Contabilizando as perdas



Contabilizando as perdas



- Estamos aonde? – perguntou Rony abobalhado com o que via.

- Na minha simples casa! – disse Soberba ironicamente.

- Então era você que me observava enquanto eu conversava com Slughorn. Admita. – proferiu Harry com certeza na voz.

- É! Parece que fui pega. – disse Soberba.

Soberba coloca a mão sobre o peito. Faz uns gemidos de dor e cai no chão. Todos olham assustados para ela. Lupin balança a cabeça. Os outros vêem que Lupin está com um sorriso ao canto da boca. Soberba continua estática no chão. Todos olham para Soberba e depois voltam o seu olhar para Lupin.

- Soberba, pare de fazer drama! – disse Lupin. Mal chegou e já está fazendo cena!

- Ah! Nem deixam eu fazer o que quero em minha própria casa! Que droga! – disse Soberba se levantando brava.

- Era cena? Se não bate bem da cabeça, não? – disse Rony mais abobado.

- Ronald Weasley, não fale assim com as pessoas! Nem parece que eu te dei educação! – exclamou brava a senhora Weasley.

- Tudo bem, mãe! – disse um desanimado Rony.

- Acho que estamos muito cansados. Vocês viram aquela menina loira das cartas? – perguntou Soberba.

- Verdade. Onde a Luna se enfiou? – concordou Lupin.

- Ela sumiu após a entrada dos gêmeos. Invocou uma carta e desapareceu! – disse Hermione – Parece que ela sabia que a Toca iria ser atacada. Então sumiu.

- Mas ela não é covarde. Mas deve estar cansada! Imagina o quanto de energia aquelas cartas devem consumir dela. Ainda mais se ela começou a utilizá-las hoje! – concluiu Harry.

- Acho que todos nós devemos descansar. Harry, o seu quarto fica no terceiro andar. Meninas vão para o segundo andar. Senhor e Senhora Weasley, também para o segundo andar. Remo fique mais um pouco aqui. Gêmeos, outros Weasley e o amigo de Harry subam rumo ao terceiro andar. Encontrarão seus quartos pela plaqueta com seus respectivos nomes na porta dos quartos. E durmam! – ordenou Soberba ao grande grupo. – Não se preocupem, a casa também é de vocês!

Quando os ruivos mais Harry chegaram ao terceiro andar, viram um enorme corredor cheio de portas. Harry viu o seu nome na porta final do corredor à direita. Ao lado de sua porta, na parede ao lado, estava a porta com o nome de Rony, Fred, Jorge, Gui e Carlinhos respectivamente.

Harry desejou a todos uma boa noite e entrou pela porta. Quando fechou a porta e ligou a luz, viu o pequeno quarto dele. Era composto por uma grande e macia cama de casal com lençóis e edredons verdes esmeralda. Tinha uma pequena porta aos fundos, que deveria ser um banheiro. Tinha um enorme guarda-roupa, sem as roupas. Edwiges estava na sacada com o seu poleiro trabalhado de mogno. Os bons presentes que recebera estavam acima da escrivaninha. Uma grande prateleira continha vários livros.

Quando entrou no banheiro, viu uma banheira de mármore branco, uma grande ducha, além dos outros objetos normais de um banheiro. Mas era um banheiro lindo. Com direito até as toalhas secas e macias, roupão e tudo mais que se possa imaginar. Quando ele viu as toalhas, todas tinham o seu nome bordado. As paredes do banheiro eram compostas de pastilhas verde esmeralda e verde claro. O quarto de Harry era todo na cor creme. Harry decidiu que o melhor a fazer era mesmo tomar um banho. E assim terminava o aniversário mais longo de Harry Potter.

Quando acordou no outro dia, já passava das nove da manhã. Não ouvia nenhum barulho. Foi ao banheiro e se olhou no espelho. Agora ele tinha 17 anos. A maioridade bruxa completada em grande estilo. Procurou pelo Profeta Diário, mas não o encontrou.

Pegou uma roupa que estava em seu malão. Desceu as escadarias, caminhando rumo à cozinha. As portas de seus colegas estavam fechadas. Chegou à cozinha e viu lá uma grande movimentação. Todos os Weasley estavam lá, também estava Soberba, Lupin e Tonks. Hermione parecia preocupada com algo. Não parava de remexer sua tigela de cereais.

- Bom dia. – disse Harry.

- Bom dia, Harry. Passou bem a noite? – perguntou Soberba.

- Deu para dormir... – respondeu Harry.

Harry não engolia ainda a madrinha que resolveu aparecer. Ele teve uma boa impressão dela, mas estava observando o novo território que estava. Lupin olhava a todos muito sério.

- Hermione. Você já leu o Profeta Diário de hoje? – perguntou Harry.

- Ainda não chegou a edição de hoje. – respondeu Mione.

- E não chegará! O Profeta Diário está fechado. O Ministério não sabe como agir. E os ataques acontecem por todos os lados. Não há escapatória. Ontem Voldemort comandou um grande ataque: atacou o Ministério, ao Beco Diagonal, a Toca, o Profeta Diário e ao jornal do pai de Luna. Voldemort somente falhou na conquista desse jornal: Luna apareceu e protegeu a redação com as cartas que tinha. Parece que também previu algo para os Comensais. Mas ninguém sabe, além dos Comensais, o que ela previu...

