamentar. Rapidamente, puxando-o, Snape o arrastou para fora da Torre. A briga, lá embaixo, continuava sem descanso, como se nada de errado houvesse acontecido."
Roma, atualmente
_Eu realmente ia virar para o seu lado, entrar na Ordem de Fênix, como você. - Draco comentou, Gina acariciava gentilmente sua mão, por cima da mesa.- Mas, de repente a situação saiu de controle, quando Dumbledore morreu, e todas as minhas esperanças morreram com ele. Até te ver, lá embaixo. Foi quando descobri que não me odiava como eu pensava.
_Eu me lembro bem disso.- Gina sorriu
"Junho de 1997, Castelo de Hogwarts
Gina mais deviava dos feitiços do que tentava acertar os Comensais da Morte. E ela tivera sorte até ali. Se não fosse a poção Felix Felicis, achava que não teria durado dois minutos, em uma batalha aberta como aquela. O que afinal estava acontecendo? Como os Comensais da Morte haviam entrado? Provavelmente Draco os havia trazido. Mas, como Harry poderia saber que eles viriam? E por que...
_Petrificus Totalus!- gritou para um Comensal, que caiu de cara no chão. Mas, não pode comemorar muito, se abaixando para desviar de um jorro de luz verde. 'Mas, por que Draco me escondeu dos Comensais da Morte?' , ela pensou novamente. Teria sido mais vantajoso para ele, se ela, Rony e Neville tivessem sido capturados. E muito mais fácil também. 'Mas não. Ele me protegeu, me deu uma chance de fugir e avisar a Ordem. Mas, se foi assim, isso significa que ele ainda... gosta de mim? '
Então, houve um barulho e das escadas da Torre, apareceu Snape arrastando Draco com ele. Os dois passavam pela batalha, como se mal a notassem. Gina reparou que Snape tinha uma espressão sombria, que lhe deu calafrios. E Draco parecia mais pálido do que de costume, e surpresa, notou que ele parecia apavorado. Por um segundo, a luta, os gritos e explosões desapareceram. O que teria acontecido para deixa-lo dessa maneira?
E nesse momento seus olhos se encontraram. O coração dela celerou, livre para sentir o que quissesse, diante da expressão de carinho nos olhos dele. Ela deu um passo na direção de Draco, mas ele sacudiu a cabeça em negativa, lançando um olhar para Snape, e movendo os lábios, dizendo algo que fez o coração dela pesar. 'É muito tarde.', ela entendeu, e antes que pudesse dizer qualquer coisa, Snape gritou:
_Está acabado, é hora de ir.
E com isso, sumiu ao dobrar o corredor, arrastando Draco com ele. Que, antes de desaparecer, lançou um olhar de tristeza para Gina. Mas, ela não teve muito tempo para lamentar, o efeito da poção Felix Felicis devia estar no fim, porque um feitiço a errou por centímetros, explodindo a parede atrás dela. A sua frente, estava um novo Comensal, que sorria ameaçador.
_Olá, beleza. - ele disse, erguendo a varinha mais uma vez."
Roma, atualmente
_Então, foi isso que aconteceu.- Gina disse triste.- 'É muito tarde.'. Na hora eu não entendi, mas depois soube sobre Dumbledore.
_Era muito tarde para nós. Se eu tivesse agido antes!- ele exclamou, e para sua surpresa Gina viu lágrimas em seus olhos. Ela nunca o vira chorar antes.- Tudo poderia ser tão diferente!
Ela se levantou e o abraçou com força, beijando-o no topo da cabeça. Ele a enlaçou pela cintura, com força, tentando se controlar. Não era digno chorar, seu pai sempre lhe dissera que homens nunca podiam chorar, que era patético. Mas, ele não podia segurar as poucas lágrimas que escorriam, no seu choro contido de arrependimento.
_Ei, não foi culpa sua.- ela afirmou, acariciando-lhe a cabeça.- Você fez muito mais do que podia, aquela noite. Me ajudando, não matando Dumbledore. Só que não estava em suas mãos.
