Mancadas & Travessuras
“Tenho andando distraído, impaciente e indeciso.
E ainda estou confuso, mas agora é diferente.”
(Legião Urbana)
O dia seguinte amanheceu um pouco tenso no quarto dos marotos, mas nenhum dos quatro parecia guardar grandes rancores da noite passada. Depois de algumas piadas aqui e ali, tudo aos poucos ia voltando ao normal, apesar de Sirius e Pedro parecem ainda dispostos a convencer Remo de contar toda a verdade para Melissa.
Saíram do Salão Principal, após tomarem o café da manhã, ainda argumentando, cada um de um lado, no que Sirius pediu o apoio de Tiago. Quando o moreno ia responder, porém, algo chamou imediatamente sua atenção, e ele deixou o amigo falando sozinho. Lá estava Lílian, com seus cabelos ruivos, compridos e macios presos em um perfeito e alto rabo-de-cavalo, apenas com finas mechas caindo charmosamente pelo rosto delicado da menina. Seus olhos verde-esmeralda que tanto fascinavam Tiago, estavam espremidos, pois Lílian ria abertamente, enquanto apoiava a mão no ombro de um corvinal. E era exatamente aí que estava o problema.
- Bom dia, Lily! – o maroto exclamou, demasiadamente alto, acenando animado para ela.
A ruiva, por sua vez, acenou de volta, um pouco mais discretamente, e continuou conversando com o tal garoto. Tiago, então, ficou ligeiramente irritado. Alguma coisa naquela cena o fazia sentir-se incomodado, talvez até chateado, mas ele não conseguia entender o motivo. A palavra “ciúme” chegou a passar, por breves instantes, pela sua mente, mas ele logo sacudiu a cabeça e seguiu seus amigos para dentro da sala onde todos teriam aula de Feitiços, inclusive os sextanistas da Corvinal, Casa com quem a Grifinória dividia aquela aula. Mas, antes de adentrar a sala, Tiago deu uma última olhada para trás, e observou Lílian e o garoto ao seu lado conversando animadamente. Ele sentiu, então, uma inexplicável vontade de ir até eles e puxar Lily para perto de si, separando-os de uma vez. Será que o maroto estava... começando a gostar dela? Não, não, óbvio que não, ele logo pensou.
- Pontas, acorda, nós estamos falando com você! – Sirius exclamou, dando um tapa na cabeça do garoto.
- O quê?! – disse Tiago, enfim despertando dos seus pensamentos. – Ah, claro, ‘tô ouvindo.
Os alunos da Grifinória e da Corvinal foram ocupando, aos poucos, todos os lugares na sala de aula, e logo o professor de Feitiços começava várias explicações. Para a surpresa de Tiago, que olhou de rabo-de-olho para a carteira de trás, onde Lílian havia sentado, ele viu que a ruiva fazia dupla com o tal garoto da Corvinal. Sem pensar muito no que falar ou em como agir, o maroto virou num impulso para trás.
- Hey, Lily! – ele disse, cumprimentando-a pela segunda vez naquele dia, apenas para ganhar tempo e pensar em alguma coisa. – Ahn... Estava pensando em marcar um treino de Quadribol para depois de amanhã, você não quer ir assistir?
- Você não está me convidando com nenhuma segunda intenção, não é? – perguntou a ruiva, olhando-o de um jeito desconfiado e ao mesmo tempo divertido.
- Só se você quiser. – Tiago falou, adquirindo rapidamente sua famosa expressão marota.
- Não, obrigada! – Lílian disse, rindo e se desvencilhando das piadinhas dele. – Tudo bem, eu vou ao treino sim. – respondeu, por fim, sorrindo amigavelmente.
Tiago observou-a por uns instantes, procurando mais alguma besteira qualquer para falar, quando sentiu Pedro ao seu lado cutucando-o, e ele virou novamente para frente, mas agora irritado. Remo e Sirius, que faziam dupla na carteira da frente, estavam virados ligeiramente para trás, mas suas expressões de impaciência com o amigo eram visíveis. Era a décima vez que eles tentavam falar com Tiago, e ele parecia estar em outro planeta.
- Estamos falando há meia hora com você! – Pedro resmungou, quando o maroto finalmente pareceu prestar atenção nos três.
- O que foi? – Tiago indagou, ainda um pouco irritado por ter sido interrompido. – Já dei a minha opinião, para mim o Aluado tem que contar logo que é um lob...
