Weasley ou Malfoy
Capitulo 5 – Weasley ou Malfoy
Finalmente o ano escolar acabou, as notas de Gina foram as melhores do ano. A professora Minerva disse a Gina que com suas notas poderia arranjar qualquer emprego que quisesse, poderia ate tentar alguma coisa no ministério da magia, mas Gina não fazia a menor idéia do que queria fazer, e na verdade não queria pensar nisso ate ter tido o bebê. Sua barriga já tinha crescido um pouco agora, com quase sete meses de gravidez Gina apresentava uma barriga, que para sua felicidade, era extremamente discreta, ninguém havia percebido que estava grávida. Suas vestes tinham ficado apertadas, mas ela pegou uma veste antiga sua e cortou para alargar outras, só uma coisa a preocupava agora, a reação que seus pais teriam quando soubessem de sua gravidez.
Gina sentia um aperto no coração toda vez que pensava na decepção que teriam quando soubessem disso. Toda a confiança que tinha nela se mostraria perdida, isso para não falar em seus irmãos. O que diriam eles quando soubesse que sua “irmãzinha” estava grávida de seis meses e meio?
Gina embarcou no expresso Hogwarts juntamente com os outros alunos. Conseguiu achar uma cabine só para si e acabou dormindo, só acordou no final da viagem. Trocou as vestes de bruxa por roupas trouxas e esperou apreensiva ao encontro com sua família, já era noite quando chegou à plataforma 9 ½ . Desembarcou do trem e pegou seus pertences, atravessou a barreira para o mundo trouxa e procurou sua família com o olhar, não viu ninguém, depois conseguiu identificar uma mulher correndo em sua direção para saudá-la, era sua mãe, que aparentemente tinha vindo sozinha.
Minha filha que saudade – disse Molly Weasley, abraçando sua filha com força, depois a soltou rapidamente, como se tivesse levado um choque, baixou os olhos para a barriga de Gina, tocou com as mãos e sentiu a barriga, que estava obvio para uma mulher que já tinha ficado grávida sete vezes, não era de gordura, afastou as mãos novamente como se tivesse levado um outro choque, cambaleou para trás, subitamente suas pernas não suportavam mais o peso de seu corpo – Gina... Você...Você esta... Gina, você esta grávida?
Gina, naquele momento não conseguiu mais encarar sua mãe, baixou os olhos assentiu e fitou o chão.
Gina como...Como isso foi acontecer? – perguntou Molly mal conseguindo articular as palavras – Quando isso aconteceu? De quem é o bebê?
Eu não quero falar sobre isso – disse Gina.
Que direito de querer e não querer tem você nessa situação? – gritou Molly, descontrolada.
Todos na estação se viraram para olhá-las, Gina se encolheu de medo e vergonha. Sua mãe tinha razão, que direito tinha ela de opinião, ou de vontade, tendo feito o que fez? Tinha agora que depender da boa vontade de sua família para sobreviver, há muito tempo que não chorava, mas diante dessa humilhação não conseguiu mais se controlar, lágrimas silenciosas escorreram por seu rosto, Gina não se importou em enxugá-las.
Molly não conseguiu se conter diante das lágrimas de Gina. Sua filha estava com a vida arruinada e ela estava gritando com ela e a atormentando, que espécie de mãe era? Abraçou Gina com força e começou a balançá-la como fazia quando ela era pequena e se machucava, mas agora isso não adiantaria, não podia ajudar Gina com isso, ela teria de enfrentar tudo sozinha.
Gina minha filha, como foi fazer isso com sua vida? – perguntou Molly aflita – Como pode fazer tal besteira?
Mãe me desculpa – murmurou Gina se deixando embalar, fazia tempo que não se sentia segura como agora, a ultima vez havia sido com Draco, mas agora não podia mais contar com ele para protegê-la – Eu não queria isso, eu juro como não queria.
Eu sei meu bem, eu sei – disse Molly, tentando apaziguá-la e a si mesma – eu sou uma boba Gina, não ligue para mim, não deveria ter gritado como você. Vamos para casa, vou tentar dar um jeito em tudo, seu pai não vai brigar com você, nem seus irmãos. Você esta em condições de aparatar?
