Cortes, sangue e hematomas...
Eu já o levei – disse Gina à sua família, estavam todos reunidos na Toca, todos a olhavam com cara feia –, o que foi? Já tinha dito que ia levá-lo, vocês já sabiam, foi o melhor para ele.
Nem deixou que nos despedíssemos – disse Fred acusador.
Nós também o amamos – disse Jorge –, não tinha direito de levá-lo sem que nos despedíssemos.
Não era seguro trazê-lo - disse Gina –, não podia por tudo a perder, depois de todo o trabalho, perdê-lo novamente por causa de uma imprudência.
Estou preocupado com o rumo que esta dando a sua vida – disse Arthur cansado –, veja o que esta fazendo, você virou aço, esta obcecada. Sei que foi muito ferida, foi por isso que deixei que agisse como quisesse em todos esses anos, porque tinha pena do que tinha te acontecido, mas agora já basta, não pode decidir sozinha, ele é seu filho, mas Molly tem sido muito mais mãe dele do que você em todos esses anos, sempre mais preocupada com o seu trabalho, com qualquer coisa, tudo que não fosse Christopher. Agora, quando seu filho lhe foi tomado, entrou numa guerra pessoal contra Lucio, mas sei que não é contra ele que esta realmente lutando. Você luta contra o lado negro que lhe roubou Draco, não se importa realmente com seu filho, tudo o que quer, é provar que não podem lhe roubar os dois, você esta fria Gina, fria e seca e não merece ser mãe de Christopher, acho que seu filho ficaria melhor com Lucio que com você.
Não sabe o que me aconteceu – disse Gina, com raiva –, não sabe de nada a meu respeito, de nada, eu amo meu filho, ele é tudo o que me resta de verdade, tudo o que é plenamente meu, meu sopro de vida, eu morri há anos atrás, acha que sou fria, como pode uma morta ser calorosa? A única coisa que me prende a esse mundo é ele, não deixarei que o lado negro o corrompa. Prefiro morrer a deixar que isso aconteça, prefiro-o longe de mim e protegido a ficar com ele e tê-lo novamente roubado, você não entende nada, nenhum de vocês entende, acham que sou assim porque quero? Nenhum de você passou nem de perto pelo que passei, mas se me acha tão podre assim não ficarei nem mais um dia em sua casa.
Gina espere – disse Molly chorando, a única Weasley a se pronunciar, todos os outros ficaram calados, nenhum realmente sabia pelo que ela tinha passado, mas isso não era por culpa deles, ela resolveu passar por tudo aquilo sozinha porque quis. Eles sempre estiveram a sua disposição, e se agora decidia como antes ficar sozinha, não se intrometeriam, não ate que ela pedisse ajuda –, não vá minha filha, não vá...
Lucio estava em frente ao Lorde das trevas, tinha de convencê-lo novamente a pegar o menino, e a matar a Weasley, maldita Weasley, ninguém em toda a sua vida tinha se atrevido a humilhá-lo como ela o fizera, mesmo o Lorde das trevas, nem ele se atrevia a tratá-lo igual a como tratava aos outros comensais, mas ela lhe pagaria, ela morrerá pedindo perdão.
É uma humilhação Milorde – disse Lucio, infelizmente ele tivera de contar para o lorde das trevas quem era a mãe do garoto. Pois voldemort ficara intrigado, como uma mulherzinha sem importância como Lucio lhe tinha falado, entrara no esconderijo “sozinha” e tinha lhe derrotado, mas uma humilhação que Draco o fazia passar – uma traidora do próprio sangue em posse de um Malfoy, esse garoto deveria ser ensinado por nós, para seguir o caminho certo quando chegar à hora, e a Weasley tende ser morta para mostrar aos comensais inferiores que o poder esta em nossas mãos, como podemos ser respeitados, se dentro de nossas próprias casas somos tão desrespeitados?
Graças a sua incapacidade Lucio – sibilou Voldemort -, vale salientar.
Ela me pegou a traição Milorde – mentiu Lucio –, nunca seria derrotado por uma Weasley numa luta justa.
Claro Lucio – disse Voldemort -, claro.
