Prisão



Cap4 Prisão

Quando crianças, a brincadeira preferida de Victorie e Nathalie era a de pique-pega. Os passos ecoavam fortemente pela casa quando as duas resolviam brincar. Os passos pequenos, porém rápidos, das duas meninas eram escutados facilmente por quem quisesse ouvir durante horas. Quando paravam a brincadeira, corriam para a cozinha e debruçavam sobre a pia para alcançar o alto do armário. Só então, poderiam alcançar o precioso pacote pote de biscoitos que lá ficava guardado. Juntas, corriam para o quarto de Victorie, rindo e ao mesmo tempo com medo de pudessem ser pegas, e se escondiam de baixo da cama.

O “baixo da cama” de Victorie não era um baixo comum. Não era sujo, empoeirado, com aranhas e formigas. Não era um lugar de chão frio e incômodo. Não era um lugar que só era habitado quando servia de esconderijo para crianças. Sim, ele também era um esconderijo, mas era também o lar de uma mente cheia de tristezas. Da falta de uma mãe que nunca conheceu e do descaso exercido pelo pai. Da família, da verdadeira família. De uma vida normal, aquela com pais, filhos, avô e avó, cachorro. Porém, não era só em momentos de dor que Vick ia para o “Miolo”, como ela chamava o esconderijo sob a cama.

O Miolo de Vick era um pouco mais de seis cm mais alto do que o corpo dela de lado. Dentro havia um pequeno colchonete de espuma coberto com uma grande coberta vermelha. Havia também vários gibis, lápis de cor e uma pequena lanterna em formato de abelha que Camila havia comprado pra ela. Porém, a parte mais interessante do Miolo era o “diário” de Victorie escrito no estrado da cama.

Por horas, Vick deitava no Miolo e, iluminando com sua abelhinha, escrevia seus pensamentos e seus poemas infantis. Corações com os nomes dos garotos os quais estava interessada e riscando o nome daqueles os quais perdeu o interesse. E também fazia desenhos que, para muitos não faria o menor sentido, mas para Victorie, era um pedaço do seu “eu”.


Nathalie adorava o Miolo da “irmã”. Adorava deitar-se com a abelhinha e ler o diário de estrado de Vick. Por vezes riu, e chorou, ao ler os pensamentos dela. Muitas noites, Nathalie acordava na madrugada e ia para o quarto de Vick e lá a encontrava dormindo sob a cama e então deitava ao lado da irmã e dormia também. Horas depois, Camila as acordava confusa com o fato das meninas preferirem o Miolo à suas quentes camas.

O esconderijo sob a cama. O Miolo. O lugar onde trocavam sorrisos cúmplices após pegar os biscoitos. O lugar que por tantas vezes juraram lealdade e amor uma a outra. Foi nesse pensamento nostálgico e rindo de si mesma, que Nathalie abriu os olhos na sala de espera do Hospital St. Mary. Era a primeira vez que esboçava um sorriso em quarenta dias.

-Nathalie Rodrigues!- o nome foi chamado pela enfermeira no balcão.

Nathalie tentou se levantar, era como se a gravidade fosse três vezes maior. Não dormia direito a vários dias, e nas poucas vezes que conseguia, era sempre o mesmo pesadelo, com Vick chamando seu nome e Nath não conseguia responder, e então ela acordava num sobressalto no meio da noite, ofegante, suada e chorando.

-Por favor, me acompanhe Dra. Nathalie. – a voz da enfermeira soou rígida e fria, um tanto profissional. Porém, havia algo naquela voz que lhe pareceu um sentimento familiar. Havia uma dor naquela voz, misturado com uma angústia muda. Nathalie fitou a enfermeira Jamina, ela não devia ter mais que trinta e cinco anos, mas sua aparência era de cinqüenta. Era de uma mulher forte que passou por muitas provações e os agüentou calada.

Nathalie pouco sabia sobre Jamina. Uma vez, conversando com sua superior imediata, descobriu que Jamina era afegã. Descobriu que ela e seus pais tentaram se refugiar no Paquistão durante as guerras no Afeganistão após a retirada da União Soviética em 1992.


A enfermeira Jamina Khan Whahid continuou andando em direção a ala onde estava Victorie com Nathalie em seu encalço. Olhou mais uma vez para a prancheta em sua mão. “Coma profundo”. Pensou na aflição pela qual aquela jovem ao seu lado passava. Havia quarenta dias desde o complicado parto de Matthew que Victorie entrou em coma. Geralmente, a recuperação total da consciência acontecia num período de 2 a 4 semanas. O problema é que já haviam passado seis e Vick não demonstrara nenhum sinal de consciência. Nenhuma resposta ocular, motora ou verbal. Absolutamente nada!

