A Detenção
Capítulo 1: A Detenção
Era um belo final de tarde de domingo. Os últimos raios de sol tingiam o céu poente. Seria um dia normal se não fosse o seu casamento. Seria perfeito se ainda o amasse...
Ginevra Molly Weasley mirava-se no espelho, mas sem realmente se ver. Seus pensamentos estavam bem longe dali, nele... Sabia que não valia a pena, mas não podia evitar. Foi tirada de seus pensamentos pela voz de Hermione, que aparecera à porta:
-Como você está linda, Gina! –a morena exclamou.
-Ahn... Ah, obrigada. –respondeu, sem verdadeiramente sorrir.
-Você está bem, Gina? –perguntou, pegando as duas mãos dela.
A ruiva, com seus olhos amendoados e melancólicos, olhou profundamente nos olhos da outra:
-Não sei. Eu me sinto estranha. Como se eu estivesse e não estivesse aqui ao mesmo tempo. –tentou explicar.
-Quer que eu chame um medibruxo? –Hermione se mostrou preocupada.
-Não, Mione, não adianta. Não é físico, é mental...
-Está pensando nele novamente, Gina? –perguntou em tom reprovador.
-Você é a única que sabe a verdade, Mione. Eu não consigo esquecer, dói profundamente o meu coração.
Hermione abraçou a noiva:
-Você está fazendo a coisa certa, Gina. Esse casamento é a coisa certa. Você será feliz, ele fará com que você esqueça as mágoas do passado. –e soltou-a, se dirigindo novamente para a porta –Estamos te esperando. Vai dar tudo certo. –e saiu, fechando a porta atrás de si.
Ninguém entendia. Todos estavam felizes com a escolha que ela havia feito em se casar com ele, mas apenas Hermione sabia toda a verdade. E ainda assim a morena parecia achar que seria fácil para ela apagar de sua mente tudo o que acontecera. Não era difícil, muito menos fácil. Para Gina era impossível. Eram lembranças demais para serem simplesmente esquecidas...
***
Quase dois anos atrás, Hogwarts
-Quem dá mais? Quem dá mais? –era Colin Creevey perguntando animadamente para a multidão que aquele “espetáculo” havia juntado –Em quem vocês apostam dessa vez?!? Da última vez Gina Weasley ganhou! Será que Draco Malfoy ganha na revanche?!?
-Dois galeões na Weasley! –Ernie Mcmillan, da Lufa-lufa resolveu apostar, apoiando a grifinória.
-Cinco galeões no Draco! –Pansy Parkinson gritou mais alto e houve vivas da Sonserina.
Justino, também da Lufa-lufa, apostou em Gina. Pansy apostou ainda mais em Draco.
Apesar de toda a balbúrdia, a Weasley e o Malfoy estavam alheios a isso. Tinham as varinhas empunhadas. Seus rostos estavam afogueados e com uma expressão de raiva. Gritavam um com o outro:
-Sua Weasley idiota! Por que não vai atrás do Cicatriz? Me pouparia da sua desagradável presença.
-Cale a boca, Malfoy! Você é apenas um Comensal da Morte nojento! –ela revidou.
-Não fale do que não sabe, sua aberração...
Ela o cortou:
-Sua doninha Albina repugnante! Só sabe ficar debaixo da saia da mamãezinha, como um garotinho mimado...
-Agora você foi longe demais!!! RICTUSEMPRA!
No último segundo, a Weasley conseguiu desviar do feitiço dele:
-É assim? TALANTALEGRA!
Draco também desviou. Disseram ao mesmo tempo:
-ESTUPEFAÇA!
-PETRIFICUS TOTALLUS!
Os feitiços chocaram-se e ricochetearam. Houve gritos e a platéia se abaixou. Nesse instante, ouviu-se:
-BASTA!!! –era Minerva Mcgonagall, lívida em fúria, os lábios apenas uma linha fina e severa.
Houve um silêncio sepulcral à chegada da diretora com Slughorn. Os telespectadores se endireitaram, Colin escondeu as moedas. Draco e Gina ainda se fuzilavam com o olhar e sustentavam as varinhas em posição de combate:
-Baixem essas varinhas, os dois. –e eles obedeceram relutantemente –Não quero ouvir uma palavra de reclamação. Acompanhem-me até o escritório. -a Diretora disse assustadoramente séria.
Sem uma palavra, eles a acompanharam com Slughorn. A senha da gárgula era “O lamento da Fênix”. Ao entrarem no escritório, o vice-diretor e também Professor de Poções, fechou a porta.
Mcgonagall não os convidou a sentar, tampouco se sentou. Lançou aos dois alunos um olhar penetrante e duro:
-Essa não é a 1ª vez. Também não é a 2ª, a 3ª ou a 4ª. Essa é a 12ª vez que vocês brigam em público.
-Mas Professora, -Draco apelou –a culpa é toda da Weasley, ela esbarrou em mim de propósito.
-Mentira! –Gina exclamou prontamente.
Minerva revirou os olhos:
-Não me interessa qual de vocês é o culpado. –declarou –Eu não agüento mais ter que lhes dar detenção e tirar pontos de suas casas. Nada disso adiantou até agora. Estão tentando ser expulsos?
-Não, senhora. –o loiro disse sem hesitar.
-Por favor, tenha piedade. –Gina pediu, juntando as mãos em frente aos peitos.
-E vocês tiveram piedade ao perturbar a paz dessa escola?
Slughorn entrou na conversa:
-Se me permite Minerva. –e ela fez que sim –Eu tenho uma idéia. Nenhuma das detenções funcionou. Eles continuam não se suportando. Então temos que ensiná-los a conviverem harmoniosamente. Forçá-los a isso.
-Tem razão, Horácio. Antes de partirmos para expulsão, vamos tentar uma detenção pela última vez.
-O que vamos ter que fazer? –o Malfoy perguntou –Eu vou ter que arrumar algum lugar do castelo com essa... Weasley? –e fez cara de nojo.
-Não, Sr. Malfoy. –ela conjurou um par de algemas –eu vou algemá-los durante as férias de Natal e Ano Novo.
-Não! –os dois protestaram e começaram a falar juntos e desconexamente.
-Quietos! –ela ordenou –Estou lhes dando uma última chance, deveriam estar agradecidos. Vamos, estendam os braços.
Draco e Gina olharam para lados opostos e levantaram o braço esquerdo:
-Não, não. Um de vocês terá que estender o direito.
-Ela! –draco disse.
-Ele! –Gina replicou.
Mcgonagall suspirou:
-Vamos, Sr. Malfoy. Seja cavalheiro e estenda o braço direito.
Draco nada disse e fez o que lhe era pedido. A Weasley ficou surpresa com essa pronta submissão dele, sem uma palavra de reclamação.
“Decididamente isso é estranho. O Malfoy não reclamando? Qual é? Eu e a doninha albina vamos ficar algemados por mais de uma semana! Eu tenho que apelar.” A ruiva pensou.
-Professora Mcgonagall, a senhora não poderia...
