PULANDO NO ABISMO



-    Nós O QUÊ? – Eu e Pansy andávamos apressadamente na direção da sala da professora McGonnagal.
-    Nós vamos apresentar a poção para o Professor na Sexta Feira, Pansy.
-    Ficou louco? Ninguém mais vai fazer isso, Neville! Você quer que a gente seja reprovado?
-    Eu já não tenho nada a perder. E Snape nunca vai te reprovar.
-    Mas.. mas..
-    Pansy – eu me virei e fiquei de frente para ela, e a segurei nos ombros: – Você acha que a poção não vai funcionar?
-    Eu... eu não sei. Quer dizer...
-    Nós temos que arriscar. É a única chance que eu tenho, e é a primeira vez na vida que eu vou tentar, se eu errar, paciência – engraçado o jeito que ela me olhava. Eu pensei por um instante e disse:
-    Você confia em mim?
Pansy sorriu. De novo eu pensei em como ela ficava melhor quando não estava emburrada. Ela nem precisou responder, seguimos a sala da professora Minerva, onde eu entrei e disse:
-    Professora... a senhora sabe onde posso encontrar o professor Dumbledore?

***
    Havia três dias até a apresentação da poção. Seria um tempo para ensaiar, certo?
    Errado. Nós não podíamos ensaiar! A poção tinha como principal princípio fazer com  que qualquer um, inclusive o menos musical dos seres humanos (acertou quem disse Neville Longbotton), conseguisse cantar como um cantor de verdade. Ou quaaase isso, se tivéssemos muita sorte. Por isso mesmo, não podíamos ensaiar, senão pareceria uma fraude.
    Claro que essa não parecia uma boa idéia. Era tão inteligente quanto pular num precipício para testar se uma vassoura era realmente voadora. Mas não me ocorrera nenhuma outra reação à tentativa de humilhação que eu sofrera senão bancar o valente e dizer que eu na verdade fora ali para dizer que, como essa era a única chance que eu tinha, eu queria usá–la, independente do que fosse passado para o resto da turma. Snape no primeiro momento gargalhara incrédulo, mas, depois de me ver com uma cara de quem não estava brincando, ele resolveu pagar para ver.
    Isso, claro, teve seu preço. Primeiro, foi o fato de todo mundo me olhar nos corredores como alguém que ia servir de alimento a algum dos “amiguinhos” do Hagrid. Harry, Rony e Hermione me deram muita força, mas, no fundo eu achava que eles estavam pensando que tinha sido muito bom me conhecer, mas era triste ter uma morte tão horrível. Eles estavam fazendo a segunda chamada para os exames junto com Draco, e até que estavam indo bem (Rony ainda respondendo os exames na ala hospitalar). Harry havia batido o recorde de criatividade em previsões medonhas sobre a própria morte: dissera que ele ia ser morto por um grande monstro, que iria destruir Hogwarts, Hogsmeade e mais umas cidades trouxas que entrariam em seu caminho. Tirou dez em advinhação.
    Mesmo em poções, eles tinham relatórios razoáveis: Rony conseguira contrabandear para dentro de Hogwarts algumas das anotações de seus irmãos sobre como fazer poções para explodir, murchar, enrugar, e outras coisas horríveis. Baseado nelas, ele havia (ignorando o idiota do Goyle) feito uma poção para fazer bolhas de sabão explosivas. Harry continuava com sua mistura de milk shake e fogos de artifício e Hermione, sem a ajuda de Crabbe, óbvio, havia inventado uma poção para fazer cogumelos dançarem, ou melhor, se moverem um pouco ao ritmo de uma música.
Não posso deixar de mencionar o comportamento de profundo incentivo do professor Snape. Ele me olhava o tempo todo com um olhar de satisfação sádica, como uma cobra olha aquele ratinho bem frágil que ela sabe que vai pegar ali adiante. E, claro, as palavras de encorajamento:
-    Espero que esteja curtindo esses últimos momentos, meu jovem...
-    Ah, senhor Longbotton, eu soube que abriu o concurso de bolsas para o segundo grau numa escola trouxa próxima a Londres... você deveria tentar, apenas por garantia.
Estimulante, não? Pois é, eu estava preparado para o pior, mas, pelo menos ficaria reprovado com alguma dignidade... a não ser que a poção desse mais errado que o pior que pervíramos que poderia ser, o que pode se descrever como desastre total.
    Na véspera da apresentação, encontrei Pansy na sala de estudo, para uma última checagem. Nós ainda não havíamos sequer mexido na penseira depois de todo rolo, e não tínhamos certeza de quanto do fluido teríamos que adicionar na poção, na hora de tomá–la. Quando preparávamos as pipetas para encher os frasquinhos com o líquido a fim de levar para a aula, eu lembrei do meu pensamento triste que entrara na poção e disse:
-    Temos que tirar ele daí, pode estragar tudo!
Mas Pansy não deixou, impedindo que eu pegasse minha varinha segurando em minha mão. Ela me encarou e disse:
 –Nev... eu descobri uma coisa, esses dias. Não é só alegria que inspira. Se você tirar seu pensamento triste daí, não vai ser você...
-    Mas...
-    Eu também pus um pensamento triste aí dentro.
-    Que pensamento?
-    Depois que a gente apresentar eu te digo.
-    Mas...
-    Nev, porque não confiamos um no outro?
-    Ok, Pansy – eu respondi intrigado, tentando imaginar que pensamento triste ela poderia ter.
 