Jamina sabia que quando o estado persiste por mais de um mês, as chances de melhora vão diminuindo gradativamente e o paciente entra num tipo de coma conhecido como estado vegetativo. Jamina sabia as implicações que esse estado traria, assim como também tinha certeza que Nathalie também os conhecia.

O clima de dor dentro daquele hospital era sempre algo cotidiano, corriqueiro, comum. Os médicos simplesmente pareciam ignorá-lo. Porém, Jamina nunca se acostumara. Seus olhos se enchiam de lágrimas, seu coração apertava, o ar lhe faltava e as náuseas lhe tomavam o corpo quase que diariamente.

Seus pensamentos voaram para longe dali, precisamente para Cabul. Lembrou-se do dia 19 de dezembro de 1992, o dia D de sua vida.
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Em 1992, praticamente a cada semana, o pai de Jamina voltava do trabalho contando que uma das repúblicas da União Soviética tinha declarado sua independência. Lituânia, Estônia. Ucrânia. A União Soviética estava se desfazendo com uma rapidez espantosa. Desceram a bandeira soviética do mastro do Kremlin: a república da Rússia acabava de nascer.

Em Cabul, Najibullah, o último presidente comunista do país e outrora chefe da temida KHAD - polícia secreta-, mudava de tática e tentava passar a imagem de um mulçumano fervoroso.

-É muito pouco, e está vindo tarde demais – comentou o pai – Não dá para ser o chefe da KHAD num dia e, no dia seguinte, estar rezando numa mesquita junto com as pessoas cujos parentes você mandou torturar e matar.

Ao sentir que o cerco se fechava em torno de Cabul, Najibullah tentou fazer um acordo com os mujahedins, mas este se recusaram. Então, em abril de 1992, Najibullah finalmente se rendeu e se refugiou no prédio da ONU, perto do palácio Darulaman, ao sul da capital.

O jihad tinha terminado. Os vários governos comunistas que se sucediam no poder desde o golpe de 1978 tinham sido derrotados. Depois de mais de uma década sacrificando tudo, deixando a própria família para ir viver nas montanhas e lutar pela soberania do Afeganistão, os mujahedins estavam vindo para Cabul, em carne, sangue e ossos massacrados pela guerra.

Khaleb, o pai de Jamina, seu babi, conhecia a todos pelo nome.

Um deles era Dosum, o espalhafatoso comandante uzbeque, líder da facção Junbish-i-Milli, que tinha a reputação de vira-casaca. Havia também Gulbudin Hekmatyar, o carrancudo e veemente líder da facção Hezb-e-Islami, um pashtun que fez faculdade de engenharia e que, certa feita, matou um estudante maoísta. Havia ainda Rabbani, o líder tadjique da facção Jamiat-e-Islami, que era professor de lei islâmica na Universidade de Cabul na época da monarquia. Havia Sayyaf, um pashtun de Paghman, ligado aos árabes, muçulmano ferrenho e líder da facção Ittehad-i-Islami. E também Abdul Ali Mazari, o líder da facção Hizb-e-Wahdat, conhecido como baba Mazari por seus co-irmãos hazaras e muito ligados aos grupos xiitas do Irã. E, é claro, o aliado de Rabbani, o taciturno e carismático comandante tadjique Ahmad Shah Massoud, o Leão de Panjshir.

Porém, o que seria o início de um período de paz e de soberania para o Afeganistão, tornou-se uma revolta que tomou conta do mujahedins.

As coisas foram acontecendo com uma rapidez impressionante. Logo, logo o conselho das lideranças foi convocado e Rabbani foi eleito presidente. As outras facções esbravejaram, denunciando nepotismo. Massoud pedia paz e paciência.

Hekmatyar, que havia sido excluído, estava furioso. Os hazaras, com o seu longo histórico de opressão e negligência, também ficaram enfurecidos.

Eram insultos de parte a parte. Dedos em riste. Acusações. Reuniões acabavam em discussões acaloradas e portas batendo. A cidade prendia o fôlego. Nas montanhas, pentes e mais pentes de balas eram enfiados no Kalashnikovs.

Na falta de um inimigo comum, os mujahedins, armados até os dentes, resolveram lutar entre si.

Para Cabul, chegou enfim o dia do juízo.

E então os mísseis começaram a cair sobre a capital.
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Sorvete

Estava quente. Quente até demais. O suor lhe descia pelo rosto. Alguma coisa estava brilhando, ela sabia, mas não conseguia abrir os olhos. Ouviu estalos e estampidos. O que era aquilo? Será que ela estava no Sol ouvindo as explosões de sua superfície e sentindo seu calor infernal?

Sorvete

Esse sonho era realmente muito estranho. Estava perdida. Dolorida. Confusa. Estava realmente quente. Lembrou-se de quando fora nadar no lago Whazur com babi. Estava muito calor naquele dia. Lembrou-se de quando pulou nas águas escuras do lago. Ela não sabia nadar, mas sua excitação era tanta que nem se lembrou disso. Queria ter voltado ao lago, ter aprendido a nadar. Queria voltar ao lago e relaxar em suas águas refrescantes e não continuar nesse calor infernal.