-Não, Srta. Weasley. –respondeu-lhe antes que terminasse a frase, prendendo o pulso da ruiva e em seguida o de Draco –Muito surpreendem-me vocês. Monitor-Chefe e uma Monitora da Grifinória brigando desse jeito. Estarei de olho nos dois. Se eu ouvir dizer que causaram outro escândalo, o distintivo será a primeira coisa que perderão. Estamos entendidos? –os dois fizeram que sim –Essas algemas irão alongar a corrente quando precisarem ir ao banheiro.
-Naturalmente só as usaremos durante o dia, não é mesmo? –o loiro perguntou na defensiva.
-Não, Sr. Malfoy. Ficarão assim 24 horas até a meia noite do dia 3 de janeiro, nenhum minuto a menos.
-Eu não vou dormir na presença dele, Professora.
-Vai sim, Srta. Weasley. Como o Sr. Malfoy é Monitor-Chefe, tem ym quarto individual. Vocês dormirão lá.
“Não!” a mente de Ginevra gritou “Isso tem que ser um pesadelo! Eu não posso dormir no mesmo quarto que um Comensal da Morte!”
-Professora, ele vai me matar! –afirmou.
-Não seja idiota, Weasley. –Draco disse.
-Essa é uma afirmação ridícula, Srta. Weasley. Garanto-lhe que o Sr. Malfoy não tentará matá-la. –a Diretora disse confiante.
-E se... e se... –corou furiosamente –O Malfoy tentar me agarrar durante a noite?
-Nem que você fosse a última bruxa do mundo. –ele declarou, veemente –Não seja ridícula, Weasley, eu nunca fiquei tão necessito pra sequer pensar nisso.
-Não se preocupe, Srta. Weasley, não seria agradável se isso acontecesse... –a Diretora disse misteriosamente –Agora vão jantar e não se esqueça de pegar suas coisas em seu dormitório, Srta. Weasley.
Os dois saíram em silêncio. Ao passarem pela gárgula, o loiro falou:
-eu não sei você, Weasley, mas eu não estou com vontade de servir de piada pros outros no Salão Principal.
-E o que você sugere? –perguntou mal-humorada.
-Vamos direto na cozinha, é claro.
O loiro não esperou uma resposta, foi andando:
-Hey, Malfoy! Vai mais devagar, está me puxando. –ela reclamou.
-Problema seu, Weasley. Ande mais rápido. –respondeu rispidamente.
Ela passou a andar mais depressa:
-Você é desprezível.
-E você é adorável. –disse com acentuada ironia.
-Eu te acho detestável. –declarou com fervor.
-Mesmo, Weasley? Pelo menos eu tenho o que comer em casa.
-Eu também tenho, sua doninha saltitante. Na minha casa não falta comida.
-Você não tem uma casa, Weasley, aquilo é um chiqueiro.
-Você não tem o direito de dizer isso, seu Comensal da Morte asqueroso.
Os olhos do Malfoy estreitaram-se e ele encostou-a na parede. Pressionando o ombro direito dela com sua mão esquerda:
-Você também não tem o direito de dizer isso de mim, Weasley. –disse suavemente, encarando-ª
-Me solta, Malfoy. –tentou dizer calmamente.
O corredor se encontrava vazio:
-E por que eu deveria? –perguntou calmo –Eu estou de alguma forma te ameaçando?
Gina suspirou:
-Por dois simples motivos. Está me machucando e não quero ser contaminada pela sua arrogância.
Draco soltou-a e fez uma careta quando olhou para a mão que havia tocado o uniforme de Gina, em seguida limpando-a em suas vestes e continuando a andar.
-Não quero me contaminar com a sua pobreza. –explicou o gesto feito há pouco.
-Ora, seu... –a ruiva disse e socou-o no peito.
Ao fazer isso a corrente entre as algemas encurtou um pouco:
-Olha o que fez, sua débil mental. –o loiro comentou com raiva.
-O que eu fiz?!? –perguntou indignada –Foi você quem começou! Eu não sabia que isso iria acontecer. –defendeu-se.
-Minha culpa? –e riu debochado –Se você não tivesse me agredido, a corrente não teria encurtado.
-É fácil pra você falar que eu sou a errada na história. Você estava me irritando.
A essa altura, já estavam em frente ao quadro da fruteira. Draco fez cócegas na pêra e a passagem abriu. O loiro a ignorou completamente, dirigiu-se aos elfos domésticos:
-Quero picanha bem passada, purê de batatas, presunto e queijo cortado em cubinhos, arroz e molho madeira.
-Srta. Wheeezy? O que faz aqui com o jovem Sr. Malfoy? –Dobby perguntou –Ele não é o tipo indicado para a senhorita.
Draco olhou friamente para o elfo, só percebendo agora que ele estava ali:
-Então é aqui que trabalha agora... É mesmo uma vergonha para os elfos. –disse com desprezo ao mirar as roupas chamativas e asseadas que a criaturinha usava –Além de ganhar um salário, fala mal de seus antigos donos.
O elfo pegou uma chaleira próxima e bateu com ela em sua cabeça:
-Dobby mau, Dobby muito mau.
-Pare com isso, Dobby! –Gina exclamou chocada, tirando a chaleira das mãos dele.
-A Srta.Wheezy é tão boa. –comentou sonhador –Enquanto... –e olhou para Draco, pensando o contrário dele.
Ao ver que o elfo tencionava bater a cabeça na parede, por tais pensamentos, a ruiva segurou-o:
-Está tudo bem, Dobby. Tem toda razão e direito de falar dos Malfoys, não trabalha mais pra eles.
-Mas Dobby teve, Dobby teve que se castigar... –Gina olhou-o com compaixão –A Srta. Wheezy é nobre e gentil como Harry Potter, não é à toa que ele gosta tanto da Srta. Wheezy.
Ela corou um pouco e um brilho de tristeza passou por seus olhos. Sentia uma falta imensa de Harry e o elfo acabara de lembrá-la disso. A voz mal humorada de Draco fê-la voltar à Terra:
-O que foi, Weasley? Já vai chorar pelo seu Potter Perfeito? –perguntou sarcástico.
Gina esfregou os olhos:
-Cale a boca, Malfoy. –ralhou com ele e se dirigiu a Dobby –Quero uma sopa e chocolate quente para mim e para o desprezível do Malfoy.
-Não gosto de chocolate quente. Quero o meu frio.
-Mas estamos em pleno inverno!
-E daí? Não se meta nos meus hábitos, Weasley. E você, seu elfo inútil, o que está fazendo aqui ainda?
-Sim, senhor. –e saiu apressado.
-Malfoy, você é um grosso, insensível e estúpido! –disse com raiva.
-Já terminou os elogios? –indagou transbordando ironia e ela não respondeu –Pois você é pobre, sardenta, ignorante, violenta e extremamente desprovida de massa cefálica, assim como os outros da sua espécie. Porque só sendo mesmo muito burro pra procriar desenfreadamente e com pouquíssimo dinheiro para sustentar a família. Os seus pais nunca ouviram falar de anticoncepcionais?
Como ele podia dizer aquelas coisas? O sangue de Gina ferveu em suas veias, deixando-a vermelha e com uma expressão assassina. Draco simplesmente riu dela, fazendo sua raiva se transformar em calor emanado por seu corpo. De repente os dois deram um pulo e gritaram:
-AI!
-Eu sabia que você me causa nojo, Weasley. –o loiro disse –Mas não sabia que era capaz de me dar choque.