_Agora você entende, Gina? - ele perguntou, se levantando e a olhando, sem chorar mais.- O que sinto por você é maior que tudo isso, maior que essa guerra! Por isso, não me julgue mal. Tudo o que fiz e tenho feito nos últimos anos, desde aquele beijo, foi porque você entrou na minha vida. E fique certa que, mesmo com todos os problemas, com essa guerra e nossa separação, ela está melhor do que jamais poderia ter sido sem você.
_Draco.- ela falou, o abraçando novamente.
_Que foi?
_Eu também te amo.- ela sussurou.
E aquila simples frase teve o poder de faze-lo sorrir, de verdade. Ele estava feliz ali, ao lado dela, aquela noite. Ele a abraçou com mais força, beijando-a no topo da cabeça. E assim, não viu a expressão no rosto dela, quando Gina pensou trsitemente 'Você me ama, Draco. Mas, isso será o suficiente?'
De algum lugar, um violino começou a tocar uma triste melodia. Gina olhou por cima da mureta do telhado, e viu uma janela aberta no prédio vizinho bem próximo ao hotel, de onde vinha a música.
_Parece que tudo dá certo quando estamos juntos.- ela sorriu.
_Por causa da música?
_Sim. Esses últimos dias tem sido maravilhosos.
_Não fale assim, como se fosse embora. Nos resta ainda um dia, nãos e lembra?
_Lembro muito bem. Assim, como me lembro de minha agonia, quando me deixou, indo atrás do Snape.
_Eu não fui por escolha.- ele respondeu, puxando-a pela mão para dançar com ele.
_Sei disso.- ela sorriu, eles estavam realmente dançando em um telhado sob as estrelas, poderia ser melhor?- É que tudo ficou tão difícil depois que você foi embora.
"Junho de 1997, Castelo de Hogwarts
_Alguém que nós conhecemos morreu hoje?- Rony perguntou a Hermione, que estava lendo ojornal. O estômago de Gina se contorceu inconfortavelmente.
_Não.- Hermione respondeu e Gina relaxou um pouco, até a outra garota recomeçar a falar.- Eles ainda estão procurando pelo Snape, mas parece não haver sinal dele...
Toda vez qie o paradeiro de Snape era discutido Gina sentia-se mal. Seus pensamentos voavam rapidamente para Draco, que também estava desaparecido. Se por um lado estava triste e preocupada por não saber como e onde ele estava, de outro estava absolutamente feliz que os aurores também não soubessem. Como Draco estaria? Ela o veria novamente? E se visse, ele estaria mudado? A voz revoltada de Harry a trouxe de volta, de seus pensamentos.
_É claro que não tem! Eles não vão encontrar Snape até encontrarem Voldemort, e vendo como eles têm lidado com isso até hoje...
_Eu vou para a cama.- Gina interrompeu, fingindo um enorme bocejo. Não suportava mais pensar no assunto. Estava perocupada demais com Draco. Se antes tinha raiva dele, pelo menos tinha a segurança de encontra-lo nas horas das refeições, à salvo no Castelo. Mas, agora... sua cabeça parecia girar ao tentar imaginar o que estaria acontecendo com ele, e o que aconteceria se fosse capturado pelos Aurores.- Eu não tenho dormido bem desde...- ela parou, por uma momento ia dizer 'desde que Draco desapareceu com Snape'.- Bem... dormir não me faria mal.
Ela beijou Harry maquinalmente, acenou para os outros dois, e subiu correndo as escadas para o dormitório feminino. No dia seguinte, após o funeral de Dumbledore, Harry se virou para ela, que encarava, perdida em pensamentos, Crabbe e Goyle sentados sozinhos.
_Gina, ouça...- Eu não posso mais ficar com você. Nós temos que parar de nos ver. Não podemos ficar juntos.