O que faremos então? – perguntou Lucio.
Pode levar dez homens – disse Voldemort –, acho o suficiente para pegar uma Weasley se maiores dificuldades.
Perfeitamente Milorde - disse Lucio, já se preparando para sair.
Não mandei que saísse – disse Voldemort -, o seu filho Draco, digamos que ele não tem demonstrado todo o potencial que pode alcançar, falando sem eufemismos Lucio, ele vem falhado demais, a tempo demais, eu só o suportei ate agora devido às origens dele, não sei o que esta havendo com Draco, antes ele era o melhor. Agora esta entre os piores, parece que nenhuma missão dele da certo, sabe o que esta havendo?
Milorde, eu... Eu não sei – disse Lucio, gotas de suor brotavam em sua pele, maldito Draco sempre manchando a honra da família –, não se preocupe Milorde, eu darei um jeito nisso, farei como que Draco volte a ser um dos melhores.
Assim espero Lucio – disse Voldemort –, confesso que se ele não fosse um Malfoy, desconfiaria da lealdade dele. Pode se retirar agora Lucio.
Lucio deixou aquele lugar determinado a se livrar de Draco o mais rápido que pudesse.
Gina tinha mudado para um povoado muito distante da Toca, a casa estava caindo aos pedaços, só mesmo a magia devia mantê-la em pé, Gina não fez nada para ajeitar a casa, nada mais lhe parecia importante, só ia da casa para o trabalho e do trabalho para casa. Não se encontrava mais com sua família, nenhum Weasley tinha mais noticia dela desde que fora embora há uma semana atrás, já estivera tentada diversas vezes a pegar Christopher de volta da casa dos trouxas, mas sempre se impedia antes de cometer a besteira, essa noite à vontade de buscar Christopher baixou sobre ela novamente, estava revirando na cama desde que chegara do trabalho, já não tinha mais paciência, então se levantou, andou pela casa empoeirada, sentiu-se presa, acabou saindo para a noite, para tomar ar.
Lucio tinha planejado tudo em surdina, seria executado hoje à noite, ficara furioso ao saber que a Weasley tinha deixado a Toca, onde a maldita tinha levado seu neto? Finalmente a achou, morando numa casinha miserável bem distante de civilização, idiota, pensar que poderia esconder seu neto dele naquele lugar, tinha providenciado para que nada chegasse aos ouvidos de Draco, ele não saberia de nada, não ate que fosse tarde demais, e depois seria a sua vez, se livraria de todos os que lhe atrapalhavam.
Gina já estava sentindo frio, resolvera caminhar, mas a noite estava por demais fria para isso, começou então a voltar para casa, à pequena alameda estava em total escuridão, não havia uma alma viva do lado de fora, apresou-se para chegar em casa, abriu a porta, e sentiu como se um alarme estivesse soando em sua cabeça, havia alguma coisa errada na, sentia que não estava sozinha, e então foi invadida pela dor. Um punho que parecia ser de aço encontrou seu rosto, seu lábio cortou, sentiu o gosto de sangue na boca. A varinha, sua mente gritou, tarde demais, alguém já a havia pegado. Tudo aconteceu bem rápido depois, mas quando deu por conta de si, estava imobilizada com o rosto contra o chão empoeirado, alguém torcia seu braço, sentia que a qualquer momento ele poderia quebrar.
Agora me responda sua vadia. – disse Lucio, com sua voz arrastada – Onde esta meu neto?
Longe do seu alcance, desgraçado – Gina cuspiu as palavras. Alguém deferiu um chute contra sua barriga, Gina se encolheu de dor.
Pois você vai colocá-lo novamente em meu alcance, ou vai descobrir o que é a dor – disse Lucio – estuporem-na.
Tudo ficou milagrosamente escuro.
Draco estava muito preocupado como que Lucio planejava para Gina, sabia que ele estava preparando algo para ela, mas não conseguia descobrir o que, ate que viu que nada mais poderia fazer para impedir Lucio, pois ele já tinha conseguido seu intento, Gina lhe foi revela na manha seguinte ao seu seqüestro, Draco sentiu que estava rachando ao meio quando viu seu estado, seu corpo estava todo cortado e marcado, seu lábio em especial estava inchado e tinha sangue seco nele, o resto de seu rosto assim como o corpo estava cheio de cortes. Ela jazia encolhida num canto da cela. Draco ficou paralisado, como tinham feito isso com ela? Onde ele estava que não tinha impedido isso?