-Depois eu é que sou burra? –perguntou mais controlada –É óbvio que foi por causa das algemas. Eu senti esquentar antes de levar o choque.
O loiro passou a mão livre por seus cabelos:
-Ótimo. –falou ironicamente –eu não posso nem dizer umas verdades e já levo um choque. A Mcgonagall realmente pensou em tudo. Se isso não fosse tão humilhante eu bateria palmas para ela.
-Verdades? Você deveria rever o seu conceito sobre verdades. Então perceberia o quanto é insuportável. Ninguém te suporta, Malfoy.
Nesse momento, a comida que pediram chegou e foi colocada sobre um balcão. Gina e Draco sentaram-se em bancos. Antes de começar a comer, o Malfoy disse:
-Eu não teria tanta certeza.
Ela pousou sua colher em seu prato:
-Certeza do quê? –perguntou e continuou a tomar sua sopa.
Draco estava com a boca cheia de comida, por isso terminou de mastigar antes de dizer:
-Certeza de que todo mundo não me suporta. Eu sou agradável apenas com as pessoas que valem a pena.
Gina bateu em sua testa, para sinalizar algo que havia esquecido:
-Ah, mas é claro! As pessoas que valem a pena pra você são Você-sabe-quem, os Comensais da Morte, os sonserinos e as garotas mais vagabundas da escola.
-Hey, eu não saio com vagabundas, tá bom? Muitas são certinhas. –ele ponderou, como se estivesse pensando –Mas eu acabo desviando elas do Reino do Céu.
-Claro, Malfoy, porque você é o próprio diabo.
-Um diabo que leva as santinhas ao Paraíso... –murmurou para si mesmo.
-O quê? –Gina perguntou.
-Nada que te interesse saber, Weasley. –resmungou, voltando-se para sua refeição.
A ruiva bufou e voltou a tomar sua sopa. Não valia a pena se irritar por causa do Malfoy.. Começou a pensar, como sempre fazia. Lembrou de Rony e Hermione, mas como sempre, seus pensamentos logo recaíram sobre Harry. O que estaria fazendo naquele momento?
Ela queria estar com ele aonde quer que estivesse. Queria dar uma palavra de apoio, um abraço confortante. Mas ele não queria que ela estivesse presente, temia pela segurança dela. Gina não dava a mínima pra isso, mas ele sim e ela ainda tentava compreender a decisão dele. Lembrou-se da última vez em que o vira. Fora na Toca, ele e Hermione estavam passando uns dias por lá.
Gina percebeu que o trio voltou a ter conversas que não queriam que ela ouvisse. Ficou brava com eles e uma vez chegou a discutir por isso. Harry havia focado seus olhos verde-esmeralda nela de uma maneira tão triste e resignada, que ela virou-se e saiu correndo para seu quarto. Chorara muito. De certa forma o seu coração sabia que o perderia em breve, mas sua mente não aceitava esse tipo de intuição. Naquele mesmo dia, na hora do jantar, estava anormalmente quieta e séria e com os olhos inchados.
Ninguém ousou perguntar-lhe qualquer coisa e ela sentiu-se grata por isso. Foi a primeira a terminar a refeição. Pediu licença para se retirar. Subiu as escadas solitariamente, mas antes que pudesse abrir a porta de seu quarto, sentiu uma mão em seu ombro.
Sabia que era ele antes mesmo de se virar. Ao ficar de frente para Harry, permitiu-se admirar os seus olhos e inalar seu perfume adocicado. Fora ele a quebrar o silêncio:
-Gina, precisamos conversar. –dissera –Eu posso entrar? –apontara a cabeça para a porta do quarto dela.
A ruiva fez que sim. Eles entraram e Harry usara um colloportus para trancar a porta e acendera as luzes com um lumus.
-Sobre o que quer conversar, Harry?
-Eu percebi que você ficou chateada. Me desculpe, mas eu realmente não posso contar o que eu, o Rony e a Hermione estamos planejando.
-E por que não? –perguntou, usando um tom que pensava não ser acusatório.
-Eu não consigo, não posso te envolver.
A ruiva olhou para baixo, segurando as lágrimas. Harry levantou seu queixo:
-Eu amo você, Gina. Não se esqueça disso.
-Eu também te amo, Harry. Mas por que...? –não terminou a pergunta, ele beijou-a.
Ela foi tirada brutalmente de seus devaneios, Malfoy a chacoalhava pelos ombros:
-Acorde, sua inútil! Faz tempo que eu estou te chamando.
-Ahn... –Gina murmurou vagamente e então seus olhos recaíram sobre os azuis gelo do Malfoy –Eu estava distraída.
Ele fez cara de quem estava zombando:
-Não me diga, pensei que estava contando quantos centímetros tem cada azulejo dessa cozinha.
Só agora percebia que havia tomado toda a sopa e o chocolate quente, apesar de não se lembrar. Dignou-se a não responder a provocação. Levantou-se, agradeceu aos elfos e rumou para fora da cozinha, inevitavelmente arrastando o Malfoy consigo:
-Temos que ir até o meu dormitório. –disse emburrada.
-Droga! –ele reclamou –Vou me contaminar com os vermes grifinórios.
-E eu serei envenenada pelas peçonhentas cobras sonserinas.
-Eu já disse hoje que eu te odeio? –perguntou suavemente.
-Sim, Malfoy, quando nos esbarramos. Quer dizer, quando você esbarrou em mim. –disse, revirando os olhos.
-Eu esbarrei com você, garota? Não diga bobagens, foi você quem esbarrou em mim. –disse e Gina abriu a boca para retrucar, mas ele não deixou –Em todo caso, eu vou dizer novamente, apenas para ficar claro. Eu te odeio, Weasley? Entendeu ou quer que eu desenhe?
Ela fechou a cara, com a insinuação que ele estava fazendo. Ela não era nenhuma burra, apesar dele pensar assim.
-Saiba que também te odeio, doninha Albina. –falou perversamente.
Ele ficou mortalmente sério:
-Será que não dá pra você esquecer essa história?
-Não, não dá. –respondeu com satisfação.
-Eu não sou albino. –reclamou.
-É sim. –teimou, apenas para irritá-lo.
-E você então? Com esse bronzeado de palmito não fica nada atrás.
-Você ainda ganha de mim, doninha saltitante. –disse e viu um brilho de raiva passar pelos olhos do Malfoy.
-Não me procoque, coelha sardenta.
-Ou o quê, Comensal da Morte fracassado?
O Malfoy fuzilou-a com o olhar:
-Ou então irá se arrepender por isso, cabeça de cenoura.
-Uh, estou morrendo de medo, cobra desprezível. –disse, rindo para esconder que a ameaça a preocupara.
-Sendo a namoradinha do Potter se sente muito confiante, não é, Weasley? Mas não estou vendo o Potter por aqui para protegê-la.
Gina não respondeu, Harry era um assunto delicado para ela. Não falava disso com ninguém, muito menos falaria com o Malfoy. Draco sentiu-se satisfeito.
“Até que enfim essa menininha irritante calou a boca.” O loiro pensou.
O fato de Gina ser uma grifinória, e pior ainda, uma Weasley, o cegava quanto a possibilidade de vê-la como mulher. Não opinião de Draco, a ruiva era infantil. Uma garotinha irritante que lhe dava nos nervos. Ele sinceramente não entendia o que havia com vários dos garotos da escola, até mesmo alguns sonserinos. Que tipo de planta alucinógena haviam cheirado? Como podiam querer a Weasley pobretona?
