Derramamento de sangue



Capítulo XIII


 


 


 


Derramamento de sangue


 


            Porém, antes mesmo de pôr os pés corredor a fora, Arken o puxou novamente empurrando-o contra a parede. Havia raiva nos olhos amendoados dela, viu Harry, e suas faces estavam incrivelmente rosadas.


            -Acha que eu não estou cansada? Harry Potter? Acha que gosto da idéia de perder você? Todo esse tempo que estivemos juntos acaso não percebeu que eu amo você!Eu te amo!Mas também amo o que escolhi, amo ser uma cavaleira Jedi!


            -E também amo você!Só que não gosto quando vai embora, não gosto quando parti sem me avisar, quando não dá noticias!É só Obi-wan aparecer e pronto!Eu desapareço do seu pensamento!Eu não quero mais esperar Arken!


            Ela fechou os olhos e respirou profundamente, Harry praticamente leu os pensamentos que percorriam a mente dela. Sabia o que ia dizer, agüentou firme quando Arken abriu a boca mal olhando para ele.


            -Nós dois não agüentamos mais, Harry Potter. Mas, acho que essa espera chegou ao fim. Adeus, Harry.


            -O que? Como assim?


            -É isso que quer não é? Se libertar de mim, de viver assim!Pois bem, está livre!


            -Eu quero que, ao menos uma vez na vida, você escolha a nós ao invés dele! Obi-wan!Essa causa Jedi, tudo!


            Foi a vez dela sair correndo, abriu a porta bruscamente com a força do pensamento e saiu desabalada, sem responder ao último comentário de Harry que respirou profundamente antes de também sair correndo atrás de Arken. Dissera isso com raiva, porém não era verdade. A causa a quem Arken tanto lutava, tanto amava, tornou-se um dos motivos que atraiu Harry. O modo como ela defendia, como dava esperança. Tinha que dizer isso, não podia deixá-la ir sem saber que ele cometera um erro. Que era humano. A encontrou nos gramados perto da casa de Hagrid, puxou seu braço, porém, Arken desvencilhou-se dele.


            -Me desculpe, não é verdade. Eu estava com raiva, me desculpe.-disse Harry


            -Eu sei, mas você tem razão. O que disse, está certo.-respondeu Arken com uma voz fraca.


            -Não!Podemos continuar, dá um jeito!Sempre demos!


            -Você precisa encontrar a quem não esconda o que sente, que esteja ao seu lado todos os dias, todas as manhã e não tenha que sair no meio da noite e passar meses fora. Eu entendo e, no fundo, esse dia chegaria.


            -Que dia?


            -De cada um seguir o seu caminho.


            Começara a nevar naquela noite, finos flocos de neve voltaram a esbranquiçar o gramado de Hogwarts. Harry nada respondeu, tornou a olhar para Arken que também mantia-se em silêncio. Nunca imaginou o quanto fosse doer àquelas palavras, talvez porque também não imaginava que este dia chegaria, o modo como eram cúmplices, como entendiam-se mutuamente, afastava qualquer idéia de um dia separarem-se.


            -Quando vai partir?-perguntou Harry finalmente.


            -Eu não sei, talvez daqui a três dias. Eu...


            Seja qual for a frase que Arken diria, Harry jamais soube por que naquele momento, sem pensar duas vezes, agarrou a silhueta dela, beijando-a profundamente. Ficaram abraçados, nenhum se atrevia a dizer qualquer palavra, qualquer frase que ocorria em suas mentes.


            -Me desculpe pelo que lhe disse- tornou a dizer Harry.-Eu sei o quanto é importante o seu trabalho e de Obi-wan. Ele demorou a aparecer, era natural você querer passar o maior tempo com ele do que comigo.


            -Eu desculpo sim, Harry. Disse aquilo da boca para fora. Há uma missão da qual que preciso cumprir, e você também. A guerra ainda continua lá fora. Cuide muito bem de Brighid, ela tem de aprender a controlar os poderes que lhe foram dados.Esteja ao lado dela.


