Angel - Aerosmith
'' Estou sozinho, eu não sei se consigo encarar a noite ''
Draco estava sozinho no corujal, na verdade estava com Andromeca, a única que nos últimos dias ficava com ele sem um interrogatório. Olhava a lua, a mesma que tantas vezes pareceu tão amiga, e que agora parecia querer torturá-lo.
" Estou em lágrimas e o choro é por sua causa "
Não queria que fosse assim, não poderia ser assim, tanta dor...Por que? Por que justo com ele? Por que justo ela?
Não conseguia mais conter as lágrimas, não sabia ao certo desde quando, nem como, mas a verdade era que a amava. Não sabia nem que podia amar alguém.
" Eu quero o seu amor, vamos quebrar a parede entre nós "
Por merlin! Quantas loucuras já pensou em fazer por causa de uma sangue-ruim...Já pensou até em lhe dar um beijo em meio a toda Hogwarts. Quem diria...um Malfoy! Mas agora ele não era mais um Malfoy, não passava nada de um homem apaixonado.
Saiu apressado, sem rumo, só o coração sangrando e guiando seus passos. Já era madrugada, o vento frio batia em seu rosto enquanto alcançava os jardins da escola. sentou-se á beira do lago, as lágrimas ainda caiam fazendo com que seu rosto ficasse ainda mais gelado.
" Não dificulte as coisas, eu colocarei meu orgulho de lado. Agora já chega! "
Como num impulso olhou para a torre da grifinória, sabia exatamente aonde ficava a janela em cima de sua cama. Sentiu um arrepio, um frio na barriga, como se algo estivesse ali querendo lhe dizer alguma coisa, o observando, vendo o seu maior segredo.
" Você é meu anjo, venha e me salve esta noite
Você é meu anjo, venha e deixe tudo bem "
Achou que era melhor entrar, aquilo não iria aliviar sua dor, tinha que se preparar para encará-la amanhã. Não estava sendo nada fácil olhar para ela, queria estar ao seu lado, comer com ela nas refeições, sentar junto nas aulas.
Pelos corredores vazios ele vagava até a torre da sonserina. E como a mais perfeita magia ele encontra pelo caminho os olhos castanhos que tanto o perturbavam.
" Não sei o que fazer com este sentimento aqui dentro "
- Malfoy!
A garota que estava sentada levantara com o susto.
Apesar da surpresa não pode deixar de sorrir, era tudo o que ele queria, ela, ali, pra sempre!
- Granger.
- O que está fazendo aqui?
Em seus olhos podia se ver cansaço, fraqueza, como se não durmisse a algum tempo.
- Perdi o sono...e você?
- Também. Estranho você vagando por ai sozinho. O que ouve?
" Sim, é verdade, a solidão virou minha companhia "
- Estava precisando pensar. Aonde estão o Potter e o Wesleay? Não deviam te deixar por ai sozinha.
- Eu sei me cudar muito bem. A pior criatura que existe por aqui é você Malfoy.
- Por favor, não fale assim. Disse desviando os olhos para o chão.
Aquilo realmente foi uma surpresa para Hermione, definitivamente aquele não era o Draco de sempre.
- Quem é você?
" Sem seu amor eu não sou nada só um mendigo
Sem seu amor, um cachorro sem o osso "
- Alguém que nunca vai te machucar.
Ele sabia que ela o odiava, sempre odiou, mas nunca sentiu tanta dor ao ouvi-la dizer isso. Era melhor deixá-la pensar, não que algo mudaria, mas ela precisava entender.
Virou-se e seguiu pelo longo e frio corredor.
- Espera, Malfoy!
O que ela queria? Não aguentava suas palavras duras, nem o aparente ódio que sentia por ele. Mas a amava, mas do que tudo, mas do que até a sua própria vida.
Virou lentamente em direção a ela, assim podendo notar seus olhos cheios d'água. Na hora teve certeza ser por causa do pobretão-Wesleay, isso lhe cortava cruelmente a alma. Mas a dor de saber que ela o odiava, que ela amava outro, não se comparava nada com a dor de vê-la assim. Naquele momento tudo o que queria era abraçá-la, e a levar em seus braços á um lugar aonde nada nem ninguém pudesse feri-la.
Não conseguindo mais deter as lágrimas, Hermione se aproximou devagar, como se pedisse amparo. E ao olhar no fundo daqueles olhos cinzas pôde ver muita coisa, e tudo ficou muito claro naquele momento. Sem hesitar mais nenhum segundo abraçou-o com toda a força que tinha.
Draco sentiu seu sangue ferver, estava no mínimo surpresso com essa atitude, sentia ela entre os seus braços, o seu perfume, e a força nada agressiva daquele pedido de ajuda.
O que estava acontecendo com ela? Nem ela sabia. De uns tempos pra cá tudo se tornou um pesadelo. Aquele olhar...
