Segredos e Confissões



Quando chegou fora da casa, Harry viu Gina e o Sr. Weasley tirando time. Colocou-se na fila e esperou ser escolhido, pensando em tudo que lhe acontecera no quarto com Gina e com aquela pena. Quem Gina tinha mesmo dito estar do outro lado do objeto? Ele não conseguia lembrar. A idéia de Gina ter mudado radicalmente em relação a ele sobrepunha sua memória e percepção.

- Certo! Então teremos nos times um goleiro, dois atacantes, um apanhador e um batedor, certo Sr. Weasley? - disse a Gina, com tom de que levava o jogo muito a sério.

- Certo baixinha! Quem começa? - perguntou o pai da menina, rindo do seu jeito.

- Eu! Batedora. E escolho Rony! Goleiro. - começou Gina.

- Então eu, atacante, escolho Fred! Batedor. - disse o pai

- Hermione! Atacante.

- Hermione? Aonde você está com a cabeça? Ela não sabe jogar... - resmungou Rony.

- Melhor que você aposto - retrucou Granger.

- Enfim... Carlinhos!. Goleiro.

- Harry! Apanhador.

- Puxa Gina! Pensei que tinha esquecido dele! Harry, você seria minha próxima aquisição! - disse o Sr. Weasley

- Obrigado Sr. Weasley!

- Ah pai. Escolhe logo. Não tenho culpa que o senhor foi lerdo e deixou o Harry pra mim. - respondeu a menina com ar triunfante.

- Certo, certo! Vejamos... Gui! Atacante.

- Ah não! Não quero o George de atacante. Ele é péssimo de atacante! - resmungou Gina.

- Então escolha o Percy. - disse o pai

- Tá louco? O Percy não é bom atacante, mas é pior apanhador. Se eu escolhê-lo, você vai ficar com o George de apanhador. Do contrário o Percy fica sendo o apanhador do seu time. - pensou a menina em voz alta.

- Anda Gina! - disse Percy, sem gostar nem um pouco dos "elogios" que ganhava.

- Tudo bem! O Percy é meu, vai. Atacante. O Fred e o Jorge nunca ficam separados. Não sou eu que vou mudar isso.

- Valeu maninha! - disse Jorge - E eu sou apanhador!

- Então vamos crianças! - gritou o Sr. Weasley

Jogaram quase a tarde inteira. Foram goles que passaram de mão em mão, balaços que foram mirados e acertados em alguns jogadores. Gols que foram feitos e gols que foram brilhantemente defendidos... Rodopios, giros, rasantes... Eles voaram e brincaram como nunca! Se divertiram a valer! Só o pomo que não tinha dado o ar de sua graça. Pelo menos, não até o presente momento.

Quando Harry o viu, quase não acreditou. Eles já estavam brincando há horas. Ele e Jorge já tinham até desistido de procurar o pomo. Só ficavam mesmo voando e se divertindo as custas dos balaços que perseguiam Hermione, das goles que perfuravam o gol de Rony, do medo que Fred sentia cada vez que Gina socava um balaço (ela parecia saber jogar bem naquela posição). Era quase um milagre o pomo estar ali, na frente dele, tão pertinho que ele quase conseguia.... TOCAR! Por um segundo o pomo relou seus dedos, mas rapidamente lhe escapou. Harry fez questão de ir rapidamente atrás dele. Parecia um lunático. Em 5 segundos já tinha percorrido todo o campo, cada cantinho dele. Estava atrás do pomo, chegando perto e se afastando dele a cada segundo, a cada décimo, a cada milésimo. Voava tão rápido que nem percebeu Gina ultrapassando-o pelo seu lado esquerdo, chegando no fim do campo, e fazendo um balão. Agora ela vinha a mil, direto em direção a Harry, enquanto ele seguia em frente, atrás do pomo. Quanto mais ele acelerava, mais ela acelerava também. Ele sabia o porquê. Ela queria o pomo, ela queria o pomo, ela queria... e aquele taco na mão dela? Gina estava de batedora! Batedora do mesmo time que Harry! Mas então... Por que ela vem tão rápido? Tão rápido... tão rápido... tão ráp... PEGOU! Enfim Harry pegou o pomo, a poucos centímetros de Gina. E parou... mas Gina não!

- Haaarryyyyyy!!!