Sorvete

Também lembrou do sorvete de morango que tomou após ir embora do lago. Que delicioso era aquele sorvete. Definitivamente, naquele calor seria ótimo tomar um sorvete.

Neste momento se lembrou de seu pai Khaleb. Seu babi. Tentou chamar por ele mas não conseguiu. Tentou mais uma vez.

-B-babi...-sua voz saiu rouca. Alguma coisa a estava sufocando. Seus pulmões doíam. Cada respiração era como se fosse uma facada. – Babi.- Sentiu o suor lhe escorrer mais uma vez pela testa. Sentiu a gotícula lhe descer pela face e alcançar os lábios. Percebeu que aquilo não era suor algum. Era sangue. –B-babi!- sua voz saiu estrangulada, mas levemente forte.
-Jamina jo - a voz saiu de algum lugar perto dela, tão fraca quanto a sua.

Jamina abriu os olhos, era como se não tivesse os feito. Seus olhos arderam em contato com a fumaça. Tentou virar a cabeça e viu fogo. Muito fogo. Labaredas se erguiam em línguas e consumiam uma armação de ferro que antes fora o interior de caminhão. Tentou mexer o corpo e, como uma onda, uma dor avassaladora invadiu seu corpo. Percebeu que seu corpo estava numa posição nada convencional.

Tentou chamar por babi mais uma vez, mas dessa vez não houve resposta. Lágrimas se formaram em seus olhos. Não soube exatamente quanto tempo esteve presa naquele caminhão em chamas. Cochilou algumas vezes, ou não, ela não sabia. Sua cabeça doía, seus pulmões doíam, tudo doía. O calor era cada vez mais colossal. Sentia sua boca seca.

Definitivamente, era o tempo perfeito para tomar sorvete.

Foi quando ouviu uma explosão e então, tudo ficou negro.
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Jamina acordou com a claridade vinda da janela do hospital. Ouvia médicos conversando em voz alta. Será que não podiam fazer silêncio? Será que não percebiam que a única coisa que ela queria era descansar? Sentiu vontade de gritar. De mandá-los ir embora. Mas antes que o fizesse, os médicos saíram do quarto e tudo ficou silêncio.

Desde que acordara, Jamina fitava o teto da instalação. Não desviara seus olhos um segundo se quer. Não sabia por que estava olhando para todo aquele branco. Simplesmente não sentia vontade de desviar o olhar. Pouco se importou com isso. Fechou os olhos e voltou a dormir.
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Mais uma vez alguém falava perto dela. Será possível que não podem deixá-la dormir um segundo se quer? Abriu os olhos de novo. Estava escuro. Quanto tempo havia dormido? Afinal que dia era aquele? O que havia acontecido?

Como um flash ouviu uma explosão em sua cabeça. O caminhão. O fogo. Babi. Sentiu o gosto de fumaça. Sentiu o gosto de sangue. Sentiu o calor.

Lá longe ouvia um bip. Agora não era bip... bip... bip...Era bipbipbip... A freqüência com que o ouvia era cada vez mais rápida.

A última coisa que ouviu foi o grito da enfermeira.

-Médico! Os batimentos estão acelerando!-e então tudo ficou negro.
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Abriu os olhos. Viu o familiar teto branco. Chega de teto. Queria ver o que estava acontecendo à sua volta. Queria olhar para os lados. E quando tentou, não conseguiu.

O que estava acontecendo? Como não conseguia virar os olhos? Ela não sabia como. Parecia que havia esquecido como fazer esse movimento tão banal. Será que havia algo em seus olhos? Tentou colocar a mão sobre sua vista, mas quando tentou, nada aconteceu. Sua mão não se mexia. Nem seu braço. Nem suas pernas. Nada. O pânico a invadiu.

Então como um último suspiro antes do golpe final, ela tentou gritar. E para seu desespero, não conseguiu.

Seu rosto começou a queimar. O medo. O pânico. O desespero. Achou horrivelmente incrível a quantidade de palavras que existiam para traduzir o que ela sentia naquele momento.

Mais uma vez se deu contas dos bips. Os sucessivos barulhinhos estavam ficando cada mais rápido. Sentiu uma lágrima lhe escorrer a bochecha. Sentir! Ela ainda podia sentir. Finalmente percebeu alguma coisa que funcionava em seu corpo além de seus pensamentos.

Sentiu que alguém enxugava a lágrima em seu rosto. O suave toque do lenço a fez desviar de seus pensamentos.

De repente, um rosto bonito de um homem apareceu à sua frente.

-Não vou desistir de você Jamina. Sei que você ainda está consciente. Eles que não querem acreditar.