***
Bem... uma hora antes da aula de poções, eu já não sabia mais se havia feito a coisa certa. Olhava para o frasco com a poção na mão direita, e para o frasco com o líquido da penseira na mão esquerda e pensava que aquilo tinha TUDO para dar MUITO errado. Pensei em toda a minha vida em Hogwarts, como aquele filminho que dizem que passa na cabeça da gente antes de morrermos. E eu via coisa ruins e boas, mas mais boas que ruins, de qualquer forma.
Eu não queria ir embora, de forma nenhuma, eu não queria deixar meus amigos e nem os professores, eu não queria ser um derrotado, eu não queria também passar o resto da minha vida pensando que eu poderia ter sido um bruxo, mas tinha sido derrotado pela minha própria incompetência. Nesse instante, eu olhei para Pansy e pensei que acima de tudo, eu não queria deixar de vê–la. Foi nesse instante que eu FINALMENTE percebi que... eu gostava dela! (ok, ok. Eu já disse a vocês que eu sou meio lento, né?).
 –Neville? – Pansy perguntou, e eu devo ter feito a cara mais estúpida do mundo, porque eu fico com cara de idiota quando descubro alguma coisa importante.
-    Hã? Ah, sei lá, Pansy... eu estou um pouco nervoso com essa história toda... queria que isso passasse logo, entende?
-    Eu também... mas falta pouco para a apresentação... logo tudo vai ter terminado.
Eu não disse nada. Mas pensei que não queria que tudo simplesmente terminasse.