“Vai ver é porque ela saiu com o Testa-aberta. Só porque ele é famoso...Mas ele é quatro-olhos, deveriam saber que só com problemas de visão para querer essa menina.”
Chegaram em frente ao Quadro da Mulher Gorda:
-Srta. Weasley, o que faz com esse tipo de companhia? –perguntou com visível desagrado.
-Isso é contra a minha vontade. –Gina fez questão de esclarecer –Detenção.
-Uma detenção? –a Mulher Gorda perguntou entusiasmada, curiosa para saber qual era a última que haviam aprontado.
-Coração Puro. –Gina se apressou em dizer.
-Mas me contem sobre essa detenção. O que andaram fizeram dessa vez?
-Não é da sua conta, quadro fofoqueiro. –o loiro disse, irritado.
-Coração Puro. –a Weasley insistiu.
-Não posso deixar que ele entre nessa torre. –a Mulher Gorda disse pomposamente.
-Pode ter certeza de que não me agrada pisar num antro de adoradores de sangues-ruins. –o sonserino reclamou.
-Não vê que estamos algemados? Coração Puro! –a Weasley exclamou.
Contrariada, a Mulher Gorda abriu a passagem. Rapidamente os dois precipitaram-se para dentro do Salão Comunal.
“Nada mal.” Draco pensou, ao ver as poltronas aconchegantes e a lareira acesa.
Gina puxou-o. Para a surpresa da ruiva, a escada não se transformou em escorrega, talvez porque estivessem algemados. Meio ressabiada, abriu a porta do dormitório e entraram. Sally estava no quarto, lendo, e virou-se ao ouvir a porta se abrindo. Ela estava no mesmo ano em que Gina e era namorada de Colin. Seus cabelos eram castanhos claros e seus olhos verde-oliva:
-Gina? O que o Malfoy está fazendo aqui com você?!? –perguntou abismada –Vocês dois no dormitório é meio...
-Nem termine essa frase, Grant. –Draco falou de mau-humor –É ridículo, não é nada do que está pensando.
-Eu vim pegar as minhas coisas, Sally. A Minerva nos deu uma detenção.
-outra? Mas nunca adianta.
-Dessa vez é diferente. Eu vou ter que ficar algemada com esse traste até o dia três.
-Oh, meus pêsames. –a morena falou, dando uns tapinhas leves no ombro direito de Gina.
Draco sorriu daquele jeito a que estava acostumado, com um ar de deboche e superioridade em cada centímetro da boca:
-VocÊ não quis realmente dizer isso, Grant, quis? –perguntou, neutro, mas havia algo mais em seus olhos.
No memso instante Sally corou e baixou os olhos:
-E-eu preciso...procurar o Colin, Gina. –disse e saiu apressadamente com o livro nas mãos, meio perturbada e quase tropeçando nos próprios pés.
Gina olhou feio para Malfoy, ele parecia satisfeito consigo mesmo:
-O que fez com a Sally, seu oxigenado?
O loiro deu de ombros e virou as costas para Weasley, estava observando o dormitório. Gina virou-o de volta:
-Eu te fiz uma pergunta.
-E eu não sou obrigado a responder. –falou e encarou os amendoados olhos dela, que naquele instante pareciam pegar fogo –E só para constar, o loiro do meu cabelo é natural. Eu não sou oxigenado.
Gina revirou os olhos:
-Que seja. –e então fez cara de dó –O garotinho mimado não gostou de ser chamado de oxigenado. Tadinho dele...O que fará agora? Será que vai correndo chorar para a mamãezinha? Ou quem sabe vai chorar com a Murta-que-geme, deve ser a única capaz de te agüentar. Você é mesmo muito mimado...
-Cale a boca, Weasley. –ele avisou, mas Gina continuou.
-Não agüenta ouvir a verdade, não é mesmo? Bebezinho chorão, vá chorar com a Murta. Qual de vocês dois será o que mais...
-CALE A SUA MALDITA BOCA, WEASLEY! –e Gina finalmente se calou, ele olhava furiosamente para ela –Maldito Potter! –praguejou –Pra quanta gentalha ele andou espalhando?!? –perguntou, chacoalhando-a pelos ombros de maneira brusca.
-O quê? –foi o que conseguiu dizer, estava com medo dele, talvez não devesse ter ido tão longe.
“Como eu sou inconseqüente!” chutou-se mentalmente “É uma péssima idéia deixar um Comensal da Morte com tanta raiva..”
Ele interrompeu os pensamentos dela:
-Não se finja de idiota, Weasley! Pra quem mais o Testa Aberta espalhou?
-Espalhou o quê?
As mãos dele apertavam fortemente os braços da ruiva e aquilo estava machucando. Draco lançou-lhe um olhar de puro desprezo e praticamente cuspiu as palavras:
-Sobre a Murta.
-Ah...O Harry sabe disso? –ela perguntou com surpresa.
-Não se faça de sonsa. Não tente proteger o seu namoradinho, eu sei que foi ele quem te contou. –falou serimanete.
-Não. –Gina negou –O Harry não me disse nada e até onde sei, não deve ter dito à ninguém, se é que ele realmente sabe, como você diz.
-Então como...?
-Eu vi. Uma vez estava passando perto do banheiro e ouvi a voz da Murta consolando alguém. Fiquei curiosa e espiei. Quando vi que você estava chorando quase não acreditei.
Ele soltou os braços dela –ao que Gina agradeceu mentalemnte –e olhou para outro lado:
-E pra quem você contou? –perguntou, com a voz meio estranha.
A ruiva podia quase compreendê-lo. Era uma coisa íntima dele e representava uma fraqueza. Aos seus ouvidos, a pergunta dele ressoara de maneira receosa.
A resposta de Gina viera para aliviá-lo:
-Nunca comentei com ninguém, eu juro. De qualquer forma, quem acreditaria se eu contasse? –alguns momentos de silêncio e então –Como é que o Harry sabe?
-Do mesmo jeito que você. Xeretice grifinória. Vocês leões não sabem cuidar de suas próprias vidas, o Creevey principalmente.
Ao mencionar Colin, fê-la lembrar da repentina saída de Sally:
-Por quê a Sally ficou daquele jeito e saiu?
Draco estufou o peito e respondeu tranqüilamente:
-Metade da população feminina dessa escola suspira quando eu passo. –fez uma pausa –A outra metade suspira quando eu sorrio.
-Não me inclua nessa sua avaliação fajuta.
-Vai me dizer que nunca ouviu as garotas falarem de mim?
Sim, ela tinha que admitir que já ouvira, mas ele estava exagerando. A maioria das grifinórias queria distância (ou pelo menos fingiam isso muito bem). Gina já ouvira os mais diversos comentários sobre ele.
-O malfoy me dá medo. –uma dizia.
-Mas é esse jeito de badboy que o faz tão sexy. –a outra completava.
Já ouvira também conversas do tipo:
-Não chore, amiga.
-Como não? Eu amo o Draco e ele terminou tudo entre nós. –e lágrimas rolavam sem parar.