- Cala a boca, seu veado idiota! – gritou Sirius, dando um tapa na testa do amigo, antes que ele terminasse a frase. E o pior é que, depois dessa mancada, Tiago nem poderia falar, como sempre, “é cervo!”. Mas, com isso, eles acabaram chamando a atenção de todo o resto da sala.
- Que algazarra é essa na minha aula? – indagou o professor de Feitiços, com a expressão irritada; era a terceira vez que chamava a atenção dos marotos em menos de 20 minutos. – Potter e Black, detenção para os dois!
Sirius revirou os olhos, visivelmente furioso, e virou-se definitivamente para frente. Remo balançou a cabeça para Tiago, em forma de desapontamento, e imitou a atitude de Sirius.
[...]
Quando as aulas daquele dia finalmente acabaram, Remo, Pedro e Sirius foram para os jardins de Hogwarts aproveitar o restinho do pôr-do-sol. Ficaram um tempo lá jogando conversa fora, quando Pedro avistou Melissa sentada sozinha na sombra de uma grande árvore, lendo um livro, no que ele e Sirius praticamente empurraram Remo para ir falar com a menina de uma vez e resolver o assunto da noite passada.
Remo, então, foi se aproximando lentamente, com as mãos suadas dentro do bolso, até que sentou ao lado da loira. Mel assustou-se um pouco com a repentina chegada do maroto, mas logo depois lembrou da noite anterior e, por vergonha e embaraço, voltou seu olhar para as páginas de seu livro, sem ter coragem de encarar Remo nos olhos.
- Er, Mel, eu queria falar com você. – ele começou, se embolando nas próprias palavras, até que conseguiu desembuchar. – Na verdade, queria me desculpar por ontem.
Melissa, então, revirou os olhos, já ficando impaciente com toda aquela história, e fechou o livro com força. Virou-se, enfim, para o maroto, encarando-o diretamente nos olhos.
- Remo, o que está havendo? – ela perguntou, com a expressão muito séria.
- Eu... eu... – começou Remo, gaguejando novamente. De repente, sentiu-se um idiota com tudo aquilo, por nem conseguir falar direito diante da garota que ele mais gostava. – Não estou muito bem esses dias, estou confuso com algumas coisas e...
- Tudo bem. – ela o interrompeu, ainda com a voz impaciente. – Quando você estiver melhor, me procura. – continuou, sentindo-se agora um pouco mal pelo jeito que havia tratado o garoto. – Vou estar aqui, esperando. – ela disse, por fim, abrindo um sorriso tímido e ao mesmo tempo amigável para Remo.
Ele assentiu, levantando-se logo depois e indo novamente ao encontro dos outros dois marotos. Sentou ao lado de Pedro e começou a contar o que tinha conversado com Melissa, quando os três avistaram Tiago se aproximando.
O maroto, um pouco constrangido com o que tinha acontecido na aula de Feitiços, foi andando, meio em embaraçado, na direção dos três amigos, até que sentou perto deles.
- Foi mal por hoje, caras. – Tiago murmurou, quase sem encará-los.
- Pontas, pelo amor de Merlin, onde você estava com a cabeça para falar alto sobre o meu problema no meio da aula? – perguntou Remo, um pouco irritado. Afinal, se o maroto tivesse completado sua frase, ele é que seria o maior prejudicado.
- Eu... meio que me irritei com aquele corvinal perto da Lílian, e me distraí um pouco. – ele disse, passando a mão pelos cabelos nervosamente.
- Tudo bem que você goste da Lílian, mas... – Pedro tentou começar a argumentar, mas foi logo interrompido.
- Eu não gosto da Lílian. – Tiago o corrigiu, com um tom de voz até um tanto grosseiro, diga-se de passagem.
- ...mas em primeiro lugar vem os seus amigos, certo? – continuou Pedro, como se nunca tivesse sido interrompido.
- Claro, né, Rabicho. – respondeu ele, com certa impaciência. – Olha, eu sei que estive um pouco distante hoje, ou esses dias, que seja, mas vou parar com as mancadas, é sério. Uma prova disso é que até marquei um treino de Quadribol para depois de amanhã!
- Marcou? Quando? – Sirius perguntou, manifestando-se pela primeira vez naquela conversa; ainda estava muito irritado com o amigo.
- Er... – murmurou Tiago, levando novamente às mãos nervosamente aos seus cabelos. – Hoje, na aula de Feitiços, enquanto conversava com a Lílian.
- E você já avisou mais alguém, além dela? – insistiu Sirius, levantando uma sobrancelha.