- Então o mundo mágico está um caos! – exclamou Soberba – Não creio que Voldemort consiga fazer tamanho estrago num só dia!

- Mas o Lord teve algumas baixas. Dois Comensais foram pegos no ataque ao Ministério. Uns dez ficaram para trás na Toca. Luna, pelo jeito, prendeu mais uns vinte. E mais uns três que alguns repórteres do profeta conseguiram bravamente conter. Mas a destruição foi muito grande! O Ministério está um caco! Da Toca restam somente cinzas, infelizmente. Do Profeta Diário, só uma grande carcaça! – disse Tonks.

- Eles me pagarão! – disse a Senhora Weasley caindo no choro – Como puderam fazer isso com a minha casa? Oh, Arthur! Reduziram nossa casa a cinzas!

- Calma, querida. O mais importante é que estamos vivos! E enquanto estivermos vivos, há esperança. Esperança de poder lutar e vencer. De reconstruir o que foi destruído! – disse o Senhor Weasley secando as lágrimas de sua esposa.

- Porém tivemos baixas em nosso lado. A Ordem da Fênix foi dizimada. Primeiro foi Dumbledore. Slughorn, Flitwick e Moody partiram como tantos outros. MacGonagall foi atingida por aquele feitiço estranho. Sobraram somente Tonks, Quim, os Weasley e eu prontos para outra. – disse Lupin com pesar.

- Mas como foi esse estranho feitiço que atingiu MacGonagall? – perguntou Hermione.

- Como já foi dito. Um cara todo de negro com símbolos esquisitos escritos em seu corpo, olhos vermelhos, encapuzado. Em suas mãos apareciam pentagramas invertidos com símbolos demoníacos, por assim dizer. Com a varinha negra que ele empunhava, conjurou uma grande cabala roxa, com uns trecos esquisitos. Parecia que cantava algo em uma língua esquisita. Então a cabala foi de encontro a MacGonagall. Quando a atingiu, uma fumaça negra a envolveu e ela caiu inerte. – disse Fred.

- Nunca soube de um feitiço assim! – disse Rony.

- E você sabe de muita coisa, não é Rony? – disse Mione ironicamente.

- Eu sei muita coisa! – retrucou Rony.

- Já vão começar a brigar? – gritou Gina.

- Esse seu irmão que se acha grande coisa. – disse Hermione a Gina.

- Esse seu irmão que se acha grande coisa. – remedou Rony.

- Parem os dois! – disse Harry. – Não param de espezinhar o outro um minuto!

- Falou o grande Potter, defensor dos frascos e comprimidos! O melhor amigo da enfermaria! – disse sarcasticamente Gina.

- Engraçadinha! – disse Harry num arremedo de voz.

- Já acabou a sessão ironia? – soou a voz de Soberba.

- Não... Só esperávamos por você! – troçou Harry.

- Que afilhado engraçadinho que eu tenho... – disse Soberba – Mal saiu das fraldas e já está tirando o sarro.

- Eu? Imagina! – disse Harry mais que irônico – Sou um poço de educação e gentileza...

- Ai ai... Cada coisa que eu conheço... – suspirou Soberba – nem sabe diferenciar pão de um tênis com chulé...

- O que eu tenho na mão é o que – disse Harry com uma fatia de pão em sua mão.

- Um grande tênis fedorento! – responde Soberba.

- Dá para jogar longe esse tênis Harry? Ele fede! – disse Rony.

- A mesa não é o local ideal para expor um tênis seu, não é Potter? – disse Gina sarcástica – Vão ressuscitar os broches Potter fede...

- Foi essa graça de madrinha que transfigurou o meu pão em um tênis fedorento dela! – disse Harry jogando longe o tênis...

- Parem de brincar à mesa! – disse enérgica a Senhora Weasley.

- Hermione, você está bem? – perguntou Tonks.

- Sim. Só estou um pouco preocupada... – disse Mione.

- Com seus pais, não é querida? – disse a Senhora Weasley.

- Sim, Senhora Weasley. – respondeu Hermione – Com esses ataques eu não sei como eles estão.

- O melhor que tem a fazer é ir vê-los! – disse Soberba. – Mas vá como uma trouxa. Muito mais seguro. Não tire a mão de sua varinha em nenhum instante. Os ataques podem vir de qualquer lado.

- Obrigado Soberba. Voltarei logo... – agradeceu Hermione – Mas gostaria de saber como chego à Londres...

- Eu te explico tudo! – disse Soberba – Mas despeça-se de seus amigos... Você demorará alguns dias para voltar...

- É verdade! Tchau pessoal! Juízo! Não se metam em confusão! – disse Hermione.

Hermione beijou a cada um na face que estava na mesa. Quando beijou Rony tanto as faces dela quanto as de Rony coraram. Claro que as insinuações de Fred e Jorge contribuíram muito. Seguiu Soberba até o andar superior e logo saiu da mansão.