-Mas vocês não estavam saindo há apenas uma semana?
-Sim, mas eu amo ele.
-Bem, é compreensível... –a outra murmurava, abraçando a amiga.
“Patético.” Gina pensara ao sair do banheiro em que as duas estavam.
Certa vez, na biblioteca, ela vira o próprio nos amassos com a garota corvinal mais popular da escola.
“Patético.” Pensara mais uma vez, levando uma braçada de livros para a mesa em que estava anteriormente. “A biblioteca é lugar de estudar. Não sei porque certas pessoas se tocam disso.” Completou mentalmente, a imagem dos dois não lhe saía da mente “é, o Harry me faz falta...” e suspirara.
Outra vez na biblioteca, a Weasley, enquanto procurava livros para um trabalho de Herbologia, entreouviu uma conversa:
-Vamos, Candy. O que você queria tanto me contar?
-Ah, Vick, é que...
-O quê? –a outra perguntou impacientemente.
-Eu e o Draco...
-Não! –a tal da Vick disse teatralmente e Gina lembrou-se que Candy era a corvinal que estava se agarrando com o Malfoy no outro dia –Me conta! –pediu entusiasmada.
-Ele é muito bom... –murmurou, aparentemente envergonhada –Bom de cama. –as duas soltaram risinhos cúmplices que irritaram Gina.
“É, parece que daqui alguns dias haverá mais uma choradeira no banheiro feminino. Os casos do idiota do Malfoy nunca duram muito.” Pensou, arriscando um olhar para a corvinal, Candy, que tinha um enorme sorriso e parecia estar nas nuvens. Mas por quanto tempo?
-Hey, Weasley! –ele gritou no ouvido dela, assustando-a –Não sabia que a pobreza podia deixar alguém tão lesado.
A ruiva fez cara feia:
-Eu não tenho problemas mentais, loiro aguado. Estava me perguntando quantas idiotas existem nessa escola.
Draco fez um muxoxo:
-aposto que você encabeça a lista, cabeça de cenoura. –e ela bufou –Vai logo, sua lerda! –reclamou –Não agüento mais ficar em território tão desagradável.
Gina enfiou seus pertences em seu malão e fechou-o:
-Acabei de terminar. –respondeu, desgostosa só de pensar no que viria pela frente.
Oh, eu estou vivendo um pesadelo. Ninguém merece ter que agüentar essa cobra desprezível.”
“Até que enfim sairei desse lugar.” Pensou enquanto acompanhava a Weasley.
Vendo-a carregar o malão visivelmente pesado, sorriu. Ajudá-la seria a última coisa a passar por sua cabeça. Não que não tivesse o mínimo de cavalheirismo. Usava paenas quando era conveniente, como quando queria conquistar uma garota. Mas a Weasley? Não, ele não seria gentil com ela. Draco não tinha a mínima consideração por nenhum Weasley.
“Por que eu teria? São seres inferiores. Ela tem mesmo que ser uma burra de carga.” Pensou calmamente.
Ao passarem pelo Salão Comunal da Grifinória, os grifinórios que ali estavam, pararam o que estavam fazendo para observar os dois.
-O que foi?!? –Draco perguntou irritado –VOLTEM A SE PREOCUPAR COM SUAS VIDINHAS MEDÍOCRES! Não ouviram? Eu sou Monitor Chefe dessa espelunca, se vocês...
Todos voltaram a fazer o que faziam antes, não estavam a fim de perder pontos para a Grifinória.
-Não precisava ser tão grosso. –a ruiva retrucou ao passarem pelo Quadro da Mulher Gorda.
-Não me diga como agir, sujeitinha inferior.
-Inferior é você, roedor das masmorras.
Draco olhou feio para ela:
-Vá se foder, menininha irritante. Quem sabe assim ganha alguns trocados.
A ruiva ficou vermelha de vergonha e raiva:
-Seu...Seu... –seu sangue fervia de irritação e não conseguia encontrar palavras, mordeu o lábio inferior um segundo antes de acontecer.
Os dois levaram um choque.
-Sua desgraçada...
Gina tentou se controlar, não queria levar choque novamente:
-Você me enoja, Malfoy. –falou de maneira afiada –Não é porque você é gigolô que eu tenho que ser uma puta. Eu não sou assim. –falou com os dentes cerrados.
-Gigolô, eu? –ele perguntou, rindo –Nenhuma mulher me sustenta para que eu fique com ela. Você é tão ridícula, Weasley.
Ela bufou:
-Não te sustenta com dinheiro, mas sim com outras coisas. Eu quis dizer que você é devasso. É capaz de transar com qualquer coisa que tenha duas pernas e fique parada tempo o suficiente. –comentou com desprezo.
Ele riu com gosto, debochadamente, como sempre, antes de dizer:
-Ora, ora, ora. O que temos aqui? A menininha Weasley gostaria de experimentar um homem de verdade. Entre na fila, Weasley e quem saiba eu te atenda no dia em que os unicórnios criarem asas e dançarem ao som de As Esquisitonas.
Fuzilou-o com o olhar:
-Merlin me livre! –foi veemente.
Draco não perdeu o rumo da provocação:
-Confesse, Weasley. Você tem inveja delas. –disse calma e convencidamente.
A ruiva olhou-o com incredulidade:
-Inveja nenhuma. –respondeu com toda dignidade –Onde está o privilégio em ir pra cama com um garotinho mimado como você?
Isso não o abalou nem um pouco:
-Vejo que tem uma língua afiada. –comentou, tranqüilo –Mas é apenas uma grifinóriazinha inocente.
-Eu não sou inocente! –ela protestou.
-Ah, é sim. A garotinha weasley, superprotegida e inalcançável. Ouvi dizer que ainda chora pelos cantos a ausência do Potter.
-Não é da sua conta. –disse seriamente.
-Não se irrite, garotinha Weasley.
-eu não sou uma garotinha! –exclamou, odiava quando a tratavam como uma criança.
-É sim. Você é infantil, garota. Não se comporta como uma mulher, é uma moleca.
Ela estreitou os olhos:
-Eu já disse, malfoy, não sou nenhuma piranha. Não é porque eu não fiquei com mais ninguém que eu não seja uma mulher.
-Será que o Potter não é tão certinho quanto parece? –perguntou, erguendo uma sobrancelha, gesto que irritou a ruiva.
Suas bochechas estavam levemente coradas quando respondeu:
-Não é da sua conta o que eu e o Harry fizemos ou deixamos de fazer.
-Uh. Não é que a Weasley gosta de desafiar? Pois eu vou lhe dar um conselho. Não é sensato agir desse modo.
-É mesmo, Malfoy, você é especialista nesses assuntos. Esqueci que estava falando com um Comensal da Morte.
Draco ficou sério:
-Por que você diz isso? Por que eu pensa que eu sou um Comensal?
-Porque você é! O Harry me contou.
-E o que o Potter sabe sobre a minha vida? Você não devia dar crédito a tudo o que ele diz. Ele pode ser o heróizinho trágico, mas também é passível de erro.
Gina fez um muxoxo. Para ela não adiantava ele insinuar que não era um Comensal da Morte, sabia que ele era:
-A mim você não engana, Malfoy.
-Como você é injusta, Weasley... –ele murmurou.
-Eu, injusta? Por quê? Apenas estou dizendo a verdade.