- Não. – falou o maroto, passando a olhar para o chão. – Realmente sinto muito, muito mesmo, por tudo. – ele disse, num suspiro, mas com sinceridade.
- Tudo bem... – Remo disse, abrindo um pequeno sorriso pelo canto dos lábios.
Sirius deu dois tapas no ombro de Tiago, e assentiu, mostrando que, assim como os outros, tinha desculpado o amigo. O melhor a fazer, então, era deixar aquilo para lá, e voltar aos velhos tempos.
- Sabe qual é a melhor coisa para melhorar o clima, e salvar o dia? – Sirius perguntou, animado. – Aprontar uma com o nosso querido Ranhoso!
Tiago concordou, abrindo seu costumeiro sorriso maroto, e sentiu-se ligeiramente mais aliviado. Os quatro não levaram muito tempo para armar um plano, já que se consideravam extremamente bons nisso, e logo já estava tudo combinado. Pedro tinha visto Snape na biblioteca, então ele, Remo e Sirius iriam para lá, enquanto Tiago passaria antes no quarto deles para buscar a bugiganga que seria utilizada na travessura do dia.
Após cerca de vinte minutos, lá estavam os marotos, escondidos atrás de uma grande armadura no corredor seguinte ao da biblioteca, esperando silenciosamente Snape sair e passar por ali, para colocarem o plano em prática. Tiago vinha trazendo com cuidado uma pequena bolinha, bem segura em suas mãos, e ia se encaminhando para trás da armadura também, quando algo o fez parar.
- Tiago! – ele ouviu uma conhecida voz feminina exclamar atrás dele.
- Er... Oi, Lily. – falou o maroto, escondendo a bolinha da menina.
- O que você está aprontando? – ela perguntou, com o olhar desconfiado.
- Ahn? Nada, oras! – Tiago retrucou, confuso com o modo de como ela percebera rapidamente suas intenções.
- Tiago, eu sou monitora e conheço você e essa sua cara de quem está fazendo besteira há 6 anos. – Lily disse, olhando-o com impaciência. – Fala logo, o que você está aprontando?
O maroto olhou de rabo-de-olho para os amigos, que observavam tudo de trás da armadura, e assim que seus olhares se cruzaram, Sirius, Remo e Pedro, começaram a gesticular freneticamente, mandando o amigo ficar em silêncio.
- Não estou aprontando nada, é sério. – falou Tiago, sorrindo para Lílian, na tentativa de disfarçar.
- Você continua o mesmo mentiroso de sempre. – bufou a ruiva, revirando os olhos de irritação.
Ela virou as costas para Tiago, e começou a andar para longe dele, enquanto o maroto apenas a observava, aflito. Estava tudo indo tão bem com Lílian, que ele não queria nem sequer pensar em como seria voltar àquela rivalidade insuportável que existia entre os dois.
- Lily! – exclamou Tiago, em um ato impensado. – Espera!
- O que foi? – ela resmungou, parando de andar, com a expressão emburrada.
- Nós estamos armando para cima do Ranhoso, essa é a verdade. – falou o garoto, já se preparando para o esporro que levaria dos amigos.
- CALA A BOCA, SUA ANTA! – Sirius esbravejou, saindo de trás da armadura, e fazendo com que a ruiva se assustasse. Ele era realmente muito amigo de Lílian, e gostava muito dela, mas as marotices e travessuras dos quatro tinham de ser, na sua opinião, sempre à parte.
Foi nessa hora que, um pouco mais ao fundo, eles ouviram barulhos de passos se aproximando, no que Tiago rapidamente puxou Lílian pelo braço, e todos se espremeram novamente atrás da grande e pesada armadura. Logo em seguida, a silhueta de Ashley virou o corredor, e os 5 perceberam que nem precisariam ter se desesperado tanto.
- Por Merlin, todo mundo resolveu aparecer aqui hoje? – resmungou Sirius, demasiadamente alto, no que Ashley acabou por ouvir.
Ela parou subitamente de andar, e olhou para o lugar de onde vinham os resmungos, mas só encontrou uma armadura isolada. Foi então que, como que para confirmar a opinião de Sirius de que meninas só servem para atrapalhar suas travessuras, a morena avistou um emaranhado de cabelo ruivo, e abriu um sorriso totalmente maroto, enquanto andava na direção da armadura.
- Até você se rendeu às armações marotas, Lily? – disse Ashley, rindo, entre um gole e outro que dava no suco de abóbora que trazia em uma das mãos.
