Recomeçar
Capítulo 12: Recomeçar
West Vancouver, Canadá
Era uma casa simples se comparada aos padrões a que os Malfoy estavam acostumados, mas Gina a achara adorável. Tratava-se de um sobrado com varandas, 3 quartos, uma sala de estar, uma cozinha, uma sala de jantar, 2 banheiros e uma lavanderia. Draco dissera a ela quando entraram pela primeira vez:
-Não é grande coisa, mas nós não podemos ser um chamariz. Não querermos que Voldemort nos encontre.
-Pois eu não me importaria de viver numa quitinete se fosse o caso. –ela respondera.
-Quitinete? E como é que iríamos criar os nossos filhos numa quitinete? –ele rebatera.
Narcisa apenas observara o diálogo entre s dois e achou graça quando sua futura nora atingiu tamanho rubor que ela duvidava que a garota estivesse respirando:
-Filhos? –ela perguntara numa voz esganiçada.
-Francamente, com os irmão que você tem...Não me diga que resolveu ser o oposto radical da sua mãe...
-Não, é que você me pegou de surpresa... –respondera toda envergonhada que sua futura sogra estivesse ouvindo aquela conversa.
Gina e Narcisa não haviam se tornado melhores amigas, mas agiam cordialmente. A ruiva se sentia muito não-Malfoy, o que quer que tal pudesse significar, perto da intimidante e polida Narcisa (modo como a Weasley via a loira).
Quando o dia do casamento chegou, a Weasley estava muito nervosa e por mais que não quisesse demonstrar, suas ações e reações a traíam -incluindo um copo que suas mãos trêmulas deixaram cair pela manhã. Faltava pouco para que ela também fosse oficialmente uma Malfoy. O casamento seria realizado numa capela próxima e à moda trouxa, Draco estava realmente decidido a não dar chances para que Voldemort os encontrasse. A única testemunha da união além do celebrante seria Narcisa.
Fora uma surpresa para Gina quando Narcisa se ofereceu para arrumá-la. Pessoalmente a Weasley pensava que Narcisa não estava apreciando muito a idéia do casamento. As duas estavam no quarto que a ruiva dividia om Draco. Seu cabelo estava pronto, semipreso e cacheado nas pontas. Narcisa agora fazia a maquiagem:
-Você está tensa demais. Posso perceber pelo modo que está sentada na cadeira. –a loira comentou em tom casual.-Hum...é que eu estou um pouco n-nervosa. –respondeu.
-Um pouco? Para mim você parece bastante. Não tem certeza do que quer fazer/
Gina engoliu em seco:
-Eu não estou confusa sobre querer casar com o Draco. –assegurou –Mas o modo que as coisas aconteceram...Nenhum dos meus parentes ou amigos irá testemunhar esse dia tão importante na minha vida. –o ohar dela ficou triste.
-O meu filho ama você, Ginevra. Ele arriscou tudo por você. –declarou, como se a estivesse advertindo.
-Eu amo o Draco também, Narcisa. Eu literalmente deixei uma vida ara trás por ele. –respondeu com dignidade.
O comentário da Weasley arrancou um sorriso dos lábios de Narcisa:
-Eu confesso que achei oucura quando o Draco me disse o que pretendia. Eu duvidei que uma grifinória certinha como você, que estava pronta para casar com o heroizinho Potter, pudesse dar pra trás.
Gina ficou séria?
-Eu não quero falar sobre o Harry. Tudo o que você precisa saber é que eu realmente amo o seu filho e retendo fazê-lo feliz.
Narcisa finalizou a maquiagem e colocou uma mão sobre o ombro de Gina:
-Enquanto você fizer o meu filho sorrir, nós nos daremos muito bem. Não tenha medo de mim, Ginevra, eu apenas não quero ver novamente o Draco sofrer. Desde que começou a pressão para ele se tornar um Comensal da Morte eu podia ver que os sorrisos que ele dirigia a mim eram falsos e com a intenção de me agradar. Agora é diferente. Eu apoio esse casamento.