Ela empurrou o menino com força para o lado com a mão direita enquanto batia numa goles descontrolada com o taco da mão esquerda. Enquanto isso, Rony já aparecia do lado de Harry, para ajudá-lo a não cair da vassoura e o Sr. Weasley já ia atrás da goles maluca, junto com Fred e Jorge, que já estavam mais bem acostumados com esse tipo de coisa. Rony levou o amigo até o chão e o fez sentar na grama.

- Harry, cara, você está bem? Tem alguma coisa machucada? Quer que eu te pegue a...

- Harry! Harry! Como você está? Tudo bem? Te machuquei? Fala Harry, fala! - Gina estava realmente assustada.

- Eu estou bem Gina! Estou bem? O que houve?

- O que houve pergunto eu!!! - a Sra. Weasley já vinha furiosa de dentro da casa - Acham que eu não vi? Não acredito que vocês voltaram a jogar com este balaço maluco! E você Gina? Que decepção meu amor! Logo você, brincando com isso, sabendo que está quebrado?

- Mas mãe...

- Nada de mas mãe Ronald! Deixa o seu pai saber disso...

- Na verdade, - o Sr. Weasley voltava com o balaço domado - eu já sei!

- Não acredito! Não acredito! Como você pode fazer isso? Seus filhos? Estes eu entendo! Mas você? Ah... Pois venha querido! Pois venha que vamos ter uma conversa muito séria lá dentro!

- Crianças, acho que hoje eu fico sem jantar. - lamentou o Sr. Weasley

- Eu ouvi isso, hein? E a propósito... Como está Harry querido?

- Estou bem senhora Weasley. Não aconteceu nada!

- E você Mione? Tudo bem, meu amor?

- Claro Sra. Weasley. Tudo bem...

- Ai que vergonha! Venha, venha logo querido. Vamos conversar...

- Adeus meninos. Já vou querida! - resmungou o Sr. Weasley

Harry ainda não tinha entendido o que tinha acontecido, mas pouco importava. O que importava é que Gina tinha voltado a se preocupar com ele. Que Gina tinha salvado-o. Que Gina... Mas que cisma era esta com Gina? Que coisa! Até que parece que ele... Não! Não era isso! Provavelmente era só uma chateação por saber que Gina não gostava mais dele. Ora, todo mundo fica chateado quando descobre que uma pessoa que gostava da gente deixou de gostar. Ué, normal... Mas será que Gina não gostava mais dele? Nem um pouquinho? Será que ela ainda estava namorando com Dino Thomas? Será que gostava mesmo dele? Mas que importava? Ele não gostava dela mesmo... Ué! Mesmo assim tinha que agradecê-la. E foi o que fez.

- É... Gina?

- Sim? - respondeu a menina que ainda aparentava estar preocupada.

- Obrigada! Obrigada mesmo tá? Fique tranqüila... eu estou bem.

- Ah... é? Que bom. Fico mais feliz em saber que você está bem... - e saiu andando.

O fim da tarde se foi e a noite chegou, e depois que o time dos "Cabelos Vermelhos" (Sr. Weasley, Gui, Fred, Carlinhos e Jorge) perdeu feio no quadribol para os "Sardinhas no Rosto" (Hermione, Percy, Gina, Rony e Harry), todos foram pra dentro da toca, tomar um banho para depois jantar. Em todos os quarto a fofoca rolava solta, mas em um dos quartos a conversa era assim:

- Harry, me diz, como é que a gente sabe se está gostando de alguém? - perguntou Rony

- P-por que pergunta Rony? - Será que ele acha que eu... - pensou Harry apreensivo.

- Ora, você sabe destas coisas... Você não gostava da Cho?

- Cho? - por um momento aquela frase parecia coisaa de maluco para Harry. Ele gostava da Cho? Como? Aos poucos sua memória foi relembrando a menina. A face oriental que ela tinha. Seus cabelos negros, lisos. Os olhos pequenos, escuros como a noite. Tão envolventes... Tão linda, tão linda, tão...

- Harry? - gritou o ruivo

- Desculpa! Desculpa! É... o que você perguntou?

- Se você gostava da Cho...

- Sim! Claro que sim! - foi então que reparou no que tinha dito - Quer dizer... m-mais ou m-menos...