***
    Então, inevitável como a morte, a hora da apresentação chegou. Estava a turma inteira lá. Até Rony, que saíra da ala hospitalar aquela manhã, mais magro, mais pálido e um pouco menos falante, porque ainda estava se recuperando dos ferimentos internos. Eu achei engraçado porque, pela primeira vez numa aula de poções, ele estava sentado ao lado de Hermione, não de Harry.
    Snape entrou na sala e falou brevemente que colocassem os relatórios sobre a sua mesa, dizendo que julgaria um por um com o mesmo rigor que observaria as apresentações, se elas houvessem acontecido. E então disse:
     –Só que uma dupla, não sei se por coragem ou simplesmente porque um dos dois precisa desesperadamente de um pontinho para não dar um adeus definitivo à escola, resolveu me pedir que julgasse sua apresentação de poção...
    Ele foi interrompido por alguém batendo à porta. Eu e Pansy nos olhamos, satisfeitos. O professor Dumbledore estava parado à porta, sorridente, e pediu licença para entrar. Snape permitiu, com um ar bastante intrigado. Então, ele disse:
     –Severo, peço que ignore minha presença, por favor. Vim aqui apenas para fazer um pequeno favor à dupla Longbotton–Parkinson. Nada que vá, absolutamente, intervir na apresentação que eles pretendem fazer. – e, dizendo isso, ele foi para o canto vazio ao lado do professor, puxou uma carteira e transfigurou–a em um piano de cauda. Logo depois, transformou as próprias vestes em um fraque, o que eu realmente não havia pedido que ele fizesse. Pansy deu um sorrisinho satisfeito. Um murmúrio atravessou a turma, e Snape parecia absolutamente encucado com aquilo, tanto que, em vez de seguir com sua explanação ele simplesmente disse:
     –Longbotton, Parkinson... por favor, sigam com isso que eu estou ficando curioso.
    Ele então sentou–se numa carteira, ao lado de Draco que deu um sorrisinho sem graça para ele.
    Eu sabia que a parte mais complicada disso seria explicar como havíamos feito a poção. Distribuímos todos os ingredientes sobre a mesa, e colocamos num cantinho os frascos com os líquidos, e a penseira. Eu comecei a nossa explanação:
     –Be–be–bem... nós... nós... – Pansy me deu um cutucão e eu me ajeitei e pedi desculpas. Ela me olhou murmurando que eu me acalmasse e eu tentei prosseguir:
     –No livro que o avô de Pansy escreveu há uma lição sobre poções... ela diz que... hum... uma poção é feita de ingredientes orgânico, fisicos e químicos... mas que não está completa se não... tiver algo mágico.
     –Exatamente – me cortou Pansy, porque eu havia falado de forma insegura e lenta – Neville foi responsável sobre a parte orgânica, eu fiquei com a química. Nós dois pesquisamos...
     –Fascinante – disse Snape – Senhor Longbotton, como o senhor desenvolveu a parte orgânica?
    Lógico. Snape queria ME pegar. Vocês acham que ele deixaria que Pansy falasse sozinha? Eu comecei a pegar as ervas e dizer as propriedades de cada uma, dizendo que elas serviriam ao propósito de nossa poção (que nós ainda não havíamos revelado). Falei dos ingredientes que havíamos descartado, e porque o havíamos feito, e estava realmente com pena dos meus colegas, porque essa explicação já seria chata, dada por um “orador nato” como eu, deve ter sido torturante. Mas Dumbledore observava com uma atenção interessada. Quando chegou a vez de Pansy falar, ela foi mais breve, e fez sua apresentação de forma mais interessante que a minha. Aí disse:
-    Já tínhamos uma fórmula. Faltava algo que fosse mágico, para torná–la uma poção.
-    E o que foi que os senhores usaram de tão mágico, Senhor Longbotton?
Deu vontade de gritar. Pô, o cara não queria mesmo me deixar em paz. Eu mostrei a penseira e disse que para funcionar, a fórmula deveria ter algo de nós dois, que tivesse a ver com as emoções, com tudo que pudéssemos fazer juntos – aqui fomos interrompidos por um constrangedor huuuuuuum, vindo da turma, mas Snape deu um olhar gélido e não houve mais manifestações do gênero.
 –Bem... – eu completei – então, nós vamos ter que finalizar a mistura aqui, e mostrar o que... o que a poção faz. – eu e Pansy nos olhamos, não havia porque não dizer que estávamos nervosos. Claro que estávamos, afinal, ali é que começava a verdadeira prova de fogo. Cada um pegou um misturador e os dois frascos. Primeiro jogamos a poção, e logo depois, o líquido da penseira.
Aí realmente tudo pareceu perdido, porque houve duas pequenas explosões, seguidas de um barulho, vindo da poção, que lembrava uma nota alta e aguda, algo como LAAAAAAAAHHHHHHHH!!!!!!!. O troço ferveu dentro dos misturadores por um segundo e Snape comentou:
-    Parece um tanto... instável.
 –Já vai estabilizar – eu disse, mais para me acalmar que para convencê–lo. Então, como por milagre, a poção ficou azul cobalto e soltando uma névoa branca. Era hora de tomá–la.
Claro que eu e Pansy estávamos apavorados, porque não calculávamos que essa reação acontecesse. Mas já não havia jeito mesmo. Eu disse:
-    Logo em seguida, vocês verão o efeito da poção.
Eu e Pansy saímos de trás da mesa dele e ficamos frente a frente, com os misturadores na mão. Pansy murmurou:
-    No três, né?
-    Ok. Um...
-    Dois...
 –Três! – dissemos juntos e engolimos a poção. Eu esperava que ela queimasse ou ardesse, ou ainda  tivesse algum gosto. Ela só era morna e suave, quase sem gosto, a não ser um azedinho adocicado por causa da malva silvestre. De início, não percebi nada. Então, eu soube que estava dando certo, porque fiz um sinal positivo para o Professor Dumbledore e ele começou a tocar o piano. Acho que a turma inteira estava boquiaberta, porque isso não parecia fazer muito sentido. Eu olhava para Pansy, e ela era a mesma, mas parecia diferente de alguma forma, se eu soubesse então como me expressar, diria que ela parecia estar me inspirando.
Eu sabia o momento certo de entrar na música, e quando ele chegou, foi natural para mim começar a cantar (tradução no fim da fic):