-Obrigada, Narcisa. É muito bom saber que posso contar com o seu apoio. –Gina respondeu, sorrindo.
_por nada, querida. Eu vou te dar um tempo sozinha enquanto busco um copo de água pra você e chamo um táxi. Volto logo. –anunciou e saiu do quarto.
Gina observou-se no espelho. Assim como no dia do casamento com Harry estava linda. Porém sua expressão de agora denotava felicidade.
Ouviu a porta fechar-se e passos se aproximarem. Olhou para trás e quase morreu do coração ao ver Harry Potter parado a sua frente:
-Você não perdeu tempo mesmo, já vai se casar com aquele crápula. –disse com amargura –Como é que você pôde fazer isso comigo/!?
-Como você me achou? –perguntou, boquiaberta.
-A sal pulseira. –o que fez com que ela olhasse imediatamente para o pulso –Depois de você ter sido seqüestrada, você realmente acha que eu não tomaria nenhuma precaução? Eu coloquei um feitiço rastreador nela.
-Entendo... –ela murmurou, encontrando dificuldades para encarar aqueles olhos extremamente verdes –Harry, eu não deveria ter deixado as coisas chegarem naquele ponto...Eu deveria ter terminado antes com voe.
-Oh, não me diga! –cuspiu as palavras –Não muda o que você fez.
-Harry, eu sei que sou a errada nessa história, mas não faça assim. Eu estou apaixonada pelo Draco há um bom temo. A detenção da Minerva nos aproximou...Eu nunca poderia ser o suficiente para te fazer feliz porque você perceberia que eu não estava feliz.
-Não foi só deixar me deixar no altar, Gina. Você deixou os seus amigos e familiares no meio de uma guerra. Você fugiu como uma maldita desertora. Você não merece ter pertencido à casa de Grifinória.
Aquilo foi como um tapa na cara dela, lágrimas começaram a macular seu rosto:
-Eu sei...Eu não me orgulho disso, m-mas eu precisei ser egoísta dessa vez. Eu não pude ser tão altruísta, me perdoa.
-Você é uma vergonha. Não sei como pude pensar em vir atrás de você ara te levar de volta. Eu odeio você, Gina, e o mais irônico é que eu te odeio porque te amo. Eu gostaria que o ódio fosse maior, mas não é. Portanto, mesmo que seus pais não tivessem me pedido, eu viria atrás de você da mesma forma. Nós fomos feitos para ficar juntos. Você é a mocinha, não tem que ficar com o vilão...
A porta foi aberta com violência e Draco entrou à passos decididos:
-Vilão? Eu sou no máximo um anti-herói. –declarou –Aliás, muito heróico da sua parte querer roubar a minha noiva. –finalizou, ironicamente.
-Foi você quem fez primeiro. Eu apenas vim reaver o que é meu por direito.
-Tsc, tsc. A Gina não é sua há muito tempo, Potter. Então faz o favor de dar o fora daqui. –exigiu.
-Eu não saio daqui sem ela, Malfoy. –garantiu.
-Só por cima do meu cadáver. –Draco disse e ele e Harry sacaram suas varinhas.
-NÃO! –a ruiva gritou, colocando-se entre eles –Parem com isso agora mesmo. Eu não sou propriedade de ninguém e não falem de mim como se eu fosse uma posse e não pudesse emitir opinião.
-Foi mal, Kittie. –Draco desculpou-se, ainda atento aos movimentos do moreno –Apenas diga pra ele que voe me escolheu.
-Cale a boca, Draco. E você, Harry, não ria. Em primeiro lugar, vocês sã uns idiotas e infantis que brigam e disputam as coisas desde os 11 anos de idade. Eu tenho novidades, queridos. Eu não sou nenhum maldito troféu como prêmio de disputa, entenderam? O que eu fiz não foi por nenhum caprichozinho banal. Foi uma escolha séria e foi por amor. Harry, eu amo você, mas eu não sou mais apaixonada por você. E o Draco não é esse crauá que ele parece ser na sua frente, eu sei que vou ser feliz com ele.