Gina assentiu, limpou as lagrimas se recompôs, foram andando ate uma rua deserta, deram mais uma olhada para ver se não vinha ninguém e desaparataram. Gina abriu os olhos, estava em casa, mas esta se encontrava na mais completa escuridão, subitamente as luzes se acenderam e começou um enorme estardalhaço, Gina olhou ao redor, muitas pessoas conhecidas lhe cercavam, a casa estava toda enfeitada e todos se aproximaram para lhe dar as boas vindas, mas depois pareceram reparar nos seus olhos vermelhos, Gui se aproximou dela.
Gina o que foi? – perguntou Gui preocupado – Você estava chorando?
A festa acabou, eu sinto muito, é melhor vocês voltarem para suas casas – disse Molly com autoridade – depois todos poderão falar com Gina, mas agora nós precisamos ter uma conversa só em família.
Quando todos se foram Gina sentou-se no sofá. Não queria ter aquela conversa, queria pular aquela parte, ir direto a decepção que sua família teria. Parecia-lhe ser mais fácil assim, sem toda a tensão de ter que contar sua “traição”, mas para sua surpresa, Molly tomou para si a responsabilidade de contar a situação em que Gina estava.
O que esta havendo? – perguntou o Senhor Weasley preocupado – Por que Gina estava chorando? O que aconteceu?
Aconteceu algo a Gina – começou a Senhora Weasley –, algo que não era esperado, mas nós somos uma família e vamos superar isso juntos, eu não quero ouvir criticas a ela, entendeu Rony, ela não queria isso, assim como nós não queríamos, mas aconteceu e agora não há nada a se fazer.
Molly você esta me deixando preocupado, o que aconteceu? – perguntou o Senhor Weasley.
Bem... A Gina... Ela... Ela esta grávida – conseguiu dizer a Senhora Weasley.
Todos na sala olharam para Gina, esta se encolheu no sofá. Todos a olhavam fixamente, como se esperassem que ela se levantasse, sorrisse e dissesse que era tudo uma brincadeira, como não fez nada disso, eles começaram a se olhar pasmos.
Como... Como foi que isso aconteceu? – perguntou o Senhor Weasley confuso – Você...Você estava namorando alguém e não nos disse? Quem... Quem é o pai da criança?
Gina não quer falar sobre isso, Arthur – disse Molly correndo em socorro de sua filha –, acho que por enquanto nós não podemos lhe cobrar nada.
Ela não precisa dizer quem é o pai, nós já sabemos – disse Rony, cheio de ódio, tentara se conter, mas diante disso não podia –, não esta obvio? É aquele maldito Malfoy.
Rony não diga bobagens – disse a Senhora Weasley furiosa –, Gina já nos disse que terminou com ele.
E vocês acreditaram? Não estão vendo? – disse Rony, cuspindo as palavras - Ela esta louca por aquele comensal.
Rony se não pode ficar calado é melhor que se retire – falou o Senhor Weasley irritado.
Rony tem razão – disse Gina, todos se viraram perplexos para encará-la – meu filho é dele.
Mas... Mas Gina você nos disse que...Que tinha terminado com ele – disse Fred finalmente entrando na conversa.
Como pôde ficar com ele depois que ele se tornou comensal? – complementou Jorge – Não acredito que tenha feito isso.
Eu não fiquei – disse Gina revoltada – eu terminei com ele faz seis meses.
Então como engravidou? – perguntou Carlinhos – Quero dizer, sua barriga quase não aparece, como pode ter engravidado dele se não o vê faz seis meses?
Eu estou grávida de seis meses e meio – disse Gina querendo esclarecer tudo de uma vez só -, eu não sei por que, mas a minha barriga quase não cresceu.
Você puxou a constituição física de minha família – disse o Senhor Weasley -, não é de se surpreender que sua barriga esteja tão pequena, as mulheres de minha família tardam a ter a barriga plenamente desenvolvida.
Para mim não passa de uma lorota – disse Rony com raiva –, aposto com ela ainda esta com o comensal, aposto como não se importa que ele seja um servidor de Voldemort.
Rony como pode achar isso de mim? – perguntou Gina pasma – Sabe muito bem o quanto eu desprezo tudo isso, nunca poderia ficar com ele nessas condições.
Você o namorou, não namorou? – disse Rony não cedendo.
Ele não era um comensal antes – disse Gina se irritando.
Como pode ter certeza? – perguntou Rony.