- Claro que não! – a ruiva exclamou, bufando, enquanto tentava se levantar para sumir logo dali. – Eu fui arrastada para cá.
- E então, o que vocês então aprontando dessa vez? – falou Ash, direcionando sua pergunta agora para os quatro rapazes.
- Nada, nada. – Sirius disse, parecendo um velho resmungão, enquanto gesticulava para a menina ir para longe dali.
- Vamos colocar uma bolinha na mochila do Ranhoso, que incha e estoura quando sacudida, e manda um tipo de geleca vermelha para tudo quanto é lado. – explicou Pedro, no que Sirius revirou os olhos. É, parecia que nenhum dos outros três marotos estava disposto a manter suas armações apenas entre eles.
Mas, antes que o moreno tivesse a chance de reclamar mais uma vez, novos passos foram ouvidos se aproximando, e logo a silhueta do tão esperado Snape surgiu pelo corredor praticamente vazio.
(All Star, Smash Mouth)
- Observem e aprendam. – sussurrou Ashley, com um sorriso malicioso brincando no canto de seus lábios.
Em seguida, foi até o sonserino, que apenas caminhava distraído, e nem percebeu a presença dos outros.
- Boa noite, Severinho! – exclamou a menina, risonha, parando na frente dele.
- Só se for para você. – Snape resmungou, sem nem olhar para ela.
- Por Merlin, como você é rabugento! Anda, abre um sorrisinho, vai... – Ash disse, com um enorme bom humor, enquanto puxava as bochechas do garoto e o fazia mostrar, pelo menos, os dentes.
Aproveitando o momento, Ashley derrubou propositalmente todo o suco de abóbora que ainda havia em seu copo no sonserino, fazendo-o dar um pulo assustado para trás.
- Arre! – Snape gritou, olhando para suas vestes encharcadas de suco. – Olha o que você fez, imbecil!
- Ops... – ela disse, forçando um sorriso amarelo e envergonhado. Mas a verdade é que, por dentro, estava gargalhando. – Deixa eu te ajudar a limpar isso, vem aqui. – continuou, passando uma das mãos pelas vestes do garoto e, com a outra, tirou a mochila que estava pendurada no ombro dele e tacou-a para trás, perto do local onde estava a armadura.
Sirius, que observa tudo atentamente, não pôde deixar de apreciar a boa idéia da amiga. Assim que a mochila caiu no chão, ele discreta e habilmente a puxou para perto, pegou a bolinha enfeitiçada que Tiago havia trazido, colocou-a dentro da mochila e rapidamente a devolveu para o lugar onde tinha caído.
- Tire as mãos de cima de mim, garota! – esbravejou Snape, empurrando a morena para longe dele, e começando a andar a passos largos, no que Ashley, a essa altura, já não conseguia mais segurar o riso.
Sirius, que percebeu a distração do sonserino em esquecer a mochila, saiu de trás da grande armadura e a pegou novamente do chão.
- Ei, Ranhoso! – ele exclamou, no que Snape virou-se para trás, com a expressão muito irritada. – Você esqueceu sua mochila!
E, após isso, Sirius arremessou-a com a maior força que foi capaz, fazendo com que a bolinha dentro dela balançasse bastante. Assim que Snape pegou sua mochila, a bolinha começou a inchar e, assim como Pedro havia explicado, estourou em seguida, deixando o sonserino completamente coberto por um tipo de geleca vermelha e muito nojenta. Ele começou a esbravejar todos os palavrões que lhe vinham à cabeça, no que os marotos, Ashley, e até mesmo Lílian, apenas gargalhavam gostosa e abertamente.
Mas, como que para acabar com aquela alegria, os 6 ouviram o miado da Madame Nor-r-ra logo atrás deles e, em seguida, o barulho inconfundível dos passos de seu dono, o zelador Filch, se aproximando. E o que aquilo significava? Começar a correr, e muito.
Os marotos e Ashley disparam pela direção oposta do corredor, mas Lílian, que não estava muito acostumada a essas coisas, ficou um pouco confusa. Tiago, então, sempre muito atento à ruiva, logo a puxou pelo braço, e ela começou a correr também. Os sete correram por cerca de 10 minutos, embrenhando-se pelos corredores praticamente vazios do castelo e sentindo Filch quase alcançando-os, quando eles finalmente chegaram ao salão comunal. Escoraram-se na parede, arfando, mas logo depois explodiram em mais gargalhadas.
- Vocês viram a cara do Ranhoso?! – um deles comentou, com os olhos já lacrimejando de tanto rir.