- Olha! Não sabia que você era tão cara-de-pau assim. Falar isso com tanta desenvoltura... - Rony ria do amigo que tinha ficado muito vermelho.

- Mas, eu daí, Rony? Que isso tem haver?

- Bem, como foi que você descobriu que gostava dela?

- É fácil... Bem... Você não para de pensar na pessoa... Você fica muito contente só de ouvir falar o nome dela... É...

Quando a vê, é como se você fosse no céu voando. Voando sem vassoura... E de repente, você cai de lá, cai com tudo... Vai caindo, caindo, caindo... Até que acorda, e vê que nada daquilo aconteceu e que o que causou o delírio foi o rosto dela, o toque dela, o b-beijo dela...

- Puxa, que legal... - Rony parecia encantado. - Mas, me diz Harry... E... é legal?

- Legal? Como legal?? O b-beijo???

- Não... é... Legal... É... Legal. É que eu... eu nunca... somos tão amigos... e...

- Certo Rony, entendi! É legal, sim, quando você gosta da menina! E tá combinado! Quando você beijar, vai vir correndo me contar!

- Certo! - disse Rony - Voar até o céu sem vassoura e cair de lá de cima, né?

- É...

- E dói?

- Às vezes...

- Então é isso - Rony pensou, um pouco alto

- Que disse?

- Nada! Nada não Harry! - Vem. Vamos jantar.

Desceram para a cozinha e lá estavam todos. Foi um jantar abundante e animado. Isso era o que Harry sempre pensava dos Weasley. Apesar de eles não serem ricos e às vezes terem que se contentar com objetos materiais de segunda mão, eram uma família feliz, bonita, e acolhedora. Harry e Hermione, ele tinha certeza que a menina também se sentia assim, sempre ficavam muito a vontade na casa dos Weasley. Quando pensava nisso, Harry se lembrava dos Dursley e sentia um aperto no peito. Por que ele não podia ter uma família normal? Por que os Dursley tinha que ser tão malvados com ele? Ele tinha certeza que de alguma forma Dumbledore deveria ter obrigado os Dursley a ficar com ele... Ele não entendia como uma família poderia ser tão má com um ente. E agora ele tinha que ficar lá para sempre, com os Dursleys, uma vez que seu único parente, seu padrinho, tinha... atravessado o véu.

- Harry? Você não comeu nada ainda. Não vai dar uma de visita, né? - Gina olhava curiosa para o menino. Pela primeira vez desde que Harry chegou à casa ela sorria para ele. E assim continuaram as férias do menino que sobreviveu. Todos os dias eles inventavam algo novo. Jogavam quadribol, xadrez bruxo, snap explosivo, ajudavam os gêmeos a montarem novos projetos para as Gemialidades Weasley, reviam, obrigados por Hermione, alguns tópicos das matérias estudadas até o ano anterior. Foi assim até dia 31 de agosto.

- Vamos garotos, acordem! - Era a mãe dos Weasley que gritava a plenos pulmões pela casa. - Vamos! Vamos!

Uma correria danada começou pela casa. Todos queriam ir aonde sabiam que iriam. Todos queriam chegar logo, para aproveitar o máximo do lugar. Todos sabiam que era o melhor dia do ano enquanto ainda estavam em casa. Todos, até o Sr. Weasley, iriam rodar e rodar por todos os cantos durante o dia inteiro e só voltar ao cair da noite. E todos queriam, e todos sabiam, e todos iriam... ao Beco Diagonal!

- Formem uma fila. Já sabem o que fazer. Incendio! Um pouco de Pó de Flu e...

- Beco Diagonal!

- Beco Diagonal!

- Beco Diagonal!

- Beco Diagonal!

- Beco Diagonal!

- Beco Diagonal!

- Beco Diagonal!

Chegaram ao Beco Diagonal e como sempre saíram vendo as coisas. Eram corujas bonitas que chamavam atenção, vassouras último modelos, livros e mais livros, vestes da última moda de Paris, varinhas, sapos, gatos, ratos, tudo quanto é tipo de novidade. Doces mil, salgados, logros. Isso sem contar o banco de Gringotes, que era a primeira parada para todos e que Harry, Hermione e Rony adoravam visitar, pois o achavam lindo lindo lindo. Depois de muito andar, de muito rir, de muito se divertir, os Weasley alugaram quartos do Caldeirão Furado. Depois que todos se acomodaram, foram jantar e voltaram para seus quartos esperando o outro dia, em que partiriam para Hogwarts. Dentro de seu quarto, Harry não conseguia dormir. Se revirava na cama, sem conseguir pregar os olhos. Resolveu então se levantar. Olhou para Rony, Fred e Jorge e viu que os três dormiam profundamente. A solução então era descer e andar um pouco.