Ele se afastou lentamente e pôs-se a encará-la, queria arrumar um jeito de curar toda a sua dor. Aos poucos as lágrimas sumiam, e davam lugar a um olhar aliviado, aliviado por estar ali, aliviado por estar com ele, aliviado pelo que pôde ver em seus olhos. Sem perceber Hermione foi chegando cada vez mais perto do garoto, que hipnotizado naum via nada além daquele rosto. Com rapidez e com certa agressividade ela o envolveu em um beijo profundo, mágico, cheio de paixão e que parecia ser guardado á tempos só pra ele.
Era muito melhor do que um sonho, muito melhor do que qualquer coisa. Ele não podia acreditar nisso, era perfeito demais para ser real. E ao contrário dos verdadeiros segundos aquele beijo pareceu durar uma eternidade.
A grifinória estava confusa, de onde tirou coragem para fazer aquilo? Por merlin, o que ele faria? O que ele diria a todos amanhã? Porque ele não a estuporou? Por que não a impidiu que fazer essa loucura? Não podia esperar pra ver a reação dele, envergonhada e com medo tudo o que queria era fugir. E foi o que fez.
- Hermione, não! - Mas ela pareceu não ouvir - Por favor, não vá. - Continuou, baixo, mais para si mesmo do que para qualquer um. - Eu te amo! Não me deixa aqui sozinho.
" O que devo fazer? Estou dormindo nesta cama sozinho "
Era um completo mistério como conseguiu chegar á torre da sonserina, estava completamente desorientado. Imaginava todas as explicações possíveis para o que acabara de acontecer. Em sua cama, olhando para o teto, não conseguia formar nenhuma idéia completa em sua cabeça. Virava de um lado para o outro, o pouco que conseguiu durmir sonhou com ela.
" Você é meu anjo, venha e me salve esta noite
Você é meu anjo, venha e deixe tudo bem "
Acordou já muito cansado, consequência que várias noites mal dormidas. Tomou um banho rápido e desceu até o salão principal. Ainda era muito cedo, via aos poucos os alunos entrarem para o café da manhã, esperava por ela, que viesse falar com ele, se explicar, pedir para ele esquecer, qualquer coisa...
" Você é o motivo que eu vivo "
Ela entrou mais linda do que nunca, acompanhada pelos idiotas do Potter e do Weasley, estava realmente bela, sorrindo. Tinha que ir até ele! Estava ansioso por vê-la. Precisava ver aqueles olhos de perto mais uma vez, e sentir aquele beijo que garota nenhuma tinha igual.
" Você é o motivo que eu morro "
Mas ela não foi. Não o olhou, não demonstrou nada de diferente. E assim fez durante todas as aulas do dia. Isso só poderia ser uma tortura, um plano para fazê-lo enlouquecer. Ela queria vê-lo sofrer, acabado, morrendo aos poucos. Não conseguia acreditar que depois de tudo aquilo ainda iria fingir que nada aconteceu.
" Você é o motivo que eu dou quando eu nao aguento e choro "
Na hora do almoço ele não foi para o salão principal, foi para o jardim e sentou-se á beirada do lago. Aquilo doia tanto... Por mais que tentasse não conseguiu deter as lágrimas, abaixou a cabeça e ali permaneceu por alguns minutos.
- Malfoy!? Precisamos conversar.
- Precisamos?
- É...você sabe...sobre ontem...aquilo...que aconteceu entre agente...
- Eu sei...
- Acho que devo uma explicação!
" Não precisa de explicação "
- Vai me pedir para esquecer?
- É que......Você está chorando!? O que houve!? - Disse já se sentando ao lado dele
- Nada...Eu não estou chorando. Um Malfoy não chora. - Virou o rosto imediatamente. Ela não podia ver sua fraquesa, não podia ver seu coração, seu amor.
" Você é meu anjo, venha e me salve esta noite
Você é meu anjo, venha e deixe tudo bem "
Cuidadosamente ela pegou seu rosto e o virou para si.
- Então você não é um Malfoy.
- Acho que não. - Disse pensando em tudo o que sentia ultimamente. Isso não era coisa de um Malfoy fazer.
- Deve ser muito difícil para você superar a morte da sua mãe. Mas agora você tem que seguir em frente. Não pode ficar assim para sempre.
O garoto sorriu lembrando de Narcisa. E mais ainda notando a preocupação da grifinória.
- Não é esse o motivo. Ela nunca me abandonou. Está sempre comigo.
- Então qual o problema?
- E espero que ela me ajude na loucura que eu vou fazer.
Com um movimento rápido puxou a garota para perto e a beijou.
O chão desapareceu, alguma coisa inesplicável tomou conta dele, era tudo o que ele queria, tudo em que ele pensava. Suas mãos passeavam pela nuca dela, e os dois se perdiam em um beijo doce e apaixonado, o perfume que ela tinha o deixava perdido, a proximidade de seus corpos o fazia extremecer, não se lembrava mais nem de seu nome, muito menos que necessitava de oxigênio para viver.
Se separaram aos poucos, bem devagar, com a respiração ofegante.
- Eu te amo, Hermione!
Não pôde entender no início a razão daquele sorisso. O que ficou bem claro deppois que ela o beijou.
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