-Deixa pra lá, você não entenderia. –ele deu um suspiro cansado.
-Agora eu quero saber!
-Não. –respondeu categoricamente.
-Vai, Malfoy. Diz pra mim.
-Já disse que não, sua bisbilhoteira. A vida é minha. Será que todos os grifinórios querem se meter onde não devem? Deve ser essa a razão de tão alta taxa de mortalidade.
Gina ficou com raiva. Era verdade que nas férias vários alunos da grifinória e pessoas simpáticas à Ordem haviam sido mortas, mas era insensível do jeito que ele falara. Como se estivesse satisfeito com o acontecido.
“O que eu não duvido nada.” Foi o que veio em sua mente.
-Se não vai sair dessa sua boca nada que se aproveite, é melhor que fique calado.
Para a surpresa de Gina, o loiro ficou em silêncio. Ao olhar para onde ele olhava, pôde descobrir o motivo. Candy Smith se aproximava deles, com visível apreensão:
-Oi, Draco. –ela ignorou Gina completamente.
-Oi, Smith. O que você quer? –ele perguntou aborrecido.
-A gente precisa conversar. –ela disse timidamente.
-Eu não tenho nada para conversar com você, Smith.
O olhar da corvinal recaiu sobre Gina:
-Você me trocou por essa Weasley? –perguntou, indignada.
-O quê?!? –ele perguntou e deu uma risada sarcástica –É claro, porque eu adoro sangues-ruins e a Grifinória. Principalmente os Weasley. Sabe que estou até pensando em pintar o cabelo de vermelho e ir morar no chiqueiro deles?
Gina deu uma cotovelada no Malfoy ao ouví-lo falar de sua família, ele apenas lançou um olhar fuzilante para Gina.
-Não precisava ser sarcástico, Draco. –Candy murmurou melosa.
Ele revirou os olhos:
-Como não? Você vem dizendo absurdos.
-É que eu pensei...Você terminou tudo tão de repente. O que foi que eu fiz?
-Você é um chiclete, Smith, é isso o que é!
“Assim como todas as outras.” Ele pensou desgostoso “Por que as mulheres pegam tanto no meu pé?”
-Desculpa, Draco. Eu prometo que vou melhorar.
-Não, eu já te dei uma chance e você desperdiçou. Já tinha reclamado da sua marcação.
-Quem é a outra? –perguntou, os olhos já marejados.
“Aff.. Que ceninha ridícula. Onde está o orgulho, o amor-próprio dessa garota? Se humilhar por causa de um garoto? Não vale a pena, ainda mais se for um como o Malfoy. Faça-me o favor.” Ela pensou enojada.
-Outra? Não tem outra. Vá para a sua torre, Smith.
-Draco, você tem que me ouvir! Eu te amo.
-Menos 10 pontos para a Corvinal. –ele disse, sério.
-Por quê? –perguntou completamente indignada.
-Está zombando das medidas de segurança da escola ao andar sozinha por aí.
-Então me leve para a minha torre. –ela pediu.
-Você é muito folgada, sabia? –a ruiva se pronunciou.
-Ninguém pediu a sua opinião, menininha estúpida. –Candy respondeu.
De novo haviam chamado-lhe de criança. Como ela odiava ser tratada assim!
Há muito tempo que a viam como ingênua e fraca, mesmo tendo por várias vezes demonstrado que isso não correspondia à verdade. Sua família sempre tinha a superprotegido. Ao se tornar adolescente, Gina tinha se revoltado com isso e passou a mostrar seu verdadeiro eu.
-Eu não vou até a Torre da Corvinal! –Gina afirmou.
-E quem disse que eu pedi pra você?
-Olha aqui, sua loira burra, eu estou algemada com o Malfoy. É uma detenção da McGonagall, caso o seu cérebro subdesenvolvido não tenha percebido.
-Vai embora, Smith, antes que eu tire mais pontos da sua Casa. –o loiro ameaçou e sem esperar uma resposta da corvinal, saiu puxando Gina.
A grifinória arriscou uma olhada por cima do ombro e se olhar fosse uma metralhadora, Gina Weasley poderia se considerar morta por Candy Smith.
-Eu não te entendo, Malfoy. –ela comentou.
-Lógico, eu sou complexo demais para o seu cérebro limitado. –disse cheio de si.
Gina bufou e resmungou:
-Idiota!
Ele revirou os olhos:
-O que você não entende? –perguntou, tentando demonstrar indiferença.
-Você e aquela loira fresca estavam se agarrando na biblioteca outro dia. Por que é que você foi tão rude com ela?
-Depois quando eu digo que os grifinórios são intrometidos...
-Ora, eu não tenho culpa. –disse com dignidade –Eu fui pegar alguns livros numa prateleira e vi. Não é minha culpa se vocês estavam quase se engolindo num lugar reservado a estudos, a única coisa que poderiam estar estudando era “bilíngüe”. Fazer aquilo num lugar daqueles chamaria a atenção de qualquer um.
As bochechas do malfoy adquiriram um coloração levemente rosada, mas fez uma cara de safado ao dizer:
-Isso foi uma lamentação? Por que será que eu acho que você quer ser a próxima?
-O quê? Eu não acredito no que acabei de ouvir. Fique longe de mim, Comensal da Morte.
-Só porque eu sou da Sonserina? Não é motivo para me chamar de Comensal. Além do mais, acho difícil ficar longe de você nas atuais circunstâncias. –falou, olhando para as algemas.
-malfoy, eu não vou permitir que encoste um dedo em mim. –falou seriamente -Fui clara?
-Depois eu é que me acho...Quem disse que eu pretendo encostar um dedo em você? Mas é burrinha mesmo. Eu tenho classe, não iria me rebaixar a ponto de ficar com uma criança miserável.
O sangue afluiu pelo rosto dela, transformando-o em vermelho de raiva:
-Ora, seu... –ela não pôde continuar, mais uma vez levaram um choque.
-Controle-se, pirralha. –ele ralhou –è uma droga levar choque. Por acaso é masoquista?
-Você me enoja, Malfoy. –ela disse de forma bem clara.
-Como se para mim fosse agradável a sua presença. –comentou com acentuada ironia.
A Weasley resolveu ignorar o que ele havia dito. Logo chegaram a um trecho de parede de pedra lisa e úmida, que dava acesso ao Salão Comunal da Sonserina. O loiro olhou com desprezo para Gina e suspirou antes de falar a senha:
-Orgulho Sonserino.
Uma passagem se abriu e eles passaram por ela, Draco à frente. O Salão Comunal da Sonserina era um aposento comprido e subterrâneo com paredes de pedra rústica, de cujo teto pendiam correntes com luzes redondas e branco-esverdeadas. Um fogo ardia na lareira encimada por um console de madeira esculpida e ao seu redor havia alguns alunos sentados em poltronas de couro negro. Mas nem todos os sonserinos estavam sentados. Pansy Parkinson estava em pé e conversava com duas amigas. Ao ver Draco, ela foi até ele:
-O que essa garota inútil faz aqui? –perguntou, percebendo Gina.
-Calma, Pansy. É uma detenção idiota. –explicou, mostrando as algemas.
-Ah tá. –e passou os braços por trás do pescoço dele –Sinto por você ter que dar uma de babá. –falou e beijou-o.