It's a little bit funny this feeling inside
I'm not one of those who can easily hide
I don't have much money but boy if I did
I'd buy a big house where we both could live

Quanto mais eu cantava, mais seguro eu me sentia, e melhor, isso era natural. Eu achava que já era magnífico esse efeito, e então, Pansy começou a cantar a parte dela:

If I was a sculptor, but then again, no
Or a man who makes potions in a travelling show
I know it's not much but it's the best I can do
My gift is my song and this one's for you

A voz dela saía suave e afinada, e se eu achara que havia cantado corretamente, agora, apenas ouvindo, eu ficava maravilhado, em parte porque a poção funcionava perfeitamente, e em parte porque Pansy cantando, de alguma forma, me tocava e fazia eu gostar ainda mais dela. E eu nunca me sentira assim. Quase me perdi nesse pensamento, mas felizmente, não perdi o momento de entrar novamente na canção, quando cantamos juntos:

And you can tell everybody this is your song
It may be quite simple but now that it's done
I hope you don't mind
I hope you don't mind that I put down in words
How wonderful life is while you're in the world

Nessa hora, eu ouvi o murmúrio da turma ficar mais alto, mas isso não me atrapalhou na parte seguinte,nos versos que eu achava estranhos, mas gostara quando ouvira atentamente a música, no dia em que a havíamos escolhido para a apresentação:

I sat on the roof and kicked off the moss
Well a few of the verses well they've got me quite cross
But the sun's been quite kind while I wrote this song
It's for people like you that keep it turned on

Quase diretamente, Pansy continuou, olhando para mim sorrindo. De repente, não havia mais sala de aula, nem piano, nem Dumbledore, e nem, graças a Deus, Professor Snape.

So excuse me forgetting but these things I do
You see I've forgotten if they're green or they're blue
Anyway the thing is what I really mean
Yours are the sweetest eyes I've ever seen


Só eu e ela, cantando um para o outro, num palco grande e vazio. E cantávamos, não poderia ser diferente, uma canção de amor:

I hope you don't mind
I hope you don't mind that I put down in words
How wonderful life is while you're in the world