“Eles que não querem acreditar.” Eles! Ela finalmente entendeu o que se passava.
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No dia 19 de dezembro de 1992, Jamina, juntamente com seus pais Khaleb e Ramira Whahid, partiu de Cabul para o Paquistão. Os mísseis que assolavam a capital eram cada vez mais freqüentes, mais próximos. O assobio, o maldito assobio, era o que anunciava sua chegada, segundos antes de uma explosão. Poderia ser qualquer um. Qualquer prédio. Qualquer carro. Qualquer caminhão que ousasse dirigir-se para suas fronteiras em direção ao Paquistão.

O caminhão que os levavam fora atingido por um míssel disparado das montanhas. Os médicos do hospital de Peshawar em que Jamina ficou um ano internada, disseram que a mãe dela havia morrido na hora. Seu pai ficara preso nas ferragens. Seu corpo fora quase partido ao meio pelo teto do veículo. Disseram os médicos que, se o removessem de lá, ele morreria no ato. Disseram que quando encontraram Jamina e a retiraram, Khaleb ainda estava vivo.

A segunda explosão do caminhão lesionara partes específicas da parte inferior do cérebro de Jamina. Com esta lesão, Jamina havia desenvolvido um tipo muito raro de coma (na verdade, um pseudocoma), chamado síndrome do encarceramento.

Jamina ficava acordada e consciente, ouvia, entendia coisas e também podia sentir dor. Mas como estava completamente paralisada e inclusive, no caso de Jamina, nem os olhos ela conseguiu mover nos primeiros três meses. Como era comum, os médicos declararam seu estado como vegetativo.

O único que não acreditava em tal diagnóstico era o Dr. Haris. E graças à ele, a prisão corporal de Jamina não fora a pior possível.

Todos os dias, o Dr. Haris trazia consigo uma revista, um livro e flores. Sentava ao seu lado e começava sua rotineira leitura em voz alta para que Jamina pudesse ouvir. Mesmo sem nenhuma manifestação por parte de Jamina, todos os dias ele repetia o fazia.

Os outros médicos o chamavam de louco. Diziam que todo seu esforço era em vão. Que era puro desperdício de tempo e dinheiro com um simples corpo. Por vezes ouvia enfermeiras reclamando alto ao entrarem em seu quarto.

Jamina chorava sempre que ouvia tais coisas. Queria gritar para todos que estava viva. Queria gritar para todos que só queria poder se levantar e ir embora daquele hospital. Porém, seu desejo era poder abraçar Haris com todas suas forças. Agradecer por tudo que ele estava fazendo por ela. Beijar-lhe o rosto.

Haris era um médico muito jovem para a posição que ocupava dentro daquele hospital em Peshawar. Ele, como ele mesmo se apresentou, se chamava Haris Khan e era afegão como ela. Ele era pashtun e tinha vinte e três anos.

Jamina adorava quando Haris entrava em seu quarto. Adorava ouvir sua voz e, principalmente, adorava quando Haris se erguia sobre seu campo visual e ela podia estudar cada traço seu. Seus cabelos negros. Seu jeito de sorrir, de falar. Sua pequena marca abaixo do pescoço. Seus braços. Seus olhos. Por três meses, foram as únicas coisas que ela podia fazer.

No fim de fevereiro, Jamina ouviu mais uma vez a voz de Haris anunciando sua chegada. Foi quando Haris percebeu que os olhos de Jamina o seguiam.

Jamina, se pudesse sorrir, estaria radiante. A felicidade tomou conta dela quando, durante a noite, percebeu que conseguia desviar os olhos na direção que bem quisesse. Viu Haris olhar em sua direção pasmo. Viu o um sorriso crescer cada vez mais em seus lábios. E finalmente, viu Haris pular de alegria e gritar para quem quisesse ouvir que Jamina havia feio contato visual.

Um alvoroço tomou conta do hospital e, principalmente, de seu quarto que nos últimos dias parecia ter se tornado o centro das atenções de todo o hospital.

Nos noves meses que se seguiram, Jamina foi aos poucos recuperando suas funções cognitivas e aprimorando suas respostas ao mundo exterior. Para a alegria de todos, no ínicio de agosto, Jamina balbuciou sua primeira palavra. A palavra, é claro, era Haris.
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Jamina podia imaginar a dor de Nathalie. O estado por qual passava Victorie era diferente do qual Jamina fora obrigada a passar, mas igualmente avassalador para aqueles que somente assistiam de fora.

Viraram um corredor, e mais outro. O clima pesado parecia desabar sobre o ombro das duas. E então viu uma porta e por ela atravessou. Jamina se encolheu perto da porta e esperou. Nathalie que correu em direção a cama e chorou, como sempre fazia em suas visitas.

E lá estava Victorie, mais uma vez imóvel, dormindo profundamente.

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