Diante do que a ruiva disse, Draco baixou a varinha. Pouco depois e hesitantemente, Harry também o fez. A seguir, Gina tirou a pulseira e entregou para Harry:
-Eu peço encarecidamente que você vá embora e não conte a ninguém, ninguém mesmo, onde eu estou.
Potter bufou:
-Se é assim que você quer. Boa sorte, desertora. –e saiu sem olhar para trás.
Gina abraçou Draco, o qual disse:
-Maldição, teremos que nos mudar. Como é que o Potter nos achou?
-A pulseira. E não, não precisamos nos mudar. Eu confio no Harry.
-Mas... –o loiro tentou argumentar, sendo logo cortado.
-Ele nunca se perdoaria se causasse a minha morte. Então ele não vai contar para ninguém.
***
6 anos depois...
-Kittie, querida... –ele disse no ouvido dela, beijando-lhe o pescoço em seguida.
Era cedo da uma manhã de segunda-feira:
-O que é, Draco? –perguntou, sonolenta, ainda de olhos fechados.
-Você fica tão sexy nessa camisola preta... –ele comentou, o que a fez sorrir e abrir os olhos.
-Draco, ta frio hoje e tá quentinho debaixo das cobertas. Você tá me descobrindo. –falou, fazendo manha, ao perceber que ele puxava os edredons para baixo enquanto descia os beijos.
-Eu tenho uma reunião importante hoje e você sabe que eu sou supersticioso...Além do mais, você sabe que eu posso te esquentar rapidinho. –foi insinuante.
-Pode, é? –sorriu maliciosa, acariciando-o por debaixo das cobertas –Mas o que será que você está querendo? – se fez de desentendida propositalmente.
-Haha, você sabe muito bem, Kittie. –mordiscou o lábio inferior dela e em seguida encarou-a – Faz amor comigo. –sussurrou roucamente.
Ela sorriu:
-Com muito prazer, meu loiro safado. –respondeu, ajudando-o a tirar a camisa do pijama –Adoro quando você pede com jeitinho. –confidenciou.
Draco buscou vorazmente a boca da mulher e ela correspondeu com a mesma intensidade, enquanto suas mãos exploravam cada parte do corpo dele que pudessem alcançar.
“Bela forma de começar o dia. Pena que seja segunda-feira e a gente tenha que ir pro trabalho. Por mim eu segurava ele nessa cama o dia inteiro.” A ruiva pensou, enquanto o marido arrancava a camisola dela e começou a beijar-lhe os seios.
“Perfeita. A minha ruiva é perfeita. Temos uma família maravilhosa. Eu nem sei se mereço tamanha felicidade.” Sorriu internamente.
Gina ajudou-o a despir as calças e virou o jogo, sentando-se sobre ele na altura dos quadris:
-Quem é que manda agora? –ela piscou um olho e como ele não respondeu, rebolou lentamente sobre ele.
-Uh! Você é que manda, Kittie. –ele concedeu.
-Bom garoto. –ela beijou-lhe os lábios.
-Garoto, é? –perguntou, cético.
-Meu homem... –Gina disse, provocante, escorregando um dedo pela barriga dele.
A seguir ela enlaçou seus dedos com os dele e prendeu as mãos dele contra o colchão enquanto mordiscava e sugava os mamilos no peitoral definido. Draco apertou mais forte as mãos dela e fechou os olhos.
Após algum tempo de carícias ela comentou:
-Você ainda não está do jeito que eu quero, Draco.
-E como você me quer? –perguntou, olhando intensamente em seus olhos.
-Eu te quero louco de desejo, delirante...
Ele riu:
-Você adora fazer com que eu perca meu auto-controle.