Gina pigarreou:
-Hem-hem. Eu estou aqui.
Eles interromperam o beijo:
-Jura que está aqui, Weasley? –Pansy perguntou com deboche –Pois pra mim é um zero à esquerda.
-Pelo menos eu não sou um fantoche nas mãos do Malfoy. –Gina defendeu-se.
-Como você se atreve a...? –ela começou a dizer, mas foi cortada pelo loiro.
-Não começa, Pansy. Eu poderia deixar que se matassem, mas me irrita ter que presenciar isso.
-Draco! –ela reclamou –Eu não acredito que está defendendo essa pobretona. –e seu tom de voz mostrava que ela se sentia profundamente ofendida com isso, apesar de seu semblante ser duro.
-Não viaja. Até parece que eu ia defender uma Weasley. –disse displicente –Agora se não se importa, eu quero ir para o meu quarto para poder descansar.
-Para o seu quarto? Com a Weasley? Você não...
-E o que espera que eu faça, Pansy? –perguntou com irritação –Não é minha culpa. Por mim, eu ficaria bem longe dela. Não me agrada ser babá.
-Eu sei me cuidar muito bem, oxigenado.
-Ninguém pediu a sua opinião, sardenta. –Pansy defendeu o loiro.
Draco revirou os olhos ao perceber o perigo de briga e disse:
-Tô indo. Boa noite, Pansy.
Antes que o malfoy pudesse se afastar, a sonserina beijou-º
“Que nojo!” a ruiva pensou “Duas cobras se esfregando... E eu sou obrigada a aturar isso?!?” revoltou-se e saiu andando, forçando o Malfoy a acompanhá-la.
-Por que a pressa, Weasley? –perguntou, postando-se na frente dela.
-Porque eu detesto a idéia de estar cercada por cobras. –e olhou friamente –Além disso, não gosto do jeito como os seus amiguinhos estão me olhando.
Draco percebeu que, de fato, os sonserinos olhavam naquela direção. Tinham uma expressão de ‘Oba! Carne nova no pedaço.’. Acenou para eles com a cabeça, gesto que lhe foi devolvido.
-Não precisa se preocupar, Weasley. Eles não vão fazer nada, você está comigo. –falou displicente e começou a andar.
-Como assim “eles não vão fazer nada, vocÊ está comigo”?
-Eu sou o Monitor-Chefe, eles me respeitam. –respondeu, como se fosse óbvio.
Subiram alguns lances de escadas e depois seguiram por um corredor, parando em frente a uma porta com um letreiro “Monitor-Chefe”.
-Alorromora. –disse Draco, apontando sua varinha para a fechadura e em seguida empurrando a porta –Lumus. –ele fez e as luzes acenderam-se.
O quarto era sombrio e de tamanho médio. Havia uma cama de casal com dossel, uma mesa (na qual estava os livros escolares do Malfoy) e uma lareira. Um lindo e macio tapete negro ficava próximo à lareira acesa.
-Pode deixar as suas tralhas perto do meu malão. –o sonserino disse, apontando para o pé da cama.
Gina fez o que ele disse:
-Eu vou tomar banho. –ele anunciou.
-E eu com isso?
-Ô sua burra, estamos algemados! Quanto você acha que essa corrente estica?
-Não sei, entra no banheiro. –sugeriu.
Draco foi entrando no banheiro e quanto mais ele entrava, mais a corrente se alongava:
-É, deu certo. –ele comentou –Só não vai dar para fechar a porta com essa corrente, apenas encostar.
-se você me espiar, Malfoy, eu vou te azarar tanto que vai ser difícil até para a sua mãe te reconhecer.
-Como se tivesse algo debaixo desses trapos que você chama de roupas.
-Que seja pra você, nada mesmo. –disse com acidez.
O Malfoy lhe deu as costas, mal fechando a porta, e começou a se despir. Gina ficou de costas para a porta do banheiro. Sempre que estava desocupada, o tópico Harry cruzava sua mente. Agora não era diferente. Desde que ela e Harry haviam terminado o namoro, não tinham tido nenhuma recaída, exceto na véspera da partida dele. A ruiva voltou a pensar naquela noite.
***Flashback***
Gina e Harry beijavam-se passionalmente. Tanto ela quanto ele, sentiam uma falta desesperada um do outro. Por mais que se vissem todos os dias na Toca, não era suficiente, não agora que sabiam que o que sentiam não era amor fraternal. O moreno descolou seus lábios dos dela:
-Desculpa, Gina. E-eu sei que não devia...
-Mas eu quero, Harry. Você me faz falta. –ela disse, o abraçando com força.
Harry devolveu o abraço e afagou-lhe os cabelos:
-Gina, eu amo você, mas... nós não podemos ficar juntos. Eu já te expliquei. Não quero que corra perigo por minha causa.
-E eu já disse que não me importo, desde que esteja com você. Eu nunca vou conseguir amar outro homem. É você quem eu quero. Não quero o harry Potter, eu quero o Harry. Pra mim, você não precisa ser o herói do mundo, basta que seja o meu herói.
A essa altura, lágrimas caíam dos olhos da ruiva. Harry olhou nos olhos dela. Estavam tão melancólicos e desprotegidos, dizendo claramente o quanto necessitavam dele:
-Eu não posso, Gina. –disse com grande pesar –As pessoas que eu amo tendem a morrer. Não suportaria se você fosse a próxima.
-Você vai me deixar, Harry? –ela perguntou, mas ele desviou o olhar e não respondeu –Tudo bem. –ela suspirou, no entanto, não havia nada bem –Eu não vou te forçar a responder isso, mesmo porque eu posso ver a resposta nos seus olhos. Harry, eu quero... –ela disse, ficando vermelha.
-O quê? O que eu posso fazer?
A ruiva acariciou a bochecha dele e desviou o olhar para outro lugar, antes de dizer:
-Eu quero que você não me esqueça. Quero que façamos amor.
Harry ficou surpreso e virou o rosto dela para si:
-Isso é algo sério, Gina. Tem certeza que pensou o suficiente para decidir isso? –perguntou.
-Sim, eu venho pensando nisso há algum tempo, mas não achava uma oportunidade para te falar. Por quê? Você não quer?
-Eu sempre quis, apenas pensei que não fosse digno de...
Ela o cortou:
-E por que não, Harry? Eu te amo e você me ama. Por que não seria digno?
Gina sorriu para Harry:
-E então, Harry?
-Isso é loucura, Gi. –ele disse, antes de juntar seus lábios.
Gina nem percebeu que estava andando de costas, só percebeu onde já estava quando estava deitada na cama, com Harry beijando-lhe o pescoço. Ela ficou surpresa. Normalmente ele não se mostrava tão ávido. Ela tirou os óculos dele, colocando os gentilmente na mesa-de-cabeceira. As mãos de Gina embrenhavam-se nos cabelos negros de Harry, enquanto ele aproveitava o decote dela para depositar beijos pelo colo e parte superior dos seios. A ruiva suspirava e não esperava pela repentina parada dele:
-O que foi?
-Eu quero, mas não posso, Gina. Eu disse aos seus pais que viria conversar com você, se eu demorar demais, eles podem desconfiar. Imagine se eles viessem aqui.