Eu não vou discutir isso com você – disse Gina furiosa.
Vocês parem de discutir essas bobagens – disse a Senhora Weasley – precisamos decidir o que será feito nessa situação.
O que pode ser feito? – perguntou Rony irônico – Será que não vêem que nada pode ser feito e a culpa é de vocês. Se a tivessem proibido de namorar ele nada disso teria acontecido. E culpa dessa idiota também, se não era comensal quando namorava você, aposto que só se tornou um para se livrar da responsabilidade.
Ele não sabe que estou grávida – disse Gina –, eu não lhe disse e não vou deixar que Draco, nem a família dele saibam do meu filho ou encostem um só dedo nele.
Como assim ele não sabe? – perguntou o Senhor Weasley.
Quando eu ia lhe contar, ele me disse que tinha algo importante para me falar – disse Gina, lembrando da cena em sua mente –, eu mandei ele falar primeiro, então quando ele me disse que tinha se tornado um comensal, eu não lhe disse nada, não quero que ele saiba.
Gina não pode tornar isso um segredo – disse a Senhora Weasley transtornada – as pessoas vão acabar sabendo, você não pode esconder que teve um filho e quando isso chegar aos ouvidos de Draco, ele vai desconfiar que seja dele.
Eu já disse que ninguém vai saber – disse Gina irritada.
Então me diga sua tola, como vai esconder de todo o mundo bruxo uma criança? - perguntou Rony rindo-se dela – Onde vai ter seu filho? Porque a criança vai ter de nascer em um hospital, como vai fazer com que todos no hospital calem a boca? Como vai esconder a criança dos olhos de todos? Vai mantê-lo trancado em casa?
Eu já pensei nisso – disse Gina –, vou ter meu bebê em um hospital trouxa.
O que? – perguntou a Senhora Weasley – Que despautério é esse? A vida de minha filha e meu neto nas mãos de carniceiros trouxas? Você esta louca Gina?
Molly querida é uma boa idéia – disse o Senhor Weasley.
Não me venha com essa Arthur – disse Molly furiosa –, quer arriscar a vida de sua filha por causa de seu fascínio por trouxas.
Molly não seja injusta – disse o Senhor Weasley ofendido –, veja bem, tanto em hospitais trouxas quando em bruxos o processo é o mesmo. Afinal nós temos filhos da mesma forma que os trouxas, não é mesmo? Eu já pesquisei sobre o parto dos trouxas, os procedimentos são iguais aos nossos, não haverá problema.
Eu não concordo com isso – disse Molly descontente –, ora que idéia tola, deixar minha filha na mão de trouxas.
Não importa aonde, contanto que ninguém saiba que estou grávida, eu tenho meu filho ate mesmo aqui – disse Gina pondo um ponto final no assunto.
E quanto ao Malfoy, o que faremos? – perguntou Rony – Será que ninguém nessa família tem orgulho? Vão deixar o que ele fez a Gina impune?
Rony deixe de besteiras, nós não faremos nada contra ninguém – disse Molly irritada.
Mãe, o Rony é um babaca, mas tem razão nisso – disse Fred.
Nós não podemos deixar isso assim – disse Jorge.
Por favor, por favor, se vocês ainda tem alguma consideração por mim, não façam nada contra ele – disse Gina, muito seria.
Gina eu não acredito que você esteja defendendo ele – disse Fred espantado.
Gina depois do que ele lhe fez... – disse Jorge.
Ela ainda esta deslumbrada por ele – disse Rony furioso.
Não se trata de nada disso – disse Gina –, trata-se apenas de que esse assunto não diz respeito a vocês. Ele não lhes fez nada, ele não me forçou a fazer nada, que direito tem vocês de tomar satisfação? A verdade é que vocês querendo ou não, eu fiz tudo porque quis e se vocês tem alguma satisfação a tomar é comigo. Eu que sou quem poderia querer dizer alguma coisa a ele não vou fazê-lo, então não acho que vocês devam se arriscar, querendo uma vingança a qual não tem direito.
Mas... Mas Gina – gaguejou Fred aparvalhado.
Este assunto terminou – disse o Senhor Weasley –, sua irmã tem razão, se alguém tem o direito de tomar satisfação é ela, se Gina não quer fazê-lo, vocês não tem o direito de passar por cima do que ela quer.