-Pode apostar que sim, Sr. Malfoy. –replicou.
A Weasley sentou-se mais para baixo nas pernas do loiro. Soltou as mãos dele e livrou-o da cueca:
-O que está pretendendo, Sra. Malfoy?
Ela apenas sorriu e direcionou suas mãos para o pênis dele, que já se encontrava teso, e passou a acariciá-lo. Logo o Malfoy ofegava e comentou sobre ser golpe baixo.
-Golpe baixo, é? –perguntou antes de levar a sua boca até o membro dele.
Mais uma vez Draco fechara os olhos. Suas respiração estava curta e rápida. Os estímulos orais dela estavam levando-o ao ápice e alguns gemidos já escapavam de sues lábios. Parecia imperativo que ele a possuísse:
-Kittie...Eu preciso de você...Agora... –ele disse, ofegante.
Gina ergueu-se e Draco derrubou-a de costas na cama, puxando para baixo a calcinha dela sem quaisquer cerimônias. Ele estava completamente tomado pelo desejo. A ruiva se envaideceu, a fonte do desejo dele era ela. O Malfoy investiu contra ela o mais delicadamente que seu tesão permitiu. Por um momento, o casal apenas mirou os olhos um do outro, sentiam-se completos. Como que por entendimento mútuo, Draco passou a se mover, o que a fez suspirar. Com aquele deslizar rápido o caminho para o orgasmo logo chegaria ao fim, mas a ruiva queria tê-lo unido a si por mais tempo:
-Minha vez... –ela pediu, tentando fazer cara de inocente, o que não era exatamente convincente àquela altura.
O loiro parou:
-Vai lá, ruiva, me mata de prazer. –falou, com os cabelos já meio colados contra a testa pelo suor.
Gina então montou sobre ele, permitindo ser penetrada e começando a ditar um ritmo lento. O Malfoy colocou suas mãos nos quadris da mulher e teve que usar de todo seu auto-controle para não ditar a ela seu próprio ritmo. O prazer parecia não ter limites em seu aumento. Naquela lenta velocidade havia algo de torturante, como se os dois não conseguissem enxergar o topo ao subirem aqueles degraus de prazer:
-Draco... –ela meio ofegou, meio gemeu –Mais rápido. –ela se rendeu.
O Malfoy apertou-a mais pelos quadris e ditou os movimentos dela. Por alguns instantes pareceu o suficiente, mas depois...Ele precisava de mais velocidade. Virou o jogo de novo e moveu-se o mais rapidamente que seu corpo permitiu. Na ânsia instintiva de mantê-lo unido a si, o corpo de Ginevra se comprimiu contra o de Draco. O loiro agradecia aos feitiços de imperturbabilidade ou sua mãe e seus filhos poderiam ouvir os ruídos Ada discretos que eles estavam produzindo.
De repente eles puderam ver o ápice daquela escadaria que estiveram subindo, aproximando-se cada vez mais. Seus olhares se encontraram e ambos sabiam que a sensação do paraíso na Terra os estava englobando. Gina mordeu o lábio inferior e Draco trincou seus dentes. Tais atos não abafaram os gemidos mais altos proferidos até então. Seus corpos enrijeceram por um instante para logo em seguida estremecerem em meio ao momento de exultação. Pouco depois relaxaram e Draco desabou na cama ao lado da mulher. Gina deitou a cabeça sobre o peito dele:
-Draco, que horas são? –perguntou, preguiçosamente.
Ele lançou um olhar para o despertador:
-Droga, 7h já. Nós temos que ir trabalhar.
-Poxa, eu queria tanto ficar aqui abraçadinha com você.
-Eu também, Kittie, mas não dá. Eu até sugeriria que nós tomássemos banho juntos, mas nós acabaríamos atrasados, você sabe...
-É, do jeito que você é um tarado. –ela provocou.
-Eu não te ouço reclamar. –jogou de volta.