            Houve um profundo esforço dizer esta última frase, sentiu Harry, pois Arken tremeu em seu corpo. Talvez, ela desconfiasse dos sentimentos que Brighid nutria por ele. Porém, Arken nada revelou. De repente, Harry se viu tonto, como se tivesse ingerido uma forte bebida. Ouviu vagamente a voz de Arken perguntando-lhe o que estava acontecendo, se estava bem, mas não conseguiu responder. A figura de Brighid aparecia constantemente em sua mente, outra voz longínqua e doce penetrava em seu consciente: Brighid é tão especial. É um tolo o rapaz que não se apaixonar por ela. Os olhos verdes, são iguais aos seus. Não há ninguém com esse tom, somente ela.Harry....Harry...esqueça Arken, esqueça-a. Pense em Brighid...Brighid....


            O origami de Arken novamente saiu do bolso voando sobre a cabeça de sua dona, as asas da borboleta de papel rondava Arken apontado a Floresta Proibida. O colar de Kandrakar ardeu no peito de Harry apagando-se imediatamente. Arken pulou a sua frente olhando a mata escura. Aos poucos, Harry foi recuperando-se e pode levantar-se. Viu Arken olhando a mata, os olhos semi cerrados, um tanto translúcidos, ele pode perceber.


            -Arken?


            -Você está bem, Harry?


            -Sim. Alguma coisa errada?


            -Não, tudo bem. Está tudo bem agora. É melhor você ir. Eu vou daqui a pouco.


            -Há algo de errado, eu não sou idiota. Me diga.


            -Você não é o único a ter segredos, Harry Potter. Eu também tenho os meus. Por favor, vá. Preciso ficar sozinha.


            Harry caminhou em direção aos corredores. Não olhou para Arken, de certo porque um filete de desapontamento percorreu o seu íntimo. Segredos, ela também tinha o que esconder dele. Será que sabia o que aquela voz disse a Harry? Pensou se Brighid tinha alguma coisa a ver com o que houve,mas não a viu em lugar algum no pátio. Era tarde da noite, devia estar dormindo. Retornaria a ver Arken novamente? Ele gostava tanto dela, conheceu verdadeiramente o amor nos seus braços. “Não tinha que ser assim”.Seu último pensamento antes de dormir na sua cama, já no dormitório.


            -Não conquistará Harry dessa forma, Brighid.-disse Arken


            Das folhagens espessas e dos troncos grossos, surgiu a silhueta de Brighid. Suas habilidades Jedi permitiram Arken identificar quem se escondia na floresta sem ao menos ver o rosto, e pode concluir que acertara.


            -Como sabia que era eu?-perguntou Brighid.


            -Senti sua presença.


            -Foi involuntário. Quando me dei conta já estava fazendo.


            -Não precisa mentir para mim, nem para si mesma.


            Brighid a encarou friamente. Ela era boa, precisava admitir, uma cavaleira Jedi extremamente boa. Uma réstia de peso na consciência permanecia latente no peito de Brighid, contudo, a vontade de ter aquilo que deseja era maior.


            -Não vai conseguir o amor dele usando-os. –disse Arken


            -O que sabe sobre os poderes que tenho? Somente eu sei como lidar com eles.


            -Vai descobrir exatamente o contrário.


            -Já ouvi falar de sua história, de que é a escolhida de uma deusa bastante poderosa. Olhe, não pense que sou má, porque não sou. Mas entenda que, de nós duas, Harry tem mais chances comigo. Eu não tenho um mundo para salvar todos os dias, se é que me entende.


            Arken não respondeu aquele comentário. Por um instante, Brighid achou que ela sacaria o sabre-de-luz pronta para meter-lhe um golpe no estomago, mas a cavaleira Jedi nada fez. Manteve-se serena e calma, sem alterações.


            -No fundo, Arken, mesmo que não seja eu, ela se cansará do relacionamento de vocês dois. Vai encontrar alguém diferente, entende.


            -E sua torcida é para que seja você, estou certa?


            -Está. Eu não queria, mas aconteceu. Me apaixonei por ele.


            -Cuidado Brighid. Tenha muito cuidado.


            -O que? Acaso está me ameaçando? Por que eu teria medo de você?