Eu vou subir, não tenho nada mais a dizer e estou cansada – disse Gina – boa noite.
Os Weasley observaram Gina subir calada, todos eles haviam levado um forte golpe em seu orgulho. Nenhum deles, apesar de gostar tanto de Gina pudera fazer nada para evitar que isso lhe acontecesse. No final não puderam protegê-la da vida, por mais que tivessem tentado. O senhor Weasley olhou triste para uma faixa onde estava escrito, “Para Gina, a ultima Weasley a se formar”, como tudo tinha saído tão errado?
Draco olhou para o velho sentado na sua frente, ele estava com uma aparência extremamente cansada e parecia ter envelhecido muito desde que Draco o vira pela ultima vez, em Hogwarts. Dumbledore sustentou o seu olhar, com uma força que contrariava tudo o que sua aparência lhe dizia. Draco ainda agora estava surpreso que o velho tivesse aceitado vê-lo, mesmo sabendo de tudo o que ele vinha fazendo na guerra. Quando enviara uma carta ao velho, não esperava que este lhe respondesse e muito menos que aceitasse encontrá-lo. Só enviara a carta porque estava num momento de desespero e não agüentava mais o que o cercava, não esperava realmente que Dumbledore fosse levá-lo a serio, achara que o velho pensaria que era uma armadilha, no entanto aqui estava ele num terreno neutro e ouvindo o desabafo que Draco precisava fazer a tanto tempo.
Deixe-me ver se entendi meu jovem – disse Dumbledore, impassível – você esta querendo dizer, que quer ser um espião meu, junto a Voldemort?
É, basicamente isso – disse Draco se achando ridículo, Dumbledore nunca aceitaria isso, nunca confiaria nele para tanto.
É por que você ia querer se arriscar a tal ponto? – perguntou Dumbledore, olhando-o com aqueles seus olhos penetrantes – Quero dizer, eu entendi tudo que você disse sobre não ter as mesmas idéias que Voldemort e não querer essa guerra, mas para começar, se não queria a guerra por que entrou nela?
Eu fui forçado – disse Draco, sentia que precisava ser sincero com o velho, mesmo que mentisse, achava que o velho saberia que o estava fazendo – meu pai me obrigou a virar comensal.
Pode me dizer como seu pai forçou um bruxo adulto, a fazer aquilo que ele não queria? – perguntou Dumbledore, ele nem piscava mais nesse momento.
Ele descobriu uma coisa a meu respeito – disse Draco -, e a usou para fazer chantagem.
Por acaso, essa coisa que ele descobriu não teria nada haver com a senhorita Weasley, teria? – perguntou Dumbledore, este sabia tudo sobre o envolvimento de Draco com Gina, sabia ate mesmo da gravidez de Gina, pois Arthur o procurara para se aconselhar sobre o que deveria fazer para esconder a criança do mundo bruxo, Dumbledore ate lhe dera uma indicação do hospital trouxa, mas neste momento só estava tocando no assunto, por que queria saber ate que pondo Draco estava disposto a ser sincero.
Sim, teria – disse Draco baixando olhar pela primeira vez desde que se encontrara com o velho –, ela não sabe disso, mas meu pai descobriu sobre nós dois, ameaçou matá-la caso eu não a deixasse e me tornasse um comensal.
Por que não contou isso à senhorita Weasley? – perguntou Dumbledore.
Achei melhor não lhe contar – disse Draco, dando de ombros, tentando parecer indiferente -, não faria a menor diferença se ela soubesse, nós não poderíamos ficar juntos do mesmo jeito.
É, mas talvez se tivesse contado ela não o odiasse – disse Dumbledore, pesando sua apalavras.
Não faz a menor diferença que ela me odeie ou não – disse Draco –, acho ate que foi melhor assim.
Bem, se você diz – disse Dumbledore -, mas esse assunto não me compete, você veio aqui me oferecer seus serviços, pois bem, eu os aceito.
Gina acordou no meio da noite com uma forte contração, agora sua barriga estava plenamente desenvolvida, aos quase nove meses de gravidez Gina não agüentava mais o tamanho que adquirira, era uma dificuldade para se mover, para andar, ate para ficar em pé parada, pois seus pés doíam. Não agüentava mais as pontadas que sentia agora com uma certa freqüência. Virou-se na cama. Depois de algum tempo sentiu outra contração esta ainda mais forte que a primeira, ficou assustada. O que será que estava lhe acontecendo?