-E nem poderia, você me leva até o céu cada vez que a gente faz amor. Eu te amo, loiro safado. –e deu um selinho nele.
A seguir, ela fez menção de se levantar, mas ele segurou-a:
-Eu também te amor, sua falsa inocente. Você só se finge de recatada, Kittie. Mas pode continuar, é assim que eu gosto. –e soltou-ª
Gina riu e dirigiu-se para o banheiro a fim de tomar seu banho matinal. Ela e o marido trabalhavam em Vancouver. Draco era executivo de uma empresa de médio porte e Gina era gerente de uma loja de departamentos. Tinham se inserido no mundo trouxa para se esconderem melhor de Voldemort. Ele já tinha sido derrotado há dois anos, mas os dois permaneceram em seus empregos por terem sido promovidos. Gina sentia falta da Inglaterra e das pessoas que havia deixado lá. Queria dizer a Draco que voltasse, mas vivia adiando o momento de terem essa conversa. Afinal, ela temia o modo como seria recebida pelas pessoas que deixara para trás. Ela e Draco tinham dois filhos, Alice e Matthew de 4 e 5 anos. Narcisa cuidava de ambos quando não estavam na escola e os pais estavam trabalhando.
Após o banho, Gina foi acordar seus filhos. Entrou no quarto e os dois pareciam anjinhos dormindo. Ela chacoalhou-os de leve pelos ombros:
-Alice, Matt. É hora de acordar. A mamãe vai fazer café da manhã pra vocês. Vamos, acordando! Sem cara feia, mocinho. Siga o exemplo da sua irmã.
-Bom dia, mamãe. –Alice disse, animada.
-Bom dia, querida. –a mãe acariciou os cabelos acobreados da filha. –Matthew Augustus Weasley Malfoy, eu disse para levantar.
O loirinho se deu por vencido, saindo da cama enquanto esfregava os olhos:
-Eu quero dormir mais, mamãe. –ele reclamou.
-Bem, eu te avisei para ir dormir cedo. –e foi se afastando dos filhos –Quero os dois lá embaixo em cinco minutos. –avisou antes de sair pela porta.
Gina se controlava para não mimar demais os dois.
“Não quero que eles sejam esnobes e chatos como o Draco costumava ser.” Pensava.
Assim que chegou na cozinha o café da manhã estava pronto. Ao vislumbrar sua sogra sentada à mesa, a ruiva agradeceu:
-Obrigada, Narcisa. Você foi um anjo preparando o café da manhã.
-Por nada. –respondeu e após uma pausa, perguntou –Onde está o Draco?
-Tomando banho. –Gina respondeu –Daqui a pouco ele e as crianças descem.
Narcisa observou a nora atentamente e após bebericar sua xícara de chá, comentou:
-O que te aflige, Ginevra? Não é de hoje que você parece preocupada e pensativa. Está tendo problemas conjugais?
-Não exatamente... –tentou ser evasiva.
-Eu não vou contar para o Draco. –a loira prometeu.
-Ah...É que eu nem sei como começar.
-Por favor, não me diga que está traindo o meu filho. –a sogra praticamente implorou.
-De forma alguma! Eu nunca faria isso. –defendeu-se.
-Fico feliz que não. –pareceu aliviada –Mas então, o que é afinal?
Ginevra abriu a boca para responder, porém, nesse mesmo instante Draco adentrou a cozinha com Alice e Matt. As crianças se sentaram em seus locais habituais:
-Bom dia, vovó. –disseram em uníssono.
-Bom dia, crianças. –ela respondeu, sorrindo –Bom dia, Draco. Dormiu bem?
-Bom dia, mãe. Sim, eu dormi bem. –respondeu.
Fizeram o desjejum como usualmente e então Draco e Gina adentraram o carro junto de seus filhos. Levaram-nos até a escola. Parecia um dia normal. Mas não o era para Gina. Ela estava decidida a conversar com o marido sobe voltarem para a Inglaterra.