A cabeça de Harry estava repleta de dúvidas. Gina, Rony, Voldemort, Hermione, Cho, todos rodavam em seus pensamentos confusos. Mas em quem Harry mais pensava era em Sirius Black. O padrinho tinha morrido no ano anterior. Morrido não, sido morto! Ele tinha sido assassinado por sua própria prima, uma comensal da morte. E Harry, até agora, não conseguira assimilar o fato. Era nesta horas que Harry tinha vontade de gritar o nome do Lord das Trevas para todos ouvirem. Diferente das outras pessoas, Harry não tinha medo de pronunciar o nome de Voldemort. Ele não se sentia nem um pouco receoso em fazê-lo e não entendia por que todos o repreendiam por isso. Mas o que ele sabia é que de alguma forma Voldemort se sentia ameaçado... não... confrontado, quando alguém pronunciava seu nome. E era isso que Harry queria fazer, confrontá-lo, desafiá-lo, combatê-lo, derrotá-lo. Harry não era um menino de sentir raiva, mas a morte de seu padrinho tinha revoltado-o. Ele considerava Voldemort o maior covarde e medroso do mundo, do universo. Tinha tanto medo das pessoas, o Lord das Trevas, que matava um por um aqueles que pudesse de alguma forma enfrentá-lo e assim ensinava seus pupilos comensais, tão covardes quanto o líder. Mas o ex-Tom Riddle pagaria por tudo que fizera com Harry, tudo que fizera com seus pais, e tudo o que fizera com Black. Ah, pagaria.

Foi pensando nisso que Harry foi descendo para a entrada da estalagem. Sentou-se numa mesa, na penumbra percebeu depois, e pediu uma cerveja amanteigada. Nisso, ele viu Gina descendo e sentando-se numa mesa perto da dele e fazendo o mesmo pedido ao garçom. Pensou em ir falar com a menina, mas rapidamente mudou de idéia, quando viu que ela estava acompanhada. Acompanhada, vírgula, porque a companhia dela era a tal pena que intrigara tanto Harry anteriormente. O menino ficou prestando atenção em Gina e nas atitudes que ela tinha com a tal pena. Se lembrou que a Sr. Weasley tinha dito que Gina tinha passado o começo das férias inteiro dentro do quarto. Provavelmente com a tal pena, pensava ele agora. Ele lembrou-se também que mesmo depois que ele e Hermione chegaram na toca ele tinha continuado no quarto. "Um pouco menos agora, mas continua isolada" diria a mãe da garota. Foi em meio estes pensamentos que ele começou a ouvir Gina conversando com a tal pena. Estava tão curioso que ficou quietinho, agradecendo ter sentado na penumbra e prestou atenção na conversa que a menina tinha com o objeto.

- Não acho que ele tenha mudado em nada. Não mesmo... Não concordo! Ele continua igual...... Como posso saber? Não vou ficar me metendo na vida pessoal dele...... É claro que quero! Mas... Não é assim...... Amanhã...... Tomara, iria adorar ficar perto dele, mas...... Quê? Não vou falar sobre isso com Rony. Sem chance. Ele iria rir da minha cara!... Eu já te disse como o meu irmão é. Ele acha que eu continuo sendo uma criancinha bobinha tolinha...... Exato! Eu não sou que nem ele. Eu sei o que quero. Se ele é tonto e não percebe que cai de amores pela Mione, problema dele. Eu sei o que quero da vida, ué!...... Ei... Pára boba... Não fica rindo, hahaha, eu não estou caindo de amores por ninguém não, tá?...... Não senhora, já estive, mas não estou mais, tá?... É sério, pode acreditar... Hahaha...

Ele não entendia. Estaria falando dele? Ou estaria falando de Dino? E por que ele tinha cismado com Dino agora? Que coisa! Afinal, era o namorado de Gina. Nada mais normal que eu garota gostar do namorado. Mas ela tinha razão e só agora ele realmente percebia. Ela não era mais uma criancinha bobinha tolinha. Tá certo que quanto a viu quando chegou nos Weasley ele já reparou que ela tinha mudado, que estava mais bonita do que nunca. Mas só agora a ficha dele caia sobre o quanto ela tinha mudado. Realmente, Gina não era a mesma.