Ficaram ali por um tempo, comentando o que havia acabado de acontecer, quando Melissa veio se aproximando calmamente. Cumprimentou todos quando chegou, quando seu olhar quase que inevitavelmente cruzou com o de Remo, e os dois se encaram por uns instantes, no que os outros puderam sentir o clima tenso que se instalou. Mas ali, naquele momento, quase se perdendo naqueles olhos verde-água de Mel, Remo percebeu que não seria de capaz de se manter afastado deles. Gostava realmente dela, e deveria dar uma chance para os dois, para ele mesmo. Era só tomar cuidado com o assunto lobisomem e manter-se afastado de Melissa na lua cheia, que ela nunca ficaria sabendo de nada, e ele nunca a machucaria, pensou Remo. Despediu-se brevemente dos amigos e rumou na direção das escadas que levavam ao dormitório masculino, a fim de encontrar um pouco de tranqüilidade para colocar seus pensamentos em ordem.
Assim que Remo adentrou o quarto que dividia com os outros marotos, sua mente estava a mil por hora, e ele correu para seu malão, que estava largado embaixo de sua cama. Atirou todas as coisas que vinham por cima para longe, até que finalmente achou o livro que tinha começado a ler no feriado de Natal, do seu autor favorito. Folheou as páginas dele por um tempo, até que finalmente achou o que queria. Rapidamente pegou um pedaço de pergaminho, e copiou nele um belo verso, cujo o maroto gostava muito. Passou um certo tempo lendo e relendo o verso, na tentativa de decorá-lo, mas sua concentração foi interrompida pelo barulho da porta se abrindo. Quando desviou os olhos do pergaminho, a fim de saber quem era, viu Tiago se aproximando.
- Você subiu de repente... – começou o garoto, sentando no chão ao seu lado. – Está tudo bem, Aluado?
- Está, sim. – Remo respondeu, de bom humor. – Eu decidi, Pontas, vou tentar alguma coisa a mais com a Mel!
- Caramba, cara, que bom! – exclamou Tiago, sorrindo com empolgação. Deu dois tapinhas no ombro do amigo, e levantou-se para colocar o pijama; estava exausto. – E você vai contar para ela que é um lobisomem?
- Não, não vou. – murmurou ele, fechando o livro e indo guardar seu pergaminho.
- Mas, Aluado... – Tiago começou a argumentar, enquanto já terminava de se trocar e deitava em sua cama. Mas o amigo cortou-o, demonstrando que aquele assunto já deveria ser dado como encerrado.
- E aí, Pontas, a Lily vai ou não no treino de vocês? – perguntou Remo, mudando drasticamente de assunto.
- Acho que vai! – o maroto exclamou, animado, enquanto puxava a coberta sobre si e ajeitava o travesseiro.
- Você tem certeza de que não gosta dela? – Remo perguntou, cautelosamente.
- Tenho, Aluado, tenho. – disse Tiago, mudando ligeiramente o humor e apagando a luz, na tentativa de também encerrar o assunto. – Boa noite.
O mais confuso é que, assim que fechou os olhos para tentar dormir, logo o rosto de Lílian invadiu seus pensamentos, e o maroto não teve mais tanta certeza assim quanto a sua resposta para Remo.
N/A: Não falei que ia atualizar bem rápido?! Bom, como vocês devem ter reparado, a capa mudou, tudo graças a uma gênia no photoshop a qual sou muito grata chamada Mah Lupin, e espero que vocês tenham gostado. Como sempre, quem não conseguiu ver o vídeo curtinho lá em cima, pode tentar por aqui: http://www.youtube.com/watch?v=2clh9BvLWxE
Como é o último dia do ano, desejo a todos um óóótimo Ano Novo, e nos primeiros dias de 2007, prometo que o capítulo 15 está chegando! Prévia do que vai acontecer?! Alguns esclarecimentos sobre o passado da Ashley, o clima esquentando entre Remo e Mel, e dois vídeos para deixar o capítulo mais meigo. Quem quiser conferir a imagem dele, pode ver aqui também: http://img206.imageshack.us/img206/1941/cap15nd7.jpg
Então chega, porque já falei muito do próximo capítulo! Espero REALMENTE que os leitores dessa fic comentem pelo menos um pouquinho mais, porque confesso estar começando a me sentir desestimulada já. É isso gente, mesmo assim, obrigada para os que comentaram.
Beijos a todos, e um especial para Camilinha Potter, haha !
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