Faziam o caminho para Vancouver, quando Gina anunciou:
-Amor, nós precisamos conversar.
“Por Merlin, que não seja para discutir a relação.” Pensou, enfadado.
-Eu estou ouvindo, Kittie. –a voz dele foi suave, mas a mulher sabia estar pisando em areia movediça.
-Na verdade, eu não estou certa de que este seja o melhor momento. É, acho melhor conversarmos hoje à noite.
-E você pretende me deixar curioso pelo resto do dia? O que é tão grave assim pra você não querer falar agora? Algum problema com as crianças? –perguntou e ela fez que não –Com a minha mãe? –e a mulher negou novamente –É comigo? Eu fiz algo na cama que você não gostou? Eu falei algo que não deveria?
-Calma, Draco. Não é nada disso.
-Então me conte de uma vez. –demandou.
-Mas...
-sem desculpas, Ginevra. Você não deveria ter começado se não pretendia terminar agora.
Ela bufou:
-Você é mesmo muito mimado, Draco Malfoy.
-Vai mesmo começar com a sessão de “elogios”, querida? –falou ironicamente.
A ruiva revirou os olhos, mas respirou fundo e soltou:
-Eu quero voltar para a Inglaterra.
O loiro deu um suspiro de cansaço:
-Estava imaginando quando você iria dizer isso. Até que demorou.
-Eu realmente quero voltar, Draco. –insistiu.
O loiro mantinha os olhos na estrada, mas podia adivinhar a expressão tristonha no rosto da esposa:
-Na verdade, desde que Voldemort se foi eu quis voltar para a Inglaterra, mas...
-Mas? –ela indagou.
-Eu não comentei nada porque eu quis te proteger. Você realmente acha que vamos ser recebidos de braços abertos? Eu até nem ligo se me tratarem com descaso, mas se for com você ou com os nossos filhos...Com certeza a pessoa iria se arrepender amargamente. –falou seriamente.
-Eu sei disso, Draco. Mas eu gostaria de tentar, por favor. –ela pediu.
-Não me olhe com essa cara, Ginevra. –ele reclamou.
-Por favor. –ela voltou a insistir.
Ele revirou os olhos:
-Como você é teimosa. Eu não acho que seja a melhor das idéias. Eu não quero que os nossos filhos sejam discriminados pela escolha que nós fizemos no passado.
-Mas você não sente falta do mundo mágico? Logo você que costumava falar tão mal dos trouxas e etc... –provovou.
-Não é essa a questão. –e fez uma pausa –Ok, me convença. –concedeu que ela tentasse.
-Eu sinto saudades da Inglaterra.
-O que mais? –perguntou em tom monótono.
-Eu sinto falta da minha família.
-Nós temos uma família aqui. –retrucou.
-Eu quero que nossos filhos vão para Hogwarts, ter um ensino de magia de qualidade.
-Um ponto para você. –o loiro concordou –Me dê mais dois bons motivos.
-Você é tão bom em poções, Draco. Deveria estar trabalhando em algo relacionado a isso.
-Obrigado. –ele sorriu –Falta um ainda.
-O nosso vizinho deu em cima de mim. –confessou.
-O quê? Como assim? Eu vou quebrar a cara daquele desgraçado!!!
-Clama, Draco. Não aconteceu nada demais. Você sabe que eu te amo e nunca daria moral para ele.
-É, eu sei. Eu confio em você, mas não me impede de ficar bravo. E é por confiar em você que esse motivo não foi bom o suficiente.
Ela bufou e pensou por alguns instantes:
-Bem, voltar para a Inglaterra me faria feliz...Você sabe o que acontece quando estou feliz, não? –perguntou montando uma expressão inocente em sua face.
Draco exibiu um sorriso malicioso:
-Eu sei. Ah, você joga sujo, Kittie. Eu já me convenci, mas não venha me responsabilizar caso as coisas não saiam como você esperou. –alertou-a, estacionando o carro em frente à loja onde a ruiva trabalhava.