Levantou-se da cama, devagar por causa da barriga imensa. Foi andando ate o corredor e subitamente parou, sentiu outra forte contração. E depois um líquido escorreu por suas pernas se espalhando no chão.
Mãe – gritou apavorada – mãe...
Ouviu o barulho de alguém se levantando da cama, depois novos barulhos. Sua mãe apareceu assustada no corredor, olhou-a e depois olhou para o chão, soltou um “oh Merlim vai ser agora”. Seus irmãos apareceram no corredor, olharam apavorados dela para a poça no chão.
Mãe o que é isso no chão? – perguntou Rony apavorado – Gina vai morrer?
Rony não diga asneira, temos de levá-la para o hospital – disse a Senhora Weasley – Gina vai ter o bebê.
Ai... – Gina gemeu, sentindo outra contração ainda mais forte, ela segurou a barriga apreensiva – eu... Eu acho que não vou conseguir desaparatar e papai não esta, como nós vamos chegar lá, quem vai dirigir o carro?
Oh Merlim, Merlim que hora mais imprópria – disse sua mãe agoniada – o Rony dirige, nós não temos opção, vai ter de ser ele...
E...Eu, eu não... Não posso - gaguejou Rony.
Rony não seja frouxo, é necessário – disse Molly –, vou colocar uma roupa, vocês vão se trocar também e tratem de se apressar, Gina querida você ponha apenas um casaco isso já basta.
Gina foi se movendo devagar pelo quarto, pegou um grande Sobretudo e o vestiu com alguma dificuldade. Olhou para o céu pela janela de seu quarto, a lua estava enorme e amarelada essa visão prendeu seu olhar, pediu proteção inconscientemente. Ouviu sua mãe chamá-la e desviou o olhar, se virou para descer, quando estava no meio da escada sentiu outra forte pontada, teve de se segurar no corrimão para não cair, Fred que estava atrás dela a acudiu, pegou-a nos braços e a levou ate o carro.
O caminho ate o hospital trouxa foi rápido, Rony dirigia como um bêbado e eles quase bateram por diversas vezes. Quando finalmente chegaram ao hospital, os trouxas se mostraram muito eficientes, para a surpresa de Molly que os considerava praticamente bárbaros. Gina foi levada para a sala de cirurgia, sua dilatação estava grande, ela teria o filho ao modo natural.
Draco acordou assustado, teve a impressão de ter ouvido alguém gritar enquanto dormia. Esfregou o rosto com força para afastar o sono, olhou para o lado, sua cama estava vazia, levantou-se agoniado e foi ate a janela, a lua lá fora estava enorme e amarelada, subitamente não pode mais agüentar ficar naquela casa e saiu para respirar. Sua mente foi tomada por pensamentos sobre Gina, lembranças deles dois juntos. Desejou tanto poder tê-la em seus braços nesse momento, que chegou ate a doer. Um pensamento tomou conta de sua cabeça, precisava vê-la, mesmo que fosse só de longe, desaparatou. Abriu os olhos e se viu diante da toca, circulou a casa, estava toda escura, a janela de Gina estava aberta, correu para o armário de vassoura, arrombou-o e pegou uma das velhas vassouras, fê-la flutuar, montou-a e voou ate a janela de Gina. Olhou lá dentro, a cama estava vazia e desarrumada.
Draco achou estranho, circulou a casa na vassoura. Parecia que todos haviam saído. Ficou preocupado, lembrou de seu sonho, será que algo acontecera a eles? Resolveu esperar que chegasse alguém. Voltou ao chão e guardou a vassoura de volta no armário. Ficou observando a entrada da casa de longe. Ouviu um grande barulho, o noitebus andante aparecera na entrada da casa dos Weasley. O Senhor Weasley desceu do noitebus, se despediu de alguém que lá estava e entrou em sua casa, o noitebus desapareceu novamente e Draco se encaminhou com cautela ate uma das janelas da casa e observou o que se passava lá dentro.