Hermione utilizava o metrô londrino para chegar até a sua casa. Desembarcou perto do aeroporto. Muitas pessoas saíam daquele movimentado local. Mas uma figura se destacou da multidão. Era um homem alto, cabelos castanhos bem bagunçados, olhos azuis. Trajava um terno preto, com uma calça preta, além de sapatos pretos, a camisa era azul clara, porém era uma camisa clerical. Notava-se o crucifixo prateado que estava em seu peito. Ele carregava uma mala de mão e a outra mão estava no bolso do terno.

Ele andava calmamente na saída do aeroporto quando ele caiu escandalosamente no chão. Algumas pessoas pararam para ajuda-lo,mas ele levantou-se sozinho. Vendo isso, um grupo de cinco homens, todos altos e musculosos foram ao encontro dele. Esses homens vestiam negras jaquetas de couro, além de portarem alguns objetos metálicos enrolados em seus punhos. Cercaram o pobre coitado e começaram a insultá-lo. Hermione ficou incomodada com a atitude daqueles valentões e foi ao encontro do pobre diabo que passava por maus bocados...

- Vai pedir por quem, padreco? Deus vai te salvar? – ria-se um dos valentões.

- Ele se utiliza de várias formas para salvar seus filhos... – respondeu o presbítero.

- Vocês não têm respeito não? – interveio Hermione.

- Lugar de mulher é na cozinha! Não se intrometa. – disse outro grandalhão.

- É! O assunto é entre nós e esse mané aí! – disse um terceiro grandalhão empurrando o homem.

- Por que vocês não vão encher outro, hein? Estou somente desembarcando.

- Escolhemos você! – disse um quarto valentão.

- Pode passar tudo o que tem... – extorquiu um quinto – Senão pegaremos à força... E eu garanto que vai ser pior. E você também mocinha.

- Que nada, temos planos melhores para você... – disse um outro valentão com uma cara maliciosa.

- Vocês conseguiram me irritar! Com licença, senhorita. Saíam daqui! – disse o padre pondo-se à frente de Hermione.

Os valentões vieram atacar ao padre, mas o padre sacou algo de sua calça e fez os cinco valentões voarem alguns metros. Eles não esperavam por isso e saíram correndo sem entender o que acontecia. Hermione viu algo como um cabo sendo guardado dentro das calças do homem de preto.

- Vamos sair daqui, senhorita... – disse o homem.

- Granger, Hermione Granger, prazer... – cumprimentou Hermione.

- Eu me esqueci de cumprimentar, McCetrius, padre Giullian McCetrius. – disse o homem. – Venha... Eu pago um café... Acredito que precisamos conversar, não é senhorita Granger.

Nisso, o padre McCetrius não viu que terminava a calçada e caiu no meio da rua.

- O senhor está bem? – perguntou Hermione.

- Claro... Isso acontece comigo o tempo todo. Já me acostumei. Vamos... Tem um Café logo ali... – disse o Padre sacudindo a poeira.

- Vamos... – respondeu Hermione.

Entraram num café discreto e pegaram uma mesa ao fundo. McCetrius pediu um copo de leite com chocolate, enquanto Hermione pediu um chá.

- Creio que algo a incomoda. O que é? – perguntou o padre – Espero que não seja o meu Inglês, ele está meio enferrujado.

- O seu Inglês está dando para o gasto. Desculpe-me a indiscrição, mas o senhor repeliu aqueles homens como? – perguntou Hermione.

- Ora, para uma bruxa como você, é simples, com magia... – respondeu McCetrius.

- Como o senhor sabe que eu sou uma bruxa? – perguntou Hermione.

- Fale mais baixo, estamos em território trouxa, esqueceu? – disse o padre – E foi simples ver isso, pois você não retirava a mão de sua varinha... E eu vi o cabo dela.

- Mas você é um padre! Como pode ser um padre bruxo? – perguntou Hermione.

- Eu nasci bruxo, tornei-me padre depois... A magia é somente um dom, como cantar, desenhar e etc... Tudo bem que eu tenho muitas restrições para utilizar a magia, como nas missas e outras celebrações e também na Santa Sé, quando tenho de ir para lá... Mas eu posso utilizar em meu dia a dia normalmente.

- Você convive com os trouxas? – pergunta Hermione.

- O país de onde venho, Brasil, tem muitos fiéis, e fiéis bruxos também. Para esses fiéis, temos paróquias exclusivas com padres iguais a eles... Nós temos várias dioceses pelo mundo, mas somente o Papa sabe que nós existimos... Nem os grandes cardeais sabem! Mas é legal...

Hermione e McCetrius acabaram seus pedidos e saíram andando e conversando pela rua. Ela descobriu que o padre se hospedaria perto da casa de seus pais, então, conversaram por um bom tempo até chegarem ao seu destino final.


X-X-X

AUTOR: Muito obrigado pelos comentário. Atrasei sem querer querendo este capítulo, mas espero que tenham gostado. E esse padre ainda vai reaparecer nessa história... E outra personagem não vai gostar nada nada de seu reaparecimento. Agradeço á Lize Lupin os comentários como também a Rony que comentou os últimos capítulos. E esperem pelos próximos...

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