-Obrigada, Draco. –agradeceu e sorriu enormemente antes de beijá-lo.
-Tenha um bom dia, querida. –ele murmurou após quebrarem o beijo.
-Pra você também, amor. Eu te amo muito. –falou, acariciando-lhe a face, o que o fez sorrir.
Duas semanas depois
0Onde nós estamos indo, mamãe? –Matt perguntou, do banco de trás.
Houve silêncio. Draco tirou os olhos da estrada por um instante e viu que a esposa estava mais branca que o normal e mirava um ponto fixo. Sabia que ela estava nervosa. Era a primeira vez que Gina apareceria na Toca após a fuga. O loiro compadeceu-se e respondeu por ela:
-Conhecer o papai e a mamãe da mamãe.
-Por quê? –Alice quis saber.
-Porque eles fazem parte da nossa família. –respondeu, mesmo não achando que Arthur e Molly o aprovassem como genro.
-Como eles são? –Matt perguntou.
-Logo vocês verão. –Gina respondeu docemente e tentando sorrir, a despeito de sua ansiedade.
Ao chegarem na frente da Toca a ruiva olhou o que havia sido o seu lar por um longo tempo e chorou. Draco abraçou-a:
-Calma, está tudo bem. Eu estou aqui com você.
-Não chora, mamãe. –Alice disse.
-Por que a mamãe ta chorando? –Matt indagou.
-Ela está emocionada, filho.
Assim que ela se acalmou todos saíram do carro. Draco segurava a mãe da esposa e da filha. Gina segurava a mão de Matt além da de Draco.
-Mas que casa estranha. –o garotinho comentou e Draco riu internamente disso, não negava ser seu filho.
Chegaram na frente da porta:
-Quer que eu bata? –o loiro se ofereceu.
-Não, obrigada. Eu acho que eu devo fazer isso. –a ruiva respondeu, parecendo se concentrar e em seguida batendo.
Ela engoliu em seco ao ouvir o barulho de uma chave virando na maçaneta. A porta foi aberta um segundo depois por Molly Weasley, a qual já exibia diversos fio de cabelos brancos. Todos ficaram estáticos e ela ouviu uma voz de homem - que reconheceu como sendo a de seu pai – perguntar quem era. Isso pareceu tirar a Sra. Weasley de seu torpor:
-O que você faz aqui, Ginevra? –perguntou, tentando soar fria e esconder toda a sua mágoa.
-Por favor, mamãe. Podemos entrar? –perguntou com os olhos marejando.
Só então Molly percebeu que a filha estava acompanhada.
-Ok. –ela concordou, ainda distante.
Todos entraram em silêncio. Porém, Matt não conseguiu segurar sua curiosidade:
-Essa é a vovó, mamãe?
Molly olhou para o garotinho e sua expressão pareceu enternecer:
-Qual o seu nome?
-Matthew.
-E o seu, lindinha? –perguntou para a ruivinha tímida.
-Alice.
-Prazer, são blos nomes. E sim, eu sou a avó de vocês.
Entraram na sala e Arthur ficou estupefato:
-O que...?
-A nossa filha veio nos visitar com o marido dela e nossos netos. –explicou em poucas palavras.
-Oi, vovô. –as crianças acenaram.
-Oi, crianças. –ele respondeu, na falta de algo melhor para dizer.
-Por que vocês não vão brincar com seus primos? –Molly sugeriu e após Gina assentir, ela levou-os para outro cômodo.
-Como é que você tem o descaramento de aparecer aqui com o Malfoy depois de tudo o que você fez? –Arthur perguntou duramente.
-Sr. Weasley, por favor, não trate a Ginevra assim. –Draco pediu –Nós viemos até aqui com as melhores intenções.
-Intenções tão boas quanto você seqüestrar a minha filha no dia do casamento dela? –Molly acusou, adentrando a sala novamente.