O Senhor Weasley foi ate o balcão da cozinha pegou a garrafa de café e colocou um pouco do conteúdo numa xícara, sentou-se à mesa, mas não chegou a tomar café, esfregou o rosto com força, parecia estar muito cansado, quando ia tomar o café, seus olhos se dirigiram para o relógio da família, os ponteiros de Gina, Molly, Fred, Jorge e Rony apontavam para a palavra hospital. “Gina” exclamou o senhor Weasley, se levantou rapidamente, saiu correndo de casa e desaparatou. Draco ficou apavorado, Gina? O que tinha Gina para que o Senhor Weasley achasse que só porque os ponteiros apontavam para o hospital, significasse que fosse algo com ela. Será que ela estava doente? Lembrou-se do sonho novamente. Tornou-se uma questão de urgência ter noticias dela. Lembrou-se do contato que tinha lá no hospital bruxo, uma comensal informante que contava ao lorde das trevas tudo o que se passava com os feridos que lhe interessavam, desaparatou.
Estava no esconderijo dos comensais novamente, correu para uma das gaiolas onde ficavam as corujas, e pegou uma. Escreveu um bilhete, pedindo que a enfermeira que trabalhava para o lorde das trevas se encontrasse com ele num café, que ficava na esquina do hospital. Enviou a coruja e desaparatou, abriu os olhos, estava de frente ao café, torceu para que a enfermeira chegasse logo.
A espiã do Lorde das trevas só apareceu no café quando Draco já a esperava há uma hora. Deu um sorrisinho para Draco e seguiu com ele para uma das mesas, se sentaram, ela ficou olhando para ele ainda sorrindo e com uma ligeira curiosidade no olhar.
Bem Sylvia, eu queria um favor seu – disse Draco ansioso – preciso que descubra se alguém deu entrada no hospital.
Só isso Draco querido – disse Sylvia se insinuando para ele –, mas é claro que eu faço, principalmente se é para você. Quem você quer que eu procure?
Quero que descubra se Gina Weasley deu entrada no hospital – disse Draco –, se ela não tiver dado entrada no hospital, veja se há alguém da família Weasley que tenha dado.
Certo, você sabe que eu não posso negar nada que você me pede – disse Sylvia, dando um sorriso insinuante –, sou muito fiel a nossa causa.
Sylvia isto não tem nada haver com o lorde das trevas – disse Draco –, você me faria um grande favor se não comentasse esse meu pedido com ninguém.
Ora Draco, mas eu só tenho ordens para descobrir as coisas estritamente ligadas a nossa causa – disse Sylvia fazendo biquinho.
Eu tenho certeza que você não se importara em pular um pouquinho às regras se for por mim – disse Draco.
E o que eu vou ganhar com isso? – perguntou Sylvia, o que ela queria de Draco estava bastante obvio.
Por que nós não nos encontramos depois para você me falar o que quer? – perguntou Draco – Quem sabe não possa ser útil para você em alguma coisa.
Se for assim então ficarei muito feliz em te ajudar Draco – disse Sylvia sorrindo –, você vai esperar aqui ate que eu traga a informação?
Vou sim – disse Draco.
Observou Sylvia ir embora ondulando os quadris, não seria nenhum sacrifício prestar o favor que ela queria. Sylvia apareceu novamente uns vinte minutos depois de deixar Draco.
Desculpa, fiquei presa – disse Sylvia -, Draco ninguém da família Weasley deu entrada no hospital, na verdade o ultimo Weasley que deu entrada no hospital foi Arthur Weasley naquele episodio da cobra.
Tem certeza? – perguntou Draco confuso.
Ora Draco, assim você ate me ofende – disse Sylvia fazendo beicinho – por acaso já falhei alguma vez?
Não – disse Draco.
Então não duvide de mim – disse Sylvia voltando a sorrir novamente -, e então quando é que nós vamos nos encontrar novamente?
Logo, não se preocupe – disse Draco, perdido em seus pensamentos –, logo. Olha, preciso ir agora, você foi maravilhosa Sylvia, obrigado.
Ate mais então Draco – disse Sylvia.
Draco estava mais preocupado ainda, onde Gina estaria? O ponteiro do relógio dizia que ela estava no hospital, mas lá ela não estava, em que outro hospital poderia estar então? Desaparatou e se viu novamente de frente a casa dos Weasley, ninguém tinha chegado ainda. Ele caminhou ate a janela da cozinha, os ponteiros ainda apontavam para o hospital, agora o ponteiro do Senhor Weasley também apontava para o hospital. Draco soltou uma imprecação, estava começando a se desesperar, onde diabos estariam todos os Weasley? Onde diabos estaria Gina? Resolveu que esperaria ali ate que alguém aparecesse.