            -Não é a mim a quem deve temer, mas a si mesma. Há muitas vidas em jogo, vidas, inclusive, de outros lugares, de outros mundos.


            Arken afastou-se e foi embora, deixando Brighid sozinha. Então ela sabia da visão que teve, talvez Harry tenha contado a Arken o que Brighid conversara com ele. Um profundo arrependimento invadiu suas entranhas, e o medo de realmente estar fazendo a coisa certa. Mas ela o queria tanto, Arken estava indo embora, hora perfeita para aproximar-se dele, tinha de tentar.


 


 


Bolívia, La Paz.


 


            A Bolívia é um país situado no centro-oeste da América do Sul, delimitada a norte e a leste pelo Brasil, a sul pelo Paraguai e pela Argentina e a oeste pelo Chile e pelo Peru. Juntamente com o Paraguai, é um dos países sul-americanos sem litoral marítimo. Também é o oitavo mais extenso nas Américas e o vigésimo sétimo do mundo. A capital oficial e sede do poder judiciário é Sucre e a sede do governo (poder executivo e legislativo) é La Paz. País multicultural com muitas riquezas naturais e arqueológicas. Destaca-se a cultura Tiwanaku que se desenvolveu no que é hoje a região ocidental do país e cujos conhecimentos avançados foram legados ao Império Inca. Menos conhecidos são os vestígios culturais arqueológicos na região oriental tropical da Bolívia onde, entre outras, desenvolveu-se a Cultura Hidráulica das Lomas, nas planícies de Moxos, atualmente pertencentes ao Departamento de Beni.


            Em sua capital, La Paz, mais precisamente no bairro de San Jorge, um grupo de desordeiros “passeavam” pelas localidades. Ao todo contavam-se sete, cinco rapazes e duas meninas aparentando seus quinze a vinte anos, usando trajes roqueiros, colares, tatuagens e brinco de prata. Andavam derrubando as latas de lixo, pichando paredes, furando pneus de carro. Era tarde da noite, nenhuma pessoa, exceto os que estavam em questão, perambulava àquela hora.


 


            -Boa noite, meus caros. –cumprimentou uma voz rude e grossa.


            -Quem está ai? –perguntou o líder o bando.


            Da esquina escura saiu uma figura alta, de porte musculoso. Os garotos não conseguiam distinguir quem era por causa da escuridão (tinham queimado todos os postes que encontraram). O homem caminhava lentamente sem demonstrar qualquer sinal de medo. Pelo sotaque não era boliviano.


            -É melhor se escafeder daqui, velho boboca!-gritou um do bando.


            -Adoramos devorar forasteiros desavisados!-caçoou uma das garotas.


            O homem continuou andando lentamente, os passos ecoavam pela rua deserta. A mais nova do bando, começou a tremer ao lado do líder que parecia ser o seu namorado. Ele notou o medo dela e começou perguntar qual era o motivo, mesmo sendo perigoso eles eram sete e o homem apenas um.


            -Temos que sair daqui!Agora!-gritou a menina.


            -Porque Matilda? Vamos dá uma lição nele!


            Os outros desataram a rir. Porém, Matilda não. Sacou algo do bolso, sua varinha. Acabou que, quando o restante do grupo viu o que era aumentou o barulho da algazarra. Matilda xingou todos eles e desatou a correr, naquela hora, o forasteiro também tirou do bolso sua varinha.


            -Então temos uma bruxa aqui? Que coincidência!


            -Eu sei muito bem quem é, e sou sim uma bruxa. Corram!Corram enquanto podem!


            -Não seja tão medrosa, o que esse velh...


            Um feixe de luz verde emitiu da varinha do forasteiro, minutos depois um grito. E um corpo inerte ao lado da garota que desatara a correr desabalada, mais um feixe de luz, e ela caíra morta no chão.


            -Que diabo é isso? –perguntou o líder.


            -O seu pior pesadelo!-murmurou o forasteiro


            Finalmente os que restavam do grupo viram sua face: era um lobisomem. Meio humano, meio animal. Os dentes podres e os olhos de lobo.


            -Santa mãe de Deus!


            -Implore por quanto quiser, garoto. Vai se reunir a eles, antes de fazer um trabalhinho.