- Surpresa? Que surpresa? - a menina tinha dito algo para a pena que realmente intrigara Harry. O garoto deu um gole em sua cerveja amanteigada que só agora percebera que estava ali e prestou mais atenção. - Ah, me conta, vai, por favor!

Foi então que Harry viu pela primeira vez naquela conversa as letras brilhantes em resposta. "Amanhã priminha. Amanhã... Agora vá dormir... Afinal de contas, você tem que estar descansada pra amanhã. Ou você vai querer dormir no trem?"

A menina levantou da cadeira e foi direto para o quarto, a pena flutuando atrás dela. Harry esperou alguns minutinhos, engoliu o resto da sua cerveja e subiu para o quarto. Deitou-se e... Quando Harry já estava começando a relaxar em seu sono, sentiu uma pontada na sua barriga. Depois outra. E outra, outra, várias... Seu sono era tanto que mal conseguia abrir os olhos.

- Vamos Harry! Acorda! Ora de dizer tchau pra minha casa e oi pra sua... - disse Rony contente com o rosto bem perto da face do amigo.

- Ahhhh! Credo Rony! Tá me estranhando? Que idéia é essa de chegar tão perto!

- Nossa! Que bafo, cara! " Harry, anda logo. E vê se dá um jeito nesse hálito de vampiro. Nem o vampiro lá de casa tem um bafo tão desgraçado.

- Tá seu exagerado! Pára de me caçoar. Já estou indo.

Em poucos minutos todos estavam prontos e se dirigindo à King's Cross. Chegando lá todos os tramites foram feitos rapidamente. Os meninos instalaram suas bagagens no trem e voltaram correndo para as janelas, para ouvir os conselhos da Sra. Weasley.

- Se comportem aí no trem e me mandem uma coruja quando chegarem em Hogsmead.

- Calma, mãe - disse Jorge

- É só uma carona que estamos pegando - completou Fred

- Não estamos mais na escola, esqueceu? - disseram os gêmeos em coro.

- Bem que queria ter esquecido este desgosto - respondeu brava a Sra. Weasley

- Tá, mãe!

- Rony! Nada de notas ruins, hein? Precisa estudar para os NIEMs do próximo ano. Preciso que algum de vocês me dê algum orgulho.

- O Gui e o Carlinhos já não tá bom - resmungou Fred.

- Depender do Rony para ter orgulho é fogo, hein? - completou Jorge.

- Eu ouvi isso, seus... - reclamou Rony, furioso.

- E nada de brigas! Gina querida! Estou tão orgulhosa da minha menina. Este ano você terá seu primeiro baile, não é?

- Na verdade eu já fui no Baile de Inverno ano passado, mãe...

- Foi? Como?

- Eu fui convidada...

- Ai que lindo! E não me contou nada, menina? Não vá seguir os conselhos de seus irmãos, hein? Mas você arranjou vestido aonde?

- Uma amiga emprestou...

- Ahhhh... Pois então você vai gostar da surpresa! Um vestido novo de baile. Lindo!

- Jura mãe?

- Juro! Você vai ficar linda. Só que ainda não chegou. Quando chegar eu te mando, tá?

- Tá bem mãe. Mas não precisava... Obrigada!

- Mas não fui eu que dei. Foi outra pessoa!

- Ah, é? Bem, agradece pra mim?

- Claro bebê, eu agradeço. Bom, meninos isso é tudo. Tchau Harry querido. Tchau Hermione querida.

- Tchau Sra. Weasley - disseram os dois.

- Tchau mãe - gritaram os irmãos de cabelos vermelhos.

- Tchau crianças.

E assim o trem começou a andar. Mais rápido, mais rápido, mais rápido... Os meninos continuaram olhando pela janela até que Harry disse para Rony:

- Tem razão Rony. Estamos dando tchau pra sua casa, e indo para minha.

Todos colocaram-se pra dentro e foram para suas cabines. Harry estava realmente feliz. Estava indo pra casa depois de tanto tempo e estava com sua família, a Granger e os Weasley.

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