-É, você tem razão. –falou devolvendo os óculos dele.
Os dois se levantaram da cama e foram até a porta. Abriram-na e se olharam:
-Eu não posso pedir que espere por mim. –Harry disse, olhando-a seriamente –Seria egoísmo da minha parte. Mas quando tudo isso acabar, se você não tiver encontrado outra pessoa, eu quero ficar com você, Gina.
Ela passou uma mão pelo rosto dele, controlando-se para não chorar:
-Eu também quero, Harry. Você promete que vai tomar cuidado e que vai voltar?
Ficaram olhando-se por alguns instantes. Harry não respondeu a pergunta dela, apenas tomou-a em seus braços e juntou seus lábios num beijo apaixonado. Perderam a noção do tempo. Aquilo era uma despedida, podiam sentir isso.
-Ei vocês dois! –era a voz de Rony e eles se soltaram –Faz mais de um minuto que estava esperando vocês pararem. Até que enfim.
-Por que você não cuida da sua vida, Ronald? –ela perguntou, brava e o moreno a apoiava intimamente.
O ruivo abaixou a cabeça e murmurou:
-Desculpe, maninha. Querem mais um tempo?
-Não. –Harry falou –Já dissemos o suficiente.
***Fim do Flashback***
Quando Draco saiu do banheiro, Gina pegou suas coisas e sem ao menos olhar pra ele, entrou no banheiro, com indiferença.
“Garota irritante.” Pensou, dirigindo-se para a cama já com seu pijama.
Acendeu o abajur com um gesto de sua varinha. Abriu, em seguida, a gaveta da mesa-de-cabeceira. Tirou de lá uma caixinha aveludada e um livro. Dentro da caixinha, pegou sues óculos, colocando-os. Deu um suspiro resignado ao olhar mais uma vez para seu pulso direito, então abriu o livro, na página com um marcador com o brasão da Sonserina.
Começou a ler, desligando-se de seu tormento particular. O título do livro era “A Arte do Duelo”, tinha sido escrito por um bruxo oriental. Basicamente, o livro tratava de diversos tipos de duelo. Desde o duelo tradicional até aquele em que a batalha era contra seus próprios medos. Precisava acreditar que era capaz de vencer nem que fosse, e primeiramente que fosse, a si mesmo.
Draco encontrava-se tão concentrado em sua leitura, que nem percebeu quando Gina saiu do banho, com um pijama flanelado. Segurava uma escova de cabelos e as roupas que estivera usando anteriormente. Os longos cabelos rubros cascateavam por suas costas, não muito acima da cintura, e estavam úmidos. Após dobrar suas roupas e colocá-las sobre seu malão foi que a Weasley olhou para o Malfoy (mesmo porque era impossível não olhar, já que a corrente entre as algemas estava diminuindo).
Ela fez uma cara surpresa ao dizer:
-Não sabia que usava óculos. –a ruiva foi mirada por ele, que fez menção de falar, mas ela não deixou –Também não sabia que era capaz de usar o cérebro para alguma coisa útil. –provocou-o.
O Malfoy lançou-lhe um olhar oblíquo e perigoso por detrás dos óculos de semi-aro pretos:
-Ao contrário de certas grifinórias petulantes que não têm aonde caírem mortas, eu sou um sonserino. Inteligente e astuto por natureza, se você não sabe. –vangloriou-se.
-Cale a boca, Malfoy. –disse calmamente –Vá contar vantagem pras estúpidas que beijam o chão que você pisa.
-Eu até iria se não tivesse que te levar junto. Você realmente é um estorvo, Weasley.
Ela ignorou esse comentário e bocejou antes de dizer:
-Estou com sono, Quatro Olhos.
-Aposto que o Testa Rachada você não chama de Quatro Olhos. Eu uso apenas para não cansar a vista enquanto leio, já o Potter...tão ceguinho, pra escolher a Weasley pobretona tem que ser mesmo.
A ruiva revirou os olhos:
-É tão degradante estar na presença de um ser inútil como você.
-Como se você fosse muito útil, ruiva. –disse com desprezo.
-Eu não vou perder a cabeça com você, já levei choques demais. Será que pode sair daí? Eu quero dormir.
O Malfoy fez um muxoxo:
-Até parece que vou sair daqui, Weasley.
-Onde eu vou dormir?!? –indignou-se.
-Tem bastante espaço nessa cama, mas pessoalmente, eu prefiro que durma no chão, já deve estar acostumada mesmo.
-Você é tão cavalheiro, Malfoy. –disse ironicamente –Não vou dar esse gosto. Vai ter que chegar pra lá, eu vou dormir na cama.
-Eu vou ficar onde estou, Weasley. Se quiser, terá que ir por outro lado.
Ela bufou.
“Ai que ódio! Como ele é idiotA!” revoltou-se mentalmente, enquanto descalçava as pantufas e engatinhava para o outro lado da cama.
-Só tem um edredom?
-Sim, os elfos deixam apenas um.
-Mas estamos no inverno!
-Ele esquenta bastante, é enfeitiçado. –ele explicou.
-Você não espera que eu...
Foi cortada por ele:
-Espero que você morra congelada, não quero dividir o meu edredom. Já tomei banho, não quero me contaminar, sabe?
-Seu traste! –ela exclamou entredentes –Eu vou contar para a Minerva que você...
Foi mais uma vez interrompida:
-Golpe sujo, Weasley. –comentou, colocando o livro em cima da mesa-de-cabeceira e em seguida guardando os óculos –Você quer dividir o edredom comigo, é isso? - encarou-a, as sobrancelhas levantadas.
-Não! –negou veemente.
Ele sorriu:
-Ótimo, morra de frio, é o melhor que faz.
-Me dá isso! –ela reivindicou, puxando uma ponta do edredom.
-Não mesmo! –respondeu, puxando outra ponta –Larga isso! Se você rasgar, eu vou...
-Vai o quê, Malfoy?
-Tornar a sua vida um inferno. –disse sombriamente,
Ela soltou:
-Mas você não pode me deixar descoberta.
O Malfoy bufou:
-Se quiser, fique com uma parte.
-Eu já disse que não vou dividir...
-Sua garotinha estúpida, aceite de uma vez e cale a droga da sua boca. –ele disse cm raiva e Gina ia abrir a boca pra falar, mas ele continuou –Não vou passar a mão em você, Weasley. Não sei se você sabe, mas pedofilia é crime.
Contou mentalmente até dez e respirou fundo.
“Eu vou acabar socando esse desgraçado!” pensou com raiva, mas o que fez foi puxar bruscamente o edredom e deitar-se, mal-humorada, de costas para ele.
-Não vai me dizer boa noite, Weasley? –perguntou cinicamente.
-Não, malfoy. –disse irritada –Estou torcendo para sonhar que você está tendo uma morte lenta e dolorosa.
-E eu estou torcendo para não sonhar com uma creche devido a sua influência.
Ginevra cerrou suas mãos e dentes, controlando-se para não externar sua raiva.
“Calma, Gina. São apenas 10 dias e depois você nunca mais vai sequer falar com ele. Nunca mais detenção. Será o fim desse período odioso, daqui a 10 dias.” Pensou, tentando ser otimista.
Mal sabia o quanto estava enganada. Aquele seria apenas o começo...
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