Gina estava muito mal, olhou a sua volta, à sala girava, estava confusa. O bebê já tinha nascido? Lembrou-se que sim, lembrou de ter ouvido alguém dizendo que era um menino. Alguém estava mexendo nela, olhou para ver quem era, uma enfermeira trouxa estava limpando-a do parto. Tentou se lembrar do parto, só conseguiu se lembrar da dor, a maior dor que já tinha sentido, e depois de colocarem o bebê em seus braços, mas depois apagara. Será que tinha desmaiado?
As coisas pararam finalmente de girar, conseguiu focalizar o quarto. Sentiu vontade de ver o bebê, queria ver como era o fruto daquela relação amaldiçoada que tivera com Draco. Todas as vezes que pensava no bebê, desde que Draco virara um comensal, era achando que ele não deveria existir, não queria pensar isso. Não é que não gostasse do bebê, mas sempre que começava a pensar nele com amor, uma imagem de Draco vinha e acabava com tudo.
Onde esta meu filho? – perguntou Gina – quero vê-lo.
Ele esta sendo tratado. Sua mãe esta com lá, logo ela vira com ele para que você possa vê-lo – disse a enfermeira trouxa.
Gina virou a cabeça para o lado e saiu do ar, ficou fitando o chão, ate que alguém chamou o seu nome. Sua mãe estava ao lado da cama do hospital, tinha um grande sorriso nos lábios, segurava orgulhosa o bebê em seus braços.
Gina ele é lindo, você quer segurá-lo? – perguntou a Senhora Weasley, quando Gina assentiu lhe entregou o bebê.
Gina pegou o pesinho quente entre seus braços, olhou para ele com atenção. Ele era a copia fiel de Draco, tinha uma penugem de cabelos loiros quase brancos na cabeça, seus olhinhos espertos fitavam Gina, eles também pertenciam a Draco, era cinza no mesmo tom que o do pai. Gina não pode resistir ao pensamento que lhe veio à cabeça. O menino não era seu, não lhe pertencia, não era um Weasley, era um Malfoy, pertencia aos Malfoy. Não conseguiu mais segurar a criança, deu o bebê para Molly.
O que foi Gina?- perguntou a Senhora Weasley preocupada – Por que não quer segurá-lo?
Ele é um Malfoy – disse antes que pudesse se conter -, ele não me pertence.
Gina! Não acredito que estou ouvindo isso – disse Molly como se tivesse levado um murro – ele é seu, lhe pertence, é um Weasley.
Ora mãe olhe para ele, ele não é um Weasley – disse Gina lagrimas escorrendo por seu rosto –, ele só tem o sangue ruim do pai.
Gina, não se atreva a dizer isso – disse a Senhora Weasley furiosa –, ele é seu, saiu de você, é um Weasley ate a raiz dos cabelos.
Com cabelos loiros? – disse Gina dando um sorriso amarelo.
Isso não importa – disse a Senhora Weasley –, ele é meu neto, seu filho, logo é um Weasley e será criado com tal.
Leve-o mãe – disse Gina, virando o rosto –, quero pensar.
Ele tem que comer – disse Molly indignada –, você tem que alimentá-lo.
Eu quero pensar – disse Gina irritada.
E ele quer comer – disse Molly, como que para confirmar o que Molly dizia o menino começou a chorar –, esta vendo?
Certo então – disse Gina, pegando-o de volta em seus braços – me deixe sozinha com ele.
Você não vai fazer nada, vai? – perguntou a Senhora Weasley desconfiada.
Claro que não, o que posso fazer com o menino? – perguntou Gina irritada.
Molly saiu do quarto, Gina colocou o menino para mamar, ele sugou seu seio ávido, isso a fez rir, mas quando notou que fazia isso, se controlou. Não queria gostar do menino, ele era um Malfoy, provavelmente ia lhe fazer sofrer como seu pai o fizera.
Você não é meu – sussurrou Gina para o menino não entendendo porque estava dizendo isso -, você é um Malfoy, Christopher, você pertence a eles, você não é meu.
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