-Ele não me seqüestrou, mamãe. Nós viemos contar como as coisas realmente aconteceram. Nós já tínhamos um relacionamento em Hogwarts. Eu tinha brigado com o Draco quando aceitei me casar com o Harry. –Gina contou.
-O que você deveria ter feito. –Arthur interrompeu.
-Papai, eu nunca seria feliz de verdade casada com o Harry. É o Draco quem eu amo.
-Eu sabia que era errado o que eu queria fazer, mas ainda assim eu fiz. Eu entrei disfarçado aqui no dia do casamento e fui até onde a Ginevra estava se arrumando. –Draco contou.
-Ele me fez ver que eu estava cometendo um erro. Mas eu sei que eu fui egoísta deixando o Harry no altar e fugindo do país sem dar satisfações, mas é que...
-Voldemort queria a minha cabeça porque eu o traí ao ferir vários comensais e tirar a Ginevra do cativeiro. Vocês dois devem ter sido informados de que fui eu quem levou a Ginevra até o St. Mungus. Naquela época não devem ter entendido o porquê. Eu iria fugir do país para escapar de Voldemort. Pedi para a Ginevra vir junto e casar comigo. Ela quase não aceitou por pensar nas conseqüências.
-Pouco depois o Harry nos encontrou e eu pedi para ele não contar a ninguém onde estávamos para não comprometer a nossa segurança. Me perdoem, mas foi realmente necessário. O Draco me faz feliz, ele me deu filhos maravilhosos e é um ótimo ai. Por favor, não o julguem pelo passado.
-É muita informação de uma vez. –Molly se pronunciou - Foram anos sem saber de você. Estamos muito magoados. Se você não amava mais o Harry não deveria ter aceitado casar com ele. E fugir da guerra também não foi a coisa mais nobre do mundo...
-A sua mãe está certa. Você nos decepcionou muito. Isso não vai passar de uma hora pra outra.
-Mas me dêem uma chance, por favor. –Gina suplicou.
Molly e Arthur se entreolharam e então ela disse;
-está bem, nós daremos uma chance de você se reincorporar à família. Venha almoçar conosco no domingo. Você também, Malfoy e tragam as crianças.
Gina abriu um grande sorriso, agradecendo e abraçando os pais. Era um recomeço e ela não pretendia desperdiçar essa chance.
Mais tarde, no quarto de Draco e Gina
-Eu estou muito feliz, Draco.
-Eu adoro te ver feliz. –ele respondeu, enfatizando o verbo “adorar”.
-safado. –ela recamou.
-Mas que mente suja, Ginevra. Eu estava me referindo a sua expressa. Os seus olhos brilham quando você sorri. É fascinante.
-Ah, mas que fofo. –ela deu-lhe um selinho e empurrou-o na cama.
-Mas eu também aprecio muito essa parte de quando você está feliz. –e sorriu –Hum, você já colocou as crianças para dormir?
-Sim, aproveitei enquanto você estava no banho.
-Feitiço de imperturbabilidade e de tranca? –quis saber.
-Já. Quanta preocupação, amor. –se juntou a ele na cama e passou a beijar a face dele.
-Não quero traumatizar nossos filhos. –piscou um olho –Principalmente não quero dar idéias para a Alice.
-Draco, ela só tem 4 anos. Não tem que se preocupar com isso agora.
-Tem razão, Kittie. Só vou me preocupar daqui a 30 anos e buscou os lábios da mulher.
Gina quebrou o beijo:
-Daco, eu não tinha nem 18 anos quando nós dormimos juntos pela primeira vez.
-Mas isso não vai acontecer com a nossa menininha...
-estou oficialmente adiando essa briga em cerca de uma década. –e não deu chance para que ele respondesse, deixando que ele desfrutasse da felicidade dela...
FIM
N/A: Agora sim esse é o fim, espero que tenham gostado e que leiam minha próxima fic (Sucessão de Erros) quando eu postá-la ^^
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!