Bastidores



Quatro anos se passaram, corujas pararam de voar ao dia, não haviam pessoas estranhas e alegres pelas ruas, nem brindes às pessoas desconhecidas. Apenas cantos escuros e sombrios.

A luz da entrada finalmente queimara, além da iluminação do poste, só havia uma luz bem fraca vinda de uma parte pertencente aos fundos da casa.

Um homem apareceu com um estalo alto e começou a ir em direção a casa.

Duas luas brilhantes espiavam o homem através de uma janela, e com um sorriso a garotinha correu para abrir a porta.

- Tio Remus!! – a menina exclamou feliz. O homem reparou que as pequenas mãos ainda seguravam aquele velho dragão.

- Olá lindinha. Onde está a sua mãe?

- Ta lá no quarto... Vem!! – a menininha saiu puxando o homem pelo corredor até chegar em um quarto mal iluminado, onde uma mulher estava deitada na cama junto ao casaco de couro.

- Alice, querida, não tinha combinado que você jogaria esse casaco fora? – o homem parecia irritado – e também saia da cama, agora! Vamos sair, dar uma volta! Você não pode se pender ao passado..!

- Eu sei! – ela o cortou antes que recomeçasse o discurso de sempre – Mas eu não quero sair! Remus... Me promete que você nunca vai deixar a Giu sozinha..?

- Não vai acontecer nada à você! Pare com essa besteira!

- Eu sei... Mas eu não tenho mais para o que viver, e essa menina...

- Não comece a falar que ela te lembra o Sirius – agora realmente ele havia se alterado – Ela é uma pessoa boa! E essa menina é a razão de você existir!

- Eu não consigo olhar para ela, Remus! E eu prometi amor eterno ao Sirius! Não à essa menina! ELE a quis, eu não!

- Então fique com ela, se você o ama, então a ama. Ele a ama mais do que qual quer coisa! – Remus não havia gostado para onde a conversa rumava, esse lado da historia não era as melhores lembranças que tinha.

- Ok! Eu faço isso por ele, mas.. Remus... Jura para mim! Jura que cuida dela se...

- Não vai acontecer NADA com você, Alice!

- Mas você jura?

- Está bem, eu juro – ele olhou no relógio de pulso barato – Bom, eu tenho que ir. Mais tarde eu volto para levar vocês em algum lugar.

- Tio! Onde você vai? Fica aqui, por favor! – os olhos da pequena estavam cheios de água.

- Não posso, meu anjo – ele olhou com ternura para a garotinha à sua frente, quem diria? Aquela garota era muito parecida com o Sirius, mas não esse que estava preso, não o assassino enjaulado que fazia a pequena família sofrer, ela era parecia com o Sirius Black mais novo, que com o mesmo olhar contara a ele que Alice estava grávida, com o mesmo olhar que apreciava a sua filha e com o mesmo olhar que orgulhoso contava sobre ela – Mais tarde eu volto. Eu te juro!

A garota segurou o choro e chamou Remus para perto com a mãozinha. Ele abaixou até ficar da mesma altura que a pequena, então ela sussurrou no seu ouvido:

- Mas eu não quero ficar aqui sozinha com a mamãe. – a voz saiu fraca e baixa, como se ela temesse pelo que ele iria pensar – Ela não gosta de mim.

Lupin reparou o olhar triste, o mesmo que havia no rosto de Alice.

- Mas vai ficar tudo bem! – ele tentou parecer animado, mas era verdade cada palavra que a pequena lhe falara, a mulher nunca ia aceitar o fato dela ser tão precida com um dos seus melhores amigos. – E eu volto. Eu juro!

- Então tá tio! – o sorriso voltou aos lábios da criança – Mas vem logo! Vou ficar te esperando!

- Ok. Então, adeus!

Finalmente o homem saiu pelo portal e com outro estalo, desapareceu.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.