Draco – Gina conseguiu murmurar em meio a sua dor – Draco...
O que fizeram como você? – perguntou Draco, ainda não tinha se recuperado do choque – Eu vou tirá-la daqui – Draco começou a pegá-la da melhor forma que podia, Gina gemeu de dor.
Não vai levá-la a lugar algum – disse Lucio, Draco tinha esquecido de sua presença –, eu o trouxe aqui apenas para que arranque dela onde esta meu neto, você não estaria aqui se eu já não estivesse cansado de tentar fazê-la falar. Se não conseguir que ela lhe diga eu continuarei tentando pelos meus métodos ate que ela fale ou que morra, você tem meia hora - Eles foram deixados à sos.
Gina, por favor – disse Draco –, por favor, por tudo o que mais ama me diga, me diga onde ele estar, por favor, não entendeu o que Lucio falou? Se não falar ele vai continuar ate que morra – nesse ponto Draco não agüentou mais e seus olhos se encheram de lagrimas.
Eu não posso – disse Gina, um sorriso subitamente brotou em seus lábios feridos – eu não posso – ela fechou os olhos.
Gina esta me ouvindo? Gina? – Draco perguntou assustado, Gina balançou um pouco a cabeça para indicar que estava – Gina você o ouviu falando, é isso que quer? Morrer? Deixar Christopher sozinho? Gina confie em mim, por favor, confie, eu o entregarei a Lucio, cuidarei de você, e depois mataremos Lucio e eu o pegarei de volta, Gina, tudo o que peço é que acredite em mim só uma vez. Uma apenas, por favor.
Confiar em você? – perguntou Gina – Eu já confiei uma vez em você.
Não vou deixar que se mate – disse Draco, enxugando as lagrimas –, eu descobrirei onde ele esta.
Desejo-lhe todo o azar do mundo – disse Gina e desfaleceu.
Lucio, Lucio – gritou Draco e falou quando ele chegou – quero fazer um acordo. Ela não me disse nada, mas sei que a família dela sabe de alguma coisa, não a machuque ate a minha volta, se descobrir onde ele esta eu o entregarei a você, mas se chegar aqui e vê-la um pouco mais machucada, não lhe direi nenhuma palavra. Caso não descubra onde ele esta, você pode continuar tentando conseguir a verdade do seu jeito. Você aceita?
Sim – disse Lucio -, mas você só tem ate amanha a noite.
Draco assentiu e foi embora.
Draco estava em frente à toca, estava tentando ganhar coragem para entrar, depois de tudo o que tinha feito, não sabia nem se o deixariam falar antes de lhe lançarem uma maldição, mas tinha de fazê-lo por Gina. Tremia só de pensar que Lucio poderia estar descumprindo a promessa a estar torturando-a novamente, esse pensamento o fez bater na porta. Droga, pensou Draco, se ao menos eu soubesse onde Dumbledore esta, ou se tivesse tempo de achá-lo...
Molly Weasley abriu a porta, a velha senhora deu dois passos para trás de olhos arregalados e muda, antes de conseguir gritar para chamar seu marido. Arthur estava muito mais calvo do que ha anos atrás, na ultima vez que o vira, Draco pode ver sua surpresa, mas não ficou mudo como sua mulher, disse para que Draco entrasse, coisa que Draco nunca esperaria. Ele o guiou ate a cozinha onde Draco encontrou todos os Weasley tomando o café da manha, a cena o surpreendeu, lhe resgatou uma idéia de família que há muito ele havia perdido, a sala ficou muda no mesmo instante, todos ficaram imóveis, a exceção de Rony, este se levantou, e de tão depressa derrubou a cadeira.
O que ele faz em nossa casa? – perguntou Rony, puxou imediatamente a varinha.