A música então acabou, o som do piano morreu, mas eu sabia que o meu mundo era melhor porque Pansy estava nele. Só me ocorreu abraçá–la de forma bem apertadinha, para que ela não saísse de perto de mim, enquanto os aplausos muito entusiasmados da turma (até dos Sonserinos) nos ensurdeciam. Eu a abracei tão apertado, tão cheio daquele sentimento gostoso, com os olhos fechados para não saber de mais nada, que nem notei que alguém me cutucava. Só notei o professor Dumbledore quando ele disse:
-    Vocês precisam agradecer os aplausos!
Nós nos largamos, rindo e eu, segurando a mão de Pansy, curvei o corpo numa reverência desajeirada, que ela acompanhou. O melhor de tudo foi ver a cara do Professor Snape na primeira fila, porque acho que a ficha dele ainda não havia caído. Ele estava absolutamente perplexo. O professor Dumbledore disse:
 –Severo, eu não quero de forma nenhuma atrapalhar seu julgamento, mas foi muito prazeiroso tocar para que esses dois jovens cantassem. Se precisar de alguma coisa, estou na minha sala.
Ele destransfigurou o piano e as vestes e saiu. O professor Snape levantou–se, incapaz de dizer qualquer coisa e ficou olhando para nós dois. Ele abriu a boca umas três vezes antes de dizer:
-    Vocês foram... ótimos. Meus parabéns, Longbotton. Você está aprovado.
Imaginem o seguite: você atravessou um deserto. Sofreu muito, muito mesmo. O sol era escaldante, insuportável e você só seguiu em frente porque havia alguém ao seu lado. E, no fim do deserto, encontra um oásis incrível, que te faz esquecer, de todas as formas, o que você passou, ou, melhor dizendo, faz você ver que tudo valeu a pena. Era assim que eu me sentia, bobo demais para falar qualquer coisa.
Eu deveria, na hora, ter feito o que queria, que era pegar Pansy e levar para algum lugar distante e solitário para falar do que eu sentia, mas, como sempre digo, “eu sou eu” e sou incapaz de agir com presteza e inteligência no momento certo. Só sei que a turma da Grifnória de repente estava me cercando e me carregando e gritando como seu eu fosse um herói, e eu estava atordoado demais e ainda disse:
-    Ei, gente, dá um tempo... eu preciso...
-    Neville, você conseguiu!!!!
-    Você viu a cara do Snape?
-    É isso aí, cara
-    Gente, me ponham no chão! – eu pedi desesperado, vendo Pansy ficando para trás enquanto eu era arrastado da sala.
-    Nada disso, temos que comemorar!
-    É isso aí!
-    Quem ia dizer, hein? O Nev, justo ele, arrasou com o velho Snape
-    ME PONHAM NO CHÃO!
É terrível isso, amigos às vezes conseguem ser um saco. Quando eu finalmente fui posto no chão, eu disse:
 –Gente, eu fico feliz, eu nunca fui tão feliz e quero comemorar mas eu preciso falar com a Pansy...
-    IHHHHHHHHHHH! – eu achei esse corinho MUITO babaca.
-    Dá para vocês pararem com isso?
-    Ah, Nev – disse Hermione – é que a gente ficou muito orgulhoso de você!
Eu fiquei realmente feliz com isso. Hermione sempre dizia que estava orgulhosa quando eu fazia a mínima coisa certa. E pela primeira vez isso não era apenas uma palavrinha de incentivo.
-    Obrigada, Mione, obrigada, gente. Vocês são muito legais. Mas agora eu tenho que falar com a Pansy – eu disse e virei às costas. Ainda ouvi Rony dizendo:
-    Ih, o Nev vai beijar na boca...
-    E você, nada, né, Rony? – eu ouvi a voz de Harry responder.
Ri sozinho e segui até a sala do Snape, esperando encontrar Pansy ainda lá. Ela não estava mais. Apenas Snape, que examinava o material da nossa apresentação. Eu perguntei, muito sem graça:
-    Pro–professor Snape, o Senhor viu a Pansy? – ah, vocês acham mesmo que eu por acaso havia perdido o medo do Snape? Claro que não. Ele me olhou e disse:
-    Ela saiu, deve ter ido para sua sala comunal
-    Obrigado – eu disse, já me virando, quando ele me chamou.
-    Longbotton? – eu me virei de volta e fiquei olhando para ele. Ele continuou – o que vocês dois fizeram foi muito inteligente. Vocês trabalharam muito bem. Meus parabéns, garoto.
-    Obrigado, professor. Vou tentar não derreter mais nenhum caldeirão na sua aula. Prometo.
E então, o impossível aconteceu: eu testemunhei, juro, um sorriso aberto, franco e sincero do professor Severo Snape! Onde está o Colin quando se precisa dele? O professor, ainda rindo disse:
-    Vá procurar Pansy. E transmita a ela também meus parabéns.
Ah, com certeza, eu ia transmitir os parabéns dele e muito mais.

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