_É por uma estúpida e nobre razão, não é? - ela sorriu triste, até seu romance com Harry estava acabando.
_Tem sido como se... como se fosse a vida de outra pessoa essas últimas semanas com você. Mas, eu não posso... nós não podemos... eu tenho uma coisa para fazer sozinho.
Ela continuou o olhando. E para sua surpresa, um enorme alívio cresceu em seu peito ao ouvir aquilo. Mas, ela precisava manter a aparencia de trsitesa, embora fosse traída pela falta de lágrimas. Gastara todas com Draco.
_Voldemort usa as pessoas mais próximas de seus inimigos. Ele já usou você, só porque era a irmã de meu melhor amigo. Pense em quanto perigo você ficaria se ele descobrisse sobre nós. E ele irá descobrir. E irá me atingir através de você.
_E se eu não me importar?- Gina perguntou firme. Pobre Harry, jamais poderia retribuir todo aquele amor. Mas, não iria magoa-la, diante de tão grande declaração.
_Eu me importo. Como você acha que eu me sentiria se esse funeral fosse seu... e ainda seria minha culpa.
Ela olhou para o lago, o pensamento longe. Sabia como ele se sentiria, da mesma forma que ela se fosse o funeral de Draco. Que por causa dela, não conseguira completar sua missão. E se Voldemort descobrisse sobre os dois, e o matasse? Ela se sentiu gelar. Se esforçou para focar sua atenção em Harry, que estava a seu lado.
_Eu nunca reslamente desisti de você... não de verdade. Eu sempre esperei...- ela parou, percebendo que aquelas palavras pareciam dirigidas mais para Draco do que para Harry, já se fora o tempo em que ela se sentira assim por Harry. Era de Draco que ela não havia desistido, apesar de todo o seu esforço. Mas, continuou o que dizia para Harry
_Nós poderiamos ter tido mais tempo... meses... anos talvez...
_Mas, você estava muito ocupado salvando o mundo mágico. Eu savia que seria infeliz a não ser que fosse atrás de Voldemort. Talvez seja por isso que eu goste tanto de você.- ela deixou escapar.
Harry então se levantou e foi embora, ela o observando se afastar. Ele não percebera, ele não entendia o amor sem motivo, um amor incondicional. Ela o amava pelo que ele era para ela desde criança, o 'menino-que-sobreviveu', o grande herói Harry Potter, que se tornara o melhor amigo de seu irmão. Talvez, se ele não tivesse a cicatriz, se nunca tivesse ouvido falar dele antes de Rony conhece-lo em Hogwarts, ela não o amaria. Talvez ele não tivesse percebido o sentido do que ela dissera, porque a amava por um motivo também, por uma condição. Tão diferente dela e de Draco, que sem razão nenhuma, sem motivo nenhum, em lado opostos da guerra, continuavam juntos. Por quanto tempo ela não saberia dizer. Lágrimas, começaram a escorrer por seu rosto, e Hermione se aproximou, a abraçando.
_Isso vai acabr um dia.- ela disse suavemente.- E ele vai voltar.
_Eu sei, Hermione. Ele sempre volta.- Gina respondeu, sabendo que a amiga não conhecia o real motivo de sua tristesa, mas mesmo assim falando a coisa certa.
E sorrindo para conforta-la, Hermione se afastou com Rony, na direção em que Harry desaparecera no meio da multidão."
Roma, atualmente
_Essa é a diferença do que sinto por você e pelo Harry.- Gina explicou.- Quando ele me pediu para ir, eu entendi e aceitei. Quando você me pediu para ir, eu me esqueci de mim mesma, e apenas pensei em nós. E por isso fiquei.
_O Potter foi mesmo corajoso, fazendo isso por você.- Draco admitiu.- Não sabia que ele gostava tanto de você.
_O Harry me ama. Somos perfeitos um para o outro, já disse. Mas, não é isso o que importa. É muito fácil amar quando se tem tudo a favor, quando todos aprovam. Amor de verdade é aquele que dura apesar de todas as diferenças. Como o nosso, já fazem tantos anos, não é Draco?