Rony guarde isso e sente-se – disse Arthur, viu Rony hesitar –, não esta me ouvindo? – quando Rony guardou a varinha e se sentou ele continuou – A que devemos a visita Draco?
Preciso saber onde Gina deixou Christopher – disse Draco -, sei que vocês não têm porque confiar a mim onde o menino esta, mas é de extrema importância que me digam, isso pelo bem de Gina.
Não sabemos onde ele esta – disse Rony –, e se soubéssemos não lhe diríamos.
Rony por Merlim cale-se – disse Arthur –, o que há com Gina? Por que precisa saber onde esta Christopher, não foi você mesmo que ajudou a regatá-lo? Como não sabe onde ele esta?
Meu pai a pegou, ele... Ele a esta torturando, disse-me que ia continuar ate matá-la se não descobrisse onde ele esta, ou se ela mesmo não falasse – disse Draco, não conseguiu controlar seu desespero que ficou bastante claro na sua voz -, eu não sei onde ele esta, o plano saiu errado, era para Lucio ter saído da casa comigo, era para ele ter sido preso, para que não pudesse ir atrás de Gina. Eu mandei que ela adiasse o plano, mas ela não quis, ela pegou Christopher e o escondeu, e agora esta disposta morrer sem falar, não sei o que fazer, eu tenho ate amanha a noite para levá-lo ate Lucio ou ele vai continuar a torturá-la. E Dumbledore sumiu, só ele e Gina sabem onde Christopher esta.
Eu não sei o que dizer – disse Arthur – nos realmente não sabemos onde ele esta...
Arthur precisa salvá-la – disse Molly, ela começara a chorar desde quando Draco falou o que estava acontecendo com Gina –, é nossa filha, temos que dar um jeito.
Eu sei Molly querida – disse Arthur abraçando a Mulher –, eu sei. Mas não sei como poderíamos encontrar Christopher.
Então vamos invadir esse lugar – disse Jorge.
E pegar Gina – completou Fred.
Não falem bobagens numa hora dessas – disse Molly.
Pode ser feito - disse Draco esperançoso – eu conheço o lugar, posso afastar alguns comensais, se conseguirmos avançar um bom pedaço lá dentro, sem sermos percebidos é certo de a resgataríamos.
Tem certeza? – perguntou Gui.
Sim, sei que podemos – disse Draco –, quantos seriamos?
Todos nosso, tirando a mamãe - disse Gui.
Acho que o papai não devia ir também – disse Carlinhos –, seria vital a agilidade, teremos de fugir de lá às pressas, o papai seria um atraso, sinto muito ter dizer isso, mas é pela Gina.
Certo - disse Arthur – então irão apenas vocês.
Vou providenciar tudo – disse Draco e foi embora.
Foi relativamente fácil entrar na casa, não encontraram muita resistência, ate porque Draco como prometera, conseguiu se livrar de alguns comensais. Depois do choque inicial de serem pegos de assalto, os comensais remanescentes começaram a reagir, e foi nesse momento que mais duvidaram que pudessem conseguir. Estavam em desvantagem numérica, alem de que lutavam contra bruxos que não hesitavam em utilizar as artes das trevas para vencer. Quando finalmente o jogo começou a virar Draco abandonou a luta e foi em busca de Gina. Draco a encontrou como a havia deixado, estava muito ferida, mas Lucio como havia prometido não tinha mais mexido com ela. Pegou-a nos braços e começou a preparar-se para fugir, encontrou os Weasley duelando. Agora os comensais estavam em grande desvantagem, resolveu acabar com isso.
Vamos embora – gritou Draco, ninguém parecia ouvi-lo, olhou melhor para eles, já estavam começando a cansar, principalmente Rony, foi ate ele em meio aos feitiços, entregou-lhe Gina, mandou que ele chamasse os outros para ir embora, enquanto isso tomou o lugar dele na luta, viu os Weasley começarem a se retirar, ate que só sobrou ele dentro da casa com dois comensais e Lucio, Draco precisava mantê-los lá para que os Weasley tivessem tempo de fugir, ate que conseguiu isso por algum tempo, mas acabou sendo atingido, e tudo ficou escuro.
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