            Antes de qualquer movimento dos quatro rapazes restantes, petrificados demais para executar qualquer movimento de fuga, Greyback, nome do lobisomem, executara mais um feitiço. Os rapazes viram desnorteados por alguns minutos, voltando ao normal, todos com uma expressão um tanto abobalhadas. Enquanto isso, Matilda corria o mais rápido que suas pernas permitiam. Aproveitara a fala do lobo para correr, lamento o grito dos amigos após o feixe de luz verde, mas tinha de correr ou então sobraria para ela.


            -Aonde pensa que vai mocinha?


            Matilda se viu cercada pelos compassas de Greyback. Ainda pode lançar um feitiço no primeiro que viu a sua frente, contudo, por estar em desvantagem, cerca de quinze amontoaram-se ao seu redor, acabou pega. Eles a amordaçaram, trazendo-a novamente para o local de onde partira. Viu os amigos enfeitiçados concluindo que Greyback executara o feitiço: Imperio. Os outros dois jaziam mortos ao lado dela.


            -Me pergunto o que uma bruxinha tão linda como você faz com um bando de trouxas?-perguntou Greyback.


            -Não é da sua conta.


            -Resposta errada, mocinha.Crucio!


            Seguiu-se quase uma hora de tortura. Maltida tremia compulsivamente, prestes a desmaiar, o corpo pendendo para cair no chão. Se recusasse a responder, ou não soubesse de resposta alguma Greyback lançava-lhe o feitiço que fazia seus ossos arderem em chamas. A pior dor que sentira na vida. Enquanto isso, os rapazes enfeitiçados perambulavam pelas ruas, receberam rifles e espingardas dando início a um massacre pelas ruas da capital boliviana. Entravam nas casas, atiravam sem poupar ninguém, e saiam para a próxima casa. Os companheiros de Greyback os acompanhavam rindo o mais alto que suas gargantas permitiam.


            -Por que está fazendo isso?- perguntou Matilda em voz fraca.


            -Simples: é divertido...-respondeu Greyback estendo um sorriso por trás de seus horrendo dentes de lobo.-Sentir o medo, o sangue quente esparramando do pescoço deles, os gritos dos pobres infelizes clamando por socorro, soa como uma linda melodia aos meus ouvidos, princesinha.


            -Não me chame de princesinha, seu lobo nojento e covarde!


            -Crucio!


            -Ah!


            Maltida desfalecera, já não respirava mais e seu coração parara de bater. Enquanto isso, a polícia trouxa fora chamada a fim de prender os rapazes, terroristas, para a opinião dos leitores dos jornais que estancaram o mundo com a noticia do massacre. Os compassas de Greyback esconderam-se assim que viram os carros da policia trouxa chegando ao local e exigindo a rendição dos desordeiros que encontravam-se agora no Palácio do Governo da Bolívia. Sequer escutaram o comando que lhes fora ordenado, avançando com suas armas para cima dos policias que, obrigados pela situação, não tiveram outra escolha senão atirar nos rapazes.


            -Plano executado com sucesso, chefe. –exclamou um dos compassas a Greyback que riu debochadamente tamanha satisfação.


            -Ótimo. O cheiro do sangue me excita!


            -O que aconteceu com a prisioneira, chefe?-perguntou outro.


            -Não agüentou, morreu faz pouco tempo. Quantas vítimas?


            -Centenas, chefe!Centenas!Aqueles trouxas não chegaram a tempo!


-Então vamos, antes que eles cheguem por estas bandas. Há muito que se comemorar hoje!Mosmorrde!


O feitiço da caveira fora lançado no céu, o símbolo de Voldemort. Infelizmente, esse ataque nenhum dos membros da Ordem pôde evitar, nem os outros que ainda sucederiam.


 


__________________________________________________________________________________________________


Peço desculpa a todos os leitores pela demora e postar os novos capítulos. Estive bastante ocupada nesses dois meses com a faculdade, mas aproveitarei essas férias para atualizar a Fic.Espero que gostem deste mais novo capítulo e aguardem os próximos!


 


 


**Arken**


 


 

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.