_Alguns.- ele sorriu, rodopiando-a.
_E tem algumas coisas que ainda não sei sobre você. -ela falou, então pareceu exitar.- Você se importaria se eu fizesse uma pergunta?
_Não, pergunte o que quiser.
_ O que você tanto sonha? Todas as noites, desde que nos reencontramos aqui, eu o escuto gemer enquanto dorme. O que você sonha, que parece lhe causar tanta dor?
Ele sentiu um aperto na garganta, por isso não respondeu. Ela pareceu achar que ele ficara bravo com a pergunta, por isso se apressou em acrescentar.
_Muitas perguntas para uma noite! Não precisa dizer nada...
_Sonho com isso.- ele respondeu, apontando o próprio peito, que ela sabia estar coberto de cicatrizes, assim como as costas dele.- De quando fui torturado por não ter conseguido cumprir minhas ordens até o fim. Acharam que eu era muito fraco, e queriam me testar, saber até onde ia minha força. Lembro-me de estar quase morto em uma masmorra, nunca senti tanta dor física na vida! E tudo o que pensava era em você. Que jamais a veria novamente, e aquela foi a única coisa que lamentei. Você me perguntou, noites atrás, o que eu ouvia e via perto dos dementadores. É isso, o que escuto e vejo, a certeza de que jamais a veria novamente. Às vezes, em meu delírio, eu podia ouvi-la dizendo meu nome, e isso me animava. Eles me libertaram em algumas semanas, e eu continuei o trabalho, tentando descobrir como você estava, dois meses depois teve uma batalha, e quase morri. Foi então que decidi ir te visitar.
_Aquela noite na Toca?- ela perguntou corando levemente.
_Aquela noite. Entende, Gina? Ao mesmo tempo que ficar com você me traz sonhos sobre morte, foi você quem me devolveu a vida. Você me salvou duas vezes mesmo sem saber.
_Duas vezes?
_Dessa em que não me fez desistir naquela masmorra, e quando se apaixanou por mim.- ele disse, acariciando as bochechas sardentas dela, que sorriu.
_Eu ficava me perguntando o que os Comensais da Morte faziam com você. - ela falou triitemente.- Hoje eu sei.
_Isso não importa mais. - ele respondeu, e a beijou docemente.
Never thought that I could love
( Nunca pensei que eu poderia amar)
Living in shadows, faded existence
(Vivendo em trevas, existência morinbunda)
It was never good enough
(Isso nunca foi bom o bastante)
Within the darkness, you were the light that shines away
(Dentro da escuridão você é a luz que ilumina o caminho)
You're trapped in violence, I can be the man
(Mas você é apriosinada na violência, eu posso ser o homem)
Who saves the day
(Que salva o dia)
I'm there for you no matter what
( Eu estou aqui por você não importa o quê)
I'm there for you never giving up
(Eu estou aqui por você, nunca desistindo)
I'm there for you for you
(Eu estou aqui por você) *For You- The Calling
N/A- Tantas coisas para dizer! Primeiro queria deixar bem claro minha opinião sobre o Snape. Eu não o acho bom nem mau, acho que ele apenas joga com as cartas que ganha. Ele se preocupa em estar do lado em que ganha maiores vantagens, e como morreria se não matasse Dumbledore, ele não teve muita dúvida. E sinceramente, guys, como o Draco sabia das moedas encantadas, e que foi a Hermione que as inventou? Quero dizer, a Marieta não falou nada disso para a Umbridge, podem checar! Mistérios... Bem, me desculpem ter demorado tanto para atualisar, mas tenho que ler, traduzir e copiar trechos dos livros do Harry, sem fazer vocês perderem tempo, lendo coisas que já sabem. Bem, quero agradecer aos comentários. Valeu guys! Espero que tenham gostado desse capítulo também. O próximo será o último. Beijos, Mary Campbol
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!